Luna Lovegood. Era assim que se chamava a pequena garota, cujos cabelos sujos escorriam por seu rosto empoeirado. Sua pele estava pálida, seus olhos transmitiam medo e insegurança, seu corpo parecia ainda menor e desprotegido.

Uma coisa a diferenciava de todas as crianças. Luna era uma bruxa. Uma pequena bruxinha, de 7 anos de idade.

Isso não a fazia dela uma criança feliz, nem mesmo uma criança diferente ou especial. Na verdade, ela considerava esse “dom” uma espécie de maldição. E, se já o considerava, passou a ter sentimentos ainda piores, naquele mesmo dia.

Agora, se encontrava sentada em sua cama. De repente, o corpo começara a tremer, um ritmo rápido e esgotador. Não sabia o porquê, mas tinha a sensação de que algo ruim estava para acontecer, e que ela precisaria tentar evitar de qualquer maneira.

Levantou-se da cama, indo em direção ao quarto de seus pais, onde sabia o que aconteceria: Diria que estava com medo. Pediria para deitar na cama junto com eles. Eles a olhariam com pena, e a deixariam deitar-se.

Luna também gostaria de poder dizer que foi isso o que aconteceu. Mas, não. A cena que se sucedera fora horripilante, aos olhos de uma criança, e incrivelmente surpreendente aos olhos de um adulto.

Seus pais, mortos. Os dois estavam abraçados na cama, e de seus corpos escorria sangue. Apenas uma coisa chamou a atenção de Luna, retirando a garota do estado de choque: Uma pequena rosa preta. À medida que os segundos passavam, a rosa ia se tornando vermelho sangue.

Alguns anos depois....

Lá estava. Em frente ao mesmo quarto. A mesma cama. O mesmo cenário de uma morte horrenda, fascinante e misteriosa.

Ainda era possível ver algumas gotas de sangue seco no colchão há três anos não lavado. Apesar disso, a cama estava perfeitamente arrumada, como se estivesse preparada para a visita de Luna.

Luna, sim... Sua vida começou a piorar depois daquele dia. É verdade, fazia muito tempo. Uma década, para ser mais exata. Ainda assim, as lembranças pareciam não querer abandonar a mulher, que era apenas uma frágil garota.

Resolveu dar mais alguns passos á frente. Chegando mais perto da cama, sua visão antes embaçada pelo choro, voltara ao normal.

Fora uma surpresa o que vira a seguir:

Uma rosa negra.

Afinal, era tudo o que lhe restava. Uma única rosa negra.