Polissuco escrita por Érika


Capítulo 17
Daylight


Notas iniciais do capítulo

Tã-dããã! Um capítulo (Pequenininho, por sinal) novinho em folha para vocês!
Eu sei que dessa vez eu demorei mais do que nunca, mas todas as vezes que eu tentava entrar para postar o site estava fora do ar, e com tanta coisa acontecendo, eu meio que posso (talvez) ter provavelmente deixado a fic de lado, mas agora tudo está de volta ao normal.
Bem, sem mais delongas, com vocês, o 17° Capítulo de Polissuco!



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Dentes. Línguas. Mãos na cintura. Mãos na nuca. Respirações sincronizadas. Pulsação acelerada. Dois vultos tão grudados que era impossível distinguir quem era quem. Assim estava aquela noite fria de fim de inverno nas masmorras do castelo. Para um aluno qualquer de Hogwarts, aquela cena seria considerada no mínimo inacreditável, a maioria a descreveria como impossível, mas Draco Malfoy e Hermione Granger já estavam tão acostumados com a presença um do outro que nem sequer percebiam o quanto tudo aquilo era irônico.

Hermione nunca gostara das masmorras, as paredes de pedra, o ar úmido e parado, o teto baixo e o chão irregular lhe davam arrepios. Mas naquele momento ela nem sequer se importava em estar encostada na parede de pedras frias que tanto a assustaram, ou em respirar o ar úmido e empoeirado que sempre pesavam em seus pulmões. Tudo que importava era um loiro que um dia ela odiara, mas agora, com a pressão da sua boca na dele, ela se perguntava se realmente chegara a odiá-lo.

–O que houve? –Perguntou quando o menino se afastou de súbito, parando estático, como um animal pressentindo o perigo. Ele levou um dedo aos lábios, pedindo silêncio, e assim ela fez, sem entender a preocupação dele, já que alguns degraus acima, na escada que ligava as masmorras ao resto do castelo, Astoria montava guarda, para evitar que alguém os flagrasse. Poucas semanas antes, Draco e Hermione aproveitaram-se de seus cargos de monitores-chefes para mudar os horários e garantir que toda noite pelo menos um dos três ficasse responsável pela patrulha da noite, assim os três podiam se reunir nas masmorras com a desculpa de estar trabalhando. Uma vez por semana, porém, Astoria abria mão de ficar com os amigos para que eles pudessem ficar sozinhos e, bem, aproveitar ao máximo, enquanto ela montava guarda. Hermione suspeitava que ela fazia isso não por sua amizade, mas para compensar de certa forma o que eles fizeram por ela na casa dos gritos. Ela odiava se aproveitar da boa vontade da menina, mas não abriria mão dos seus poucos momentos com Draco, por mais egoísta que isso fosse.

Quando olhou pra Draco ele estava abaixado, tirando os sapatos. Ele levantou o olhar para ela e uma ideia pareceu iluminar seus olhos. Lentamente, ele se levantou, suas mão puxando a gravata vermelha e dourada de Hermione de baixo do sweater e desfazendo o nó. Ela o olhou assustada, ele não estava pensando em- estava? Não, não podia, não ali, não tão cedo, não com ela. Um esboço de sorriso surgiu no rosto dele, o que só confirmou as suspeitas de Hermione, com os olhos mais arregalados do que nunca. O sorriso de Draco então se transformou em uma risada silenciosa, e Hermione se perguntou se ele estava rindo da reação dela, mas o garoto sacudiu a cabeça, como se pudesse ler os pensamentos dela, e apontou com uma mão para os sapatos dela, enquanto guardava a gravata no bolso de sua calça. Hermione, sem entender, ergueu uma sobrancelha. Draco revirou os olhos, não consigo acreditar que ela é a melhor aluna do nosso ano, então apontou para a própria orelha e depois apontou com a cabeça para a entrada da sala comunal. Finalmente Hermione entendeu e começou a tirar os sapatos o mais rápido que pôde. Os dois andaram na ponta dos pés com os sapatos nas mãos até a entrada, o único som no ar era o som dos passos, um andar acima. Draco fez sinal para que Hermione esperasse, tinham que entrar no momento certo.

–Professor Snape? O que o senhor faz aqui a essa hora? –Perguntou Astoria, alto demais para quem falava com o professor a sua frente, mas alto suficiente para que Draco e Hermione escutassem e soubessem que havia mais alguém ali.

–Furunculus- Sussurrou Draco, enquanto Snape discutia com Astoria sobre o direito dela questionar os professores. Malfoy e Granger deslizaram para dentro da recém-aberta passagem para a sala comunal.

Hermione não conseguiu evitar a surpresa ao ver a sala comunal da sonserina, em comparação a ela a da grifinória parecia extremamente simples. Através das gigantes janelas de vidro podia-se ver o fundo do lago de Hogwarts, ainda mais verde sob o luar, as algas se movendo lentamente, para lá e para cá. Longas cortinas de seda enfeitavam os cantos da janela, almofadas bordadas com um aspecto caríssimo enfeitavam os sofás e poltronas, todos feitos em madeira escura cuidadosamente esculpida. No final da longa sala uma lareira crepitava, suas chamas já se apagando.

Draco puxou Hermione para um sofá e ela caiu bem em cima dele, fazendo com que os dois rissem. Quando as risadas finalmente pararam um silêncio agonizante caiu sobre a sala.

