[P.D.V - Alice]

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— Quer ajuda? - Jasper perguntou enquanto eu pendurava umas caixas na segunda prateleira do guarda-roupa do camarim geral.

— Não. - respondi séria para ele.

— Não gostou da minha visita?

— Não. - respondi mais séria ainda

— Olha. Eu devia estar profundamente magoado com você e nem estou. Você me fez passar por ridículo e...

— Jasper... - interrompi-o. - Só volto a falar com você quando você me contar a verdadeira história sobre o que aconteceu naquela sala dias atrás entre você e Rosalie. 

     Ele bufou. Oras, eu tinha o direito de saber. Eu salvei o pescoço dele e o de Rosalie da forca e eles ainda não queriam me dar as devidas explicações? Não aceitava! Algo tinha acontecido ali e eu saberia. 

     Peguei o jarro em cima da mesa e antes que Jasper pudesse dizer mais alguma coisa, sai do camarim e quase corri pelo corredor de tão rápido que eu estava andando. Adentrei o palco e desci pela escada lateral direita. 

— Julie, como poderias acreditar que eu a abandonaria? Jamais, amor meu!

    Olhei para o lado assustada. Havia me esquecido completamente de que Edward, Rosalie e todo o resto do elenco ainda estavam ensaiando no palco. As inúmeras ligações para meu celular e os gritos de “Alice, vem logo” me deixaram louca da cabeça. Sacudi a cabeça e obriguei-me a prestar atenção no que eu estava fazendo. O foco agora era só entregar o jarro para a professora de teatro e depois eu estaria livre para meu encontro. 

     Parei. Direita? Esquerda? Passei meus olhos por cada fileira - vazia, por sinal. Era apenas um ensaio -, até que encontrei a figura assustadora da professora, logo na terceira fileira direita. Fui até onde ela estava, com o máximo cuidado possível para que o jarro não sofresse nenhum dano.

— Aqui está, professora! - forcei-me a sorrir.

— Ah, obrigada meu docinho.

     Ela apanhou o jarro com uma mão e com a outra, apertou minha bochecha. No fundo, no fundo ela devia saber o quanto isso me irritava. Por sorte - ou não - meu celular tocou mais uma vez. Olhei no visor e com relutância, atendi:

— Tá, tá, já estou indo. Espere um segundo. - falei quase que impaciente.

— Está liberada, Alice.

— Obrigada, professora.

     Virei-me para ela e minha direção agora era outra: a porta de entrada e saída da sala de teatro. Graças! Fui tirando aquele avental ridículo que eu fui obrigada a usar para não sujar minha roupa e o deixei em uma das ultimas cadeiras. Quando fui virando o canto, para enfim, estar livre da sala, dei de cara com Ângela.

— Até que enfim, hein? 

     Revirei os olhos e sussurrei um “vamos”, que até me surpreendeu quando percebi que Ângela tinha escutado. Me posicionei ao seu lado e fomos andando até...

— Nossa, piquenique na grama? - ironizei quando vi Bella sentada na grama comendo um chocolate. Ângela sentou em seguida e me obriguei a sentar também. — É... Só faltou Rosalie e Jessica aqui.

— Oi Alice... - Bella sussurrou. Enruguei minha testa sem entender nada. O que? Bella havia voltado para sua blusa de moletom, seus jeans surrados e all star? O que tinha acontecido com toda aquela transformação nossa?

[P.D.V - Bella Swan]

— Quer mais dicas de como reconquistar o Cullen? - Alice perguntou e olhou para baixo. Eu a havia magoado bastante... Eu sabia disso. 

— Não... Isso agora não importa mais pra mim, Alice. Eu queria me desculpar com você. Eu imagino como deve doer você confiar em alguém pra uma tarefa...

— ...E esse alguém acabar levando o seu alvo como prêmio? É, talvez agora você saiba, Bella. Já que Edward está com Rosalie... Ela jogou contra você com as mesmas cartas que você jogou com ela. - Alice cospiu as palavras e eu ouvi cada uma sentindo um aperto enorme em meu coração. Eu não podia acreditar que era eu esse monstro que ela falava.

— É... - concordei com relutância. Ficamos em silêncio por alguns minutos e só então me senti a vontade para perguntar:— O que você fez esse tempo todo?

