Todas contra Edward Cullen escrita por bella september


Capítulo 37
2ª TEMPORADA - Comigo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo em que Jasper, Edward e Bella narram a história. 



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[Edward Cullen, pov.]

     Eu estava cheio daquilo. Eu precisava abrir a porta e encarar tudo o que estava por vir. Eu sabia que o único motivo por meu irmão estar ali era a certeza que um lado dele tinha de que Bella estava comigo. Embora eu soubesse que seu outro lado relutava insistentemente essa possibilidade. Tudo isso eu sabia por que tudo isso eu senti dias atrás, quando me dei conta - no meio do meu jogo de vôlei - que estava apaixonado por Bella.

- Edward! - ele insistia, mas meus devaneios daquela tarde insistiam em continuar em minha mente. “Não”, minha mente dizia, querendo não chegar na parte em que eles se beijavam. Respirei fundo enquanto contava aos sussurros de um até cinco; uma tentativa tanto que fracassada de voltar ao presente e abrir aquela porta. Mas não! Mesmo com a guerra declarada eu não conseguia fazer isso com Jasper, meu irmão, mesmo não tendo a certeza de que, no meu lugar, ele faria o mesmo. - Abra essa porta AGORA! - Jasper gritou alto o suficiente para que todos em qualquer parte da casa pudessem ouvir.

     Não sei o que estava acontecendo comigo, mas minha mão não conseguia segurar aquela maçaneta. O que eu estava fazendo? Era meu irmão. Sangue do meu sangue, mesmo com todas as diferenças que agora tínhamos.

- Sai daqui, Jasper. - consegui falar, entre suspiros ora de raiva, ora de remorso, ora de dor.

- Abra... agora! - ele falou, sua voz denunciando o ódio que naquele momento ele estava sentindo de mim.

     No segundo em que girei a maçaneta da porta, ainda sem saber o que faria, Jasper empurrou a porta de vez, fazendo não só a porta, mas meu corpo também ir com total força para trás. Uma gota de sangue agora manchava o chão. Meus olhos involuntariamente focalizaram meu dedo: um corte e um pouco de sangue. Era apenas uma gota de muitas que estariam por vir.

- Cadê Bella? - ele inclinou um pouco o corpo pra frente, enquanto seu olhos vasculhavam rapidamente meu quarto. - Eu sei que ela está aqui.

- É? E o que ela viria fazer aqui?

     Mas espera... Que necessidade eu tinha de esconder que agora eu estava com Bella Swan? Minha mente contraditória nem sequer me deixava raciocinar direito. Sim, Jasper era meu irmão, mas porque eu iria lutar contra o que eu queria?

- Ela dormiu aqui ontem? - ele falou, sua voz sumindo aos poucos.

     Eu poderia estar sorrindo por dentro, eu realmente podia isso, não só por dentro, mas por fora também, mas eu não conseguia sorrir vendo o fracasso dele, coisa que no meu lugar ele sem duvidas conseguiria. A dor que ele sentia era a mesma que eu senti naquele dia. Eu não podia me igualar a Jasper e devolver na mesma moeda.

- Você sempre quis tudo o que foi meu... - sua voz que parecia calma, instantaneamente subiu novamente, o ódio tomando conta dele: - SEEEEMPRE! Sempre quis. Nunca se contentou com minhas conquistas e sempre dava um jeito de puxar minha perna e eu sempre, sempre Edward, eu sempre desistia das coisas, inclusive até me pus abaixo de você e cheguei a acreditar que você era bem melhor do que eu. Mas chega! CHEEEEGA! Eu já disse que ela é minha. MI-NHA.

- Jasper, do que você está falando, cara? Bella nunca te quis, eu...

- Ela ia ficar comigo. Só não ficou porque você se meteu na nossa vida, você não se contentou em me ver ganhar uma coisa e se meteu só pra atrapalhar, porque você nunca gostou de me ver ganhar, nunca gostou de me ver feliz. - ele cuspiu as palavras em mim.

- Jasper, não... Cara, isso não é verdade.

- É verdade sim!

