The Day War Ended escrita por Liran Rabbit


Capítulo 26
Capítulo XXVI — Old portrayed




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Merida

 

Uma coisa que sempre foi ruim em casa foi quando alguém cria a ideia de tentar a sorte e ir correndo para a mamãe e contar algo “terrível”. Bem, na minha humilde opinião contar algo é “fofoca” e para se dar bem é o mesmo que não conseguir atenção enquanto a outra pessoa esta ouvindo um sermão enorme cansativo, quase como uma propaganda partidária obrigatória.

Descreveria o momento de agora assim, se eu não terminar logo ali no escritório da minha mãe, estaria perdidamente ferrada e quem conseguiria ficar sem preocupações eram meus três irmãos mais novos. Harrish, Hubert e Hamish.

Era a segunda vez que eu precisava bisbilhotar as coisas de alguém aquele ano e causava-me arrepios só de lembrar a ansiedade e o nervoso que passei, afinal, imagine o flagra que seria quando a pessoa que você nem quer que apareça vê você com o que você queria pegar... Não é nem um pouco legal.

Mas voltando, qual era o motivo para eu estar fazendo aquilo? Lembrei, recebi uma mensagem com um pedido estranho de Astrid. Como o número dela estava salvo no meu celular eu não sei, apenas recebi a mensagem. E não é porque ficamos muito próximas que eu tivesse o número dela salvo, era apenas que eu não conseguia lembrar de pedir a ela e salva-lo.

Nunca vi uma pessoa tão folgada ao pedir alguma coisa, não perguntava se eu poderia fazer ou se eu estava ocupada, não. Era "veja se sua mãe ainda guarda documentos ou fotos de quando a mesma estudava na faculdade, e isso é para esse fim de semana, vou passar na sua casa no domingo"... Só isso, não tinha um "por favor" ou "por gentileza". Depois eu que não tinha modos. E hoje era sábado, então... Eu devia ter dado mais importância para mensagem no momento em que tinha recebi, pois agora as chances de ver uma loira norueguesa irritada e em pé de guerra comigo...

A situação era que agora, depois de ter olhado todas as gavetas e pequenos armários, só tinha me restado ficar olhando nas prateleiras que quase tocavam o teto e os armários que podiam ranger, o chamando talvez a atenção de alguém que passasse ali por perto. Era um abrir e fehcadar atrás do outro e sem o uso de uma escada para fazer isso, pegar uma escada e leva-la para cá chamaria atenção e o jeito foi ficar escalando como eu fazia qundo era pequena, e com isso um livro era tirado do lugar e sendo devolvido de um jeito bagunçado.

— Rida, o que você está fazendo pendurada na prateleira da mamãe? - Uma voz de criança causou um alarme em minha cabeça sinalizando "perigo". Era a voz de Hubert.

— Hein? Eu pendurada? - Sim Merida, pendurada e com risco de cair e bater a cabeça de uma maneira trágica! - De onde você tirou essa ideia pirralho?

— Mas você esta pendurada... - Falou com inocentemente, deixando a cabeça cair um pouco para o lado - A mamãe sabe que você esta mexendo nas coisas dela?

Engoli em seco e segurei firme na madeira, pensando em uma desculpa, o que eu falaria para um ser curioso como um dos meus irmãos?

— Não... - Suspirei, dando-me por vencida - É um segredo Hubert, não fale para ninguém okay?

Esperei a resposta do mesmo, mas ouvi um cochicar chegar aos meus ouvidos, olhando de relance para trás e vendo que os outros dois ruivos como ele estavam ao seu lado, Harrish e Hamish tinha chegado e olhavam marotos para mim. Conclui que o que eles poderiam falar não seria uma das melhores coisas, mas seria menos pior do que ouvir sermões da mamãe.

— E o que ganharemos se não contarmos nada? - Harrish cruzou os braços. Então era isso? Queria barganhar o segredo?

— Minha sobremesa por um mês? - Arrisquei, tentando dar atenção ao meu pé que mantinha-se pela metade em uma prateleira. Estava começando a achar que ela quebraria a qualquer momento com o meu peso.

— Rida, estamos negociando. E mexer nas coisas da mamãe não é bonito! - Rebateu Hubert - Queremos uma oferta maior.

— Um ano inteiro! Pronto, é o que posso oferecer para nanicos como vocês... - Esbravejei, mas logo calei a boca ao ver a prateleira que segurava ranger estranhamente - Agora podem me ajudar a descer daqui?