— Bem, eu... - ela soltou o ar pela como, como se estivesse soprando aquele cano de fazer bolhinhas de sabão. - Conheci uma pessoa que me fez ver que eu não podia deixar Edward continuar sendo o centro do mundo pra mim. É claro que... - ela levantou os olhos e só então pude perceber, com a ajuda da luz do sol, que seus olhos estavam começando a ficar bem mais úmidos, como se ela pudesse começar a chorar a qualquer momento.— Claro que nos primeiros dias foram difíceis, mas eu superei. - ela sorriu de lado.— Não completamente porque quando seu coração é despedaçado, Bella, não só por uma pessoa, mas por duas: a que você amava e a que você estava começando uma amizade que poderia durar anos e anos, é um pouco dificil de colar todos os micro pedacinhos dele e reestrutura-lo. Fica um vazio. Enorme. Mas eu vejo que a dor da morte é muito pior, mesmo eu fazendo meu cérebro acreditar que, Edward como namorado, morreu para mim. Ele está vivo. - seu sorriso agora transparecia felicidade, mas eu sabia que não era isso o que ela sentia agora.— E mais feliz do que nunca, é o que parece! É... Emmett me faz bem. Nós temos uma amizade, mas... quando estamos juntos, eu me sinto segura. Eu não quero que isso se transforme em um sentimento de amor entre homem e mulher... Não quero namorar com Emmett. É tão bonito o que nós temos. É bem melhor do que eu jamais tive com Edward e eu não quero que isso acabe por motivo algum.

— Se não quiser continuar, eu... - tentei começar, mas ela me interrompeu.

— Não, Bella. Eu quero continuar. É uma coisa boa. Nós saímos, nos divertimos, ele quer me ver feliz e me fez enxergar que eu posso ser feliz e fazer o bem. Eu mudei. E quero que você mude também. Imagine o quanto seria bom... - vi Alice virar seu rosto para uma direção e tanto eu como Ângela, seguimos com nosso olhar e procuramos o que tinha chamado sua atenção: Edward encostado em uma das portas da escola, que ficava quase que de frente para nós.— Se... Ele gostasse de você pelo que você e não pelo que transformamos de você. E algo mais forte, seja amizade ou amor, fizesse vocês dois mudarem... Se transformarem em pessoas melhores. 

— Não, Alice. Edward não é exatamente para mim... Nós somos de mundos diferentes. Além disso. E quanto a você? E Ângela? E Jessica? E Rosalie?

— Você não percebe? Eu, Ângela e Jessica cansamos, Bella. Jessica tá com o tempo ocupado, com certeza assim como nós, ela procurou ocupação o suficiente para não pensar... para não sofrer. E assim como nós, ela também deve estar conseguindo encontrar seu caminho, sabe? “Voltar para casa”. Eu detesto admitir, mas você fez de Edward um homem melhor, como nem eu, nem Jessica e nem Ângela teríamos capacidade de fazer e tenho certeza como você não ouviu isso só de mim. Ele se apaixonou por você. Nós sempre fomos só um casinho escondido que ele teve. Ele assumiu você. Fim, isso basta. Cada uma de nós teve sua chance e fomos até onde pudemos, mas você não. Você foi obrigada a parar. Então você tem que ir onde Edward tem que conversar. Vocês são bonitos juntos. Não deixa por nada no mundo e ninguém interferir nisso que vocês tem. Eu me viro... 

     Abri a boca, mas nenhuma palavra saiu. Mantive ela aberta por alguns segundos, esperando que alguma palavra brotasse ali magicamente, mas nada apareceu... 

— Escute. Eu e Ângela temos uma peça pra organizar junto com a professora. Talvez a gente consiga botar você nos bastidores, no camarim do Edward...

— NÃO!

     Agora eu novamente caía em mim. O que eu estava fazendo? Aceitando mais uma vez iludir Edward? Me iludir? Eu já sabia que nós dois nunca daríamos certo. Por vários motivos e agora eu parecia estar aceitando tudo isso com a maior facilidade. Não podia!

— Bella... - Ângela tocou meu ombro com a mão.— Não estamos pedindo para que você peça a voltar pra ele. Explica sua versão. Rosalie pode muito bem ter alterado a história e ter colocado a culpa só em você. Ela estava tão suja quanto você nessa história. Acha mesmo que eles estariam juntos se ela tivesse contado a história verdadeira? 

— Aqui está. - Alice colocou em minhas mãos um pedaço de papel com uns números escritos e fechou meus dedos, fazendo com que eu o segurasse. - Me liga caso você tenha alguma resposta. 

— Tudo bem... Obrigada por tudo, meninas.

[P.D.V - Rosalie Hale]

— Eu quero Isabella comigo no baile. Dê seu jeito. Eu não ajudei você com meu irmão, hein? - Jasper puxou meu cabelo para trás, fazendo com que eu flexionasse meu pescoço para o mesmo lado.

