Polissuco escrita por Érika


Capítulo 24
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Então é isso, chegamos ao Grand Finale da fic!
Muito obrigada a todos que acompanhara até o final, aos que abandonaram no meio do caminho, àqueles que liam caladinhos, sem dar sinal de vida, àqueles que me ajudaram dando opiniões e sugestões sobre a historia, àqueles que discutiam todo capítulo comigo sobre os personagens (vocês têm um lugar especial no meu coração), à Lilith Kiraly e à Aline que recomendaram, aos que favoritaram, se não fosse por vocês eu teria abandonado essa história no primeiro mês! Obrigada!
ANTES QUE VOCÊS ME MATEM eu quero pedir desculpas por não responder algumas reviews do último capítulo, mas não tinha como responder sem dar spoiler kkk
POR FAVOR, eu imploro, leiam o capítulo até o final, nas notas finais eu explico o porquê de eu ter escrito esse final. Enfim, boa leitura!



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23 de Dezembro de 2023,

–Rápido, escondam os elfos, eles estão chegando! –Gritou Draco enquanto olhava pela janela. Ele correu escada abaixo, passando os olhos pela sala para se certificar que não havia nenhum objeto mágico a vista.

Enquanto o carro estacionava, ele acabou de abotoar a camisa e passou uma mão pelos cabelos bagunçados. Mesmo sem boa parte da memória, Lucius Malfoy continuava muito exigente, principalmente em relação a coisas superficiais assim. Draco suspirou, cada vez que via o pai sentia uma facada no peito. Não porque ele “traiu” o pai 25 anos antes, mas porque era impossível olhar para o Lucius de hoje e não lembrar como ele era antes.

24 anos antes, um dia após a formatura do mais novo, os Malfoy foram julgados por tudo o que fizeram aos trouxas. Draco e Narcissa, graças aos seus atos de traição a Voldemort, foram dados como inocentes quase instantaneamente. Lucius Malfoy, porém, não teve a mesma sorte. O bruxo matara e torturara muitos trouxas, era seguidor orgulhoso do Lorde das Trevas, e, diferente do filho e da esposa, não ajudara o outro lado, nem sequer apoiara o outro lado. O depoimento do Potter foi suficiente para livrá-lo de Azkaban, mas Lucius Malfoy ainda precisava de uma sentença. Foi quando McGonnagall deu a ideia genial de apagar a memória do Malfoy mais velho, quebrar sua varinha, e convencê-lo de que era um banqueiro trouxa que morava com a sua esposa em um apartamento em Bournemouth, o que feriria o seu orgulho, mas evitaria seu sofrimento e possíveis conflitos. A família concordou sem hesitar, afinal tanto Draco quanto Narcissa estavam preocupados com a saúde mental de Lucius, que parecia estar em uma depressão profunda desde que a esposa e o filho ajudaram o Potter. No dia seguinte, Lucius Malfoy já não era mais um poderoso bruxo, e sim um simples trouxa, do tipo que sempre desprezara.

Agora, Draco se arrependia da decisão, mas sabia que não tinha escolha melhor. O pai estava mais feliz do jamais seria se tivesse a memória, mais humilde, mas também carregava nos olhos uma tristeza, uma decepção que não conseguia explicar.

Hoje, Draco sabia, aquela tristeza não estaria ali, aqueles olhos cinzentos estariam cheios de orgulho. Se havia alguma coisa que deixava Lucius Malfoy anormalmente feliz era o neto, a sua expressão se enchia de orgulho sempre que via Scorpius.

Draco voltou seu olhar para a rua, mas para a sua surpresa quem saiu do carro não foi Lucius ou Narcissa, foi uma mulher baixinha, com um casaco que parecia lhe engolir.

–Hermione! –Ele gritou da porta, indo até o carro para ajudá-la com as caixas. –Vem cá, pode deixar que eu levo essas.

–Obrigada! –Ela disse, com um suspiro de alívio, quando ele tirou as caixas dos seus braços. –Então, a que horas a festa começa?

–Nós combinamos com o Albus de trazer o Scorpius às seis. Quase todo mundo já chegou.

Eles foram para a cozinha, onde Draco deixou as caixas. Ele estava prestes a ajudar Hermione e Astoria a botar os doces nas bandejas quando ouviu o som de um carro. Mais uma vez ele correu para a porta e assistiu um carro trouxa estacionar na frente da casa, mas dessa vez quem saltou foi um homem alto e pálido com os cabelos brancos, com ele estava uma senhora alta e loira. Mesmo depois de 24 anos, ainda era estranho para Draco ver os pais vestindo roupas trouxas.

