Acampamento De Férias De Verão escrita por ValentinaV


Capítulo 20
Teimosa e Desconfiada


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MEUS AMORES! Demorei mas cheguei chegando com um capítulo que eu espero muito que gostem :B
(Desculpem a demora, mas estou numa época complicadíssima de vestibular, então não estranhem caso eu suma por um tempo, provavelmente vou estar tendo um ataque de nervos PODJOSKNCISDJKNXZNCPSDÇKZXM ou talvez eu já esteja, mas enfim)
Ah sim! Este capítulo é dedicado especialmente à Kah pela recomendação mais linda que já recebi! Obrigada flor, eu amei *-*



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Meu relógio marcava dezessete horas. Eu e Percy já havíamos vasculhado todo o canto norte e leste do mapa, mas não havíamos achado nenhum lugar com mais bromélias. Demos meia volta e fomos em direção ao sul, caminhando rapidamente, pois a luz do sol já estava acabando.

– Ali! – Percy apontou para um lugar que eu enxergava apenas embaçado e saiu correndo.

Fui atrás dele até que chegamos perto o suficiente para a minha miopia não atrapalhar. Havia cerca de vinte ou trinta árvores com lindas bromélias penduradas.

– Tem que estar em alguma delas – eu disse, começando a subir em uma árvore.

Percy subiu em outra. Vasculhei entre as folhas mas não encontrei nada. Desci e subi em outra. Percy fez o mesmo. Repetimos todo o processo cerca de seis vezes, quando ele encontrou o papel.

Eu já estava suja e arranhada, e tinha rasgado parte da minha camiseta, deixando parte da minha barriga a mostra. Desci da árvore e fui até o moreno, que abria o papel.

– Com a ajuda de Hermes, lute contra algumas mães e a próxima dica será descoberta.

– O quê? – eu peguei o papel de sua mão e li por minha conta – Mas...

– Vamos precisar pensar bastante. – Percy disse – Mas não hoje.

– Como não hoje? – eu o encarei.

– Não temos mais tempo com luz – ele apontou para o céu, que já estava ficando escuro rapidamente – Vamos ter que acampar.

– Eu não vou acampar. Quero terminar isso hoje.

– Vai ser impossível descobrir essa pista no meio da noite. Além disso você deve saber que é perigoso sair andando por aí sem enxergar quase nada.

– É claro que eu sei, mas não quero acampar. – eu cruzei os braços, sem saber o que fazer.

– Ah, vamos lá, você não é do tipo de garota fresca, Annie. – ele sorriu.

– Fresca. É o seu tipo preferido, não é mesmo? – eu murmurei com raiva, lembrando de Rachel e dele.

– O quê?

– Pare de fingir que não aconteceu nada ontem! Eu odeio isso! – eu me exaltei.

– Ok, eu vou parar – ele disse com raiva – Vou parar de fingir que você nem sequer quis me ouvir, e que não confia e nem nunca confiou de verdade em mim. Eu estou o dia inteiro fingindo que nada aconteceu porque achei que talvez você tivesse reconsiderado alguma coisa, mas estou vendo que não.

– O que eu deveria reconsiderar? – eu perguntei ironicamente – Que eu devo acreditar que você estava salvando uma garota dentro da piscina, que sabe nadar melhor que qualquer um de nós dois?

– Tá vendo como eu não consigo conversar com você? – ele disse irritado – Para de ser tão teimosa e desconfiada!

– Eu não sou teimosa, você que é um mentiroso.

Percy me encarou sério e depois suspirou pesadamente. Ele tirou a mochila das costas montou a barraca em poucos minutos, sem pedir a minha ajuda. Já estava quase escuro. Levantei-me e fui recolhendo gravetos e pedaços de troncos de árvores caídos no chão. Silenciosamente montei uma fogueira há uma boa distância da barraca: nem muito perto, nem muito longe. Acendi-a e sentei perto dela. Fiquei distraída olhando o mapa e relembrando da nova pista, mas não conseguia me concentrar direito.

– Toma. – Percy me estendeu o seu saco de dormir.

– Não, obrigada. – eu respondi, voltando meus olhos para o mapa.

Senti o saco de dormir caindo ao meu lado e os passos de Percy se afastando. Quando o vi, ele estava sentado ao pé de uma árvore, um pouco distante da fogueira. Meu estômago roncou. Abri a mochila e peguei duas barras de proteína e uma de chocolate.

