Pátara Banks nos Jogos Vorazes escrita por Jae Renald


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

aproveitem



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Estava de volta ao meu quarto. Eu só conseguia pensar no perigo que corri confiando no instrutor de lanças. Eu confiei que ele queria me ajudar e então quase baixei a guarda.Mas também não consigo tirar da mente como eu consegui desviar de todos aqueles golpes.Talvez eu tenha alguma habilidade,ou talvez ele só tenha pegado leve comigo.Tinha acabado de tomar um banho quente, e agora tentava desligar a mente e dormir um pouco.Mas não conseguia.Quão bem Star deve ter se saído? E Caius?E Marissa?

—Que droga!—gritei levantando em um pulo da cama, chutando a parede.

Minha vontade era de continuar gritando até perder a voz, mas isso ia chamar atenção, então forcei meus gritos a ficarem presos na minha garganta. A ansiedade estava me matando.O quarto nessas horas parece muito pequeno,me fazendo sentir presa.

A porta abriu numa velocidade grande e Caius correu pra dentro e me olhava com uma cara preocupada. Provavelmente era porque eu tinha bagunçado tudo e estava agora deitada no chão,vestida com uma camisa de manga comprida e shorts,que deixavam minhas pernas com frio.

—O que esta acontecendo?Você está bem?—ele começou a perguntar enquanto se aproximava de mim e me levantava.

—Desde quando você se importa?—respondi olhando nos seus olhos.

—Eu pensei que você tinha desmaiado ou algo do tipo, fiquei preocupado sabia?—Continuou, tentando ignorar minha ultima pergunta.

— Como você pode ver, estou ótima!—respondi alto, soltando suas mãos dos meus ombros — O problema aqui é que não tem um único campo onde eu possa correr. É tudo cimento e concreto e luzes artificiais!

—Está com saudade de casa não é? —perguntou me olhando com uma cara compreensiva que me deixou com mais raiva ainda.

—Você não se importa!Apenas saia e me deixe morrer sufocada por essas paredes!—Comecei a gritar.

Não houve resposta. Ele simplesmente pegou uma de minhas mãos e começou a me puxar pra fora do quarto.

—O que você está fazendo?— falei não gritando, mas alto suficiente para chamar atenção.

—Você quer um pouco de espaço, eu entendo. Descobri um lugar que pode te ajudar.

Decidi parar de lutar e apenas acompanhá-lo.

Subimos alguns lances de escada e eu continuava pensando como algo como escadas poderiam me ajudar. Quando Caius abre uma porta um tanto enferrujada,posso finalmente ver direito.

O sol está se pondo, portanto a luz não incomodou meus olhos. O lugar era bonito,parecia um jardim,bem no alto do prédio.Instantaneamente meus pulmões se encheram daquele ar puro que sempre vem quando tem plantas por perto,e eu me senti mais tranquila,mais perto de casa,mas em paz.

Caius fechou a porta atrás de nós e me olhava da mesma forma que minha mãe me olhou quando nos falamos pela última vez. Com um discurso em mente.

—Não precisa medir as palavras. Seja o que for eu vou tentar entender.—disse quando ele estava ao meu lado,olhando para seus pés descalços.

—Quero que me prometa uma coisa... —ele disse olhando para suas mãos enormes.

O que quer que seja estava o deixando mal. Não tinha certeza se queria prometer nada a ninguém.

—É melhor você falar logo, está me assustando—disse sem tom de brincadeira.

—Eu não sei direito o que estou fazendo, ou pedindo. — ele finalmente olhou nos meu olhos,e eu pude sentir a intensidade de seus olhos azuis— Sabe,depois que meu pai morreu,quando eu tinha 13 anos,eu assumi a responsabilidade da família.Se eu morrer .... Sei que Meridan vai se virar e dar um jeito de cuidar da nossa mãe, mas não quero que ele passe pelas mesmas humilhações.

Não estava entendendo onde ele queria chegar com essa conversa, mas o deixei concluir, porque ele parecia genuinamente sincero.

—Não parece fazer sentido o que eu estou falando, mas quero que prometa cuidar das pessoas que eu amo se você vencer. Prometo fazer o mesmo caso eu vença.

Eu não sabia o que dizer. Na verdade não passava um único pensamento na minha mente.Eu só conseguia olhar pra aquele garoto do qual eu não gostava nem um pouco a menos de uma semana.Agora ele confiava a mim a responsabilidade de cuidar da família dele caso eu vencesse.

Estendi minha mão em forma de consentimento e balancei a cabeça em concordância. Achei a minha voz no fundo da garganta e disse:

—Muito bem, temos um acordo.

Ao invés de um aperto de mão eu recebo um abraço. Era caloroso como um cobertor no inverno. Ele sussurrou:

—Obrigado

Um sinal dispara na minha mente com a frase de Marissa me deixando com dor de cabeça: “Amizade nos jogos já é bem ruim, não se apaixone.”.

Rompo o abraço imediatamente e faço que não percebo a cara de confuso que Caius tinha agora.

Ele enfiou uma das mãos no bolso de seu jeans e puxou de lá uma pulseira de couro.

—Esse é o sinal de nosso acordo— ele disse enquanto a prendia no meu pulso— Gostaria que você usasse como lembrança do nosso distrito.

—É um sinal pra que, ou exatamente, pra quem? Pandora?—perguntei tentando parecer casual.

Nós dois ficamos desconfortáveis, mas ele não respondeu. Raiva ardeu em mim.Essa pulseira deve me transformar em algum tipo de alvo.Mas isso não vai me intimidar.Eu vou usa-la como um desafio.

—Obrigado pelo presente, mas tenho que ficar apresentável para o jantar.

Dei as costas e desci a escada. Cheguei no meu quarto,que agora parecia o lugar mais seguro para mim no momento,escolhi uma saia azul rodada que ia até um pouco abaixo dos joelhos,e uma camisa branca simples.Eu não sou muito boa em fazer combinações ,mas me arrisquei colocando um cinto fino de couro ao redor da cintura,e calcei sapatilhas também de couro.Estava até começando a gostar desse novo estilo.Prendi meu cabelo um rabo de cavalo e fui para a sala de televisão,onde iria descobrir qual foi minha nota na apresentação individual.


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