*08:20 - Escola Store 

Alan e Liz estavam juntos, tinham acabado de chegar na escola. Alan estava com seus braços jogados por cima dos ombros de Liz e ela o abraçava, pareciam um casal normal. Logo que entraram na escola, avistaram Max, que estava mexendo em seu armário.

                                Alan

- Oi.

                               Max

- O...oi?! Vocês voltaram?

                                 Alan

- Sim, voltamos. Mas falamos disso depois. Vamos andando, não estou afim de deixar o lado professora da Sarah irritado, já basta eu deixar o lado caçadora...

                               Liz

- Hahaha, vão indo na frente. Eu encontro vocês na sala, tenho que ir até o banheiro.

                               Alan

- Tudo bem.

 Liz dá um longo beijo em Alan. Max, que estava ali parado do lado deles, abaixa a cabeça desviando o olhar. Após ela se despedir, vai andando em direção ao banheiro. Ao chegar lá ele estava vazio. Ela então joga sua bolsa sobre a pia e pega seu estojo de maquiagem. Sem que Liz percebesse, Amanda tinha a seguido ela, entrou no banheiro e trancou a porta. Liz se vira rapidamente. 

                             Liz

- O que você quer?

                         Amanda

- Bater um papo, de mulher para mulher. 

                            Liz

- Você quer dizer de mulher para cadáver.

Amanda se aproxima de Liz, elas ficam tão próximas uma da outra que eram capazes de escutar a respiração uma da outra. Amanda cochicha em seu ouvido:

                        Amanda

- Cuidado humana ou num futuro não tão distante você pode acabar morta junto com o seu namoradinho.

Sem que Amanda percebesse, Liz estende sua mão até sua bolsa e puxa uma estaca não muito grande e a encrava na barriga de Amanda, fazendo ela cair no chão. 

                              Liz

- Ninguém ameaça o meu namorado, vadia. E eu sei me cuidar muito, muito bem.

Liz pega sua bolsa e sai do banheiro. Amanda se levanta lentamente e se olha no espelho. Ela estava com um olhar raivoso, para não dizer um olhar psicótico. Era possível sentir sua vontade de matar a distância. Ela respirou fundo se controlando, fechou seu casaco para esconder a mancha de sangue pois, já havia se curado de seu ferimento e então andou atrás de Liz para sala. Elas acabam entrando uma atrás da outra na sala de Sarah, o que chama não só a atenção dela mas bem como a de Alan e Max.

                            Alan

- O que aconteceu?

                              Liz

- Nada. Só um papo de mulher para mulher. 

Cinquenta minutos passam até que o sinal toca, indicando o término da aula de história. Todos, com excessão de Max, Alan e Liz que ficam para falar com Sarah, se retiram da sala.

                            Sarah

- Morkles pediu para encontrarmos ele na loja depois das aulas.

                             Max

- Certo.

                            Liz

- Alan, você tem certeza que está pronto para saber de tudo?

                            Alan

- Pronto eu não estou e nem sei se vou estar, só que é preciso se quisermos derrotar Yan. 

As horas foram passando até que o sinal final da escola toca e todos os quatro foram direto para a Caixa Mágica, a loja de magia, que ficava no  centro da cidade. Ao chegar lá Morkles fechou a loja e todos se sentaram numa mesa redonda que tinha nos fundos da loja. Morkles serviu chá para todos numa tentativa de prolongar a conversa. 

- Morkles, sem querer ser grosseiro mas será que poderia me contar tudo de uma vez?!

                                     Morkles

- Claro. Bem, você já deve ter notado que é um demônio diferente dos outros, não só pelo fato de ter uma alma humana e sim pelos seus poderes. Você tem a força e a velocidade de um demônio normal porém é diferente porque você tem as garras presas e a imortalidade.

                                       Alan

- Desculpe estragar a diversão mas não estou muito interessado na hierarquia dos demônios. Eu quero apenas saber quem é Morpheus.

                                  Morkles

- Pois bem, para você saber quem é o demônio Morpheus primeiro tem que saber quem ele era quando vivo.

                                 Liz

- Você quer dizer que Morpheus era humano?

