O Brilho Da Lua escrita por Caçador DJ


Capítulo 3
Um ato de desespero: Atirar no Escuro


Notas iniciais do capítulo

Quem nunca jogou e apostou na incerteza? Quem já sentiu aquele aperto no estômago quando tudo dependia de uma aposta e o resultado dela fosse desconhecido? E quando estas apostas são algo que você não tem certeza se deveria ousar por em risco num jogo que você não sabe as regras?
As cartas foram lançadas e Ullisses agora sabe as regras básicas, será o suficiente?

Boa leitura.



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Ullises não parava de pensar em tudo o que Erika tinha contado à ela sobre o acidente e no porquê de sua memória escurecer tudo aquilo que tinha ocorrido. Suas conversas com Cid eram tão assustadoras quanto seus pesadelos com o vulto e sua nova companhia, a mulher chorosa. Era inferno.

– Alô. Sim, pode falar Erika. - a garota estava pedindo um encontro - Venha para minha casa. Vou te buscar. Está bem, te espero então. Beijo e até mais.

Master? Posso ficar...? - Cid se referia à um ursinho de pelúcia com um grande "eu te amo" no meio.

– Pode, a minha última namorada jogou ele no sótão acho que é um sinal de que não o quer mais - seu olhar era perdido e suas palavras vagas.

– Meu senhor não é muito bom com as mulheres, não é? - seu olhar enquanto brincava com o urso era de quem desejava matá-lo, mas seus gestos eram cheios de afeto e cuidado.

– Pelo contrário, a maioria dos problemas são por ser bom em excesso.

– Então se é tão bom, por quê não tem amigos?

Porque são uma fraqueza... - neste momento a campainha tocou.

Era Erika. Tinha uma aura exausta cobrindo seu corpo que parecia até visível, mas esboçava um sorriso. Trazia também uma bolsa e pastas cheias de pesquisas e as pos numa mesa.


Feelings! - apontava para um papel na mesa - Esta é a palavra chave.

– Então não estou ficando louco - olhou para Cid - ele realmente existe...

– ... mas ninguém pode vê-lo! - a garota completou - somente o dono.

– E existem mais aberrações com amigos imaginários como eu? - parecia triste.

– Sim, normalmente eles despertam seus feelings por causa de um trauma. No seu caso o Cid veio pelo coma.

– Algo me diz que não foi o acidente... - estava cada vez mais pesaroso.

– Como assim? Está me escondendo algo?

– Esqueça! - olhou para o Cid que brincava - O que faço com ele?

– Aí que está, eu não sei. No meu curso de psicologia é comum sabermos de pessoas que criam companhias ou até desenvolvem multipolaridade depois de traumas, - sua expressão é de curiosidade - mas os feelings são mais fortes que isso e parecem realmente existir.

– Obrigado. Vai almoçar? - queria mudar de assunto.

– Só se você cozinhar. Chamei um amigo que irá te dizer tudo o que deseja saber sobre os feelings – a mesma corou.

– E quem disse que quero saber? - indiferença novamente.

– A coisa que mais me conquistou em você... seus olhos– a garota evitava fita-lo.

– Irei cozinhar e você deveria cuidar do que mais me chamou atenção em você...

– Que foi...? - parecia esperançosa com um elogio.

– Seus cabelos. Há quantas semanas não o penteia? - saiu sorrindo.

Ullisses voltou a ter seus lhos dourados indiferentes, mas seu sorriso de caçador voltara.


O especilista chegara. Era jovem, magro, de barba rala e bem apessoado. Tinha olhos e cabelos castanhos de corte baixo e trajava algo próximo ao social esportivo.

– Pode me chamar de Shot, é meu apelido de calouro - seus cumprimentos eram calorosos - a Erika disse que precisava de mim. Seu nome é...?

– Ullisses e este é Cid - o garoto estava ao seu lado com o dedo no nariz.

– Não posso vê-lo. A Erika não lhe avisou? - seu sorriso era fascinante.

– Desculpe-me, entre. E você quem é? - estendeu a mão para o nada.

