Polissuco escrita por Érika


Capítulo 9
Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Volteeei!
Eu sei que eu demorei muito para postar esse capítulo, mas eu realmente não tive tempo de escrever durante a viagem (Que foi perfeita, por sinal).
Esse capítulo é, basicamente, o capítulo 6 do Livro "O Enígma do Príncipe" reescrito. Aqui começa o 6° ano em Hogwarts, exatamente um ano depois do fim do capítulo anterior.
Mil desculpas pela demora e pelos erros ortográficos (Não tive tempo de corrigir o capítulo).



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Beco Diagonal, julho de 1996.

- ...Não sou uma criança, no caso de você não perceber, mãe. Eu sou perfeitamente capaz de fazer minhas compras sozinho. –Resmungou Draco Malfoy, a fim de se livrar da mãe.

- Agora, querido, sua mãe esta totalmente certa quando diz que nenhum de nós vai perambular sozinho, não é nada a ver com ser uma criança. –Disse Madame Malkin, a dona da loja.  Draco apenas revirou os olhos. Se ela soubesse que sou um deles agora, pensou, mas não chegou a completar esse pensamento, pois Madame Malkin roçara um alfinete na Marca Negra recém tatuada em seu braço.

- Veja onde você está espetando este alfinete! –Resmungou o Malfoy, que não estava em seu melhor humor. Ele precisava chegar à Travessa Do Tranco o mais rápido o possível e ainda tinha que tolerar uma velha cega e sonsa o espetando a cada cinco segundos.

 Madame Malkin fez sinal para que ele olhasse no espelho. Malfoy examinou o seu rosto pálido e fino no espelho, sem realmente preocupar-se com a túnica que vestia, e não pode deixar de pensar que havia algo muito errado com ele. Era como se usasse uma máscara. O sorriso irônico, o ar de superioridade, o olhar gélido, tudo parecia errado ali, tudo parecia pertencer a outro Malfoy, em outra época. Mas aquele era o seu reflexo, um reflexo errado e superficial de alguém que ele não era. Não mais.

  Por um segundo o garoto viu os cabelos ondulados da Granger refletidos no espelho, mas logo concluiu que o teria imaginado. Por mais que odiasse admitir, ainda não havia superado o incidente com a sangue-ruim.  Tentando ignorar a enxurrada de pensamentos que a possível visão da Granger havia trazido, Draco examinou a túnica em si mesmo, como deveria ter feito desde o inicio. E, mais uma vez, viu a Granger, agora acompanhada pelo Potter e pelo Weasley, agora de verdade.

- Se você está desejando saber que fedor é esse, mãe, um sangue ruim entrou há pouco –Disse o loiro,  vestindo sua velha máscara de arrogância.

- Eu não penso que há necessidade de falar assim! -Disse Madame Malkin, correndo detrás do monte de roupas segurando uma fita métrica e um varinha. -E eu não quero duelo de varinhas em minha loja!- Ela completou rapidamente, depois de um olhar de relance para a porta onde Harry e Ron tinham se posicionado com a varinha, apontando para Malfoy.

 - Não, não faça, honestamente, não vale a pena. –Sussurrou Hermione para Harry e Ron, alto o suficiente para que Malfoy a escutasse.

- Sim, como você ousaria fazer magia fora da escola?- Zombou Malfoy, mesmo sabendo que ela sabia sobre o rastreador. Quase que automaticamente, o loiro a examinou, e não pôde deixar de sentir um aperto no coração ao perceber que ela usava o cabelo preso do mesmo jeito que usara no ano anterior, na noite em teve sua mente apagada. Antes que pudesse evitar, as memórias daquela noite o atingiram. O modo como a segurou, a pressão dos seus lábios sobre os dela, o calor dos corpos, e, principalmente, a sensação de estar dividindo um segredo com alguém - Um segredo bom, precioso, e perigoso, como um mapa para a fonte da juventude - e a adrenalina que corria pelo seu corpo ao fazer algo tão errado e que parecia tão certo como beijar uma sangue-ruim.

 Tentando afastar as lembranças daquela noite, Malfoy voltou a examinar a menina, notando uma mancha negra ao redor de um dos seus olhos. - Quem acertou seu olho, Granger? Eu quero lhes enviar flores.

Oooh, doce ironia! A melhor arma do ser humano!

- Já chega!- Disse Madame Malkin, olhando pelo ombro dela em busca de apoio. - Senhora, por favor.

Narcisa Malfoy saiu detrás à prateleira de roupas.

- Guarde isso.- Ela disse friamente para Harry e Ron. - Se você azarar meu filho novamente, eu assegurarei que será a última coisa que você faça na vida.

 Draco não pôde deixar de sentir-se mal. Sua mãe era uma das poucas pessoas que amava e em que confiava, uma das poucas pessoas que o defendiam  e que estariam dispostas a morrer por ele, enquanto ele mentia para ela e lutava para se livrar dela.

- Realmente? Irá conseguir que alguns amigos Comensais da Morte nos faça isso, não é? –Perguntou Harry. Malfoy se segurou para não voar no garoto. Se a acusação fosse feita ao Senhor Malfoy, Draco não ligaria, pois haveria um fundo de verdade. Mas não era idiota, percebera há muito tempo que sua mãe odiava os comensais tanto quanto ele, mas, assim como ele, mantinha isso em segredo.

Madame Malkin gritou e pôs a mão sobre o peito.

 - Realmente, você não deveria acusar, é uma coisa perigosa para dizer... Varinhas guardadas, por favor!

