Capítulo 20 – Todas as histórias tem um final...

Depois que eu voltei para o acampamento, passei alguns dias no chalé 11 antes que um mutirão dos chalés de Atena, Hécate e Hermes construíssem o chalé 23, designado à deusa da noite. Com uma pequena ajuda minha nos detalhes artísticos, o chalé 23 se tornou uma construção parecida com a real casa de Nyx no mundo inferior.

Era um chalé em tamanho comum, feito com pedras negras – que mais tarde foram enfeitiçadas pelos filhos de Hécate pra mostrarem o céu noturno com nuvens e tudo, mesmo de dia – e madeira escura. A porta, feita de ferro negro acompanhava as fases da lua era adornada do lado de fora por um jardim de peônias negras – peônias são oficialmente as flores de Hipnos, mas as negras são de sua mãe, Nyx – e fechaduras metálicas. Por dentro, o chalé tinha um teto LCD mágico que mostrava o céu de noite (mesmo de dia, é claro) e janelas que podiam tanto ser escurecidas quando dar luz ao lugar. Ele tinha lindas pinturas azul noturno por dentro, também, e tinha alguns poucos móveis além de um par de beliches – afinal, todos sabiam que sem mim o chalé ficaria vazio – e uma estátua de três metros da deusa Nyx, cujos detalhes eu mesma tive que descrever para o filho de Hefesto que a esculpiu.

Então, quando eu finalmente tive o meu chalé, Quíron me deu permissão para acordar mais tarde – uma vez que mesmo sem a permissão eu fazia isso.

Pouco tempo depois de eu me instalar no chalé 23, eu comecei a me preocupar com a minha profecia.

Um inimigo a muito esquecido desperta: a escuridão, a morte quase certa.
Nisso Quiron estava certo, era sobre Érebo.

A filha da noite para o destino dos mortos sozinha deve partir.
Isso definitivamente era sobre mim, indo para o submundo derrotar Érebo.

Encontrará três amigos,
Thalia, Nicolas e Nico, respectivamente.

Mas de dois terá que desistir.
Isso deve querer dizer que eu tive que deixa-los (o que eu fiz) para prosseguir com a missão.

Escolherá entre o que é certo e o que te importa, e no fim, perderá aquele que te conforta.
Isso já me dava nos nervos. Nenhum desses versos havia se realizado, e eu estava começando a me preocupar.

De qualquer forma, eu não chutei a boa sorte de ter sobrevivido à um rio com forte correnteza, um raio de Zeus e um deus da escuridão, então eu decidi aproveitar minha estada no acampamento meio-sangue enquanto podia.

Passei o resto de meus dias lá treinando arco e flecha (os filhos de Apolo eram realmente irritantes, me lembrando diversas vezes sobre meu episodio de dança com Nico e me perguntando se o sol não estava me incomodando), esgrima, capturando bandeiras, subindo o paredão de lava (depois de cinco dias e muito uso do meu ovo de fênix, eu finalmente consegui) e ajudando o pessoal a construir o Argo II – infelizmente, havia outra profecia para o pessoal e aquele negócio sobre a morte sem fim era realmente assustador.

Se passaram vários meses, e vários acontecimentos até que eu fosse chamada à grande Casa por Quíron, e quando eu cheguei a cabeça de leopardo raivosa de Dionisio rosnou para mim.
- Olá para você também. – eu disse, puxando um biscoito do bolço e jogando para ele. Ele comeu feliz por um segundo, e pela primeira vez eu me pergunte para onde o que dávamos para ele iria.
- Aí está você – apareceu Quíron em sua forma de cadeira de rodas – me espere naquela sala ali – ele apontou uma porta atrás dele – por que parece que um dos campistas quebrou a perna, e os filhos de Apolo estão realmente ocupados.
- Uh, claro Sr. Quíron – eu disse, ele sorriu e disparou para fora enquanto eu entrava pela porta.