                                 Morkles

- Sim, todo demônio já foi humano uma vez. Bem, antes dele virar um demônio ele era um humano conhecido como Derek. Ele não era grande coisa, era um miserável, um assassino. Um dia, por ganância, ele tentou fazer um acordo com um demônio porém o demônio ficou louco com tantas almas e sofrimento que Derek tinha causado. E por engano o transforma em Morpheus, um demônio que seus únicos propósitos são dar uma nova vida  para seu hospedeiro e ele também é a peça chave para um ritual.

                               Sarah

- Ritual? Que ritual?

                               Morkles

- Um ritual de fortificação para transformar uma criatura na mais poderosa do universo. Ele é a peça-chave, não só por em vida ter causado muita dor e sofrimento mas, por ser o único demônio que faz a alma de um humano permanecer viva. É claro, para o ritual acontecer, é preciso outros sacrifícios. 

                                Liz

- Que sacrifícios?

                            Morkles

- Um vampiro, um lobisomem, um caçador ou caçadora da linhagem e um bruxo poderoso para fazer o feitiço.

                           Sarah

- Então é isso que o Yan quer...

                           Liz

- É, temos tudo o que ele precisa.

                       Max

- Então o que estamos esperando? Vamos logo atacar ele e o destruir. 

                       Morkles

- NÃO!!! Vocês ainda não são páreos para ele, ele é muito mais forte que vocês.  

                       Alan

- Por que?! Por que ele está dentro de mim?! 

Alan se levantou rapidamente da cadeira e começou a ficar nervoso, levantando o tom de voz para Morkles. Ele chegou até a perder o controle de seus poderes, as garras e presas saltaram para fora e seus olhos mudaram de cor.

                       Morkles 

- Para falar a verdade foi um acidente. Yan acabou matando o último hospedeiro de Morpheus.

                         Alan

- Eu sou assim por conta de um erro daquele desgraçado. 

Alan começou a chorar e a cada minuto estava ficando com mais raiva. Dava para se notar em seu rosto a dor, o medo e a raiva. 

                             Liz

- Alan, fica calmo!

                       Alan

- Calmo?! Você não entende, eu tenho a alma de um demônio assassino dentro de mim!

Sem que alguém pudesse falar mais alguma coisa, ele saiu correndo da loja. Só foi possível ver um vulto de tão rápido. 

                                Liz

- Droga! Eu vou atrás dele.

                  Morkles

- Não, você fica. Max e Sarah vão atrás dele. 

Max e Sarah correm atrás de Alan sem nem mesmo pensar.

                      Liz

- Morkles, ele é meu namorado. Por que não me deixou ir atrás dele?

                       Morkles

- É que eu preciso te entregar algo, minha criança.

Morkles vai até um pequeno armário que estava atrás dele e retira uma pequena caixa de madeira. Dentro dela havia um lindo colar com um diamante. Ele pegou o colar e colocou no pescoço de Liz. Logo em seguida, o colar brilhou.

                          Liz

- Morkles, ele é lindo mas não sei se é certo eu aceitar. 

                        Morkles

- Sim, você pode e você vai. Esse colar vai te proteger de todo e qualquer mau que esse mundo possa ter.

*20:13 - Ponte abandonada de Store City 

Alan estava sentado no meio da ponte se debulhando em lágrimas. Max e Sarah se aproximam lentamente dele.

                         Sarah

- Alan!

                            Alan

- Oi. Desculpe pelo o que eu fiz... 

                          Sarah

- Tudo bem, a gente entende. 

                        Max

- É, sabemos melhor do que ninguém como é descobrir o que realmente somos. Mas é claro que aquele não é você e nunca será.

                          Alan

- Obrigado. 

                        Sarah

- E diferente do Max ou de mim, você não está sozinho. Não terá que passat por isso sozinho, estamos juntos nessa.

Nesse momento os três deram um sorriso repentino e riram como se não tivessem nenhum problema.

                         Max

- Alan, por que você veio para essa ponte?

                      Alan

- Foi nessa ponte que a dois anos o carro da minha mãe capotou, foi onde ela morreu. Ás vezes gosto de vir aqui para poder pensar. Sei que é estranho mas me sinto próximo a ela aqui.

                   Sarah

- Sinto muito. Vem, vamos embora.

( Naquele momento eu notei que ele não passava de um garoto indefeso, com medo de si próprio e não demonstrava perigo para ninguém além de si mesmo).

Eles se levantaram e foram caminhando juntos para fora da ponte. Os três sentiram que não estavam mais sozinhos, puderam ver que tinham um ao outro.