Era notável o tom de voz temeroso que eu tinha falado. Os três negaram ajuda e pediram alguma coisa a mais da qual eu nem dei atenção. Gente, eu vou cair de uma altura terrível e meus irmãos querem saber de doces. Doces! Só falta daqui a pouco aparecerem com um marchado e falarem "Here's Jonny!" de tão cruel que estão sendo.

A cada segundo ouvia um barulho de algo sendo arrastado e quando ouvi eles falando "se jogue", eu não fui louca de me jogar daquela altura num misero sofá e deixar que a física fizesse o resto. Com todo o cuidado e paciência que eu não sabia de onde tinha surgido, descia lentamente e cautelosamente de cada prateleira, mas ao ouvir novamente o ranger estranho, olhei de relance para baixo e não faltava muito para chegar ao bendito chão ou sofá.

Respirando fundo e ouvindo as vozes dos meus irmãos gritando incentivos para eu pular, fiz a coisa mais maluca daquele ano, pulei. E essa foi a pior decissão que pude ter feito. Apenas senti o impacto de algo macio e eu encolhida no sofá, porque convenhamos... Minha cabeça estava doendo! Droga!

— Acho que ela nem precisava pular... - Um deles comentou e eu só queria ter força e consciência para levantar dali e correr atrás dos três.

No final disso tudo é que, não consegui achar o que Astrid pediu e acabei enviando uma mensagem de volta falando para ela nem passar aqui, já que eu nem tinha encontrado nada. Mas não adiantou, pois no dia seguinte, bem cedo de manhã a compainha de casa tinha tocado e a voz da minha mãe invadiu o meu quarto, falando que era para minha pessoa à visita. Bufei só de imaginar quem seria.

— Bom dia ruiva! - Sorriu de canto, nem pedindo permissão para entrar e empurrando para o lado.

— É Merida para você, não me chame assim só por causa da cord do meu cabelo - Revirei os olhos - E bom dia nada! Não me acorde cedo de manhã apenas para me perturbar!

— São dez horas da matina e isso nem é cedo - Rebateu.

— É cedo no meu mundo particular - Murmurei e andei em direção a sala, sendo seguida por Astrid.

— Conseguiu o que eu mandei? - Sentou no sofá e arqueei a sobrancelha.

Espera, "mandei"? Não foi algo como "Ou faça isso ou faça isso"?

— Não, por que eu faria se você nem explicou flor do dia que acorda os outros bem de madrugada? - Rebati, ficando de pé e a fitando desconfiada, fazendo-a suspirar.

— Tão cabeça dura... - Lamentou falsamente - Olha, eu conversei com o Soluço e agora vou ter que repassar o mesmo para ti. É o seguinte, Pitch tinha uma rivalidade com o professor Bunnymund, não é? - Concordei com a cabeça e sentei ao lado dela - Se ambos tinha essa rivalidade, ela talvez tenha surgido na faculdade.

— Foi o que ele disse, nunca esqueceu o que ele tinha feito nesse período - Recordei.

— Ontem mesmo minha tia comentou que lembrava dele na faculdade, mas que ele estava fazendo o seu último ano e ela mal tinha começado, mas se recorda dos boatos que se espalhavam - Comentou, mas em um tom mais baixo.

— Boatos do tipo...

— Do tipo que nunca se espera de alguém como ele, mas nunca se sabe... - Deu de ombros - Mas voltando, por que não procurou o que eu pedi?

— Eu já respondi, lembra - Revirei os olhos - Além de nãoo ter achado, quase quebrei o pescoço - Contei brevemente o que aconteceu e ela nem pareceu se incomodar com o ocorrido.

— Você é a pessoa mais responsável que eu já vi, alias... Como os seus três irmãos casulas arrastaram um sofá até onde você estava? - Indagou, sem dar importancia a minha quase morte.

— Eles são meus irmãos, sempre me pergunto como eles conseguem fazer tantas coisas impossíveis para o tamanho deles e ainda nem serem pegos - Respondi dando de ombros.

— E você simplesmente ouvi eles? Se jogou? E eu pensando que não tinha como ser mais estranha - Deu uma risada - Pelo menos teve o esforço de pedir para sua mãe?

Cruzei os braços, não tinha pensado nisso, pois eu estava mais ocupada remexendo armários e gavetas, escalando prateleiras e jogando-me de sofás quase como tarzan, mas não... Não passou pela cabeça de perguntar isso para minha mãe, teria poupado-me de tanto trabalho...

