Diário De Uma Filha De Hades escrita por Yuki Fernandes


Capítulo 3
Acampamento com "Metade do Sangue"


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente. Ai está mais um capítulo do meu diário xD



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James tinha chegado - ou pelo menos eu achava - em Long Island em menos de 1 hora. Pra alguém com cascos ao invés de pés, ele dirigia rápido demais pro meu gosto.

– Chegamos, Nath. Pega logo seus cacarecos e vamos andando.

– Você vai tirar o pai da forca é, James? Se acalme, tá bom?

– Quanto ao tirar o pai da forca não vou não, mas sério, vamos logo com isso. Quero ir logo pro acampamento. – Ele disse apontando para a colina logo à frente.

– Você tá de brincadeira? Além de dizer que ali encima tem um acampamento, você ainda quer que eu suba?

– Prefere que eu te arraste? – Ele falou me segurando pelo braço.

– Não. – Falei me soltando. – Prefiro andar mesmo.

A subida pelo menos não era tão íngreme. James já tinha me passado (óbvio), mas assim que cheguei ao topo próximo ao pinheiro havia dois pilares de mármore branco que sustentavam um letreiro do mesmo material com os dizeres “Acampamento Meio-Sangue”.

– Enfim chegamos. – Cantarolou James alegrinho demais.

– Só me responda umas coisinhas, Sr. Bode... O que era aquela garota e que história maluca é essa de semideusa? Ah, e pra não esquecer, que diabos é esse acampamento?

– Ta bom. A garota é o que chamamos de empousai. É parecido com uma vampira, mas parece que foi feita de vários materiais, e como se não bastasse ainda solta fogo pela cabeça. – Ele disse rindo. – Já a parte de semideusa é simples, seu pai é um deus grego.

– Espere ai. Deus grego? Que história é essa?

– Cara, tipo... Uma mortal se encontra com um deus e ai eles...

– TA BOM! Não precisa detalhar não, eu já entendi!

E eu já tinha entendido mesmo, só achava que era uma coisa impossível. Mas com tudo que eu tinha visto no dia anterior, não tinha nada a meu favor. James começou a passar pelo pilar, então o segui e quase cai pra trás quando vi o acampamento. E que acampamento hein. Ao longe podiam ser vistos campos de morangos, chalés distribuídos em um formato de “U” e uma enorme casa feita de mármore. Não tive muito tempo para apreciar a vista, pois um bode - quer dizer, sátiro, corria em nossa direção. Ele era alto, seus cabelos eram ruivos, com pequenos chifres por entre o emaranhado de cachos acobreados e vestia uma camiseta laranja com o nome do acampamento.

– James! Finalmente você voltou! Como foi no Brasil?

– Quente demais, Grover. Ainda bem que só uma bandana podia esconder os chifres.

A e desculpem por não ter descrito o James. Ele era loiro, tinha olhos azuis e de fato sempre usava uma bandana na cabeça. Já eu, tinha cabelos castanhos e olhos da mesma cor, mas não era pálida igual a minha mãe...

– Quem é a meio-sangue que trouxe? – Perguntou Grover.

– Ah sim, essa é Nathalie Kennedy. Ainda não sei quem é o pai divino dela. – Respondeu James.

– Não faz mal. Aposto que ela vai ser reclamada ou na fogueira ou na captura a bandeira. Enquanto isso, ela conhece alguns outros campistas. – Disse Grover, indo em direção a grande casa de mármore.

James fez um gesto para que eu o seguisse, então obviamente fui atrás dele. Não sabia para onde ele estava indo até que ouvi o som de laminas se chocando e alguns gritos, não de dor, mas de desafio. Aquilo era um campo de treinamento com espadas, finalmente alguma coisa legal nesse dia. Vários que garotos e garotas praticavam em duplas, trios ou quartetos enquanto um centauro supervisionava... Pera ai, um centauro?!

– Quíron! – Gritou James atraindo a atenção do centauro, que veio em nossa direção a meio galope.

– James. Vejo que voltou com uma nova campista.

– Hey, Quíron. Essa é Nathalie, ainda não foi reclamada.

– Entendo... O Sr. D. não está aqui e preciso falar com você. Vou pedir para que alguém apresente o acampamento a ela, certo?

– Desculpe interromper, mas você é Quíron? O centauro que treinou Heracles? – Perguntei.

– Sim criança. – Respondeu Quíron. – Fernando e Diego! Venham aqui, por favor!

Uma dupla de garotos veio ao nosso encontro. Um era alto e demasiado pálido, quase translucido em contraste com seus olhos profundos e cabelos negros desarrumados, dando um ar de badboy. O outro era um pouco mais baixo, com um tom de pele normal, um pouco bronzeado; os cabelos eram compridos e castanhos, e pude notar de longe seus olhos extremamente verdes.

– Oi, Quíron. Algum problema? – Perguntou o menor.

– Nenhum, Fernando. Só quero que você e o Diego mostrem o acampamento para a novata enquanto falo com o sátiro dela.

– Sem problemas. – Respondeu.

James agora seguia Quíron até a casa grande, mas se virou a tempo de poder dizer um “Veja se não me troca” silencioso. Fernando me observava de um jeito relativamente estranho com seus olhos claros.

– Hey, sou Fernando Milligan, filho de Poseidon. Esse armário ai é meu irmão Diego.

– Na verdade ele só me considera um irmão. Sou um filho de Hades. - cortou.

Assenti. Eu não estava muito a vontade ali, mas teria que me acostumar.

– Sou Nathalie Kennedy. Ainda não sei quem é meu pai...

– Saquei... Vem, vamos te mostrar o acampamento.

Acho que nem andamos metade do lugar. Aquilo era enorme e parecia estar profundamente ligado à mitologia grega. Deuses existiam, monstros também existiam e segundo Fernando, unicórnios também existiam! Se aquilo ficasse pior eu acho que ia me internar.

– E por ultimo, mas não menos importante os chalés! – Disse Diego fazendo uma pose de apresentador de TV que fez com que eu e Fernando ríssemos simultaneamente.

– Qual é, Di. Para de fazer essas poses. – Pediu Fernando, ainda rindo.

– Desculpa se faço pose melhor que você. – Respondeu Diego.

Parei de rir por um segundo, quando notei que uma garota loira vinha correndo em nossa direção a todo vapor. Fernando também viu, por isso apontou por cima do ombro de Diego.

– Cuidado, Di! – Ele gritou.

Diego se virou, mas já era tarde demais. A garota já o tinha derrubado no chão.

– Qual é, Isa. – Reclamou Diego.

– Você tem que ficar mais esperto, filho do tio Suquinho. – Falou a garota. Ergueu seu rosto e se levantou ao notar minha presença. – Oi, sou Isabela Leto, mas pode me chamar só de Isa. - veio até mim e me deu um abraço. - Sou filha de Zeus.

– Sou Nathalie... – Falei, surpresa com sua ação

– A gente ia levar ela até o chalé de Hermes, Isa. – Falou Diego, se levantando.

– Vou com vocês então, mas Nath, é melhor deixar suas coisas com um dos meninos. A galerinha do chalé 11 adora dar sumiço nas coisas. - sorriu.

Aquilo fazia sentido. Pelo que eu consegui ler uma vez (com grande dificuldade) Hermes também era o deus dos ladrões.

– Entendi. Me levem logo lá.

– Ok, ok. – Disse Diego.

Eles me deixaram no chalé 11, que relativamente era o mais lotado. Mais tarde Fernando voltaria para me levar até o pavilhão de jantar, onde provavelmente eu seria reclamada por meu pai divino.


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Notas finais do capítulo

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