–Draco! –Gritou Narcissa, atirando seus braços ao redor do filho. Lucius deu dois tapinhas nas costas do filho antes de perguntar:

–Como vão as coisas? Cadê meu campeão?

Esse definitivamente não é meu pai, o Draco de 25 anos antes pensaria se ouvisse essas palavras da boca de Lucius, mas aqui estava o Senhor Malfoy, falando isso com tanta naturalidade que chegava a ser estranho.

Seu campeão? Eu sou seu campeão! –Protestou Draco com um sorriso no rosto. Lucius soltou uma gargalhada sincera. –Mas se por acaso você estiver falando do meu campeão, está com a namorada e com Albus.

–Scorpius tem uma namorada? –Perguntou Lucius, cheio de orgulho. –Você já a conheceu?

–De acordo com Albus, sim, mas Scor nunca falou muito dela. Nós vamos conhecê-la hoje.

–Oh, meu netinho tem uma namorada! Não acredito que estou ficando tão velha! –Comentou Narcisa, sentando-se no sofá ao lado do marido. –Esse Albus é o filho dos Potter, não é? Estou impressionada que você ainda não o tenha jogado da escada. –Ela sussurrou para que Lucius, que reclamava que o vestido de Astoria estava muito curto, não ouvisse, ela não queria despertar nenhuma memória do mundo bruxo no marido.

–Eu pensei em fazer isso quando ele veio aqui da primeira vez, se autointitulado melhor amigo do Scor, mas o moleque é gente fina. Não sei como ou de parte da família ele puxou, mas é.

Narcissa riu, se aproximou do filho e disse:

–Ele é um recomeço pra essa família, não é? O Scorpius, digo.

Draco não respondeu, apenas assentiu. Lembrava de quando Gwen o dissera que “tradições foram feitas para serem quebradas”, naquele momento ele teve certeza de que, de alguma forma, aquela frase o afetaria, que ele quebraria as tradições da família. Mas ele nunca esteve tão errado, ele seguiu as tradições da família à risca. Foi sorteado para a Sonserina, casou com uma sonserina, uma sangue puro, como seu primeiro filho foi homem não teve mais nenhum, nomeou o filho em homenagem a uma constelação, Scorpius, Escorpião, até mesmo se mudou para uma das tradicionais mansões das famílias “puras”.

Talvez Scorpius seja aquele a quebra as tradições, pensou Draco. Afinal, apesar de ser um sonserino orgulhoso e carregar os cabelos claros e olhos cinzentos característicos dos Malfoy, Scorpius era muito diferente. Era um menino sério, o que, de acordo com Astoria era “Um charme”, muito, muito inteligente, do tipo que procurava uma explicação para tudo e sempre tinha uma opinião própria sobre certo assunto. Também era um menino forte, que cresceu escutando as outras crianças o chamando de “Filhote de Comensal” e mesmo assim permaneceu inabalado, pelo menos por fora. Scorpius, diferente de qualquer outro Malfoy, era independente, não se deixava influenciar pelos outros e iria até o inferno para defender aquilo em que acreditava.

–Draco, e como está no Hospital? –A voz de Lucius trouxe Draco de volta à realidade.

–Vai bem, cheio de doenças e sofrimento, você sabe, o de sempre... –Respondeu Draco. Ele se sentiu aliviado por não mentir para o pai pela primeira vez. Era verdade, ele era um “médico”, como chamavam os trouxas, ele trabalhava em um hospital no centro de Londres, ele só não mencionou que o hospital era o St. Mungus, e que lá eles faziam magia. –Hãã... Tori, você pode me ajudar a organizar os salgados?

–Mas eu já... –Começou Astoria, mas parou ao ver a expressão do marido. –Claro, esses salgados estão uma bagunça!

Assim que eles se afastaram, Draco olhou pra Astoria e sibilou:

–Tori, você ficou louca? Você convidou o Potter? Como se não bastasse ter que aguentar o filho dele todo santo dia na minha casa!

–O Potter? Eu não chamei o Potter! Eu não quero uma guerra na minha sala de estar! –Respondeu a loira no mesmo tom.

–Então por que ele está aqui?

–Aqui? Na nossa casa? Na festa do nosso filho?

–Sim, aqui! Eu o vi lá na sala, no meio dos amigos do Scor!

