"Talking to the moooon ♪"

ANNIE P.O.V

Fiquei na praia por algum tempo, observando a paisagem. Realmente, era muito linda, e por isso eu amava Montauk. Aos poucos, os outros foram chegando, em casais. Menos Nico. Na verdade, eu queria muito falar com o Nico, e esfregar na cara dele o que ele fez comigo. E foi isso que eu fiz. Arrastei ele pra um canto bem afastado dos outros.

- Nico? Você estava LOUCO? - eu gritei, com raiva - você viu o que você fez?

Ele abaixou a cabeça.

- Nico, olhe para mim. Agora. - ele obedeceu - eu, eu sei que correspondi mas, Nico, por favor. Não faça isso de novo. Eu, sinceramente, não gosto de você, e isso não vai mudar. A Thalia te ama, e ela é, quer dizer, era minha melhor amiga. Eu não poderia ter feito aquilo. 

- Eu sei Annabeth. Mas, eu também nunca vou gostar da Thalia. Eu gosto de você. - ele pausou - eu sei que você a traiu, mas eu também trai alguem.

- Até parece, ninguém gosta de mim mesmo. 

- É o que você acha. Eu não gosto da Thalia, fim de conversa.

- Isso pode mudar.

- Legal. Então você também pode gostar de mim? - ele disse, talvez esperançoso.

Neguei com a cabeça.

- Mas vocês são perfeitos um para o outro! - protestei

- Grande coisa, Annabeth. Todo mundo fala que você e Percy são perfeitos um para o outro. Já inventaram até um nome.

Eu ri.

- E qual é? - perguntei, curiosa.

- "Percabeth". - Ele disse, triste.

- Me desculpe, Nico, mas, eu não posso. 

- Annabeth? - Perguntou.

Nem percebi que ele segurava uma pulseira.

- Hm?

- Sinto muito por seu pai - Ele disse, e me deu uma pulseira.

A pulseira era prata, com pequenas pedrinhas pretas brilhantes. Muito bonita, por sinal. Eu só não sabia de onde ele havia tirado aquela informação.

- Obrigado. Você é um bom amigo. Um ótimo amigo. 

Ele deu de costas e foi para a praia. Esperei ele se distanciar, e fui também. Chegando lá todos estavam rindo e brincando de "ai", e eu resolvi brincar também. Quem estava do meu lado era a Silena (a que iria dar o tapa) e do meu outro era o Chris (o que iria receber). Foram passando. Percy bateu na Calipso, ela saiu. Bateu na Thalia, ela na Silena, e Silena em mim.

Tá você pode achar que com todo aquele jeito "fru fru" da Silena ela seja fraca, isso por que você não recebeu um tapa dela. O tapa dela não doía, mas ardia e muito, mas eu aguentei.

- Caramba, Silena!

Ela riu.

Peguei a mão do Chris, e passei por cima, tipo amaciando, e meti um tapão bem forte. 

- Nossa, Annabeth, ta bravinha é? - ele disse, alisando a mão.

Depois de muitos tapas e muitas reclamações, resolvemos brincar de briga de galo,  só que não do jeito normal. Íriamos brincar todos de uma vez. Tiramos "dois ou um" para ver os pares. Chris e Calipso, Luke e Rachel, Thalia e Nico, Clarisse e Charles, Jason e Piper, Juniper e Grover, Silena não queria brincar e nem Tyson, então fomos eu e...Percy.

Brincamos, caímos e rimos muito, e, como já estava meio na hora do almoço (pra nós, já que era umas 2 p.m.). Eu, Silena e Piper fomos preparar o almoço. Os outros foram tomar banho, arrumar a casa ou outras coisas assim. Preparamos travessar de rosbife, batatas assadas, cenouras na manteiga, pão fresco, arroz e outras coisas bem gostosas que fizemos por que não comíamos faz tempo.

Servimos a mesa, e todos foram chegando, aos poucos. Comemos, e eu, Silena e Piper fomos tomar banho, já que enquanto todos tomavam nós faziámos o almoço. 

