-Fred é o que? – perguntei (lê-se gritei) rindo, e Fred me encarou irritado –

-Ele é virgem, mó cara de pegador, falando que vai pegar todo mundo, e no final o cara é mó virgem! – Kyle falou rindo alto assim como eu –

-Cansaram de espalhar? – perguntou Fred, o baseado que antes estava intacto em seus dedos agora estava amassado pelo mesmo –

-Foi mal. – murmurei tentando parar de rir –

-Pode rir, sei o quanto você quer isso. Ria a vontade, nada que eu nunca tenha visto. – ele resmungou deitando sobre o banco, de cabeça pra baixo –

-Ahhhh Frederick! – exclamei me jogando em cima dele – Gay.

-Uma orgia, nada melhor que isso pra alegrar uma festa. – ouvi a voz de John e me virei vendo ele e Kenny chegando com alguns pacotes nas mãos, provavelmente as ervas –

Ele sentou na plataforma ao lado de Kyle e Gu, e abriu um dos pacotes, jogando alguns papeis de sedas do lado do pacote. “Imaginei que não tivessem nenhum” pude o ouvir resmungando e eu me levantei pegando duas sedas e preparando o baseado. Após enrolar a erva na seda, voltei pro banco entregando um baseado pro Fred e ficando com um.

-Vamos resolver seu problema Fred. – John falou –

-Como cê sabe o meu problema? – perguntou se sentando no banco –

-Com os gritos da escandalosa do Danny e do Kyle, quem não sabe? – perguntou Kenny –

-Vai me deixar comer seu cu John? Esse é o único jeito. – zombou e John fez careta –

-Nops. – respondeu, com o baseado na boca já –

A fumaça que se instalava ali impedia um pouco de vermos um ao outro, mas no problem, acho que ninguém ali queria se olhar enquanto fuma.

-Ainda não entendi qual tipo de ovo você é? – perguntou Gu, voltando ao assunto de trezentos anos atrás –

-Aquele ovo que bate na sua bunda. – Kyle ironizou –

-Ironia? – perguntou Kenny –

-Não Kenny, é o ovo mesmo. – Kyle zoou –

-Sim é ironia Kennedy. – Fred respondeu –

Em um movimento talvez rápido demais tirei o baseado de Fred e sai correndo com ele na mão, com o garoto de touca correndo atrás de mim, pela primeira vez eu estava diferente dele. Calça larga, camiseta preta e boné preto. Enquanto ele usava bermuda até o joelho estilo skatista, camiseta branca com uma estampa de gravata e com uma touca com pequenas orelhas de urso branca. Sentei entre duas garotas cruzando as pernas e jogando meus braços pelos ombros das mesmas, que só riram. Quando ele chegou perto de mim a touca estava sendo arrastada pelo chão e a mão dele estava fechada segurando a touca.

-O baseado Daniel. – Frederick pediu quando chegou a minha frente –

-Não sei do que está falando. – respondi, colocando o baseado na boca –

-Sabe sim. O baseado que o John trouxe. – ele respondeu passando a mão pelo cabelo escuro –

-Ah, esse? – perguntei apontando pra um baseado amassado no chão –

-Meu baseado, eu vou quebrar você! – ele esticou a mão fechada e eu estiquei a minha mão aberta com o baseado dele. –

-Seu baseado, virgem. – zombei e ele pegou o baseado, logo o acendendo de novo e colocando na boca – Ele é todo de vocês, garotas. – bati no ombro das garotas que sorriram maldosas pro Fred – Te vejo em casa pegador. – gritei quando já estava longe –

Voltei correndo pra onde o resto do pessoal estava e me joguei no banco, com a intenção de cair em pé, porém cai deitado e minha cabeça quicou na madeira, fazendo todos que presenciaram a cena rirem.

