Little By Little escrita por Stardust
Notas iniciais do capítulo
Um capitulo pra vocês nessa noite de tédio kkkk beijos!
Paramos na frente de um castelo imenso. Eu não sabia ao certo o que deveria fazer e nem se aquilo era real.
- Um castelo? – minha boca se abriu.
- Sim! – Kath parecia orgulhosa por causa daquilo. – É um dos únicos que existem por aqui. Temos sorte de termos sido convidadas, geralmente não convidam jovens que moram sozinhos. Isso não é muito comum, não é?
- Não? – disse, mas acabei lembrando que não estava no meu século. – É, acho que não.
- Vamos. – Kath continuou andando.
- Isso só pode ser um sonho, só pode! – sussurrei.
*
Parei na porta daquele imenso castelo e senti um arrepio. Eu me lembrava daquele lugar. Ele tinha ligação com algo que eu já havia visto, mas não me lembrava o que.
Mesmo no escuro, percebia que atrás de nós, não havia nada a não ser árvores. O jardim daquele lugar era enorme e seja lá quem fosse o dono, tinha muito trabalho para cuidar dele.
Observei Kath entregar um papel amarelado para o homem elegante que estava na porta e logo depois a segui para dentro do castelo colocando a máscara prateada no rosto.
O salão de festa era enorme e incrivelmente decorado. Havia pessoas mascaradas por todos os lados e eu realmente não era capaz de reconhecer ninguém.
- Kath, onde... – virei para trás, mas não encontrei Kath e sim duas garotas com vestidos amarelos me olhando espantada. – Ok, eu me viro. Posso muito bem fingir que isso é um baile de máscaras que as pessoas se vestem como antigamente.
No fundo, escutava uma música clássica parecida com as que tocavam nos filmes de princesas. O problema não era a música, ela até me acalmava, mas tudo naquilo estava me deixando tonta. Tanta perfeição, tantas pessoas corretas... aquele não era meu mundo. Estava acostumada com minha realidade torta, cheia de erros e manchas de tintas.
Entediada e sozinha, comecei a andar até achar um lugar para me sentar. Assim que meu corpo se acomodou na pesada cadeira de madeira um clarão iluminou o salão fazendo todos aqueles olhos cobertos por máscaras se arregalarem. Logo, veio o barulho. Um belo trovão, dos meus preferidos. Sorri sozinha ao contrário das garotas assustadas que deram um gritinho irritante.
Passei o olho no salão a procura de Kath. Ela odiava trovões e me achava louca por apreciá-los. Fiquei feliz por ela estar mais que protegida. Um rapaz, mais alto que ela e dos cabelos castanhos segurava suas mãos a ponto de passar a impressão de que ela não ligasse com o forte estrondo.
- Kath nunca perde tempo. – falei sozinha rindo de minha amiga. Era apenas Kath sendo Kath.
*
Saí do castelo e segui para o jardim. Lá fora tudo estava iluminado. Havia pequenas lâmpadas nas árvores e velas em alguns lugares. Sorri. Não imaginava que naquela época as coisas eram tão planejadas e incríveis.
Caminhei até chegar perto de um banco dourado. “Tudo aqui é dourado?”, pensei e comecei a rir.
Inclinei minha cabeça me apoiando de forma a observar o céu estrelado. Era uma noite bonita, daquelas que a gente senta na varanda com um livro antigo, uma xícara de café e fica sentindo o vento suave bater em sua pele. Mas eu estava presa em um lugar sem tudo aquilo que acostumei a viver. Não tinha minhas telas, minhas tintas, minhas músicas e nem mesmo meu antigo violão. Mas, no fundo, bem no meu subconsciente eu estava me sentindo confortável e segura.
Soltei um suspiro enquanto ouvia o barulho da iluminada fonte que estava bem do meu lado.
- There's a lady who's sure all that glitters is gold and she's buying the stairway to heaven. – cantei sozinha, mas parei quando avistei uma sombra.
- Estou me perguntando se você está aí sozinha por querer pegar um resfriado ou está fugindo de todos aqueles idiotas lá dentro. – ouvi uma voz rouca.
Rapidamente olhei para trás e me deparei com um rapaz alto, do cabelo escuro. Usava uma máscara como todos naquele lugar e um sobretudo preto combinando com sua roupa antiga. Pelo menos nisso ele era diferente. Exibiu um sorriso e pude perceber que esperava por resposta.
- Me cansei da festa. – foi tudo o que consegui dizer. Mesmo com aquela máscara pude perceber que ele era completamente atraente. Sem contar sua voz, que me deu arrepios.
- Somos dois. – disse virando de costas e jogando algo que eu julgava ser uma moeda dentro da fonte. Observava cada movimento do seu corpo.
Ficamos em silêncio por algum tempo. Observei-o subir na fonte e ficar equilibrando na beirada. Ele olhava o céu enquanto o vento batia pelos seus cabelos, bagunçando-os. Seus cabelos eram negros e não eram compridos, mas eram mais compridos do que o costumado naquela época e intensamente bagunçados. Notei logo que ele não era o maior fã de padrões.
- Não vejo graça em festas, tenho jeitos mais interessantes de me divertir. – observei um sorriso torto em seu rosto assim que se virou.
- Tipo o quê? – perguntei, mas não escutei sua resposta, pois no mesmo momento ouvimos um forte relâmpago.
Ao longe, os raios davam um espetáculo no céu.
- Tipo observar isso. – observei aquele rapaz misterioso abrir os braços e apontar para os raios. – Venha, suba aqui.
Me levantei rápido do banco e corri para onde ele estava. Aquele vestido comprido e pesado me atrapalhava de subir na fonte. Vendo minha dificuldade, o estranho ergueu a mão, dando-me apoio.
- Acho que não existe coisa mais bonita. – disse com um sorriso imenso do rosto. Era o mesmo sorriso que eu tinha toda vez que via uma obra de arte.
Me espantei ao ver o mesmo sorriso no rosto daquele rapaz. Ele parecia realmente apreciar e admirar aquilo que estava vendo. Por alguns segundos, ele parou de observar os raios e me olhou.
- Acho que vamos ter uma tempestade daquelas. – ele parecia empolgado, mas ficou calado, apenas me olhando.
Outro trovão.
Continuamos parados. Meu olhar encontrava seu olhar e já sentia sua mão encostando em meu braço. Percebi que pouco a pouco ele ia se aproximando do meu rosto e jurava que ele ia me beijar.
Sentia o calor de sua respiração na minha. Aqueles belos olhos negros estavam me dando arrepios e entrando em minha alma.
Mais um trovão.
Assim que pensei que nossos lábios iam se tocar, a água fria tocou nossos corpos fazendo com nós dois nos afastássemos assustados. Ouvi a risada dele e comecei a rir também.
Pulamos da fonte e tentamos correr até o salão. A água dificultava mais ainda que eu corresse, e vendo minha dificuldade novamente, ele pegou na minha mão e me levou até a porta.
Tudo o que eu conseguia pensar era no porquê de continuar sentindo seu toque até mesmo depois que ele havia soltado minha mão.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que estão achando? uhul USHAUHS comentem ♥