Gaunt's escrita por John Slytherin Gaunt


Capítulo 1
O inicio de tudo




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2 de Maio de 1998

– Evelyn Gaunt ! - chamou Amico Carrow do outro lado do corredor e a menina de longos cabelos negros que andava sorrateiramente pelos caminhos do castelo se virou instantaneamente para ele revelando seus intensos e amedrontados olhos azuis - o que a senhorita pensa que esta fazendo fora do seu dormitório a essa hora a noite ? - disse com sua voz gélida e cruel dando um sorriso sádico para a garota como se esperasse por aquele momento há muito tempo.

– Eu... - Evelyn olhava para os lados torcendo desesperadamente para que alguém mais interessante para Carrow aparecesse e lhe desse a chance de sair despercebida - Eu não estava fazendo nada.

– Ah, é mesmo ? - falou se aproximando e segurando a garota pelo ombro, fincando aquelas unhas horríveis e amareladas contra a sua pele - Sabia que eu já peguei uns dez alunos fora das camas só essa noite ? Anda correndo um boato de que Harry Potter esta em algum lugar do castelo, devo supor que você não sabe absolutamente nada sobre...

– Carrow - Snape apareceu do nada vindo na direção dos dois - o que você acha que esta fazendo ? - disse segurando Evelyn pela gola da capa e tirando-a das garras do comensal - Como você ousa tocar nela ? Evelyn e Henry Gaunt estão sob a tutela do Lorde da Trevas e quem você pensa que é pra colocar suas mãos imundas em um deles ? É muita audácia da sua parte, eles tem o sangue do Lorde das Trevas correndo nas veias ! Você não é digno deles.

Evelyn fez uma careta, não teve um dia sequer daquele ano letivo que ela não fora lembrada da sua atual condição. Desde que seu pai morrera e Voldemort tomara o controle de tudo ela e o irmão se tornaram os seus favoritos pelo 'privilégio do sangue', era como Snape falava quando ela fazia menção de reclamar sobre o assunto.

' - Você deveria ser grata pelo privilégio da posição que lhe foi concedida, não é todo mundo que tem a sorte de ter o mesmo sangue do Lorde das Trevas correndo em suas veias.', era o que costumava dizer. Mesmo não sendo um verdadeiro comensal, Snape ainda achava que pertencer a mesma família de Voldemort era um privilégio, garantia uma proteção especial, mas Evelyn sentia repulsa absurda só de pensar na ideia.

– E suponho que você seja, não Snape ? - provocou ele.

– Eu tenho certeza de que você não vai mesmo querer me desafiar, não é Carrow ? Os Gaunt foram colocados sob minha responsabilidade e, enquanto estiverem nesse castelo, estarão sob a minha proteção, a menos que você seja suficientemente idiota para desafiar as ordens de seu mestre - Carrow não se acovardou mas a menção de Voldemort o fez abaixar um pouco a guarda - Vá reunir os alunos no Grande Salão - decretou e, de má vontade, Amico Carrow foi cumprir com a sua ordem.

Snape ainda agarrando Evelyn pela gola da capa foi arrastando-a pelos corredores até a sua sala, ele fechou a porta atrás de si e só então largou do pescoço dela.

– O que você estava pensando ? Não sabe quanto...

De novo Evelyn sentia aquela sensação, sua visão começava a ficar turva e já não conseguia ouvir mais a voz de Snape, apenas via a sua boca se mexer e sua expressão carrancuda a encarando.

" - Evelyn, preciso te contar uma coisa e é de suma importância que você me ouça com muita atenção, você não vai entender agora o que vou lhe pedir mas tem que confiar em mim.


– Sim, pai.

– Em breve eu não estarei mais aqui, não poderei mais proteger você e quando isso acontecer você terá que passar a confiar no prof. Snape como se fosse a mim, não importa o que os outros falem, não importa o que aconteça, apenas faça o que eu digo e, um dia, irá entender.

– O que você quer dizer com isso, papai ?

– Apenas faça, você ainda é muito jovem para entender todos os aspectos dessa vida tão complicada."

– Evelyn ! - exclamou Snape a chacoalhando pelo ombro

Ela recuperou o foco mas continuava um pouco fora de sintonia, tinha uma expressão confusa e a visão ainda meio embaçada.

– Sente aí - disse irritado apontando uma das poltronas centrais para Evelyn que, apesar de um pouco emburrada, consentiu.

Fazia alguns anos que aquilo vinha acontecendo com ela, visões estranhas que vinham do nada e se iam tão subitamente quanto apareceram, ela via coisas do seu passado, coisas que até pensava que não se lembrava mais. O pior eram as dores de cabeça que acompanhavam essas cenas, as vezes eram mais fortes e as vezes mais fracas mas, de qualquer forma, um incômodo.

– Eu quero que você pare com essa história de andar e bisbilhotar por onde não deve, já é ruim o suficiente os professores terem que sair a sua caça pelas masmorras dia sim, dia não.

– Eu soube que Harry Potter esta no castelo e eu queria descobrir onde - disse já mais empolgada - eu sei o que eles andam fazendo, o meu pai me contou, eu só queria...

– Ajudar ? Você realmente achou que Harry Potter iria aceitar a sua ajuda ? Você é uma Gaunt, tem tanta chance de levar algum crédito quanto...

– Quanto você ? - Evelyn conseguia ser bem irritante quando assim desejava e as vezes chegando até ser inconveniente e bem mal educada, não era por maldade ela só estava passando por uma fase difícil desde a morte de Dumbledore, ele era o único que a via como Evelyn realmente era sem levar em consideração mais nenhum outro aspecto que não fosse ela mesma.

– Olhe aqui sua... - disse avançando na direção de Evelyn e a levantando pela gola da camisa uns cinco centímetros do chão, fazendo com que ela tivesse que ficar na ponta dos pés.

– Severo - ambos se viraram na direção da voz, a repreensão vinha do outro lado da sala, de um dos quadros mais especificamente, era Dumbledore que interferira na desavença em favor de sua afilhada.

– Você é impossível, vá para o Grande Salão agora mesmo !

Evelyn saiu batendo os pés e Snape teve certeza que ela ainda conseguiu dizer um ' você não manda em mim ' antes de sair.

– Ela esta impossível ! Insuportável !

– Ela é apenas uma criança, Severo, temos que ter paciência com a juventude.

– Ah, claro - desdenhou ele.

– Ela tem um bom coração, é uma pena que os outros não consigam ver isso, eles olham apenas para o seu sangue e o seu nome é realmente uma coisa muito triste. Imagine como ela deve estar se sentindo com tudo que vem acontecendo em um espaço de tempo tão curto... Dê tempo ao tempo, Severo, ela vai melhorar.

– É - disse indiferente - mas agora eu tenho que ir, como já deve saber Harry Potter está no castelo.



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