Doce Sacrifício escrita por Jessica Hitachiin


Capítulo 13
Capítulo 13 - Forever Halloween




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Musica tema: Misery [The Maine]

Michelle não podia pensar em nada mais constrangedor.

De volta ao ginásio, ela e Raphael encontram as gêmeas Stonem. Vanessa estava linda naquele kimono, parecia uma princesa chinesa, mas era apenas Mulan, com Raphael havia dito anteriormente. Já Ashley tomara um caminho totalmente oposto ao da irmã: enquanto o traje de Vanessa ia até os seus pés, o vestido marrom desta ia, no máximo, até o meio de suas coxas.

Mitch fica sem saber o que fazer quando Vanessa senta-se no colo de Raphael e os dois começam a se beijar.

Constrangedor. Muito constrangedor.

A loira desvia o olhar, observando ao seu redor pela primeira vez. E percebe algo inusitado aos padrões de festas da Roundview: não havia nenhum monitor ali.

– Estranho, não é? – Ashley pergunta, com seu energético em mãos – Não tem nenhum professor por perto e eu não vi a Sra. Hastings, nossa querida diretora, em lugar algum.

#

Alison e Jessica estavam escoradas em uma das poucas árvores no jardim da escola. A loira encarava um dos bonecos disposto à sua frente. Por causa do capuz que ele usava Alison não podia saber se haviam feito um rosto para o boneco, mas aquela coisa parecia fitá-la com a mesma intensidade. Um arrepio percorre sua espinha e ela quase tem uma parada cardíaca quando o celular de sua amiga toca.

As duas dão uma leve risada pela reação da loira, mas logo o rosto da outra fica sério ao abrir a mensagem que acabara de receber:

“Se David e Josh estivessem se afogando, quem você salvaria primeiro? –G”

– Está tudo bem? – Alison indaga a amiga ao notar o jeito estranho que a mesma olhava para o celular.

Jessica lê a mensagem em voz alta e as duas ficam em silêncio por alguns segundos, até que Alison decide perguntar:

– Então, quem você salvaria?

– Nenhum dos dois, eu não sei nadar – Jess apaga a mensagem e assenta seu celular em cima de sua perna, como se nada tivesse acontecido.

– E você vai deixar por isso mesmo? Não vai nem querer saber o porquê da pergunta?

Antes que Jessica pudesse responder, ela recebe outra mensagem:

“Se eu fosse você, eu me apresaria. –G”

– Você acha que ela fez alguma coisa com eles?

Everdeen prefere não responder. Ela olha ao seu redor, como se esperando encontrar alguma solução do que fazer por entre aqueles bonecos bizarros. Por fim, ela levanta-se.

– Vamos sair daqui.

As duas garotas caminham até a entrada do ginásio, que estava lotado de alunos com as mais variadas fantasias.

– Vem Ali, vamos perguntar se alguém os viu – Jess segura o braço da loira e tenta puxá-la, mas Alison as leva para o lado oposto.

– Vamos começar com o Robin Hood ali – Ali maneia com a cabeça para um canto afastado e Jessica nota o rapaz escorado à parede: Matty.

Enquanto se aproximavam, a garota percebe que se ele trocasse aquela capa verde por uma branca, ele ficaria igual ao carinha do Assassin’s Creed.

Aos vê-las se aproximando, Matt desencosta-se da parede e sorri, mostrando seus perfeitos dentes brancos.

– Hei garotas! Gostando da festa?

Alison dá de ombros e diz:

– Um pouco, até –G aparecer e acabar com tudo.

– Como assim?

Ela lhe conta sobre as mensagens e como acha que talvez David e Josh estejam em perigo.

– Eu não acho que vocês deveriam ficar tão preocupadas. Ela deve estar somente tentando assustá-las.

Jessica nota seu tom calmo e despreocupado. Ela sabia que se a decisão dependesse de Matthew, ele deixaria os dois morrerem afogados. Mas ela não iria desistir assim tão fácil.

– Você não os viu por aí?

– Bem, eu vi o Josh perto da sala do Sr. Snicket com o Taylor há pouco tempo.

– Com o Taylor? Tem certeza?

– Tenho. Josh estava usando uma fantasia de policial, se não me engano. Talvez eles ainda estejam por lá.

– Certo, nós vamos dar uma olhada – Alison puxa Jessica pelo braço, afastando-as dali. – Valeu Matty.

– Disponha – Ele diz baixo, para si mesmo. Afinal, as duas já tinham saído correndo como loucas porta a fora.

#

Era oficial: Michelle estava odiando aquele Dia das Bruxas. Depois dos vários sustos que tomara, ela ainda tinha que aturar a grudenta da Vanessa o tempo todo em cima do Raphael. ‘Ta certo que eles eram namorados, mas depois de tudo o que aconteceu, Michelle deveria ser a última pessoa a ter que ver todo aquele agarramento. Então ela inventa uma desculpa qualquer para Ashley e sai mais do que depressa dali.

Agora Ash teria que segurar vela sozinha... até parece que ela faria uma coisa dessas.