— Não me diz que tentou dar uma de espertinha e não teve a possibilidade de ter todo trabalho sozinha... - Resmungou, passando a mão na cara como se prepara-se para uma resposta.

— Quer uma mentira ao invés da verdade obvia que acabei de contar? Acho que já esta pedindo demais Astrid - Comentei com um sorriso debochado - Sou legal, mas vou começar a cobrar a cada pedido ou ordem absurda vindo de alguém como você.

Com o que falei, causei um pequeno ataque de risos de Astrid, o que irritou um pouco. Nunca falei tão seriamente na minha vida... Tá, já conseguir ser mais seria em outros momentos e aquele não era um deles.

— Aprenda com a especialista - Voltou a falar e levantou do sofá, saindo da sala e como não tinha outra alternativa, a segui.

Para alguém que já tinha vindo apenas uma vez na minha casa, sabia bem o caminho para a sala da minha mãe... Ou ela descobriu quando eu não prestava atenção?

Voltando para o presente, Astrid batia na porta anunciando sua chegada. Eu apenas ficava ao lado da mesma e apenas observava o que aconteceria, com isso, minha mãe apenas falou lá de dentro que poderiamos entrar.

Só de olhar as prateleiras sentia um frio na barriga, nunca mais aquilo acontece, nunca...!

— Merida? O que você quer filha? Já falei que hoje eu estou muito ocupada e que não vou conseguir lhe dar a devida atenção - Olhou de relance para onde eu e Astrid estavamos, voltando em segui aos seus papeis na escrivaninha.

— Em pleno domingo? - Murmurei, fazendo Astrid olhar com uma careta para minha pessoa.

— Sim, em pleno domingo - Respondeu para que eu ouvisse - Agora pode falar o que quer, mas que não tome muito de meu tempo.

Receosa, fitei Astrid ao meu lado e perguntando apenas com o olhar se ela iria fazer realmente aquilo.

— Senhora DunBroch... Sua filha e eu temos algo a pedir, é para um trabalho de escola e mesmo que não sejamos da mesma sala, o professor é o mesmo... É sobre recordações da faculdade e como ela era antigamente.

Como que por chamado, minha mãe suspirou longamente antes de largar o papel na mesa e tirar os óculos do rosto, voltando seu olhar sobre nós duas.

— O que vocês querem exatamente?

— Fotos e iremos fazer algumas perguntas... - Astrid respondeu, agora confiante.

Cansada, levantou-se de onde estava e foi em direção a um prateleira quase que ao seu lado, tirando de lá o que se parecia um albúm de fotos.

Já preparada, Astrid fez as perguntas em meu lugar enquanto eu pegava o albúm e o folheava devagar, as fotos com as bordas amarelas e em todas minha mãe estava no meio.

Os cabelos dela não pareciam tão grandes como era hoje, reconheci em algumas das outras fotos meu pai e de relance a mãe do atrapalhado do Jack, essa era nova porque eu não sabia que elas se conheciam e eram amigas. De uma delas eu vi algumas pessoas da qual não reconhecia e nas ultimas partes tinha uma garota bem jovem e menor do que todas as que tinham aparecido, era ruiva e de cabelos lisos e sorria ao lado de alguém que eu não esperava. Era a diretora Liran ao lado do professor Bunnymund... Eu sei que eles se conhecem, mas aquilo já é suspeito...

— Pitchnner? A sim, ele era o homem mais esforçado e dedicado de toda faculdade. Mas era estranho - Pausou a frase, refletindo algo importante.

— O que?

— Vocês já falaram para mim que ele será o novo diretor da escola de vocês não é?

— Acho que já mencionei isso sim mãe - Voltei minha atenção ao diálogo.

— A antiga diretora da sua escola estudou certo tempo por lá e pelo que recordo, era bem amiga dele naquela época... - Respondeu, causando com que um mão presentimento chegasse em alerta em meus pensamentos.

— Bem amiga ou apenas alguém próximo? - Astrid perguntou desconfiada, mas eu já temia a resposta.

— Digamos que próxima dele, quase como uma namorada...

— Ele namorando minha tia? Desculpe senhora DunBroch, mas acho que isso seria um pouco impossível, não viu a idade dele comparada com a dela?

— E isso não parecia importar para ambos, mas era assim que todos observavam... - Deu de ombros - Era apenas isso que queriam saber? Podem ficar com as fotos, são recordações que não são tão relevantes...

Minha mãe não sabe o qua importante aquilo era e como poderia ajudar em algumas coisas.


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