Era uma sala que parecia o rol da fama dos campistas – haviam fotos tão velhas que estavam em preto em branco, do que eu reconheci campistas de épocas mais remotas. Então lá estava ela – uma foto em preto e branco de uma garota de mais ou menos 15 anos com uma expressão similar à da Clarisse que eu soube instantaneamente que era a minha avó.

Ela tinha um cabelo encaracolado até a cintura que na época devia ser ruivo, usava uma camisa do acampamento com botas de combate e calças camufladas. Quíron estava do lado dela e atrás deles havia a maior lula de pedra que eu tinha visto em toda a minha vida, assim como um embrulho do tamanho de uma cabeça nos pés da vovó. Pasma, eu concluí que era mesmo uma cabeça e ela tinha morto o Kraken.
- Olá – disse Quíron entrando na sala – ah, você está olhando essa foto. Abigail Forbes, a garota mais valente que eu já conheci – com exceção talvez de você, e Clarisse.
- Ela é minha avó. – eu disse. Quíron concordou.
- Sim, ela é. Eu soube no momento que você entrou no acampamento.
- Então – eu disse – você sabe o que ela fez para ser exilada, não é? – eu perguntei, e Quíron ficou em silêncio. Então eu me virei e olhei para ele – E eu suponho, que você não vai me contar, certo?
- Não é tão simples assim, Eevelyn. – ele disse, seu olhar realmente triste – O que aconteceu com Abigail foi uma tragédia, e infelizmente é mais provável para você do que foi para ela que você tenha um destino parecido.
- Vocês todos – eu disse – falando sobre atravessar fronteiras e segredos e que eu vou seguir o mesmo caminho! – eu disse – Vocês já pensaram que se dissessem de uma vez eu saberia o que eu tenho que evitar?
- Eu já teria dito a você, se eu pudesse – ele disse – infelizmente, eu não posso. Estou sob juramento. – ele parecia realmente triste.
- Ok então – eu disse – Por que você me chamou aqui? – eu disse mais suavemente.
- A sua avó – ele disse – está te esperando na Colina meio-sangue.
- Por que ela está aqui? – eu perguntei.
- Aparentemente – ele disse – você tem que ir para a escola, ou o serviço social que monitora Abigail desde que ela ganhou a sua guarda vai começar a pensar que ela negligência você.
- Oh – eu disse – não posso usar a névoa com eles? – desde minha volta, Quíron me dera aulas especiais sobre manipulação da névoa. Sendo uma filha de Nyx, eu era realmente boa nisso.
- Eu acho – ele disse – que talvez você deveria ir com ela. – ele então sorriu tristemente para mim, e eu bufei.
- Oh, sim. Eu posso voltar no verão e levar Fragarach? – eu disse, e ele assentiu.
- Apenas tente transformá-la em algo mais passivo, como uma caneta ou algo que possa estar sempre com você.
- Claro – eu disse, puxando a espada – Fragarach. – eu disse, pensando em um pingente de colar de um punhal, e Retaliadora se transformou em uma versão pocket de si mesma. Eu a coloquei na mesma corrente do colar do clã, além das contas do acampamento – uma azul noturno com uma lua negra, dizendo que eu havia sido reclamada e outra inteiramente branca representando a granada de luz que eu explodi na cara de Érebo.
- Então Eevelyn – disse Quíron, dando uma batidinha de leve no meu ombro – boa sorte.

Eu deixei o acampamento logo após pegar as minhas coisas no chalé 23, que realmente havia sido a minha casa ao invés da solidão que eu antecipei antes de sair do acampamento. Dei uma última olhada da colina meio-sangue, avistando pela última vez o meu lar e então desci até o carro que minha avó havia estacionado ao pé da colina. Eu entrei no carona e olhei para ela – seus olhos transparentes fitavam tristemente a colina meio-sangue e sem dizer uma palavra, ela ligou o carro e começou a dirigir.

No caminho, eu virei o rosto e observei a colina meio-sangue diminuindo e por fim, desaparecendo – tudo sem saber que seria a última vez que eu a veria.