Acordei com o barulho do chuveiro ligado (Sim, o Kyle e Fred tinham um banheiro no quarto e até hoje me pergunto o por que eu não tenho). O quarto estava quase todo arrumado e se não fosse pelas roupas jogadas na e a cama do Kyle bagunçada eu até diria que tudo isso foi obra da minha cabeça. Levantei da cama e logo tratei de colocar minha roupa.

—Hey... Hm... Bom dia, Kyle dormiu no meu quarto comigo. — Quando eu sai o Kenny veio logo me dizer isso e eu é claro não podia perder a chance —

—Yaoi! — Gritei rindo e ele sorriu mais vermelho que tomate —

Comecei a andar em direção ao meu quarto e peguei uma muda de roupa limpa, junto com a toalha. Sai pra tomar banho e assim que terminei me vesti. Estava arrumado com uma touca cinza na cabeça, uma bermuda jeans larga que ia até um pouco abaixo do joelho, camisa pollo preta e um tênis meu ferrado, porém que eu era in love.

—Bom dia, onde você está indo? —perguntou Fred quando eu entrei na cozinha e fui fazer um sanduiche —

—Psicólogo. De novo. — Respondi com um pedaço do sanduiche dentro da boca e ele fez cara de nojo —

—Duas vezes na semana? Sua mãe é doida. E pior, um dia depois do outro? Mereço. — ele resmungou enquanto terminava de ajeitar a mesa —

—Você pode ir comigo se quiser. — eu disse dando de ombros enquanto virava pra limpar a mão no pano de prato que estava jogado na pia —

—Posso?! — Perguntou animado e logo saiu correndo em direção as escadas —

Enquanto o esperava decidi beber um copo d'água e quando ele terminou (Devo acrescentar: quase uma hora depois) Nós fomos pro centro com o carro do Kyle. Chegamos no prédio e ele sorriu me puxando pela mão para o elevador que tinha na recepção. Quando chegamos no andar, a Katie, uma loirinha com quem fiz amizade (E esqueci de contar, desculpem, estava ocupado pensando em outras coisas) Me abraçou e logo nos surpreendeu abraçando fortemente o Fred. Katie sentou ao meu lado e olhou feio para algumas garotas que nos encaravam, procurei a mão do fred e apertei seus dedos inquietos.

—E ai ela deu em cima do Dr. Gostosão que está lá dentro e ele disse mais ou menos assim “Eu sou gay” devo dizer que eu me matei de tanto rir. — Katie continuou a história que só Fred prestava atenção. —

—Gay? — a voz de Fred se fez presente um pouco mais fina que o normal porém alta demais, o que fez com que todo mundo nos olhasse. — Me diz que eu posso entrar com você. — Pediu baixinho e eu balancei os ombros em um claro sinal “Não faço a mínima ideia.” —

Pouco tempo depois eu fui chamado e entrei com um Fred zangado logo atrás (Será que devo lhes dizer que ele discutiu com a senhorinha que foi lá me chamar?)

—Bom dia, Daniel. Vou confessar que quando eu vi seu nome na lista de pacientes hoje eu fiquei assustado. Não sabia que seria um dia atrás do outro. — Ele disse ainda de costas para nós — Oh! — Exclamou ficando meio vermelho quando viu Fred agora do meu lado —

—Olá doutor Michael, é esse o Fred, mas vocês já se conhecem. — Eu me sentei no sofá e Fred continuou em pé encarando o Mike —

—Sou Fred muito... Prazer. — ele falou a última palavra com deboche e o doutor ficou mais vermelho ainda —

—Bem vindo Fred, sente-se. — Ele disse se sentando e Fred repetiu o gesto. — Então Daniel, pensou muito no que tem pra me dizer?

—Oh sobre isso... — eu comecei mas fui interrompido —

—Ele estava muito ocupado. — Fred encarou o doutor —

—Oh sim, e o que tinha feito? — Perguntou —

—Bem, sem detalhes... Mas é uma coisa que envolve dois corpos, uma cama e muitas roupas jogadas pelo ar. — Fred disse e eu me engasguei com a saliva, tossindo sem parar —

—Entendo... Então Fred, me conte. O que você acha das aventuras do Daniel?

—Oh, eu não sei sobre todas. Mas vou te contar uma muito engraçada. — E lá vinha merda — Uma vez... Ele tava passando mal no dia, não me entenda mal. Eu fiquei ao lado dele o dia inteiro até ele melhorar. Eu estava mexendo no celular e de repente. Bang! Ele começa a gemer meu nome. Eu como um bom macho fiquei bem assustado e depois ainda fiz questão de zoar. Mas o pior não é isso, o pior é que ele tava duro. E as mãos dele, essa é a melhor parte. Estavam no meu pênis. Eu amo contar essa história, por que é engraçada. — Um buraco por favor, pode ser uma cova também. Se for uma cova eu mato o Fred, se for um buraco eu me enfio lá e não saio mais —

—Certo... — Mike limpou a garganta ficando tão vermelho quanto antes. — O que você faz no dia a dia, Daniel.

—Oh, isso. De manhã ele vai pra escola. De tarde ele fica fumando e de noite ele vai pras festas mais doidas da cidade e que você provavelmente não sabe onde fica. — Fred zombou —

—Chega Fred. — resmunguei olhando pra ele que ficou vermelho de raiva e encostou o corpo no sofá —

—Daniel! — Mike disse ignorando Fred —

—Hm, normalmente durante o dia eu fico com... — Mais uma vez fui interrompido. —

—Comigo. Fazendo sexo loucamente. — Fred disse —

—Frederick, se você veio aqui pra ficar zombando de mim, me irritando e falando coisas de nossa vida pessoal, você faça o favor de sair por aquela porta ali e me esperar na recepção ou eu vou... Você sabe o que eu vou fazer. — Ameacei e ele olhou pro doutor e ficou vermelho de vergonha enquanto se encostava mais no sofá, se isso era possível —

Após esse ataque ele me fez o favor de ficar quieto e eu conversei civilizadamente com Mike, que aparentemente ficou satisfeito com o que eu disse pro Fred. Enquanto ele anotava as coisas eu peguei meu celular e enviei uma mensagem pro Kyle. “Seu irmão está me enlouquecendo, ele deu pra ficar falando sobre nossa vida pessoal pro doutor. -D” Coloquei o celular na perna e fiquei mexendo nele enquanto Fred tentava ver o que eu fazia. Quando finalmente a sessão de tortura acabou e pudemos ir embora, no meio do corredor comecei a discutir com ele.

—Da próxima vez, nem venha comigo se for pra fazer isso. — falei irritado —

—Desculpe, isso não vai ocorrer mais. Eu fiquei com...

—Ciúmes? Até Loki notou isso. — completei e apesar de tudo não consegui mais ficar irritado com essa bixa —