Hoje seria meu primeiro dia na clinica, minha tia também trabalhava la. E meu tio também, mas não ia muito la, pois ficava pelas ruas procurando quem precisa de necessidade com seus outros amigos.

Eu iria só tomar conta de um menininho, que faz já 3 meses que ele esta ali. Mas não tem quem fique com ele, pois aquele lugar estava lotado, e não tinha quem o ensinasse a ler e escrever, e ele não queria frequentar a escola, e não poderíamos força-lo.

-Onde ele esta, tia?

-Ele esta la com seu pai. –disse ela

-Ele tem um pai? Você não disse isso.

-Não é um pai, é um menino que cuidou dele, desde que nasceu e ele não o chama pelo nome, mas sim de pai. –explicou ela

-Ata. E o “pai” bom... ele usa droga?

-Drogas, não, mas ele fuma bastante. –disse ela. –Eu estou cuidando dele.

-Hm, ok. E o menininho, fuma?

-Não, não, ele só mora na rua, sabe. –disse ela

-Ata, ok, vou la.

-Espera. –disse ela. –O Jake, o pai do menino, ele não é tão amigável assim, ele odeia gente nova, e não gosta que ninguém cuide do menino. Se você conseguir ganhar a confiança dele, seria bem melhor, ao menos do menininho, espero que consiga. Boa sorte.

-Ok.

Fui andando em direção ao quarto que eles estavam, vi pela pequena fresta da porta os dois brincando, quando bati na porta e a abri o Jake fez uma careta.

-Oi moça. –disse o menininho

Eu pensava que ele não sabia falar ainda, mas ele sabe, ele deve ter uns 5 ou 6 anos de idade. E eu pensava que Jake teria uns 16 e 17 anos, aparentava, é ele tinha mesmo.

Jake tinha cabelos compridos até um pouco abaixo dos ombros cacheados, tinha olhos extremamente verdes, ele era bem bonito.

Expliquei que tomaria conta do menino, e ele não queria deixa-lo comigo, só deixou por que minha tia o chamou e disse que eu era de confiança.

O menino que se chama Nico gostou de mim logo de cara. Fiquei brincando com ele, e depois resolvi ler um livro para ele. Como eu estudava a tarde e vim depois da escola que acabava 5 hr, tive que ir já para casa, pois era 8hr da noite.

-Então Nico tenho que ir indo. –disse me levantando

-Ahh não, fica, por favor. –disse ele, tive vontade de ficar mais um pouco, mas não pudia.

-Amanha, eu volto para a gente brincar mais, eu prometo.

-Promete mesmo?

Alguém entrou no quarto nesse momento, mas nem tinha percebido.

-Eu prometo que volto. –disse

Ele veio correndo em minha direção e me abraçou. Ele era muito fofo.

Tinha cabelos de lado, compridos um pouco a cima do ombro, olhos castanhos claros, e pele um pouco escura perto da minha, pois eu era muito branca.

Era Jake que tinha entrado no quarto.

-Então você vai voltar. –disse ele bufando

Assenti. Despedi-me de Nico e fui para casa.

Minha mae não estava gostando nada disso, mas eu queria aquilo, e ela não podia me negar.

No dia seguinte depois da escola, fui para casa me arrumar.

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-Filha a gente tem que sair as 8hr. –disse minha mae. –Você não pode sair hoje.

-Posso sim, não vou demorar muito. –disse

-Filha. –disse minha mae

-Mae! Eu vou, não vou demorar, vou estar la, eu prometo. –disse

-É as 8hr não vai se esquecer. E tem que ir de vestido. –disse ela

-Vamos onde mesmo?

-Na casa da vovó. –disse ela

-Então não preciso trocar de roupa. –disse

-Precisa sim, vai ter vários amigos seus la.

-Ok.

Sai correndo e fui comprar umas jujubas, quando fico nervosa ou ansiosa, como muitas jujubas, elas me acalmam de alguma maneira.

Fui para a instituição.

-Jujubas de novo. –disse tia, ahh ela se chama Paloma

-uhum. –disse

Fui para o quarto de Nico.

-E ai grandalhão. –disse

Ele veio correndo e me abraçou.

-Oii. –disse ele

Olhei por todos os cantos para ver se Jake não estava ali, e pelo o que eu vi não, dei graças.

-Estais procurando o pai? –perguntou Nico

-Não, não. –disse

-Ata, mas ele esta aqui, no banheiro. –disse ele

Quando vi Jake saiu do banheiro do quarto só de toalha.

-Ohh. –gritei

Virei-me para a parede, para não olha-lo.

-O que foi? –perguntou ele

-Da para vestir uma roupa. –disse

Ele não disse nada só se vestiu, como ele podia ser tão bonito, e tão chato.

-Você de novo. –disse ele

-Pois é. Você podia facilitar minha vida, e a sua também. Assim, quando eu vir para cá, você sei la, podia não se encontrar comigo, assim não arranjaríamos confusão. –disse

-Pois é, mas se você não tivesse vindo para cá, nada disso estaria acontecendo. –disse ele

-Ai quem cuidaria do Nico?

-Eu. –disse ele

-Você? Você nem sabe ler, e aposto que não quer que Nico seja assim também.

-Eu sei ler. –disse ele

-Sei.

-Sei sim. –disse ele.

-Ok, vamos evitar brigas. –disse