— Me solta... - eu sussurrei com dificuldade.— Naquele dia eu e você fizemos sexo. Você não se satisfez? Me fez trair Edward, quase fomos flagrados por Alice e com certeza ela vai querer saber de toda a história se nós não dermos um fim definitivo nela. Se eu me der mal, você também vai se dar mal, Jasper. Ou esqueceu da nossa aliança? Esqueceu? - arfei, assustada, mas tentando ter forças e dar seriedade a minha ameaça. — E Edward... Ele é esperto. Pode ter acreditado um pouco o que Alice disse, mas quanto a nós, ele não acreditou. E quando sua amiguinha Alice se revoltar, ela vai correr para ele e contar que mentiu quando disse que você estava com ela. Ela é inconstante, Jasper. O que você está esperando? Mate-a! Dê um fim de vez nela. Ela pode nos trazer problemas. 

     Jasper encostou mais ainda seu corpo no meu, me apertando contra a parede e impossibilitando propositalmente minha respiração. 

— Tá louca? Quer que eu mate Alice? E depois, o que farei com o corpo? Jogarei no seu quarto? E quanto minhas digitais? Vão ficar impressas no corpo dela...

— Eu sei que você sabe fazer isso sem deixar rastros, Jasper... Você pode fazer isso, vamos. Largue de bancar o fraco, o burro. Você é inteligente o suficiente pra fazer isso e ainda fazer alguém se entregar em seu lugar. - Aos poucos ele foi afastando seu corpo do meu, mas suas mão ainda estava forte em meu cabelo. 

— E mais quantas pessoas eu terei que matar depois dela? 

— Somente ela, Jasper. Ela sabe demais, desconfia demais... - fui mantendo meu tom seguro e mandante.— Quero ela morta, me entendeu? MORTA!

— Como queira. - ele deu um sorriso malicioso e quando fez menção de se aproximar para um beijo, ouvimos um estrondo no canto escuro, no fim do corredor. Meus olhos dispararam, procurando algum rastro. Nada! Apenas uma bola de vidro começou a rolar no chão, do lugar de onde a pessoa provavelmente estava até encostar no pé de Jasper e parar.

— Quem está ai? - perguntei.

     Ouvi passos rápidos. A pessoa estava fugindo.

— Corre, Jasper. Corre. - Gritei.

— Vamos!

     Corremos até o fim do corredor, suspendemos a cortina preta que dava passagem para um dos funda escola que poucos ali sabiam da existência. Quando chegamos ao fim, na parte pouco iluminada e cheia de arvores e grama, já não víamos mais ninguém. Quem quer que estivesse ouvido nossa conversa, sabia muito mais do que Alice agora.

— Droga, Jasper! - bufei enquanto ele dava um soco no ar. - Feliz, agora? Tá aí a segunda pessoa que você queria matar. Procure saber agora bastante informação. Jasper... Essa pessoa sabe demais agora. Pode nos encrencar mais ainda. E se essa pessoa decide contar o que ouviu justamente para Alice? Nós estaremos ferrados. E se a pessoa decide contar pra outra pessoa que não seja Alice? Mais ferrados estaremos, Jasper. Uma, duas, três pessoas estarão sabendo disso. Três, Jasper. Tem noção do que é isso? - berrei.

— Cale a boca! Cale-se. Você só está piorando as coisas. Vamos voltar para lá e vamos retomar nossas atividades como antes. - Jasper esbravejou mais alto do que eu já mais lembrara que alguém tinha usado esse tom comigo. 

     Respirei fundo e quando nos viramos para voltar para o camarim, demos de cara com a apavorante professora de teatro. O susto foi tão grande, que eu e Jasper demos dois passos para trás sincronicamente. 

— Algo errado por aqui? - ela perguntou, extrema e estranhamente desconfiada.

— É... Ah... Não... - Jasper tentou se explicar.

     Eu e Jasper nos entreolhamos e começamos a rir, tentando disfarçar o que realmente estava acontecendo. 

— Estávamos tomando um ar fresco aqui. - expliquei e logo fiz de minha mão um leque, me abanando.— Que calor!

— Não pareciam que estavam apenas tomando o ar. Com tamanho barulho, isso estava mais para uma discussão. - ela falou, seus olhos cada vez mais penetrantes em mim e em Jasper. Aquele olhar estava começando a me incomodar.

— Ah, bobagem... - dei um sorriso nervoso. — Eu e Jasper sempre brincamos disso e...

— Polpe-me de suas explicações, Srta. Hale. Bem, Edward estava lhe procurando e pelo visto não a encontrou.

— O QUEE? - eu e Jasper falamos em unissono.