–O que? Eu vou falar com ele, pedir pra que se controle. Scor não vai gostar nem um pouquinho de ter um pai morto como presente de aniversário! –E com isso Astoria disparou pelo corredor, seguida por Draco.

Quando eles chegaram à sala, Astoria parou e olhou para o marido.

–Draco, você realmente viu o Potter ou teve a impressão de tê-lo visto?

–E tem diferença? –Deu de ombros o loiro.

–Draco, aquele não é o Harry, aquele é o Albus.

–O que?? –Draco tinha de admitir, estava velho e míope, mas não ao ponto de confundir pai e filho. Se Astoria estivesse certa, então a altura de Albus tinha dobrado desde o último verão. Draco avançou até Albus e arrancou o copo de sua mão.

–Ah, oi tio! –Disse Albus com um sorriso no rosto. –Hãã... Você pode devolver meu copo?

–Não, você é menor, você não pode beber isso! –Com um movimento da mão, Draco fez o copo desaparecer.

–Aaah, qual é tio! É só um pouquinho!

–Não era pra você estar enrolando o meu filho enquanto a gente monta a festa? –Questionou o Malfoy, ignorando completamente o que Albus tinha dito.

–Era, mas eu não sou muito fã desses momentos ‘pai-esse-é-meu-namorado’, sabe? Além disso o Scorpius ainda vai demorar pelo menos vinte minutos, o tio Ron é muito ciumento, não vai deixar o Scor ir embora sem antes fazer um questionário.

–O QUE?? O RON WEASLEY?? COM TANTA MULHER NO MUNDO O MEU FILHO RESOLVE NAMORAR A FILHA DO WEASLEY?? –Draco não pôde conter a fúria na voz. De todas as coisas que esperava, essa definitivamente não era uma delas. Astoria colocou as mãos nos ombros dele, tentando acalmá-lo, mas o Malfoy estava além de qualquer tipo de calma.

–EI! Não fala assim da minha família! O tio Ron merece respeito, ok? E a Rose é melhor do que qualquer outra namorada que seu filho podia ter!-Albus abaixou o tom de voz assim que percebeu que também estava gritando.

–Cala a boca moleque! Você sabe muito bem que é o único da sua família, fora a sua tia, que eu suporto! Não é segredo pra ninguém que eu não me dou bem com o Potter e o Weasley! –Draco estava pronto para voar no pescoço do menino quando a sala ficou banhada em escuridão.

–Ele está chegando! –A voz de Astoria cortou o ar. Todos se silenciaram e se abaixaram, prontos para saltar a qualquer momento. Astoria agarrou a mão do marido e o guiou até a porta, entregando-o um telefone celular, eles estavam tentando adotar o estilo de vida trouxa, já que não podiam usar ou sequer mencionar a magia perto de Lucius. Draco leu a curta mensagem na tela:

Mãe, ‘to chegando! Pfvr pede pro papai se controlar e NÃO estragar tudo! –Scorpius

–Estragar tudo? Por que eu estragaria tudo? –Perguntou Draco, mesmo sabendo a resposta.

No jardim da mansão Greengrass, que agora era chamada de mansão Malfoy, um casal aparatou. Ele era alto e loiro, com os ombros largos e olhos cinza gélidos. Ela era pequena e ruiva, com sardas respingando o rosto e olhos castanhos calorosos.

–Está pronta? -Perguntou o mais novo Malfoy, um sorriso estampando seu rosto. –Minha família, principalmente meu pai, pode ser um pouco... incompreensível.

Rose Weasley sorriu, subiu na ponta dos pés e beijou a ponta do nariz do namorado. Nunca pensou que se sentiria tão confortável com alguém, ainda mais com o Malfoy.

–Você sobreviveu ao meu pai, eu acho que eu te devo essa. –Respondeu a menina, sem esconder a sua felicidade. O sorriso de Scorpius só aumentou mais à medida que aproximava seu rosto do da ruiva.

O beijo, porém, não chegou a acontecer, pois as luzes da mansão se acenderam subitamente, as portas explodiram, confetes caíram do céu junto com a neve, música começou a tocar no fundo e várias pessoas gritaram ‘Surpresa!’, tudo isso ao mesmo tempo.

Draco assistia de longe o filho receber os parabéns dos amigos, sem se afastar da Weasley por um só segundo, e percebeu que ele realmente estava feliz. Talvez, só talvez, não seja tão ruim ter uma Weasley na família, se é o que meu filho quer... Pensou Draco, mas logo afastou o pensamento, não, não, ela é a filha do Weasley!