-Acabei de levar o virgem pra duas piranhas que vi por aqui. – resmunguei fazendo outro baseado e pegando o isqueiro do Kenny –

-Duas? Nunca fez isso comigo Danny, e eu querendo pegar suas amiguinhas ao mesmo tempo e tu não me colocava na fita delas. – John zombou –

-Sabe como é, ele é mais gostoso que você né migs. – zoei sentando ao seu lado na plataforma e deitando logo depois –

-Não entendi... Vocês são gays? – Gu, o cara mais lerdo que já conheci, perguntou –

-Não. – respondemos todos ao mesmo tempo, rindo da cara que ele fez –

-Ah que bom, achei que ia ter que dar pra um de vocês pra virar amigo. – ele riu –

-Na verdade, tem que dar pro John, sabe como é a máquina dele é pequena, nem machuca. – gritei e John me deu um soco próximo a costela –

-Vou te mostrar a máquina pequena. – ele murmurou –

-Não façam planos do meu lado seus gays. – Kenny berrou –

Cinco caras doidos de tanto fumar baseado e beber Heineken, acho que quem passava ficava até com pena de nós, estávamos deitados na plataforma onde a banda toca - ou seja, o palco- de uma festa numa casa enorme, fumando baseados iguais uns fodidos, parecíamos uma chaminé humana, uma não. Cinco. Cada um com uma Heineken na mão, o líquido se misturando com o gosto da fumaça, não. Fumaça tem gosto? Enfim...

-Eu to com uma puta vontade de mijar. – anunciei após algum tempo de silencio – Vou lá, alguém vai junto ou quer alguma coisa? – perguntei –

-Claro Dan, eu quero um pouco de água do vazo que você mijar. – John revirou os olhos e eu ri me levantando –

-Vou contigo, to cheio pra caralho. – Kyle avisou se levantando enquanto jogava o resto do baseado no chão –

Fomos andando até o banheiro, que ficava ao lado de onde eu havia deixado Fred com as minas, e o mesmo se encontrava dentro de uma delas, não a língua. A cabeça de baixo, sabe? A sem cérebro, estava dentro da menina.

-Ae porra, largou de ser um virgem do caralho! – gritei quando passei do seu lado e ele levantou o dedo pra mim –

-É legal isso que tu tá fazendo pelo Fred. – Kyle começou quando chegamos ao banheiro, puta merda, foda-se. Vou à cabine mesmo, odeio ir junto com os outros caras, mas foda-se, quem curte um cara olhando seu pinto? –

-O que? – perguntei, abaixando o jeans e esperando o “jato” vir –

-Isso, ajudando o Fred. Tá me fazendo um grande favor. – ele anunciou depois de um tempo –

-Eu não estou fazendo favor nenhum pra ninguém, nem pra você nem pra ele. – falei enquanto erguia o jeans novamente –

-Sério mesmo que tu acha que eu acredito que vocês são amigos? – perguntou enquanto eu saia da cabine indo em direção a pia e lavando as mãos –

-Olha só, eu não sei quem te falou merda de mim, e nem por que, mas eu não estou fazendo caridade com o Fred, nós somos amigos. Eu, ele e o Kennedy. – falei já irritado com o assunto –

-Eu não esquento se tu falar que não gosta do meu irmão, ele já se meteu em vários problemas e tenho certeza que tu não quer saber na verdade de nenhum deles, você só enfiou os olhos nele porque estava cansado do John e ele não te deu devido valor. – respondeu lavando as mãos –

-Kyle, eu não entendo por que tu tá fazendo isso, eu sou amigo do seu irmão e seu amigo também. – exclamei enquanto saíamos do banheiro –

-Eu sei disso, eu só não quero que meu irmão faça de novo o que nos fez voltar pra cá, e você se arrependa de ser amigo dele. – ele respondeu passando as mãos molhadas no cabelo loiro –

-Se eu sou amigo do John que já me meteu em várias furadas, não vou largar de ser amigo do Fred porque talvez ele faça algo. – murmurei secando minhas mãos no meu jeans –

-Certo certo. Só vamos voltar pra lá beleza? – perguntou já andando e eu acompanhei seus passos –

Fomos andando devagar até o pessoal, e quando estávamos no meio do caminho o chamei.

-Fala. – ele me olhou confuso –

-Vocês dois fazem parte da minha família agora, não importa o que aconteça, onde aconteça ou o motivo que aconteceu. Vocês serão minha família onde for. Não só minha como do resto dos garotos.