Passamos a tarde na praia, e quando foi anoitecendo todos foram entrando. Eu fiquei para observar a paisagem, o por do Sol. Eu estava sentada em uma cadeira que acompanhava uma mesa, e vi uma figura deslizando a minha frente. 

- Annie? - perguntou

Levantei minha cabeça, vi que era Percy.

- Você não estava, sei lá, furioso comigo ou coisa assim? - Perguntei, assustada.

Ele corou.

- Sim, eu estava mas Nico me explicou o que aconteceu. Parece que a culpa não foi sua, afinal. - Ele disse.

Não sei o que Nico tinha falado pra ele, mas eu tinha gostado.

- Ah, tá. - eu disse - Me desculpe de qualquer jeito, Percy. Por você e por Thalia. 

- Desculpa por meu surto. - Ele disse, risonho.

- Nossa, Percy Jackson se desculpando? 

- Eu só peço desculpas quando realmente me importo com a pessoa, e tenho medo de perdê-la. 

Provalmente eu corei.

- E você se importa comigo? - Perguntei, inocente.

- É claro, boba! 

- Eu também me importo com você.

- Eu sei.

Rimos, e ele mantinha as mãos abaixo da mesa, mas quando finalmente subiu ele segurava um imenso e disforme cupcake com cobertura azul. 

- Sinto muito por seu pai, Annie.

Eu estava atônita. Eu me divertira tanto aquele dia, que nem tinha me lembrado que meu pai se fora.

- Faça um pedido - Disse ele.

- Foi você mesmo quem fez?

- Tyson ajudou.

- Isso explica por que parece um tijolo de chocolate - disse eu. - Com cimento azul extra.

Percy riu.

Pensei por um segundo, então soprei a vela. 

Nós o cortamos ao meio e dividimos, comendo com as mãos. Percy ficou sentado ao meu lado, olhando o oceano.

Eu ergui uma sobrancelha.

- Você tem alguma coisa a me dizer, Cabeça de Alga? (eu passei a chamar ele assim, porque era muito lerdo, e porque hoje ele mergulhou e saiu com uma grande alga na sua cabeça, e a alga não queria sair de lá)

- Você provavelmente me daria um passa-fora.

- Você sabe que eu lhe daria um passa-fora.

Limpei o bolo das mãos, e ele também.

- Fale, Percy. 

- Annie, eu não quero que as coisas fiquem as mesmas para toda a eternidade, porque elas sempre podem melhorar. E eu estava pensando...

PERCY P.O.V

[...]

- Annie, eu não quero que as coisas fiquem as mesmas para toda a eternidade, porque elas sempre podem melhorar. E eu estava pensando - Minha garganta estava totalmente seca.

- Em alguém em particular? - Perguntou Annabeth, com a voz suave.

Olhei para ela e vi que estava tentando não sorrir.

- Você está rindo de mim. - queixei-me.

- Não estou não!

- Você não está tornando as coisa nada fáceis.

Então ela riu de verdade e abraçou meu pescoço.

- Eu nunca, mas nunca vou tornar as coisas fáceis para você, Cabeça de Alga. Acostume-se a isso.

Quando ela me beijou, tive a impressão de que meu cérebro estava se derretendo e escorrendo para o corpo.

Eu poderia ter ficado assim para sempre, mas uma voz às nossas costas resmungou:

- Já não era sem tempo!

De repente, nossos amigos todos estavam atrás de nós. Clarisse ia a frente, enquanto os bisbilhoteiros nos pegaram e colocoram nos seus ombros.

- Ah, puxa vida! - reclamei. - Não se tem mais privacidade?

- Os pombinhos precisam se refrescar! - disse Clarisse com alegria.

- O mar! - gritou Chris.

Com um grande vida, eles nos carregaram até o mar, mas nos mantiveram perto o suficiente para que ficássemos de mãos dadas. Annabeth ria, e eu não pude deixar de rir também, embora meu rosto estivesse todo vermelho.

Ficamos de mãos dadas até o momento em que nos despejaram na água.

E aquele foi, sem dúvida, o melhor beijo subaquático de todos os tempos.