Impossivel De Acreditar escrita por Lilly Belmount


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Se você estiver lendo me conte o que está achando, o que sugere que possa acontecer com essas duas irmãs... com os seus sonhos...



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Infelizmente a vida daquela familia era muito agitada e sempre estavam fora de casa. Só se encontravam na hora do jantar e nos finais de semana, isso quando era possivel. Wanda sabia que as suas garotas estavam muito bem encaminhadas para o seu futuro. As educou de maneira correta e integra sem ajuda do marido. Uma verdadeira guerreira. Conquistara o seu mundo sem ajuda de homem algum. Passara o dia inteiro trabalhando fora, cuidando de agendas de empresários que não lhe davam valor pelo seu esforço realizado. Mesmo que desejasse lhes dizer poucas e boas sabia que deveria se controlar, mas um dia teria a coragem necessária para que assim realizasse a sua vontade.

Ao chegar em casa, Wanda largou suas coisas na sala. Precisava se manter livre de todo aquele peso e cansaço de si. Foi para o seu quarto tomar um bom banho relaxante. A aquela hora a janta já estaria pronta. Priscila sempre conseguia agradar a sua mãe no paladar. Seus pratos eram deliciosos e misteriosos. Um sabor envolvente e único. Era um dos seus prazeres.

— Mãe? — Perguntou Priscila parada na porta.

— O que foi querida? — Sua voz soou preocupada.

— A senhora acha que eu estou gorda?

— Por que essa pergunta agora, Priscila?

— Só queria saber... — Ela respirou profundamente — Preciso fazer uma pesquisa com a Glória sobre o universo das atrizes.

— Daqui a pouco ela chega.

— Precisar estarei no meu quarto.

Priscila nos últimos meses tem andado misteriosa demais. Não falava nada a respeito do que acontecia na sua escola. Antes ela sempre estava muito empolgada, contava até sobre as particulas de pó se necessário, mas havia um certo silêncio que vinha preocupando Wanda. Não demonstrava, pois sabia que sua filha iria contornar a história e diria o que ela deseja ouvir. Um apenas "estou bem" era fácil de ser aceito sem saber quais eram as causas e os danos provocados.

A cada dia que se passava um buraco ia sendo aberto no coração daquela doce jovem. Não fazia nada de ruim para as pessoas e no entanto as pessoas a faziam sofrer sem merecimento. Ninguém merece sofrer, por mais idiota que a pessoa tenha sido.

**********

A volta para casa era exaustiva demais, Glória mal conseguia andar só de pensar no tanto de exercicio que realizara num único dia. Seus professores usaram e abusaram de suas capacidades fisicas e mentais. Esqueceram que acima de tudo ela ainda era uma relise mortal, precisava do corpo para outras tarefas do dia-a-dia. Não os culpava por querem ser os melhores, mas tinham de ter o minimo de consciência.

Enquanto o trem não chegava na plataforma, Glória optou por colocar os fones de ouvido. Queria manter-se distraída até chegar no seu destino final. Muitas pessoas iam de vinham de lugares distantes e sempre com um belo sorriso no rosto. Um exemplo a ser seguido. Mesmo que a vida ou a sociedade em si estivesse de bom agrado estas pessoas sorridentes conseguiam transformar o dia de outras e assim possivelmente um onda ia sendo gerada. Uma onda de sorrisos. Sua atenção fora desperta ao ver um casal um tanto que diferente se posicionarem ao seu lado. À principio ela pensara que ambos fossem irmãos, mas a sua pré-definição fora destruída após estes mesmos compartilharem um beijo profunda e intensamente apaixonado. Uma bela demonstração de amor, mas o fato é que a garota usava uma cadeira de rodas e ele parecia não se importar com os olhares de algumas pessoas que os reprovavam.

Essa poderia ser a melhor definição sobre o que é amar de verdade. Ambos possuiam respeito e compaixão ao próximo. Eram parceiros e cumplices de uma vida encantadora. Eles não se sentiam incomodados com os olhares sobre eles, demonstravam ainda mais o quanto eram felizes.

Não demorou para que o trem chegasse na plataforma, o casal embarcou antes de Glória. Ela não se importava com isso, tinha de ser paciente de qualquer forma. Algumas pessoas sempre tinham o costume de olhar para ela de forma estranha. Não era exagero, masela sempre carregava três bolsas consigo. Tudo que precisava tinha de estar ao seu lado, pois não havia como voltar para casa caso esquecesse algo. Não havia lugar disponivel para que ela pudesse se sentar, ficou encostada na porta.

