Nunca quis ser o centro. Sempre preferi uma boa sombra à luz do sol. Mas naquele dia, eu desejei o sol mais que tudo... Naquela sala infernal, vi minha maldição ganhar vida, minha realidade virar um mero conto de fadas. Hoje, nem sei como ainda respiro...

Naquela sala, vi tudo que uma pessoa não desejaria, ou sim, depende do nível de felicidade... Ou não, não sei mais, não consigo olhar para o lado sem ver aquela cena grotesca, sem alma revivendo. Vi meus piores pesadelos se transformarem em belos sonhos de crianças.

Naquela noite, naquela amaldiçoada sala, eu vi. O reviver de um demônio, como fosse uma flor a desabrochar, foi lindamente horripilante, como se a morte sorrisse, no dia em que sua filha nascesse!

Ainda me lembro, aquela sala, uma mulher entrando em trabalho de parto, foi inesperada, mas provável... Mas o que aconteceu após, foi o que mataria muitos... Como se a vida lhe tirasse a face, como se a morte lhe possuísse, como se o próprio lúcifer estivesse nela. Ela berrava e implorava a morte... Ela previu o que aquele ser seria o demônio encarnado...

Não consigo, realmente, esquecer quando aquela pequena criança que seria alegria a uma família, pôs a mão para fora, era como se fosse queimada e sem pele, unhas retorcidas... E após a mão na própria barriga da mãe, ele perfurou e revelou outro braço, esse era pior que o primeiro, dessa vez era cheio de olhos e bocas, que falavam algo em uma língua completamente estranha...

Mas não fiquei só nisso, peguei uma faca ou algo do tipo, só sei que quando aquele pedaço medonho infernal pôs a cabeça para fora eu acertei-a com toda minha força. Mas a cabeça dele era cheia de chifres e sua boca era muito maior do que qualquer uma que qualquer um pode ver, e com dentes retorcidos e com uma espécie de liquido escorrendo.

Só sei o que eu fiz... E hoje, antes de deitar, antes de levantar, antes de até olhar para o lado, peço a Deus que aquele ser não volte, que aquilo realmente seja um sonho, como muitos dizem, mas eu ainda sinto seu olhar sobre mim e suas palavras dentro de meus ouvidos, ressoando e ressoando... Como se fosse uma cantiga... Uma cantiga de morte...

Que minha alma adorou!