The Day War Ended escrita por Liran Rabbit


Capítulo 8
Capítulo VIII — My own luck




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Soluço

 

Se passaram três dias depois que Rapunzel aceitou me ajudar em relação com a Merida (O.k, nada de desespero... É apenas a Merida, mas mesmo assim bate aquele nervoso...).

E me pegando para que as férias chegassem logo. Pois é, gente linda, minhas aulas nem começaram e eu já to pensando nas férias, quem nunca fez isso? Pensar nas gloriosas... Ah, que saber? Esquece. Estou pirando já. Primeiro, Astrid chega da Noruega e me lasca um beijo; segundo, Merida descobre uma coisa dessas, ela viu o que aconteceu e torce a cara para mim cada vez que me encontra na troca de aulas ou até mesmo durante o intervalo, o que é constrangedor.

Eu tenho um bocado de culpa nisso tudo também e não posso pensar que a Merida é a culpada dessa confusão toda... Eu me lembrei de uma coisa do passado, uma coisa que me fez ter um peso no coração.

"— Tsundere é uma pessoa que é bem agressiva e depois do nada, fica amigável — Expliquei e ela franziu o cenho, confusa.

— Vou aceitar isso como um elogio... Nerd. — Ela riu um pouco mais.

— Eu não sou nerd, apenas sei das coisas, valente. — E não pode deixar de rir um pouco também."

Minha valente e minha indomável... Droga, o que foi que eu fiz?

Me levantei da cadeira e desliguei o computador. — sim jovens, meu computer é idoso, peguem leve que o tio Soluço tá ligado que o pc de você é Windows 7 — e sai correndo pela casa.

— Onde você vai, filho?

Meu pai, Stoik era chamado de o imenso pelos seus antigos amigos e o pai da Merida, Fergus. Eram companheiros inseparáveis, mas aconteceu algo no passado que fez com que ambos não se falassem mais e colocassem essa regra entre seus filhos. Simplificando, Merida e eu, o magricela do Soluço.

— Eu... Vou sair — Expliquei, tentando parecer convincente Esqueci um de meus jogos de play 3 com o Jack sabe... E ele não quer me devolver o meu Wii u... — Corri até a porta, à fechando com toda força.

"Eu lembrei Merida!" pensei correndo pelas ruas, se não me engano eram cinco horas da tarde, falta pouco para escurecer e não fazia nem meia hora que tinha voltado da escola, então correr que nem louco pelo bairro não era nada demais. Tirando o fato que as pessoas te olhavam como um cara que acabou de sair do hospício e da prisão ao mesmo tempo. — estou exagerando? Não muito né? — Passaria na casa de Jack antes para depois pegar ônibus e ir até a casa da Merida. 

Ele me recebeu numa boa, mas quando eu mencionei no meu console, sua face ficou mais pálida do que já era e um sorriso de constrangimento brotou na sua face de picolé.

— O seu Wii U... Não faço ideia! — Ele levantou as mãos em rendição quando viu minha cara.

— Na boa seu besta, cadê? — Vociferei e ele encolheu os ombros, olhando para o chão.

— Não me leve a mal, Soluço... O.k eu deixei com a Punzie... — Ele o quê? — É que ela me deixou os livros "Os heróis do Olimpo" comigo e como eu fiquei sem jeito... Bem eu deixei o seu Wii com ela — Inacreditável.

— Você devia ter derretido quando deixou o game com ela. — Ri só de imaginar a cena, porque era realmente engraçado, mas ao mesmo tempo trágico.

Ele quase caiu para trás quando eu falei isso, ficando vermelho como um pimentão e se entregando de vez, me fazendo sorrir convencido.

— E-Eu não me derreti! — Ele falou gaguejando e franzi o cenho, bem convencido daquilo.

— Sei... Até parece Frost, 'tá na sua cara, admite logo que doí menos — Entrei na sala e fui até a mesinha, pegando os devido games do meu pertence e acenando para a irmãzinha de Jack, essa que acenou e sorriu com um dente faltando.

— Ei! Eu não zerei essa ainda não! — Ele pegou o jogo da minha mão e colocou de volta na mesinha.

