Aquela era uma noite muito fria e escura. Uma garota de olhos verdes e longos cabelos negros que iam até sua cintura, caminhava calmamente pela rua que a levaria para casa. Faltavam dois quilômetros até chegar a seu destino, e a mesma continuava andando olhando para frente, sem dizer uma única palavra, sem pensar em nada. 

 A garota, conhecida pelo nome Kizuna Sugoi, não possuía nenhum tipo de registro que revelasse seu passado, ou alguma informação que pudesse comprovar o presente. As pessoas nem mesmo sabiam se seu nome era esse. Nenhuma hipótese era descartada, nem mesmo as mais fantasiosas como: fantasmas e espíritos. 

 Ela continuou caminhando pela rua deserta, e então parou quando todos os postes se apagaram, transformando a noite num breu total. A luz estava encoberta por nuvens cinzentas carregadas de chuva, que na madrugada costumava vir a tona, então não havia nenhum tipo de iluminação nos céus. O silêncio era apavorante, tendo em mente que a garota estava sozinha naquela escuridão, sem ninguém por perto. Mas isso não a inquietava. Ela permaneceu serena, e imóvel, aguardando o retorno da luz.

  Após alguns minutos, apenas um poste volta a acender, iluminando uma única região em toda a cidade, onde justamente Kizuna se encontrava parada fitando o vazio da noite seriamente, sem se abalar com o que estava acontecendo. Todos os outros postes ameaçavam acender, e começaram a piscar freneticamente, quando, de repente, ouve-se um berro sufocado bem próximo à garota e todas as luzes voltam ao normal. 

  Kizuna olhou para os lados, procurando por uma pessoa responsável pelo grito, quando vê uma garota pendurada no poste acima de si, toda ensaguentada e com os cabos da rede elétrica enrolados em seu pescoço. Ela se debatia agonizando, tentando a todo custo se soltar,e segurando um celular, mas só quando ficou sem forças, que seu corpo já sem vida caiu com tudo sobre o asfalto, ficando a apenas centímetros de distância de Kizuna. Esta, olhou para o cadáver por alguns minutos, e pegou o celular da garota, discando o número da polícia.

- Delegacia de Hosokawa, qual a emergência?- Alguém perguntou do outro lado da linha, mas Kizuna apenas pôs o celular novamente na mão da menina, e continuou a seguir o caminho para casa.- Alô? Alô? Tem alguém aí? Estamos a caminho!

~13 de Outubro de 2000 às 23:45 p.m.~