The Day War Ended escrita por Liran Rabbit


Capítulo 2
Capítulo II — Food war




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 Jack Frost

Na noite passada tinha ficado na casa do Soluço até ele chegar, era um saco, pois parecia que ele era muito lerdo, mas sou o melhor amigo dele e meio que sair e deixa-lo na mão seria mancada. Ou ele estava dando uns pegas na Merida ou enchendo o saco dela.

Os dois pelo que eu me lembro eram amigos desde a infância, ou seja, Soluço voltou ano passado e a Merida ficou muito feliz com seu retorno. E quando digo feliz, é quase querer soltar fogos de artifício na escola e nos sacudir com tanta empolgação. Mas uma coisa negativa nisso era que ela não parecia mais a mesma, ela era bagunceira e não ligava para as coisas, era tipo meu parceiro, só que menina.

Sempre que dava ficava com outros amigos ou ficava conversando com alguns do professores. Ela sempre que dava ficava apenas com Rapunzel e isso era estranho demais! Elas ficavam praticamente grudadas... E isso irrita cara! Nada contra isso, mas convenhamos né? Eu ficava sozinho conversando com parede, poderíamos até formar um grupo country.

Tinha acordado com a bagunça do meu quarto, nada demais, apenas algumas roupas no chão, livros desorganizados pela estante e meus CD's jogados ao lado do pc na escrivaninha.

Sempre que Rapunzel ou minha irmã entravam no meu quarto só faltavam me espancar de tanta raiva por minha pessoa ser tão relaxada e bagunceira. Me levantado com a maior preguiça do mundo, tiro a minha blusa de manga curta e a jogo no cesto de roupa suja e ando em direção ao banheiro, dou um jeito na minha cara e logo volto ao quarto, fico na porta olhando para o quarto com uma cara de paisagem, que bagunça! Não acredito que eu tenho de arrumar isso tudo! Bufo com certa raiva e ando em direção as roupas e começo a pega-las, uma por uma.

Quanto o chão já não tinha mais nenhuma roupa me direcionei da sala, pra cozinha e logo pra lavanderia. Jogo tudo no tanque e volto para o quarto, pego meu celular que estava no meu travesseiro e olho a hora. Cacete! Já deu a hora de eu ir!

Correndo pelo quarto eu me arrumo na velocidade da luz, e em menos de cinco minutos já estou pronto.

Saio de casa correndo em direção a da Merida e todos estavam lá.

— Atrasado Frost! — Ela bate o pé impaciente.

Os outros dois me olham com certa pena, como se eu fosse apanhar a qualquer minuto.

— Vamos logo! — Andei na frente de todos e logos estávamos no meio do caminho para a escola. Logo víamos mais e mais pessoas conhecidas da escola.

— Espero que esse ano você não apronte, Frost! E muito menos a senhorita Dubroch. — Olhei para o lado e era o professor de Educação Física e Arte. Aster Bunnymund. Um cara alto de cabelos acidentados.

— A gente não vai aprontar nada não, Professor. —  Merida deu um sorriso meio sem graça, já virando o olhar de advertência pra mim —  Né Jack? — Pareceu rosnar e dei um sorriso provocador, dando de ombros e recebendo uma cotovelada como resposta.

Ela pode pensar que vou ser o santinho esse ano, se ano esse ano minha mente maldosa e maligna não para de funcionar, quiçá ano que vem, farei o inferno na terra. 

— Pode pensar assim a vontade, Aster — Dei meu sorriso maroto e sai correndo até o portão da escola que parecia se fechar, apenas parecia, mas não fechava por conta da presença do professor.

Deixei todos para trás, pois pelo amor, como eles são lerdos! Principalmente o Soluço. Eles pareciam meio abobados pelo que eu vi e, logo eles corriam atrás de mim.

— Então a gente está em salas separadas né? — Rapunzel olha tristemente para todos. — O que vai ser de mim para livrar vocês dois das encrencas? — Fingiu lamentar, atraindo a risada de todos.

— 'Tá se achando agora, Punzie? — Mérida sorriu — Nunca vi você gostar tanto de ficar na mesma sala que a gente, principalmente na sala do Jack — Brincou e olhei feio para Mérida que deu uma risada junto de Rapunzel.

— Pois é, a doença de vocês da qual eu tinha medo me passou. — Ela finge se lamentar novamente, colocando a mão na testa em sinal de drama.

— Por Odin, Jack! Ela é uma de nós! — Merida fica ao meu lado e dá uma pequena cotovelada no meu braço.

— Vocês três são loucos —  Soluço não resiste e acaba dando um risada. — Mas temos de ir para a sala, os corredores estão quase vazios — Alertou e acabei concordando.