Awwwn, eles não são lindos juntos? –Perguntou Hermione, Observando a cena por cima do ombro de Astoria. Draco e Astoria, ou melhor, o Sr. e a Sra. Malfoy, se viraram para encará-la.

–Você já sabia disso? –Perguntou Draco enquanto a esposa concordava com Hermione.

–Claro que já, Rose me contou antes mesmo de ser oficial! Eu não disse nada porque eu sei que Scorpius não ia querer que vocês soubessem por terceiros, ele tinha que contar quando ele achasse que era a hora certa.

Draco olhou outra vez para o casal que vinha em sua direção e não pôde conter um sorriso. Afinal, Scorpius seria aquele a quebrar as tradições, e ele estava feliz com isso.

De um jeito ou de outro, o seu sangue se misturaria com o da Granger.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que metade de vocês quer me matar por não ter escrito um final Dramione (acreditem, eu passei por algo parecido essa semana com o final de HIMYM) mas eu tenho bons motivo (Ok, não tão bons) pra fazer isso.
1. Desde os primeiros capítulos eu não mudei NADA que a Jo tenha escrito, eu apenas ajustei a narrativa ao meu estilo e criei situações em períodos de tempo pré-estabelecido pela J.K. (nas poucas vezes em que eu mudei um diálogo ou um fato da história eu avisei nas notas finais). Eu tentei ser o mais fiel o possível aos livros, e mudar o final da história para que Hermione e Draco fiquem juntos é, para mim, uma “traição” à obra da Jo (quando eu escrevo. Mas as minhas fics preferidas distorcem completamente o final, e eu amo cada uma delas). Eu só não consigo lidar com essa sensação de ter “traído” a obra original, desculpa.
2. Como vocês devem ter percebido depois de todos esses capítulos, essa fic é sobre o Draco, sobre a evolução dele como pessoa, sobre como ele passa a questionar tudo aquilo que lhe foi dito e começa a procurar a verdade. E a relação dele com Hermione foi necessária pra ele crescer, pra ele ver o mundo de outro jeito, e ele sempre vai ser grato a ela por isso. Mas isso não quer dizer que eles se casariam e teriam lindos filhinhos com os cabelos castanhos e olhos cinzentos, o que nos leva ao motivo número 3:
3. Eu tentei representar do melhor jeito que eu pude essa fase da “adolescência”, toda a pressão e opressão, o medo do futuro, o passar a ver o mundo com outros olhos (pelo menos é assim que está sendo pra mim, só que com menos drama e magia, claro) e principalmente a imprevisibilidade do amanhã. Você pode ter vivido a história de amor mais linda do mundo com alguém, essa pessoa pode ter lhe ensinado as lições mais importantes da sua vida, mas no final vocês não deram certo. Tudo bem, isso pode parecer o fim do mundo no início, mas tem pessoas que entram e saem das nossas vidas por algum motivo, para nos ensinar alguma coisa. Pode até ser triste, mas é a realidade.
Então é isso, espero que vocês tenham entendido o meu lado, os meus motivos pra ter escrito esse final, por favor não me matem, eu amo vocês kkk
Mas, sério, muuuuuuuuito obrigada por terem acompanhado a jornada do nosso querido Draco até o final. Vocês não têm ideia de como eu fico feliz e grata só de pensar que pessoas de verdade, que vivem, choram, riem, comem, acompanham a fic por livre e espontânea vontade!
Quanto a esse final Scorpius+Rose, vocês gostaram? Se sim, podem esperar porque vem ai uma fic sobre o meu casal favorito da nova geração! (Só vai demorar um pouquinho, porque eu ainda preciso “amadurecer” as ideias da fic, pra ela não acabar uma bagunça que nem essa kkkk) Eu garanto a vocês que essa fic é SCROSE, sobre a relação de Scorpius e Rose, os dois juntos, não sobre só um personagem como essa.
Acho que isso é tudo que eu tenho pra falar (na verdade tem muito mais, mas vocês já devem estar cansados de ler as besteiras que eu escrevo). Eu adoraria saber a opinião de vocês sobre a fic, desde o início até o epílogo, e sobre uma possível fic Scrose (que envolve um amigo em comum, uma rixa familiar, quadribol, uma festa mal sucedida, a casa dos gritos e um certo diário) que explica esse epílogo direitinho.
Mais uma vez, muito obrigada por terem acompanhado o meu trabalho, por terem sido pacientes com as minhas demoras, por todo o apoio que vocês me deram e por não terem botado fogo na autora! Vocês são incríveis!



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