Seguiu-se um silêncio mortal. Erika ficou curiosa tentando entender o que Ullisses fazia, mas surpreendente mesmo foi a expressão horrorizada na face de Shot ao ver a direção para que Ullisses estendia a mão.

– Você não é muito de falar? - Ullisses sorriu- Bem o oposto de seu amigo ali.

– Vo... vo-você está falando com o... - parou para respirar - o Break? - continuava embasbacado.

– Então seu nome é Break? - sorriu - Seja benvindo, fique à vontade.

Todos sentaram-se à mesa e começaram a conversar sobre os feeelings e Shot explicou que Break era o seu.

– Ainda não sei como pode vê-lo e ainda falar com ele - sua expressão era desconfiada - Break é minha alegria.

– Sua o quê? Não está sendo claro - Ullisses estava impaciente.

– Você disse que o seu chama-se...

– Cid! Cara você é péssimo com nomes. - parecia farto.

– Ullisses, não está ajudando! - Erika o repreendeu.

– Desculpe-me. Não é culpa dele, eu realmente fui surpreendido, - endireitou-se - mas já passou o choque. Vou começar do início.

E Shot respondia cada pergunta do rapaz e ia alimentando um monstro a cada pergunta respondida e este mosntro crescia tanto que já poderia esmagar uma cidade ou levar garotas ao topo de edifícios famosos., mas o rapaz conseguiu controla-lo. O jovem universitário contou algumas experiências e os dois se tornavam amigos aos poucos pelos pontos comuns. Tanto isso era fato que Erika enjoou da cena e os deixou a sós brincando de super-heróis.

– Por fim, seu feeling é como um presente ligado à sua personalidade. Um bônus por ter sofrido tanto na sua vida e isso te dará habilidades sobrehumanas.

– Certo o que o Break te fornece? - olhava para o Cid.

– Velocidade. Veja aquela aranha na parede - e apontou.

– Onde? - olhou para parede e depois de uma rajada de vento voltou para onde estava Shot.

– Aqui - estendeu a palma da mão - preciso treinar a aerodinâmica para não deslocar tanto ar.

– Incrível! - sorria feito um garoto - Como o adquiriu? Qual trauma? Quantos traumas?

– Longa história - levantou-se - e preciso ir para o flat. Vamos fazer nosso trabalho Erika?

_ Tanto faz - Erika ignorou Ullisses e já estava pronta - é somente para segunda aula, mas vamos. O garotão aqui tem muito o que digerir.

– Até mais, Ullisses, a gente se vê.

– Calma, mas eu eu? Quero dizer, o que o Cid é? O que ele me oferece? - estava agitado.

Descobrir sozinho é a parte mais gostosa do jogo – realmente Shot era sempre um oceano de alegria e confiança.

– Durma mais três dias e quem sabe descubra. - qualquer um perceberia que Erika estava muito irritada.

– Adeuzinho. Break também está feliz por conhecer Cid. - a porta foi fechada por eles ao sairem e deixarem Ullisses absorto em seus pensamentos.

Ullisses ficou ali por horas analizando o céu até as nuvens sumirem e darem lugar às estrelas e à uma opaca, mas encantadora, lua crescente. E ele ainda ficou ali por muito tempo. Até recobrar a alma que parecia ter abandonado seu corpo.

– Vamos! Vou dormir e voltar para aquele inferno e você vem comigo Cid. - chamou o garoto de expressão sádica que veio de imediato.

Yes, master!

Naquela noite ele teve um pesadelo horrível e desejou ter esperado um pouco mais para obter algumas respostas.


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Notas finais do capítulo

Um pesadelo que o tira do sério e até Cid, o garoto de sorriso inabalavel, perde o controle de seu mestre. Ullisses viaja mais fundo ao inferno sem nem imaginar os riscos que corre. Enquanto isso Erika se coloca em perigos que não está preparada. Será que Ullisses vale tanto a pena assim? Aguardem: Capítulo III - SEQUESTRO RELÂMPAGO!!!



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