Ele É Apenas O Meu... (MODIFICADO 2020) escrita por lubizinha


Capítulo 1
Capítulo 1 - Thoughts (Sasha Sloan)




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Oi pessoal! Eu espero que vocês gostem da minha história, o primeiro capítulo nunca acontece muita coisa, mas é sempre necessário, certo? Se houver algum erro na escrita podem falar. E se você ler e gostar, por favor, não deixe de comentar. Boa leitura. AVISO: Essa história pode conter alguns gatilhos, devido algumas cenas de bullying, transtornos alimentares e depressão. São temas escolhidos por minha pessoa por serem relevantes e com a intenção de repassar a seguinte mensagem: caso você esteja passando por algo assim ou parecido peça ajuda, por favor! Você é importante S2.

Aqui eu estava, sentada no canto escuro da biblioteca da escola comendo o meu lanche, um sanduíche natural de pepino feito pela minha mãe. Apesar de gostar de ler, não era por isso que eu estava aqui, a verdadeira razão era que estava tentando me esconder daqueles ridículos populares, um grupo de garotos do time de futebol da escola, os quais me perseguiam às vezes para ficar implicando. Os principais comentários maldosos eram por causa do meu cabelo que é liso e preto, porém as pontas são roxas. Também haviam umas garotas metidas que me incomodavam muito, mas elas não perdiam tempo tentando me encontrar no intervalo, invés disso preferiam implicar comigo na sala de aula sem que o professor notasse.

Eu ficava olhando para o meu relógio a cada minuto só para ver se faltava muito para o sinal tocar e eu voltar para a sala. Não que eu gostasse de ficar lá, mas, pelo menos, eu poderia ficar desenhando no caderno até as aulas acabarem. O sinal tocou e eu terminei o meu lanche. Levantei-me do chão da biblioteca e fui andando até a sala olhando para os lados, para não me esbarrar com ninguém indesejável, mas eu era o tipo de garota azarada que estava no lugar que não deveria estar na hora errada.

— Olhem, pessoal, a Barney chegou. Onde estão os seus amigos? – perguntou uma garota ruiva de olhos castanhos claros, Tina, a pessoa mais popular da escola. Era assim que todos os populares me chamam, de Barney, o que me deixava muito mal. – Estava se escondendo de novo da sociedade?

— Eu também me esconderia se tivesse esse rosto. – falou a sua amiga de cabelos castanhos escuros e olhos verdes claros, Jaz, a segunda mais popular da escola. – O que foi Barney vai chorar? – eu estava de cabeça baixa tentando fazer com que minhas lágrimas não caíssem.

— Como você consegue viver, garota? Como você consegue viver sendo tão estranha e feia? Você é provavelmente a pessoa mais insuportável que eu já conheci. – falou Tina, jogando o cabelo para trás.

Comecei a correr e fui parar num quartinho pequeno do zelador onde havia várias coisas de limpeza, balde, vassoura, detergentes. Sentei-me no chão e comecei a chorar, eu só queria parar de chorar quando não houvesse mais nenhuma água no meu corpo e eu estivesse desidratada. Quando o sinal que avisa que as aulas tinham acabado tocou, eu fiquei mais um pouco ali até que todos tivessem ido embora e ninguém pudesse me ver saindo de lá e indo para casa com o rosto vermelho de choro.

Cheguei a minha casa e não havia ninguém, como sempre. Minha mãe é advogada, ela passa o dia todo no escritório dela no centro da cidade e não almoça em casa; antigamente ela costumava ser mais presente, porém desde que o meu pai nos abandonou, ela começou a trabalhar o dobro para dar conta das despesas. Apesar de sentir a falta dela por perto, eu tenho muito orgulho do quanto ela é trabalhadora.

Fui até a cozinha, peguei a comida na geladeira e esquentei no microondas. Comecei a comer olhando para o vazio que era a nossa casa. Antigamente não era assim acredite. Eu poderia detalhar exatamente tudo o que eu fiz no meu dia, mas isso iria soar chato e entediante. Então quando a noite caiu e minha mãe chegou do trabalho, fomos jantar fora. O que soava muito estranho, porque minha mãe sempre preferiu cozinhar e comer em casa. Fomos para o meu restaurante favorito, que fica há uma quadra de casa, onde o cardápio é comida japonesa. Enquanto eu comia sushi, minha mãe me olhava pensativa.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntei desconfiada. Eu já suspeitava de algo desde que ela me contou que jantaríamos fora hoje.

— Filha, eu preciso te contar algo. – disse minha mãe. Eu sabia! Eu sabia que tinha alguma coisa e não era coisa boa.

— Então conta, mãe. – falei curiosa.

— O Kevin me pediu em noivado. – disse mamãe e eu quase me entalei com o sushi. – Toma, querida, toma. – minha mãe me deu um copo d’água e eu fiquei melhor.

— Como assim ele te pediu em noivado? – perguntei chocada com a notícia. Kevin é o namorado da minha mãe, quer dizer, era porque agora é noivo. Eles namoram já faz dois anos. Para mim dois anos não é nada pra decidir algo para a vida inteira, não que eu saiba de alguma coisa sobre namoro, mas não era isso que mais me incomodava e sim o fato de que aquela simples informação poderia mudar completamente toda a minha vida. Bebi mais água e esperei o que ela ia falar em seguida, com certo nervosismo:

— Sim, ele me pediu e eu aceitei. Não temos nada planejado para um casamento, nem falamos sobre isso ainda, mas ele me pediu para ir morar com ele.

— E você lógico que disse que não, não é? – perguntei, ela me olhou de um jeito que eu sabia que ela tinha dito sim. – Você só pode estar brincando! Eu não vou me mudar para Lake Ville! – falei bem alto, a esse ponto as pessoas ao nosso redor nos olhavam.

— Mas lá é uma ótima cidade! Sem falar, que você vai poder conhecer melhor o Kevin e os seus filhos. – falou mamãe. Botei minhas mãos na cabeça, estava ficando vermelha só de imaginar o pesadelo que seria viver com o Kevin e os dois filhos dele. Eu tenho tentado evitar o máximo que eu podia esse tal de Kevin, toda vez que ele vinha para a cidade, ele e minha mãe tentavam me colocar no meio de algum passeio, eu encontrava alguma desculpa para não ter que ir.

— Quando a gente vai? – perguntei tentando me acalmar, quem sabe ela desistia da ideia até lá.

— Daqui a cinco dias. – respondeu mamãe.

— Como é que é? – gritei surpresa. – Não acredito que tomou essa decisão sem mim!

— Eu achei que fosse o melhor para você. Pense querida, uma vida nova, uma cidade nova, vai fazer novos amigos. – disse mamãe. Ela não sabia que eu não tinha nenhum amigo, ela não sabia que eu sofria bullying na escola, ela não sabia de nada porque eu nunca contei. Se tiver uma coisa que eu sou boa é em guardar todos os meus sentimentos para mim mesma. Algo que, no fundo, sei que não é a coisa mais saudável de se fazer.

— Você não pode escolher o que é bom ou não para mim. – falei cruzando os braços. – Quando obviamente não sabe o que é bom nem para você.

— Ok, agora você passou dos limites. – disse minha mãe deixando de ser doce e calma e ficando irritada. – Você vai se mudar para Lake Ville comigo e vai ter que aprender a gostar do Kevin porque é ele quem me faz feliz, entendeu?! – Depois disso ela pediu a conta e eu fiquei sem falar com ela por todo o caminho até em casa. Eu não iria aguentar viver com o seu namorado, digo, noivo e seus filhos irritantes.


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Notas finais do capítulo

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