  Mas Harry não abaixou a varinha dele. Narcisa Malfoy sorriu desagradavelmente.

 - Eu vejo que ser o favorito de Dumbledore lhe deu uma falsa sensação de segurança, Harry Potter. Mas Dumbledore não estará sempre lá para protegê-lo.

Harry deu uma olhada zombeteira ao redor da loja.

- Uau... Olhe para isso... Ele não está aqui agora! Assim por que não tenta? Eles poderiam achar uma cela dupla em  Azkaban com o perdedor do seu marido!

Com tantos bruxos espalhados pelo mundo o nosso salvador tem que ser logo o idiota do Potter? Pensou Malfoy. Talvez, se o herói fosse alguém menos bossal e teimoso, eu estivesse no lado dos bonzinhos.

Malfoy avançou em direção a Harry, mas tropeçou em cima do roupão dele. Rony riu ruidosamente.

- Não ouse falar da minha mãe assim, Potter!- Malfoy rosnou.

- Está tudo bem, Draco.- Disse Narcisa, segurando com os dedos brancos magros os ombros dele. - Eu espero que Potter se reúna seu com querido Sirius antes que eu me reúna com Lucius.

Abençoada seja minha mãe e seu talento para respostas criativas! Pensou Malfoy, sem ousar falá-lo em voz alta.

Harry ergueu a varinha mais alto.

- Harry, não!- Gritou Hermione, agarrando o braço dele e tentando abaixá-lo. - Pense... Você não deve... Você estará em apuros...

Madame Malkin tremeu naquele mesmo lugar por um momento, então pareceu se decidir a agir como se nada estivesse acontecendo. Ela se curvou para Malfoy que ainda estava olhando fixamente para Harry.

- Eu acho que isso rasgou e abriu a manga um pouco mais, querido, me deixe só...

- Ai!- Malfoy gritou, esbofeteando a mão dela que tocara, mais uma vez, na sua mais nova tatuagem. - Veja onde você coloca seus alfinetes, mulher! Mãe, eu acho que eu não quero estas roupas mais.

Ele puxou as roupas por cima da cabeça e as lançou ao chão aos pés da Madame Malkin.

- Você tem razão, Draco.- Disse Narcisa, com um olhar depreciativo para Hermione. - Agora eu sei o tipo de pessoa que faz compras aqui... Nós faremos melhor na Twilfitt e Tatting.

E com isso, os dois saíram da loja. Malfoy esbarrou forte em Ron quando estava saindo. Não suportava o jeito que aquele garoto olhava pra Hermione e se perguntou se olhava pra ela daquele mesmo jeito.

 Quando já estavam na porta da Floreios e Borrões, Malfoy colocou a mão no bolso e disse:

 -Droga! Devo ter esquecido a varinha em Madame Malkin! Você se importa de comprar meus livros logo, enquanto eu a procuro?

 -Claro, querido! Só não demore muito, sua tia jantará conosco e eu queria chegar mais cedo para preparar as coisas. –Respondeu a mãe, e Draco pôde notar que ela estava estranhamente nervosa.

 -Tia Bella? –Perguntou o menino.  Sua tia Bellatrix jantava com eles quase todo dia, ele não entendeu por que essa seria uma ocasião especial.

 Narcisa olhou para os dois lados, certificando que não havia nenhum conhecido por perto. Então sussurrou para o filho:

 -Não. Sua tia Andrômeda.

 Draco não conseguiu evitar um sorriso. Ele adorava sua tia Andrômeda, assim como a filha dela, Dora Tonks. As duas, porém, não gostavam muito do resto da família, e o resto da família não gostava muito delas. Na verdade, elas nem eram consideradas parte da família, assim como o falecido Sirius Black, por ser parte da Ordem Da Fênix.

 Ele afastou a tia e a prima da sua mente por um segundo. Agora era o vilão da história, lembrou-se, e se quisesse interpretar bem o seu papel não poderia pensar nos mocinhos.

  Quando chegou ao final da Travessa do Tranco, Malfoy olhou ao redor e entrou numa loja chamada “Borgin & Burkes”. Ele não queria fazer isso, mas não tinha opção, essa tarefa lhe foi imposta, e ele não podia simplesmente dizer “Não” para o Lorde da Trevas.

 Agora, não era apenas a sua vida que estava em jogo, a de seus pais também. Ele sabia que tinha que realizar essa tarefa ou morrer tentando, e se falhasse, ele não seria o único a ser castigado. Também sabia que essa missão era apenas uma forma de castigar seu pai por ter falhado na captura da profecia, que o Lorde das Trevas sabia que Draco não completaria essa missão, e que para ele sua vida pouco importava. Mas Draco estava decidido. Mesmo que essa missão fosse contra tudo o que acreditava, ele a completaria e ainda a realizaria de maneira tão bem feita que o próprio Voldemort imploraria por perdão por tê-lo subestimado.

 Ele podia ter mudado muito, mas seu orgulho continuava o mesmo e iria provar ao mundo que era capaz de fazer qualquer coisa. Menos a coisa certa, zombou uma voz na sua cabeça.


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Notas finais do capítulo

Entããããããoooo, gostaram? Não gostaram? Sugestões? Críticas? Comentários?
Não tenho muito a falar sobre esse capítulo, eu apenas o reescrevi e acrescentei algumas coisas.
Vou postar o próximo capítulo assim que eu conseguir um tempinho (O que tem sido impossível para mim, ultimamente. Então, por favor, não me matem se eu demorar!



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