— Estão surdos? Eu disse que ele estava procurando por você, Rosalie. De qualquer forma, já dei o recado. Boa noite e... - ela de repente fez silêncio e olhou para nós dois com certo nojo.— É perigoso ficar por aqui. E errado! Esses fundos só os serviçais da escola tem passagem. Inventem um proximo passeio por aqui e eu os colocarei de castigo ou quem sabe, pior. Suspensão! Estarão encrencados. Se é que já não estão.

     Balançamos a cabeça e vimos a professora sair pelo mesmo lugar de onde ela tinha aparecido. Fizemos o mesmo silêncio longo que ela havia feito quando parou para nos olhar. 

— Você acha que tem a possibilidade de ela ou Edward terem estado aqui e ouvido nossa primeira conversa? - Jasper sussurrou, ainda olhando em direção da porta de onde, segundos atrás, a professora havia surgido. 

— O que ela quis dizer com “Se é que já não estão”? Ela ouviu alguma coisa... Ela não diria isso só porque estamos aqui... Ou diria? - mordi meus lábios aflita.

— Liga pra Edward... Se ele atender normalmente, não está bravo. Se ele atender com grosseria, então... Foi ele. Ele veio procurar por você e acabou ouvindo demais. - Jasper cantarolou:— “Agora sim ficarei feliz, foi matar o Edward infeliz”.

— Não. Cale a boca, Jasper.

— Não quer que eu mate Alice por ela ter ouvido demais? Então... Mataremos Edward, afinal, ele também ouviu demais. E isso eu farei com maior prazer, Rosalie Hale. Pode deixar... Disso eu mesmo me encarregarei... Ah... - ele suspirou.— Meu sonho sempre foi ser filho único. 

     Desliguei-me das besteiradas que Jasper estava falando e disquei o número do celular de Edward, quase com dificuldade, de tão tremulas que minhas mãos estavam. Não... Não podia ter sido ele. Primeira chamada. Qualquer pessoa, menos ele. Segunda chamada... Por favor, por favor, por favor... Edward não... Terceira chamada... Não... 

     E assim foram as outras até parar de chamar.

— Deixe seu recado após o sinal. 

     Desliguei antes disso. Passei a mão pelo rosto e virei aflita para Jasper, que já estava esperando ansioso por alguma notícia minha.

— Não. Ele não atendeu com grosseria e nem atendeu normalmente... Ele não atendeu!

— Isso quer dizer alguma coisa? - Jasper indagou.

— Talvez ele esteja ocupado, talvez ele não tenha ouvido tocar... - tentei ter explicações para isso. Não acredito que minha sorte tinha virado de repente. Não acredito!

[P.D.V - Bella Swan]

     Abri a porta de casa, finalmente e quando entrei, tudo de uma hora pra outra foi se apresentando: Minha mãe que estava sentada no sofá com Jacob Black e Mike Newton de repente se levantaram quando me viram. Me assustei mais ainda.

— Tudo bem, querida? Você está pálida... - Renné me perguntou, provavelmente assustada. 

— Tudo...

     Meus olhos involuntariamente encontraram os de Jacob e encontrei o mesmo horror que com certeza eles viam no meu.

— O que aconteceu, Bella? - Jake perguntou, como um médico quando tenta ajudar um paciente que se machucou a lembrar de todo o acidente. 

— Nada, estou bem... Foi só um susto. Estou bem! - sorri meio sem graça. Eles não tinham acreditado. Isso estava meio óbvio. 

— Querida, eles chegaram praticamente agora. E o mais engraçado, foi que o Jacob chegou tão assustado quanto você. Juro como daqui a pouco eu vou na porta ver se é alguma de minhas plantas que tá deixando vocês com essa cara tão assustada assim.

     Minha mãe começou a brincar e logo deu um beijo no meu ombro, acenou para os rapazes e foi para a cozinha.

— É... - Mike me olhou dos pés a cabeça.— Você está inteira. - sorriu, por fim.

— É, acho que sim! Mas... Mudando de assunto, pro quê exatamente vocês vieram aqui? 

— Bella, 19h30min da noite. Esqueceu nosso compromisso de hoje? - Jacob perguntou e por um instante todo o peso na consciência caiu em mim e eu lembrei da ultima vez que ele havia estado aqui... Nosso beijo. 

— Ah... Lembrei. Vamos agora?

— Mas já? Você acabou de chegar e chegou assustada. Não quer descansar um pouco? Não quer tomar alguma coisa? - Mike perguntou e logo eu e Jacob olhamos para ele como se ele fosse a pessoa mais psicopata do mundo. Jacob caiu na gargalhada, me fazendo rir também.

