Nosso beijo não parecia só um beijo. Tinha algo a mais, era sincero, cheio de carinho, de ambas as partes. Era... Especial. E esse foi meu primeiro beijo. Não, eu já tinha beijado alguém antes. Mas esse foi meu primeiro beijo de verdade. Assim que nos separamos, ele sorri, e me dá um selinho, e outro, e outro. Não posso evitar, e sorrio também.

— Você é tão...— Ele diz, e deixa a frase por aí, sem término.

— Tão?

— Linda. E diferente das outras.

— Ninguém nunca... Disse nada parecido pra mim antes.

— Espero que eu seja o primeiro e o último, então. — Ele se aproxima de mim pra mais um beijo, e sinto um gelinho na barriga quando nossos lábios se juntam outra vez. 

Isso tudo é tão perfeito. Parece até irreal, impossível pra mim. Eu, sentada na areia, beijando um garoto lindo que praticamente nem conheço. Ele demonstrando se importar e sendo fofo comigo. Dizendo que sou diferente e linda. Nada disso já aconteceu comigo... Eu não me acho feia, só que sempre fui muito fechada pras pessoas. Inclusive, eu nunca me apaixonei... E meu medo agora é de que isso aconteça. 

— Luke. — Digo entre o beijo, mas ele não me deixa terminar. — Luke. — Repito.

— Fala. — Ele poe uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, e me olha com cara de criança, com a cabeça um pouco inclinada pro lado.

— Eu tenho que ir embora.

— O que? Não, por que? Não tá gostando?

— Tô, mas... É que meu pai deve estar me esperando.

— Ah, esquece seu pai, fica aqui comigo vai, por favor. — Ele se deita na areia, e me puxa pelo braço com força, de modo que caio ao seu lado, com a cabeça apoiada em seu peito, e ficamos os dois ali, deitados. Por que é tão difícil resistir a ele? Eu quero ficar aqui, mais que tudo. Mas não sei se é a coisa certa a se fazer.— Só por hoje, não pensa em nada, vamos só aproveitar o momento, ta bom? 

— Tá, você venceu.

— Mas aí, me fala sobre você.

— O que você quer saber?

— Tudo.

— É muita coisa... Começa falando de você.

— Mais coisa ainda, você não faz ideia.

— Então vamos falar de outra coisa.

— Que coisa?

— Eu não sei.

— Nem eu.

Então nós ficamos ali, eu deitada no seu peito, ele acariciando meu cabelo por um tempo, e não falávamos nada, até que o sono começou a vir, então levanto meus olhos até ele, e ele estava dormindo. Ele parecia quase um anjo.