— Eu acho que vou cabular —  Dei de ombros, não estava afim de ouvir explicação de professor hoje, muito menos na volta as aulas.

— Você é que sabe... — Rapunzel falou, indo para sua sala que era ou parecia ser a mesma do Soluço.

Apenas Merida era bem separada da gente e isso a fazia ficar sozinha, menos no intervalo, pois ela tinha os idiotas dos seus amigos junto dela.

No final, nem deu para cabular e isso foi um pouco frustrante, parecia que o tempo não passava, sentar minha bunda na cadeira e ficar que nem um João Pestana, mas iria fazer um favor incrível para os professores hoje, não dando minha presença e enchendo a paciência. Sou um doce de pessoa, não?

As quatro primeiras aulas não passavam tão rápido assim, mas fazer o quê? Tive de esperar, era o único jeito.

E quando finalmente o sinal bateu anunciando o intervalo, o tão desejado e cobiçado por todos, os alunos pareciam que queriam sai ou se jogar para fora da sala de aula. Já eu, não tive presa, fiquei preso na sala sem conseguir fugir das aulas, não era problema andar devagar pra chegar no pátio.

No corredor todos pareciam bem felizes por voltarem a se ver. Vi Merida logo um pouco mais a minha frente e ela parecia chocada com alguma coisa, me aproximei mais dela e fiquei logo atrás dela, vendo o que ela via. Me assustei ao ver a cena, Soluço tinha beijado uma menina loira.

Não sei o que a ruivinha estava pensando, mas da forma como ela parecia começar ficar grudada no Soluço da mesma forma que a Punzie, pude ver o olhar decepcionado em sua face e poderia ser impressão minha, mas vi o olhar marejado dela.

Não sabia se ela gostava ou não do cabeça de balde, mas ver minha melhor amiga naquele estado era estranho, pois por mais que eu fosse tagarela, não conseguia ter palavras para aquele tipo de situação.

Mérida não falou nada, mas pareceu notar minha presença e me acompanhou até o pátio, de soslaio poderia vê-la tremer um pouco e uma lágrima rápida descer seu rosto, essa a qual na mesma rapidez era seca pela mão da outra.

A área aberta estava livre aquele dia e bem, Merida precisava respirar um pouco depois de ter possivelmente ter tido uma aula de álgebra. Seguimos até uma árvore não tão distante do pátio coberto da escola e sentamos ali, ficando na sombra.

— O que vimos foi apenas um engano, não acha? — Indaguei, era um tanto surreal acreditar na visão que tivemos a poucos minutos.

— Não... Eu sei bem o que vi... — Respondeu num sussurro, mas que consegui ouvir.

Eu não era realmente bom com palavras, apenas fiquei ao lado dela, a  ouvindo fungar e de soslaio, o rosto dela ter algumas lágrimas. O silêncio nunca é algo ruim se verdadeiramente apreciado, ele é a melhor forma de confortar até mesmo aqueles que não posso ou não tenho palavras para consolar, mas ali, não poderia consolar minha melhor amiga com a sua dor de sentir algo por um garoto.

— Não devia ser assim... — Voltou a falar, a voz afetada pelo choro e bem rápido, limpei uma lágrima que escapou e baguncei seu cabelo ruivo e i indomável, atraindo um resmungo de protesto dela.

— Melhor irmos para a cantina, sim? —  Me afastei um pouco dela para poder levantar — Uma princesa que nem você chorando? Nem pensar! — Brincando, ofereci minha mão para que ela também se levantasse — Vem, você precisa beber um pouco de água que essa carinha triste não engana ninguém nem mesmo Jack Frost — Dei uma piscadela e a fiz dar uma risada  fraca, bem, isso já era um avanço.

Nós levantamos e saímos na área descoberta, indo para a cantina para comprar uma garrafinha da água ou pegar uma maçã. Já falei que a ruivinha adora maçãs? Aposto que ela vai se animar com a fruta favorita dela.

Mas acontece que um mãos ágeis conseguiu pegar a maçã de mim e sair andando como se fosse a coisa mais normal do mundo, até mesma a tia da cantina olhou feio pra pessoa. Contive um pouco da minha raiva em sair correndo atrás do sujeito e derruba-lo, mas naquele perfeito primeiro dia de aula, não daria o gosto pra diretora em ter minha presença na direção.

Então me restou comprar um bolinho pra Merida e uma garrafinha d'água, talvez ela nem se importaria e daria de ombros, o que eu também faria caso alguém comprasse um doce pra mim. Não cobraria dela e nem a deixaria tirar conclusões de que estava sentindo pena dela naquela situação, pois eu não estava.

— Ei, Jack! — Antes que pudesse ir até onde a Merida estava, Soluço chegou apressado até onde eu estava e não sei se a careta ficou evidente, mas ele pareceu ignorar — Você viu a Merida? Preciso falar com ela.