Assim que Michelle saiu, perdendo-se no aglomerado de jovens dançando, Ashley resolveu que estava na hora de divertir-se de verdade e então vai até a pista de dança. Às vezes arrependendo-se de ter ido de Pocahontas: aquele vestido era muito curto e ela tinha que ficar parando para arrumá-lo o tempo todo.

#

Definitivamente não era assim que Alison pretendia passar a sua noite.

Andar por todo o colégio a procura de dois garotos que ela nem sabia ao certo se deveriam ser procurados era um saco. Ela olha novamente para a tela de seu celular, lendo mais uma vez a mensagem que recebera há pouco:

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. –G

Por que mesmo aquela maluca estava citando Chaplin? Não importa, a dica estava bem clara: ela queria que Alison fosse até o teatro da escola.

Ali pondera sobre isso: ir a um lugar vazio, possivelmente escuro, só porque –G a mandara? Isso com certeza não ia terminar bem pra ela.

Do outro lado do pátio, a loira vê uma garota de vestido vermelho entrar no prédio onde fica o teatro. Ali estranha, afinal não há motivos para alguém ir lá sozinha há essa hora. A não ser que essa garota seja... não! Ia ser fácil e óbvio demais. Mas de qualquer jeito, Alison decide fazer a vontade de –G e ir até lá.

Uma atitude muito estúpida essa. E Alison descobriria isso rapidinho.

#

Bela hora para perder o celular, David!

– Rachel? – David a chama, sentando-se ao seu lado, mas ela continuava a fitar o nada como se não tivesse ouvido-o então ele a chama mais uma vez. – Rachel?

– Hm? – Ela vira a cabeça em sua direção, o encarando com olhos vermelhos. David já havia percebido que ela não estava bêbada, mas sim drogada. Parece que uma certa pessoa gosta de dopar os outros e depois trancá-los nos momentos mais inoportunos.

– Rachel, você está com o seu celular aí contigo?

– Não. Ele estava na minha bolsa, mas o urso azul a pegou de mim.

Urso azul? Certo... quando o efeito disso vai passar mesmo?

– Agora fique quieto. Eu estou tentando te ignorar aqui – Rach afasta-se de David, apoiando a cabeça na parede, e volta a encarar as cortinas da janela, que balançavam conforme o vento soprava.

– Por quê? O que foi que eu fiz?

– Você quer mesmo falar sobre isso agora?

Sim. David queria falar sobre isso e, já que os dois estavam presos ali sozinhos, por que não agora?

– Qual é Rach! Só porque terminamos não significa que não podemos ser amigos.

A gargalhada que Rachel dá em seguida deixa David ainda mais confuso e irritado. O que ele disse de mais?

– David, por favor! Você não é o tipo de cara que têm amigas. Com você tem sempre algo a mais.

Ótimo! Outra que acha que eu sou ninfomaníaco!

– E se não fizemos isso antes – Rach fica de quatro e engatinha até ele, deixando seus rostos bem próximos. – Não vamos fazer isso agora. Se bem que... – A garota morde o lábio inferior e deixa a conclusão da frase para a mente de David.

Os dois sozinhos naquela sala pouco iluminada... parecia o cenário ideal.

Rachel ajoelha-se ao lado de David e puxa-o pela nuca, beijando-o em seguida. Ela sabia que se fosse longe demais ele a pararia e caso não o fizesse, bem, ela estava chapada demais pra se preocupar com isso agora.

As mãos de David abraçam a cintura da garota, que mantinha os lábios colados nos seus, mas ele os separa quando o ar se faz necessário.

– Rachel...

E ela nunca vai saber o que ele ia dizer, pois o barulho da porta abrindo-se pega-a de surpresa e ela se afasta de David. Os dois olham para a entrada da sala e vêem duas figuras de preto adentrarem-na.

Os dois jovens levantam-se e antes que pudessem esboçar qualquer reação, as duas pessoas aproximam-se e um deles puxa brutalmente Rachel pelo braço. David tenta ajudá-la, mas o outro acerta-lhe um soco no rosto, fazendo-o cambalear para trás. Ele tenta ver o rosto do sujeito, mas ele estava mascarado.

Dav sente outro soco lhe atingir e esse o faz cair no chão, ele nota que a figura encapuzada deixara algo em cima duma das mesas antes de fugir junto com seu parceiro, que carregava uma Rachel desacordada nos braços. Com certo esforço, David levanta-se e vai até o objeto em cima da mesa, e não sabe se fica feliz ou ainda mais preocupado ao perceber que era o seu celular.

Quando foi que eles o pegaram?


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Notas finais do capítulo

Olha que legal: nevou no meu estado, mas nÃÃão na minha cidade ÃÃìÃÃì' Aqui sÃÃó teve "chuva congelada" (Quione, por que vocÃÃê me odeia?).
Whatever. A mÃÃúsica que escolhi pra esse capÃÃítulo ÃÃé muito linda, entÃÃão peÃÃço de coraÃÃçÃÃão que ouÃÃçam-na.



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