Ela apareceu para mim na hora mais desesperadora. Quando tudo estava ruim e desmoronando. Ela veio ate mim, trazendo um pouco de paz nesse caos.

Não me importava com oque os outros pensavam. Porque eu só pensava nela.

Um diabo angelical. Era assim como eu a via.  Perigosa e mortal, mas doce e gentil ao mesmo tempo.

Foi irônico como nos conhecemos. Nós trombávamos em vários lugares, no ônibus, no parque, na rua. Ate que ela veio ate mim, e fez o maior escândalo insinuando que eu estava seguindo-a. Eu fiquei realmente assustado. Então ela começou a rir. Ah, como eu adoro o riso dela. Ela se apresentou , e logo começamos a conversar.

Tínhamos tantas coisas em comum mas também tantas coisas diferentes.

Eu gostava de abacaxi e ela de acerola. Ela gostava de comedia enquanto eu assistia suspense policial. Mas ambos víamos o mundo da mesma forma, nos dois nos entendíamos perfeitamente.

Ficamos tão amigos. Tudo que acontecia de emocionante no meu dia, eu mal esperava encontra-la para contar. Ou ate mesmo conversar, zuar, rir. Já disse como adoro quando ela ri?

Meu mundo estaria em paz, se estivesse ao lado dela. Tudo estava bem, ate que eu soube da noticia e meu mundo desabou, desmoronou.

Tudo ficou escuro, e solitário. Perdido, era assim que me sentia.

Agora eu estou aqui, falando na frente de todos vocês. Parentes e amigos dela.

Agora eu estou aqui, ao lado do caixão dela. Me segurando para não chorar.

Estou gritando internamente.

Não queria que ela se fosse. Não sem eu me despedir dela. E dizer que o destino colocou ela no meu caminho, ela foi meu sinal de esperança, minha passagem para a liberdade.

Não queria que ela se fosse, antes de dizer um verdadeiro adeus.

E antes que a enterrem. Eu só quero que observem que mesmo morta, ela ainda sorri.

Já disse como adoro o sorriso dela?