— Acho que ela não 'tá querendo falar no momento contigo — Respondi na maior sinceridade possível, o olhando sério e o vendo franzir o cenho.

— Como assim? — Perguntou e rolei o olhar.

— Cara, nem eu sou tão idiota — Falei, negando com a cabeça — Mas quando ela estiver com vontade ou aparecer, vocês podem conversar, mas não vou contar o que 'tá acontecendo — Respondi e ele cruzou os braços.

— Jack, você é péssimo com as palavras — Resmungou.

— É, sei disso — Dei de ombros — Agora, preciso ir até a ruivinha e dar isso pra ela — Falei, me virando pra ir até ela e nem precisei, ela vinha na nossa direção — Merida... Bem, perdi a única maçã que consegui, então comprei um bolinho —  Dei a garrafa e o bolinho e ela os aceitou, mordiscando o bolinho

— Seu rosto parece inchado, o que aconteceu? — Soluço perguntou, parecendo tocar o rosto de Merida e que logo se afastou, com uma feição de raiva dele.

— Você quer mesmo sabe? — Ela perguntou irônica e ele concordou, ainda sem entender —  Isso aconteceu Soluço!

Não esperava que ela fosse sujar a blusa do Soluço com o bolinho que comprei e ainda mais sujar com vontade... É, ela estava bem irada pra fazer isso e empurra-lo pra se afastar dela. E eu? Apenas encarei toda a cena incrédulo, mas com aquele sorriso maroto de quem viu o desastre acontecer e torcia por mais, mas não era o momento. Merida tremia de raiva e a última coisa que queria ver era estar no meio e ser levado pra direção por não impedir uma futura briga.

— Guerra de comida! — Algum idiota do pátio gritou e as coisas apenas pioraram.

E assim foi, por alguns segundos todos ficaram meio abobados com o grito de guerra, mas logo depois estava voando comida para todo que é lado. Ou eram salgadinho ou bolos, não importava, mas o que importou foi ver o rosto vermelho de raiva que Merida, fui assustado e ela nem esperou uma reação do Soluço, saiu dali em meio a guerra de comida e deixando a gente sem reação. 

— Merida! Espera! — Soluço foi atrás dela e eu? Bem, gostaria de arrumar um jeito de me proteger daquela bagunça toda, mas amigos vinham primeiro.

Segui ambos para os corredores que davam para salas e os dois pareciam iniciar uma discussão, Soluço sem entender nada e Merida irada com ele pelo que viu.

— O que você tem, Merida? Você é doida? — Ele resmungou, a segurando pelo braço e acelerei um pouco mais

— Não! Você que é! E me deixe em paz, sua cara me deixa com raiva! — Ela tentou se soltar e ele parecia nem aceitar isso, a segurava com força.

Quem ele pensa que é? Ela disse não. Qual a parte que ele não entendeu do "não querer conversar?

— Por que você está assim? — Ele parecia ter um pouco de culpa na voz.

— Você não ouviu ela, Soluço? Ela não quer falar contigo. — Falei nervoso, o soltando de Merida e o empurrando levemente para se afastar.

Peguei a mão de Merida e a puxei para longe dele, indo até o outro bloco da escola e subindo as escadas de onde ela poderia ter a próxima aula. Sinceramente? Mais idiota que o Soluço naquele momento não tinha, nem eu fazia uma idiotice daquelas, nem faria, parece que ninguém entende ao certo em deixar o assunto esfriar e entender o que aconteceu depois do fogo armado ter terminado.

— Vamos ficar aqui até que os professores venham, o.k? — Sugeri e ela concordou, apertando a minha mão e apertei de volta, sorrindo de canto.

Demorou um pouco para os professores virem e junto os alunos, esses que estavam todos sujos de comida. Perguntei para a menina da minha sala e ela falou que depois dessa aula íamos ser liberados mais cedo. Alguns perguntaram o porque de não estarmos também sujos como eles. Nem queria responde-los, não era assunto deles.

Quando o sinal de inicio das aulas tocou, todos foram para suas sala e o mesmo comigo, andei despreocupado até a aula. Durou até metade da tarde e quando o sinal para ir embora tocou, procurei a ruivinha no meio daquele mar de gente, mas não a encontrei.

Ela deveria ter saído mais cedo para não ter que lidar e encarar novamente o Soluço e aquela garota loira. Iria tentar conversar com ela quando chegasse em casa, mas ali eu era um tanto inútil.

 

 


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Notas finais do capítulo

Edit: Antes da correção desse cap tinham duas narrações, uma do Jack e outra da Merida. Bem, troquei esses dois pontos e ficou apenas o do Jack.