     Ele veio pra cima de mim e uma nova onda de ódio tomou conta do meu ser. Agora eu via, não adiantava sentir pena de Jasper, não adiantava eu querer levar em consideração que ele era meu irmão, agora eu tinha a certeza que isso não estava mais a ser levado em consideração. Um golpe certeiro de seu punho em meu rosto fez com que meu corpo inteiro caísse ao chão. O que ele estava pretendendo com aquele soco? Me fazer cair? Limpei os vestígios de sangue que começavam a aparecer no canto esquerdo de minha boca. Levantei-me bruscamente e logo ele se aproximou de mim, me puxando pela gola da camisa e me encarando com tal cara de desafio que só me deu mais vontade ainda de reagir.

- Eu te mato, entendeu? EU TE MATO, EDWARD! - seu rosto ficou vermelho quando ele gritou essas palavras. Vermelho de puro ódio. - Acha que eu não sei daquela sua estratégia pra conseguir Bella?

     Não. Aquilo era a gota d’água para mim. Bella estava no quarto ao lado e eu não podia deixar que ele continuasse a jogar aquilo na minha cara.

- Cala a boca, Jasper. CALA A BOCA. - apertei seus punhos com minhas mãos e as tirei bruscamente da gola de minha camisa. - Cala a boca.

- Ela é minha, sai de jogo, Edward. Ela é minha e você não tem o direito de...

- Para, Jasper. - dei-lhe um empurrão tão forte que ele bateu as costas com força na parede e escorregou até cair no chão. Por um momento, achei que ele estava inconsciente. Não... A culpa agora começava a ressurgir em mim. - Jasper? - fui me aproximando, com cuidado, e quando me ajoelhei ao seu lado, ele voou em cima de mim, sentando-se em meu quadril e pressionando suas mãos com força em meu pescoço.

- Você vai se arrepender de tudo isso. Seu tempo tá acabando, ela vai saber de toda a verdade e vai correr pra mim. - ele apertou com mais força suas mãos no meu pescoço, me impossibilitando de respirar.

     Eu precisava pensar em algo rapido para tira-lo dali. Ele estava louco? Comecei a golpear com socos fortes sua barriga, suas costas, seus braços e suas pernas. Ele estava brincando com fogo e estava para se queimar se continuasse a falar de Bella.

- Eu te mato! - um soco em meu nariz completou a seriedade da ameaça que ele estava me fazendo.

     De repente ou talvez não, a porta se escancarou... Carlisle e Esme. Carlisle rapidamente veio por trás de Jasper - que não se deixou intimidar e agora voltava com seus braços pro meu pescoço, tentando mais uma vez me enforcar - e tentou tira-lo de mim. Jasper lutou, seus braços não queriam sair de mim enquanto eu gritava para ele sair e voltava a soca-lo em sua barriga.

- Parem! - Carlisle gritou e puxou com força Jasper pela cintura, até que conseguiu tira-lo de cima de mim. - Chega, Jasper. - urrou, quando Jasper tentou tirar as mãos de Carlisle de seu corpo deixando claro que queria voltar a me enforcar. - Dá pra ouvir a gritaria lá de baixo. Parem agora.

     Quase que com dificuldade, consegui erguer minhas costas do chão . Arrastei-me com dificuldade até minha cama e me encostei ali, ainda sentado no chão. Olhei na direção da porta e Esme ainda estava parada ali enquanto as lagrimas caiam naturalmente de seu rosto.

- Bella já foi para a escola. Uma amiga dela veio busca-la. Ela queria ficar, mas acho que isso é um assunto familiar. - Carlisle nos informou, a voz ainda um pouco alterada, muito diferente da forma que ele costumava falar conosco. - Agora será que alguém aqui pode me explicar o que está acontecendo?

     Jasper fugiu dos braços de Carlisle.

- Eu não vou bater em um fraco! - ironizou e lançou um olhar para mim. Deu de ombros. - Por que não perguntam a Edward sobre o acidente de Bella? Ele provavelmente tem muito a contar.

- Como... assim? - Esme olhou de Jasper para mim.

- Peçam explicação. Agora, se me perdoem, vou sair. Tenho escola.

     Antes que eu pudesse unir novamente minhas forças e estrangula-lo, ele saiu do quarto assoviando, como se nada tivesse acontecido minutos antes. Irônico!

- Edward? O que Jasper quis dizer com aquilo? - Esme agora se aproximava de mim.

 

[Bella Swan, pov.]

- Está bem, Bella? Está tão calada... - Alice falou pela primeira vez desde que havia entrado em seu carro.

