Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 1
Ligação


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo é mais pra explicar algumas coisas.Boa leitura. Espero que gostem.



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Adam estava batendo a caneta no papel há alguns minutos. Isso não ajudava, só piorava a sua falta do que escrever. Fazia meses que não mandava uma carta para Violetta. Ligar o deixaria mais envergonhado ainda; certos pensamentos sempre lhe vinham a cabeça assim que ouvia a voz da menina. Poderia mandar email, mas esperar por uma carta era sempre mais emocionante. Além do mais Violetta adorava mandar cartas, desse modo, Adam sentia que ela se expressava muito mais com aquele ar antigo.

Talvez aquilo nem fosse falta do que escrever. Afinal, Adam tinha muito a dizer, sim, só não podia. Imagine só ele escrevendo como se sentia “quente” ao ver as fotos da irmã nas redes sociais, como pensava nela de um modo nem um pouco adequado pelos seus laços sanguíneos, em como Violetta rodeava seus pensamentos o tempo inteiro despertando seus sentimentos mais agudos.

Adam riu. Uma risada sem graça, quase que triste. E era assim que ele se sentia, triste. Por que aquilo que se passava em sua cabeça toda noite, nunca se tornaria realidade. Aquilo era um absurdo, um crime, até mesmo aos olhos dele. O rapaz de 24 anos não conseguia nem se lembrar de quando começou a se sentir daquela forma em relação a irmã.

Violetta sempre foi um alento para ele. Adam sempre a amou. No começo pensou que fosse carinhosamente, podia até ser, mas depois as coisas foram tomando um rumo diferente no coração do Jovem. Ele teve a oportunidade de fazer faculdade de administração no Rio de Janeiro, na época ainda não tinha se dado conta do que sentia pela sua irmã caçula. Toda vez que podia, e tinha de voltar para São Paulo ele encontrava a Irmã em mudanças; pelo menos na aparência. E foram essas visitas repentinas que a saudade começou a bater forte, e junto um sentimento indesejável.

Violleta sempre fora muito linda, sempre chamou atenção por sua beleza natural e porque não atraente, era aquele tipo de pré-adolescente que as pessoas costumam chamar de Lolita. Adam adorava aquela franjinha na altura das sobrancelhas que a menina tinha o cabelo loiro dela na altura dos ombros dá um ar ainda mais fofo a seu rosto quase que perfeito; tirando algumas sardas a que sobre saiam nas bochechas que Violetta odiava e ele amava com todo vigor.

A garota havia puxado mais a mãe na aparência, enquanto Adam tinha mais traços do pai. Tinha cabelos castanhos e uns olhos verdes de dar inveja; um físico atlético já que jogava basquete a anos, ou seja, fazia sucesso.

Adam apalpou o paletó em busca do maço de cigarros. Precisava relaxar um pouco. Puxou um juntamente com o isqueiro e acendeu. Deu a primeira tragada, quando o telefone toca. Com um pouco de preguiça e resmungando ele se levanta e aperta no botão para atender.

– Alo – disse rudemente.

– Adam? – Violetta respondeu do outro lado da linha.

Céus. Ele reconheceria aquela Voz em qualquer lugar. Não teria como evitar, conversaria com ela pelo telefone mesmo.

– Violetta... Oi – respondeu um pouco nervoso.

– Finalmente! Você nunca atende.

– Sabe como é né? Sou muito ocupado. – Adam disse com ar de superioridade e Violetta riu.

– Como você ta?

– Bem Vi, estou bem. E você?

– Hum... Bem também...

Silêncio.

– E a Cel? – ela finalmente retomou a conversa.

“Serio?” Adam pensou “ Você vai querer falar da Celina agora?”

Mal sabendo ele que a menina estava mais nervosa do nunca, e que não tinha idéia sobre o que falar.

– Ela esta bem.

– Que bom – Violetta disse calmamente – fale que eu mandei um beijo para ela.

– Ok.

Celina era a namorada de Adam. Eles se conheceram no Rio e ela também era de São Paulo. Da ultima vez que foi em casa ele a levou junto, sabe se lá Deus porque fez isso, mas levou. Por fim, toda vez que fala com alguém de lá se sentem na obrigação de perguntar por ela. O que o irrita; Adam nem gosta de Celina. Eles quase que uma amizade colorida.

O jovem sabia que era errado, porém só usava Celina como distração para os seus momentos de tédio, ou para apresentar em festas, esse tipo de coisa; já que a mesma era muito bonita. Morena, alta dos olhos castanhos, inteligente; era o tipo de mulher que se dava orgulho de se apresentar. Só isso.

Adam não gostava de falar de Celina para Violetta. O incomodava, mesmo não conseguindo explicar o porquê ao certo.

– E a mãe esta ai?

– Não... – ela disse sussurrando – Sabe, estou na escola.

– Ai que rebeldia! Desde quando minha menina é assim? – ele falou com um sorriso nos lábios; se perguntando se deveria ter dito “minha menina”. Deixou isso passar enquanto prestava atenção na risada da garota do outro lado da linha. Violetta adorou ouvir aquilo, sempre gostou. – Vá estudar.

– Estou na aula de educação física, menino.

– Mesmo assim. Você vai querer ser sedentária?

– Eu sou sedentária, querido!

Os dois riram. Violetta abriu a boca para dizer algo, mas Adam foi mais rápido.

– Sinto sua falta.

Violetta sorriu, sentada na arquibancada.

– Não sente não. – disse por fim. – Se realmente sentisse minha falta, viria aqui me ver.

– Violetta... Você sabe que as vezes isso não é possível.

Ele mentia. Não fazia uma visita à família há meses poderia, mas não queria. Adam e seu pai não se davam muito bem; as brigas recorrentes dos dois estavam a tornar o dia-a-dia da família em uma coisa infeliz. Sentia que deixava a mãe e principalmente Violetta tristes, e é o que menos queria. Sem contar naquilo que sentia ao olhar para a irmã... Céus, a menina não pisava os pés fora de casa sem que ele soubesse. O ciúmes era grande demais se ela não pertencia a ele. E não pertenceria.

Então, morar em outro estado pareceu-lhe uma benção, a solução dos seus problemas. Pelo menos naquela época. Violetta dizia alguma coisa, tentou prestar atenção desfazendo-se de seus pensamentos.

– Prometa. – Ela disse.

– O que? – Perguntou voltando seus sentidos a conversa.

– Prometa que virá aqui, pelo menos no meu aniversario.

O aniversario de Violetta se aproximava. Era em dezembro e faltava um mês para a comemoração. Sinal de que as férias se aproximavam. Por um momento Adam pensou em chama - lá para passar uns tempos com ele no Rio, contudo tratou de balançar a cabeça e espantar essa idéia.

– Ta, ta. Vou checar minha agenda. – Disse não se agüentando e caindo na gargalhada.

Droga. Agora não teria como voltar atrás. Ele nunca recusaria um pedido dela, seja ele qual fosse.


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Notas finais do capítulo

Comentem please, até o proximo capitulo.



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