O trem começou a se movimentar e Glória permitiu que a sua mente viajasse além da melodia da música que escutava. Incansáveis vezes se sentia invisivel perante a sociedade em que vivia. Pessoas que muitas vezes não sabiam dar valor a sua arte, a sua cultura, desejava viver num mundo melhor onde as pessoas são capazes de amar a arte acima de tudo.

Nenhuma de suas lutas eram em vão, fazia porque acrediatava na mudança que poderia realizar no mundo e nas pessoas, por menor que fosse essa mudança pelo menos haveria de acontecer. Uma frase dita com clareza poderia surtir mil e um pensamento, formas de interpretação que acabariam gerando uma onda maravilhosa. Talvez pudesse ser apenas algo de sua mente sonhadora. Sonhar não fazia mal, sempre haveria pessoas que lhe inspiraraiam a causar uma mudança no mundo.

Logo ela estava no terminal da estação. Tinha de subir imensas escadas com todo aquele peso em seu corpo. Sem pressa foi subindo desejando que todo aquele sofrimento um dia acabasse, que pudesse dar melhores condições de vida para sua mãe e sua irmã. Era por elas que Glória ainda continuava lutando pelo seu futuro. Faria de tudo para que a sua famílai fosse feliz de alguma maneira, mesmo que isso um dia lhe custasse a vida.

As ruas por onde caminhava até chegar em seu bairro estavam completamente escuras e sem movimento. Não havia um único ser humano que pudesse lhe chamar a atenção. Qualquer movimento em meio ao bréu lhe assustava e era um risco desconhecido. Com todo aquele peso, Glória tentou correr o mais rápido que podia. Não poderia vacilar na rua. O escuro poderia lhe oferecer muitos riscos.

Enquanto voltava da faculdade, Glória estranhou a movimentação na rua onde morava. Ali era o único lugar que parecia estar fora do normal. Crianças brincavam nomeio da rua enquanto suas mães as observam dentre uma conversa e outra. Haviam dois caminhões de mudanças, um deles direcionado para uma das casas que estavam a ser vendidas. Não deu a mínima importância. Seriam apenas mais alguns vizinhos chatos que nunca falariam com ela ou sequer com a sua família. Novamente seriam ignoradas, mas já estava acostumada a lidar com essa situação.

Ao entrar em casa, Glória estranhou a preocupação que estampava o rosto de sua mãe. Nada daquilo poderia ser verdade. Não queria sequer pensar em como o dia de sua mãe havaia sido enquanto estivera fora de casa.

— Está tudo bem aqui em casa? — Perguntou Glória enquuanto colocava suas bolsas no sofá.

— A sua irmã não saiu do quarto o dia todo, não quis se alimentar e veio fazendo perguntas que não faziam sentido para mim. — Wanda começava a chorar desesperadamente — Temo que ela possa fazer algo ruim para si mesma. Tenta falar com ela, por favor.

Glória sorriu fraco. Levantou-se do sofá e foi se postrar diante da porta do quarto de Priscila, bastou apenas duas batidas para que ela fosse aberta. Assim, ela entrou e trancou a porta. Queria ter uma conversa muito séria com sua irmã.

— O que está acontecendo, Priscila?

— Só estou triste!

— E por que?

— Por que hoje me chamaram de gorda na aula de educação fisica. Só porque eu não consigo correr direito. Não tenho culpa de ser assim.

—Não liga para o que as pessoas dizem, e você é a minha maninha fofinha. A mãe e eu te amamos e amaremos independente da sua aparência. Essas pessoas não sabem o quanto você é linda. — Incentivava Glória.

— Pra você é fácil falar, sempre foi magra. — Murmurou Priscila.

— Do que adianta ser magra e não ser feliz. Nem todas as pessoas são felizes do jeito que são. Sempre vão procurar apontar o erro em outras pessoas, para que ninguém saiba que elas possuem algum defeito.

— Só queria que alguém me olhasse do mesmo jeito que olham para você!

— E vão, meu amor. Agora, vamos nos animar, elevar as energias positivas e comer uma boa pizza.

Priscila sorriu. Glória sempre conseguia animar aquela casa. Ao ver as duas garotas sairem do quarto, sorriu aliviada. Correu para abraçá-las. Aquelas garotas eram o seu mundo acima de tudo, lutaria por cada uma delas para que estivessem sempre sorrindo. Amor de mãe nunca acaba.


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Notas finais do capítulo

O que acharam minhas amoras?