- Eu... quero sair disso, Alice. - tomei coragem e falei rapidamente as palavras, enquanto ela estacionava o carro numa vaga que ficava de frente para a entrada lateral da escola. - Isso com Edward.

- Que? - ela freou de vez, puxou o freio de mão, desligou o carro, tirou o cinto e me encarou, enraivecida. - Bella, todo o esforço que tivemos para fazer essa vingança e agora você vem e diz que não quer mais? O que você pensa que está fazendo? Acha mesmo que pode sair disso agora, do nada? Não é assim que as coisas funcionam e você não vai sair.

- Vou sim! Alice, eu... - tentei escolher as palavras certas para explicar, mas parece que todas haviam sumido propositalmente.

- Não. Você traiu a gente. Nos usou só pra conquistar ele, mas pelo visto aqui a conquistada foi você. Acha mesmo que nós não percebemos que você está caidinha por ele? Bella, faça-me o favor, procure disfarçar mais, queridinha. - Alice revirou os olhos, extremamente irônica e irritada.

- Eu gosto dele, gosto mesmo. E nós estamos bem. Estamos juntos. Eu me enganei quando achei que ele era só um riquinho idiota e...

- Bella. - ela ergueu a palma da mão, num gesto que eu entendia que era para eu me calar. - Chega! - suas mãos cobriram seus ouvidos num gesto infantil, demonstrando que ela realmente não queria ouvir. - Dane-se o que você sente por ele e mais ainda o que ele sente por você. Ele não é pra ser seu, é para ser MEU, entendeu? Você não vai ficar com ele.

- Alice... - disse surpresa. Não acreditava ainda no que estava ouvindo. - Eu sinceramente pensei que você era minha amiga.

- Não. Você sempre soube que era profissional e... Bella. Chega! O que você ainda está fazendo aqui? Saia do meu carro agora.

     Meus olhos se encheram de lagrimas, mas tratei logo de engolir todas elas. A errada era Alice e não eu. Abri bruscamente a porta do carro e me retirei dele, apoiando-me em minhas muletas. Caminhei com passos pesados até a entrada mais rapida e corri até o banheiro. Mal abri a porta e as lagrimas começaram a escorrer por todo meu rosto, cansadas de ficarem presas, cansadas de todo o meu esforço de faze-las continuarem ali. Me dirigi em uma das cabines e antes que eu entrasse, a porta da cabine ao lado da minha se abriu: Angela saiu de lá. Minha esperança agora, talvez ela pudesse me entender.

- Angie, eu preciso falar com você. - deixei minha voz alta, eu não podia mostrar ainda que estava triste.

- Vai pro inferno, Isabella Swan! - ela me fuzilou com os olhos e bateu a porta do banheiro com força assim que saiu dele.

- Angela?

     Por Deus, o que estava acontecendo com todos ali? Eu não entendia. Desisti de entrar na cabine e me aproximei do enorme vidro de espelho ali. Minhas pálpebras vermelhas, minha face sem vida de tão branca e tristonha que estava. Eu estava um caco, essa era a verdade. Mesmo com tudo de bom que havia acontecido, eu estava um caco. Apoiei as muletas no canto ao lado da gigantesca pia e liguei a torneira. Deixei que a água enchesse minhas mãos e lavei meu rosto, na tentativa de reanimar minha expressão vazia. Ia ser um dia dificil e eu precisava ver Edward o quanto antes.

 

[Jasper Cullen, pov.]

     Ahhh, mas a guerra estava declarada. E daqui pra frente o único que tinha a perder era Edward. Eu ia fazer ele perder TUDO em pouco tempo. E ia começar me aliando a Rosalie. Ela era esperta, inteligente e o mais importante... vingativa. Eu sabia que ela não pensaria nem duas vezes antes de me ajudar a separar Edward e Bella, afinal ele havia terminado com ela e logo em seguida começara a namorar com Bella. E pelo que conhecia de Rosalie, ela não era do tipo que aceitava facilmente ser trocada por outro de um modo tão vulgar, rapido, estratégico e surpreendente. Eu só precisava da ajuda dela. Ela faria a parte dela e eu a minha. Ela faria Edward voltar com ela e o caminho estaria livre para que eu investisse em Bella e depois disso era cada um por si. Era o plano perfeito! Não iria precisar nem de tanto esforço assim para que tudo saísse perfeito. Fora isso, eu até poderia aproveitar e provar um pouco da tentação que era Rosalie. Hummmm... Que delicia de corpo!