— Ele já zerou esse, ele apenas está jogando o multiplayer dele — A irmãzinha de Jack falou, mas com o olhar voltado para a televisão.

— Já disse que 'te amo, Emma? — Ele indagou e ela deu uma risada, o que eu não daria 'pra ter um irmão.

Eu mereço... 'Tá, tanto faz, mas ira me fazer uma favor. — Falei com um tom de voz sério e Emma se retirou da sala quando falei isso, nos dando privacidade. — Eu preciso falar com a Merida, mesmo que ela me ignore, sei de algo que vai faze-la não me ignorar, mas preciso da sua ajuda para com que ela não me acerte um murro —  Continuei sério.

— Eu acho que é VOCÊ que vai levar um murro. — Trinquei os dentes, me segurando para não balançar aquele picolé barra projeto de freezer.  — Desculpa ai, oh da Noruega, vamos falar com a valente, vamos? — Ele andou até o bufê e pegou a carteira dele, indo até a porta e a abrindo em seguida — Vamos que eu não tenho o dia todo — Me apressou — Emma, avisa 'pra mãe que eu sai e já volto! — Gritou e fechou a porta.

Ele trancou a porta e andamos tranquilamente pelo bairro até o ponto de ônibus, esperamos e quando finalmente um passou, passamos boa parte do trajeto em silêncio, poucas vezes quem puxava o assunto era Jack. Rezo pelos deuses que o pai da Merida não esteja em casa, por favor, não quero confusão alguma e que meu pai fique sabendo para voltarmos para a Noruega.

Quando chegamos, tivemos que andar um pouco mais até ver a casa de dois andares com um jardim moderadamente grande, perambulamos até encontrar a janela do quarto dela aberta.

— Rida! Merida! — Peguei algumas pedrinhas e as joguei na janela, vendo Jack se esconder atrás de alguma árvore quando ela pareceu.

'Tá, perdi um pouco o fôlego ao vê-la, nunca a vi com seu cabelo ruivo preso, seu rosto cheio de sardas amostra e tão bonitas. Confesso que posso ter babado um pouco, não sou de pedra para não notar isso.

— Serio isso, Soluço? Pedrinhas? É tão clichê... — Ela resmungou e dei o meu melhor sorriso, abrindo os braços em felicidade por ela finalmente ter falado comigo.

— Ela tem razão... — Jack sussurrou e lhe encarei de soslaio.

— A cala a boca, Jack... — Resmunguei sem mover a boca, vendo Merida me encara confusa.

— Foi o Jack que lhe deu essa brilhante ideia de pedrinhas? — Ela indagou e neguei com a cabeça, respirando fundo ao ouvir as risadas de Jack.

— Essa ideia é quase totalmente originaria e de autoria minha — Ela olhou para mim e fez uma careta — Não tão original, senão teria de pagar aos diretores de cinema os direitos autorais — Comentei com humor e isso não pareceu faze-la mover um músculo da boca para sorrir.

— Eu não quero você aqui, vai embora! — Ela fechou a janela e os risos de Jack ficaram frequentes.

O.k não fui convincente, tenho que treinar minha cara de pidão. Mas a janela voltou a se abrir e ela olhou para os games que eu tinha em mãos. Tinha que descobrir o porque da cara fechada dela, mas também não saberia como descobrir, teria que ter uma forma de troca equivalente com ela.

— Esse game por acaso é o The Last of Us? — Ela abriu a janela novamente e olhou para minha mão, me fazendo ficar bobo. 

— É sim, por que o interesse? — Eu podia esfregar na cara dela o game, mas como não dava e eu tinha outra solução, mostrei a capa do jogo para ela.

— Eu queria jogar esse jogo... — Ela comentou e franzi o cenho — Mas esquece... — Mordiscou o lábio, então vi minha chance.