– Quer comer? – perguntei alto para que ele ouvisse.

– Tenho comida aqui. – ele respondeu.

Suspirei e comi tudo com dificuldade, pois parecia que um nó impedia que parte da comida descesse pela minha garganta.

Senti um pingo no meu nariz. Em seguida outro no meu braço, e outro na minha cabeça. Uma chuva, aparentemente vinda do nada engrossou rapidamente. Virei para Percy, ele já havia se levantado. Entrei na barraca e logo em seguida ele entrou. Assim que fechei o zíper, a chuva despencou forte lá fora.

Percy bagunçou o cabelo para tirar os pingos que tinham o molhado. Tirei o tênis e as meias para tentar me sentir mais confortável, mas foi em vão. Aquele espaço era muito pequeno para toda a tensão acumulada entre nós dois. O ar parecia meio pesado, e minha mente não conseguia focar em nada. Percy engatinhou até o outro lado da barraca e sentou lá. Sentei abraçada com meus joelhos e enterrei a cabeça entre os braços. Pensei em dormir, mas lembrei que só havia um saco de dormir para duas pessoas. E logo então senti meu rosto esquentar por pensar que talvez pudéssemos dividí-lo.

– O saco de dormir é seu. – ele disse, advinhando meus pensamentos.

– Não, ele é seu. – eu ergui a cabeça e encarei.

– Não estou com sono. – ele respondeu.

Não falamos mais nada. Fiquei na mesma posição pensando sobre a pista. O ar começou a esfriar, e minha pele se arrepiou. É claro. Depois de chover, a mata fica fria e úmida. A barraca era um ótimo isolante, mas ainda sim eu podia sentir o ar um pouco frio.

Depois de se passar meia hora, voltei meu olhar a Percy, que estava cochilando sentado, com a cabeça pendurada para o lado de um modo idiota, que o deixava bonito mesmo babando um pouco.

– Percy – eu disse, me xingando por dentro por ter um coração tão mole – Você está com sono. O saco de dormir é todo seu.

Ele abriu os olhos rapidamente e limpou o canto de sua boca.

– Não estou com sono. – ele disse, corado.

– Você estava dormindo. – eu disse – Você baba enquanto dorme.

– Eu consigo dormir sentado. Você não.

Dei de ombros. Eu acho que não conseguiria dormir nem se estivesse em um mar de travesseiros fofinhos de pena de ganso.

Percy estendeu o saco de dormir e fez um sinal com a cabeça para que eu deitasse. Assenti, vencida pelo cansaço e deitei. O espaço era maior do que eu pensava, embora o saco fosse fechado como um casulo de borboleta. Talvez coubesse mais uma pessoa magra.

Virei para o lado oposto a Percy. Fechei os olhos mas não consegui dormir. Vinte minutos de relógio e eu ainda estava acordada. Virei-me e vi Percy cochilando de mau jeito novamente. Era visível que ele estava desconfortável e que acordaria com uma dor insuportável no pescoço.

– Percy. – chamei-o, e ele acordou – Deite-se aqui. Tem espaço para mais um.

Ele me encarou um pouco confuso e esfregou os olhos.

– Você não vai ficar incomodada? – ele perguntou um pouco rouco.

– Ficarei mais incomodada se amanhã você ficar reclamando o dia todo de dor no pescoço. – tentei fingir raiva, mas não deu muito certo.

Percy assentiu e deitou-se lentamente ao meu lado. Ele coube perfeitamente, mas seu corpo ficou completamente encostado no meu. Nossos olhos ficaram muito próximos, eu podia ver os detalhes de sua íris verde.

– Tem certeza que está tudo bem? Eu posso sair, se quiser...

– Estou bem. – respondi e fechei os olhos, tentando ignorar sua respiração sobre a minha bochecha.

Senti Percy suspirar. O sono começou a tomar conta do meu corpo de um modo surpreendentemente rápido. Eu pensava que não conseguiria dormir ao lado de Percy, mas seu corpo unido ao meu produziu o resultado oposto. Relaxei e dormi.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Se sim, comentem, se não, comentem, porque sério... Vocês não sabem o trabalho que me deu pra arranjar uma brechinha de tempo pra deixar de estudar e escrever para vocês ♥ Beijos