Nocturna - Fic Interativa - escrita por Elora


Capítulo 16
Distúrbio


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos!
Como havia dito estou para postar mais um capitulo, contudo não posso me alongar aqui já que estou terminando o próximo para posta-lo daqui a pouco. Tenho que avisar que vocês irão se surpreender.
Beijos!
P.S:Tenho que avisar que enquanto escrevo estes capítulos fico ouvindo Nickelback.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/365898/chapter/16

A luz prateada fundia ao negro das profundezas do lago mesclando uma cor inigualável, fiquei apenas absorvendo a beleza intocável do lugar as espumas esbranquiçadas arremessadas na areia distante provocava um som de murmúrio que nem o melhor músico poderia reproduzir. Enquanto o tal barco era carregado com as ultimas bugigangas que Austin havia arrumado para o regaste, Neon me fitava ocasionalmente entre as brechas de cortina dos meus cabelos intercalando entre mim e um papel antigo.

Neste momento esta cena parecia fazer sentindo, pois um radio de pilha do piloto da embarcação tocava a música Photograph – Nickelback – que preencheu a noite com a suas memórias e me levou a recordar  as minhas lembranças sorridentes de verão e noites frias assistindo filmes rodeada de rostos amigos e vasilhas de pipocas.Uma lagrima rebelde cruzou a barreira de meus olhos  e a raptei antes que alguém a visse;porém era tarde demais.Neon já estava ao meu lado imóvel como uma estatua ,não compreendi o seu gesto, então percebi que ele estava impedindo que os outros pudessem ver as minhas lagrimas.

– Obrigada – sussurrei, entre os dentes. Recompôs-me e então a minha montanha assustadora saiu do meu caminho sem dizer uma palavra. Talvez Neon não seja totalmente tão mal como aparenta ser. Ou é um ótimo mentiroso?Ou apenas alguém já sofreu demasiadamente?Compreendia que este pequeno segredo entre nós não permitia-me coloca-lo no topo da minha lista de amigos,contudo ele havia mostrado um lado seu que desconhecia até então.

– Você precisa se trocar – anunciou Viktor arremessando uma bolsa em minha direção – Coloque estas roupas, assim não vai entregar a nossa posição.

Assenti.

– Onde posso me trocar? – perguntei para o senhor de meia idade sua cabeleira grisalha exibia espaços significativos deixando evidente a sua calvície, vestia uma camisa azul-marinha e calças jeans desbotadas.Depois de um instante reparei as roupas dos garotos,todos vestiam trajes escuros somente eu que estava vestida de blusa branca e calça jeans.

– Fica atrás daqueles barcos – informou apontando para as embarcações ancoradas a uns sete metros atrás daqueles barcos – informou-me apontando para as embarcações ancoradas. – É melhor você não ir sozinha – aconselhou por fim.

– Neon vai com você – avisou Viktor.

Seguimos em silencio até o banheiro, os ruídos de estalos de madeiras apodrecidas soavam sob os nossos pés, o fitei pelo canto do olho, ele não parecia satisfeito ser a minha babá está noite. Seus olhos aprisionados num vazio distante entre os seus pés, a postura tensa e uma ruga de preocupação dançava em sua testa.

– O que foi?

– Nada – respondi, a minha face queimava por ter sido flagrada, os seus olhos gélidos perpetuados em minhas feições. Desviei o rosto. Por que eu fiquei olhando o Neon? – pensei, enquanto me esgueirava pela porta entreaberta do banheiro.

O golpe de ar frio atingiu-me enquanto puxava a blusa sob a cabeça, deixando o sutiã lilás amostra peguei a blusa de manga preta da bolsa junto com o casaco verde-musgo e os coloquei sob uma pequena bancada.

– Alguém precisa de ajuda? – perguntou alguém no batente da porta. O som da sua voz fez as minhas pernas tremerem e o ar escapar dos meus pulmões. Jeremy. Ordenei os meus neurônios paralisados a conter o sorriso alegre dos meus lábios. Mas era tarde demais. Ele já estava lá, sorri como uma garota de treze anos quando ganha o seu primeiro beijo. Aquele tipo de sorriso idiota que tem duração de uma semana ou mais.

– Você sumiu – disse com a voz vacilante, enquanto ele diminuía a distancia entre nós. Não posso fazer isto – repeti para mim mesma. Só que quanto mais repetia as palavras mais elas pareciam não fazerem sentido. – Pensei que havia me esquecido? – gaguejei tentando forçar a minha voz soar despreocupada assim que ele parou na minha frente.

Ele sorriu daquele jeito que acelerava o descongelamento das calotas polares, como o odeio por isto. E o pior é que ele já sabia disso.

– Nunca faria isso – continuou. – E nem que quisesse conseguiria tirar você dos meus pensamentos – concluiu. Então os seus braços passaram pela minha cintura puxando-me contra o seu corpo, seus olhos escuros aprisionados no meu rosto e suas mãos deslizavam suaves fazendo pequenos círculos em meus quadris como se esperasse por minha permissão. O que ele está fazendo?- pensei, porém antes de concluir a minha linha raciocínio os seus lábios já estavam selados nos. Fechei os olhos e me permiti esquecer o mundo por minuto. Ou dois... Não queria pensar. Apenas sentir.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou alguém. Afastei-me atordoada e então vi o que o Neon a meros centímetros de mim suas mãos coladas no corpo. Uma expressão estática ainda reina em seu semblante.

– O que você fez? – indaguei para o Neon.

– Apenas o que você queria – ele falou, então se afastou de mim e seguiu em direção a porta – Você sabe que ele não te merece – acrescentou antes de sair porta afora.

...

Desatei um suspiro.

– Como ele pode fazer isto?Assumir a forma de outra pessoa – perguntei para Austin enquanto voltávamos para o barco.

– Pensei que você soubesse – articulou num tom culpado – Nunca pensei que ele faria isto com você, afinal você é namorada de Alex e todos nós sabemos que não podemos importunar você – acresceu com um sorriso incentivador.

– Ele não podia fazer isto – disse para mim mesmo. Brincar com os meus pensamentos como se fosse algo manipulado por um qualquer como Neon.Não.Ele não devia ter feito isto.Agora irá sofrer as consequências.

Os barcos começaram a oscilar entre as ondas nervosas, uma brisa forte atravessou o meu rosto como uma lamina afiada fria e folhas viajantes de uma arvore vizinha começaram a rodopiar entre nós. O olhar tranquilo de Austin ao meu lado não serviu de nada comparado a raiva que transitava fervorosa entre as minhas veias.

– Respire fundo – ordenou Viktor assim que me avistou ao lado do barco. – O que você fez com ela? – gritou para Austin. As suas vozes tornaram-se zumbidos abafados em meus ouvidos, a expressão receosa de Nicholas me deixou ainda mais desestabilizada.

– Onde ele está? – grunhiu Viktor para noite, então Neon surgiu na beirada da embarcação.  Quando ele o avistou foi o primeiro a lhe dá um soco no maxilar, Neon não parecia se importar com tudo aquilo.Um liquido rubro descia desigual no canto da sua boca. – Você sabe que ela tem namorado – berrou, com o punho erguido prestes a lhe deferir mais um golpe só que agora em sua barriga.Então um brilho frio metálico chamou a minha atenção.Uma arma.Não pensei muito a respeito apenas a peguei e puxei o gatilho.Um som retumbante como de um grito agonizante planou na noite fria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!