— Cara, você quer um espelho? Você tá pior do que a minha mãe. - e, fazendo uma voz fina e afeminada, ele disse:— “Quer tomar alguma coisa, Bella? Quer?” - e caiu na gargalhada outra vez.

     Mike ignorou completamente e saiu na frente, me deixando sozinha com Jacob, que logo veio se aproximando de mim.

— É... É melhor deixar aquele dia de lado, não acha? - Jacob anunciou, para meu alívio.

— Sim... Não quero perder sua amizade, Jake. Não mesmo! - afaguei seu rosto com as costas de minhas mãos.

— Gosto de você, Bells. Mas Edward cuidará melhor de você do que eu. - focalizei o chão, meio sem jeito quando ele dizia as palavras.— Ei... - Jake segurou meu rosto entre suas mãos. — Não fica sem jeito porque eu falei do Edward. Ainda temos nossa amizade e você sabe que as vezes eu dou algumas mancadas, não sabe?

— E como sei... - revirei os olhos.

— Primeiro as damas. - Jake brincou e então eu passei a sua frente e andamos até Mike.

[P.D.V  - Edward Cullen]

— Onde ele está? - ouvi Esme perguntar para alguém.

— Edward ou Jasper? Se for Edward, está trancado no quarto. Chegou, não quis falar com ninguém, bateu a porta do quarto com força e desde então não saiu para nada e nem falou nada. — Carlisle lhe respondeu.

— E Jasper?

     Aumentei o volume de minha TV. Não iria agüentar mais ouvir falar o nome de Jasper. Aquele traidor barato que sempre se metia em minha vida. Sempre. Será que nem em meu corredor e dentro do meu quarto eu conseguiria NÃO ouvir seu nome?

— Ele ainda não chegou? - Esme perguntou, a voz mais alta que a TV.

— Tenho andado preocupado com o relacionamento dele com Edward. Eles não se falam, quando se encontram pelos corredores se olham de uma forma ameaçadora... Não os conheço mais. Quer dizer... Separadamente, claro. Mas quando eles estão perto um do outro... Muda. Eles se tornam violentos, inconseqüentes, sinto que a qualquer brecha que um de nós der, eles irão se matar. - Carlisle desabafou.

— Acha que o motivo da revolta de Edward agora foi ele? - Prendi a respiração, sentindo-me culpado ao ouvir essa frase de minha mãe. Afinal, ela era mãe. Mãe de dois homens que não se suportavam mais e que como Carlisle disse e estava certo, a qualquer brecha nós poderíamos nos matar.

— Talvez, Esme. Eu não sei de mais nada. Eles nunca mais pararam para conversar nem comigo, nem com você. 

— O que mais me preocupa agora é Jasper... Não que Edward não me preocupe, mas Jasper... Tem algo estranho nele... Ele tem recebido ligações estranhas de noite e sempre após delas ele sai de casa e não vejo a hora que ele volta. Em uma dessas ligações, ele quase quebrou o quarto. Ficou com raiva de alguma coisa, eu acho. Ou de alguém, quem sabe. 

     Ouvi a voz abafada de Esme e logo após seu choro. Se eu bem a conhecia, era essa reação que ela poderia ter. Eu a amava, agora mais do que nunca. Mas eu não poderia fazer nada quanto a isso. Jasper e eu tínhamos problemas pessoas e que precisavam ser resolvidos da forma boa ou da forma errada. E esse dia estava chegando. A decisão final. E com certeza, uma das partes não ia sair contente. Seria um checkmate ou para mim, ou para Jasper. 

     Olhei para o relógio. 20h00min. Está chegando perto... Algo estava para acontecer. Me sentia estranho... Talvez fosse com o que eu que havia acontecido horas antes de eu chegar em casa...

     No fundo da minha mente uma voz dizia: “Checkmate”. Eu não lutaria contra!

[P.D.V - Emmett]

     Alice correu para meus braços no momento em que percebi sua presença. 

— Me ajuda, Emmett. Por favor, me ajude. Não me deixe só... Me tire daqui... - ela gritava e chorava ao meus tempo, me deixando cada segundo mais confuso.

— Alice? Alice? O que foi?

— Vamos, Emmett. Vamos sair daqui agora, por favor... - ela pediu com tanto medo que minha única reação foi abrir a porta do carro com velocidade, coloca-la dentro, contornar o carro, entrar do meu lado, liga-lo e sair em disparado.

Qualquer dúvida, curiosidade, etc: www.formspring.me/bseptember (acabei de fazer, hihi)