–Sabe, há alguns anos, no mundo trouxa, também houve uma guerra assim. –Disse Hermione, sua voz quase inaudível.

–Sério? Por que você nunca me contou? Quem venceu?

–Sim, a Segunda Guerra Mundial-

–Espera, houve uma primeira? –Interrompeu Draco. Hermione revirou os olhos, as vezes esquecia o quanto os bruxos, principalmente os puro-sangue, eram ignorantes quanto aos trouxas. Se bem que a maioria dos trouxas nem sequer sabia sobre o mundo bruxo, então não era exatamente uma acusação justa.

–Houve, mas essa é uma história completamente diferente. Bem, voltando à Segunda Guerra, tudo começou com um homem que... –Hermione contou a Draco tudo o que sabia sobre a segunda guerra, sobre as armas trouxas, sobre como o conflito terminou, quem venceu, e as consequências dessa guerra. Draco não pôde deixar de notar as várias semelhanças com o momento em que o mundo mágico vivia, e se a história seguisse o mesmo fluxo do que aconteceu com os trouxas, isso só iria piorar. E ele não podia deixar de pensar que em pouco tempo ele ajudaria o Lorde das Trevas , fazendo com que a história se repetisse. Mas se a história se repetisse o bem venceria, como contou Hermione, a humanidade corrompida, mas o bem no comando.

Quando os primeiros raios de sol começaram a atravessar o lago, Draco percebeu o quanto estava tarde, e decidiu que era melhor levar Hermione para o dormitório dela antes que amanhecesse e outros sonserinos chegassem à sala. Ela estava deitada em um sofá, tão ecolhida que parecia uma criança. Draco a acordou e ela, ainda grogue, calçou os sapatos e o seguiu, ziguezagueando, de volta às masmorras. No topo das escadas, uma Astoria Greengrass jazia adormecida, ou quem sabe nocauteada por Snape. Draco parou para cobri-la com a sua capa, e assim que o fez a garota parou de tremer. O casal seguiu a sua jornada em direção aos dormitórios da grifinória. Um pouco antes dos dormitórios, os dois pararam em um corredor mal-iluminado para aproveitar os seus últimos minutos às sós.

–H-hermione? –Perguntou delicadamente uma voz baixinha, ainda sonolenta.

Hermione rapidamente tirou os braços do pescoço do menino, constrangida.

–Luna, você promete que- Começou Hermione, encarando os próprios pés, o rosto vermelho.

–Não se preocupe, não vou contar a ninguém. –Disse Luna, com um leve sorriso no rosto. –Você está feliz assim? Com ele, quero dizer.

Uma onda de alívio atingiu Hermione, ela sabia que podia confiar em Luna. Por um minuto ela ponderou a pergunta da amiga, então pensou em todo o tempo em que passou com raiva de Ron, então com Raiva de Draco por tê-la beijado e depois a ignorou por um bom tempo, e até mesmo em Krum, que não a largava, mesmo sabendo que ela não sentia o mesmo, então percebeu que nunca esteve tão satisfeita consigo mesma, com o mundo. –Sim, eu estou feliz.

Draco não pôde evitar um sorriso, aah se ela soubesse tudo o que tem feito por mim, pensou, percebendo que só o fato de que ele a fazia feliz já era suficiente para se sentir feliz.

–Bem, eu estou feliz por você estar feliz, mas eu realmente tenho que ir, não gosto que me vejam de pijama por ai. –Disse Luna, com um sorriso ingênuo no rosto.

–Luna, por que você está de pijama? – Perguntou Hermione, quando a menina já estava indo.

–Porque eu sou sonâmbula, devo ter passeado pela escola a noite e adormecido nesse corredor, só acordei agora a pouco porque o Harry quase me atropelou.

–O Harry? A essa hora? O que ele estava fazendo? –Perguntou Hermione, indo em direção à menina.

–Parece que o Ron foi envenenado. –Respondeu Luna, como se aquilo não fosse nada demais.

–O QUE? O RONY? POR QUE VOCÊ NÃO ME DISSE ANTES? –Perguntou, ou melhor, gritou Hermione, dando um abraço em Draco e correndo corredor a baixo –TENHO QUE IR, DESCULPA. –Gritou a menina, já no fim do corredor.

Draco podia odiar Ron, e sentir um pouco de ciúmes até, mas entendia perfeitamente que Hermione tinha que estar lá para o amigo. Mal ele percebia que, ao envenenar o Hidromel de Slughorn, ele também tinha envenenado Ron e, junto com o ruivo, a sua relação com Hermione. Todos envenenados, menos o alvo principal, Dumbledore. Pelo jeito o destino não quer esse homem morto, ou não quer que eu o mate, pensou Draco, que também não queria nenhum dos dois.

Enquanto ele pensava na morte do bruxo e seu destino inevitável, Hermione corria em direção à enfermaria, em direção ao ruivo. Às suas costas, o destino ria dos dois. Awn, que bonitinhos, são felizes juntos? Vamos ver como se sairão separados. Eles realmente acham que as coisas serão fáceis assim?


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Notas finais do capítulo

O que será que o destino tem programado pra eles? Bem, o que acontece depois daí vocês já sabem, mas e os detalhes?
Eu adoraria saber o que vocês estão achando da fic até aqui, então saiba que a sua opinião, seja ela qual for, é mais que bem vinda!
Eu também queria avisar que estou de volta la no @BagueteDoPeeta uhuuuu