— O que eu ganho? Ou melhor quem sabe... A sua edição limitada dos Jogos Vorazes. — Ela arregalou os olhos, ela ama essa trilogia, não emprestaria para ninguém esses livros, ela é bem o estilo da Katniss — Ou melhor, que tal me contar o porque anda se esquivando de mim e do Jack como se tivéssemos feito a pior coisa, como uma traição — Falei e a face dela ficou vermelha — É pegar ou largar, Katnip — Balancei o jogo — Sei o que fiz, Meri, mas como posso me desculpar pelo que aconteceu se nem falar comigo você quer? Se nem consegue encarar Jack para se a coruja trocadora de mensagens — Comentei e ela desviou seu olhar do meu.

— Fechado... — Ela saiu da janela e eu olhei em duvida para Jack e ele pareceu não entender também.

Bem só sei de uma coisa, mesmo a Rapunzel não tento feito um plano, a ideia — impulso — de falar com Merida foi muito melhor.

Ela apareceu no quintal e tinha uma caixa box preta "Hunger Games", mas com a face ainda corada de constrangimento. Jack pareceu se esconder melhor quando ela apareceu e agradeci por ela não nota-lo ali.

— Agora me passe o The Last of Us. — Ela estendeu a caixa e eu a peguei e entregando o game a ela.

— E que a sorte esteja sempre ao seu favor, Katniss Everdeen. — Dei uma piscadela e ela apenas deu um sorriso — Agora pode me contar o porque está se esquivando de mim como se eu você o presidente Snow? — Indaguei e ela desviou o olhar, apertando o jogo em suas mãos — Merida?

Então ela me contou o que aconteceu, ou melhor, o sonho dela. Jack estava escondido e deve ter ouvido tudo, mas garanto que ele não deve ter ficado mais constrangido do que eu naquele momento. Ela me contou pausadamente como se esforçasse para tal e isso era admirável, mas mostrava que ela também era teimosa quando fosse para confessar algo assim.

— Estamos quites e você não sente mais raiva de mim né? — O sorriso dela aumentou e uma risada irônica me deixou nervoso.

— Não estou com raiva de você e sim estamos quites por uma coisa, o boné de dragão — Sorriu ainda sem graça — Desculpe por antes...

— Ei, tudo bem, é estranho me imaginar pegando você e 'te beijando do nada e depois você beijar o Jack, contando que parecia um sonho muito realista — Comentei com humor e ela me deu um soquinho no ombro — O quê? É engraçado, vai — Pisquei e ela sorriu.

— Idiota... — Ela resmungou. — Deixe que eu conte isso para o Jack quando estivermos na escola, ok? — Pediu e concordei.

— Eu sei disso — Comentei, convencido — Pois é, me lembrei disso também, sabe... — Ela me olhou surpresa e eu sorri sem graça. — É eu sei, sou um babaca.

— E...?

— Um fútil ignorante.

— E...?

— E que eu sou louco por você, Merida. Me desculpe... — Falei, saindo do quintal da casa dela, deixando-a ali.

Andei até no meio do caminho até o ponto de ônibus, até que Jack me alcançou.

— Você podia ter me enviar uma mensagem falando para sair dali sabia? — Ele falou com um pouco de raiva. — Espera... Não acredito! Ela te emprestou... — Apenas concordei com a cabeça. — E eu achando que minha cota de loucura acabou quando ela contou aquele sonho maluco dela, como vou encarar ela agora? — Ele sussurrou um pouco amedrontado.

— É, eu fiz uma coisa impossível e sei disso... E nem vem com essa, faça cara de surpreso quando ela te contar aquilo — Pedi e ele concordou.

— Cara, o mundo vai acabar... — Ele sussurrou e dei uma risada

Não queria falar mais nada, apenas me jogar em minha cama e... E quem sabe ler um livro, coisa que não é normal vindo de mim. O Nerd das HQ's, o Hard Core dos games, o fã de Star Strek e agora... Um língua encantada.


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Notas finais do capítulo

Edit.: Outro detalhe, na época não pesquisei o sistema de aulas norte-americano, ou estadunidense, ou seja, eles tem aula as nove ou dez da manhã e terminam talvez pela três ou quatro da tarde, um período integral, digamos assim.

Língua encantada é uma referência aos livros da trilogia de Coração de Tinta onde alguns personagens tem o dom de ler e trazer os personagens de livros para a vida real.