- Tem alguém sentado aqui nessa cadeira? - alguém perguntou.

- Não, pode levar.

     Nem sequer me dei ao trabalho de olhar quem era o imbecil que havia tirado minha concentração. Olhei em volta e o que eu queria estava ali... Rosalie. Era agora ou nunca. Levantei-me rapidamente do banco central da area de lazer gramada da escola e corri até Rosalie. Ela agora andava tentadoramente pelo enorme corredor. Não acreditei que Edward poderia ter dispensado uma loira daquelas... Eu provavelmente teria aproveitado bem mais com ela na cama. Mordi meus lábios involuntariamente enquanto meus olhos desciam por seu corpo de violão. Que delicia! Sacudi a cabeça, afastando os pensamentos e logo me pus ao lado dela, caminhando no mesmo ritmo.

- Oi, Rosalie.

- Jasper! - ela parou e sorriu, me cumprimentando em seguida com um beijo no rosto.

- Hã... Acho que temos muito o que conversar. Podemos ir para um lugar mais adequado? - perguntei, decidido a contar-lhe o plano que palpitava em minha mente.

- Tenho aula agora. - respondeu, com a voz firme.

- Só uma aula a perder, não é muita coisa. Além disso, garanto que você não vai se arrepender. - abri um sorriso irônico que provavelmente lhe faria lembrar de Edward, já que este se parecia tanto comigo.

- Está bem, vamos.

- Se eu fosse você, iria na frente. Disfarçadamente. Vai ser melhor. - falei entredentes.

     Provavelmente ela não entendeu o que eu quis dizer com aquilo. Rosalie não era bem o tipo de garota que usava a cabeça para entender minhas frases “subliminares”, se é que eu posso ousar dizer isso delas. Sorri discretamente assim que a vi andar rapidamente até onde meus planos indicavam que ela iria: nos fundos da escola, mais precisamente numa sala onde poucos conheciam. Talvez só os curiosos sedentos por lugares misteriosos em que pudessem praticar algo, seja lá que coisa fosse. Continuei seguindo-a, discretamente. Vez ou outra olhava ao redor, na esperança de que nenhum olho curioso sequer pensasse em me seguir ou tentar descobrir onde Rosalie estaria indo. Curvamos o lado direito quando chegamos ao fim do corredor que dava a passagem para a única porta que estava ali: a que iriamos entrar. Bingo! Acertei em cheio. Sempre assim. Escorei-me na parede do canto, enquanto de canto de olho a via entrar e logo sumir por aquela porta que naturalmente se fechada, impossibilitando não somente eu, mas qualquer que estivesse escondido ali, de vê-la. Olhei ao redor, rapidamente, varrendo os corredores. “Ninguém”, falei a mim mesmo. Ainda desconfiado, fui andando com passos curtos até a única porta de todo aquele corredor. Girei a maçaneta e empurrei a porta, um tanto quanto agoniado, tal ato meu resultou num ruído fino rugindo da porta. Droga. Não demorou nada e ouvi passos vindo da direção do fim do corredor. Com certeza alguém tinha ouvido. Apressei-me e entrei na porta. Cuidadosa e apressadamente fechei-a logo depois que entrei. Ainda com minha mão na maçaneta - do lado de dentro agora -, respirei fundo. Virei-me lentamente em direção a sala e lá estava ela. Sentada de pernas cruzadas sobre a cômoda que, até hoje, não sei por qual motivo estava ali. Ergui as sobrancelhas e rapidamente as abaixei, abrindo um sorriso assim que elas já estavam em seu devido lugar. Rosalie revirou os olhos e insinuando-se um pouco para mim, retirou a perna esquerda de cima da direita - descruzando-as - e logo passou a perna direita sobre a esquerda, trocando-as de posição. Vendo um ângulo diferente, a intenção dela era... por acaso, me provocar? Perfeito! Ia ser mais fácil do que eu pensava.

- Então, porque me chamou aqui, Jasper? Não estava querendo apenas ficar olhando minhas pernas, imaginando mil coisas e provavelmente planejando se masturbar a tarde inteira enquanto pensava nelas, não era? - mordeu os lábios assim que terminou de falar.

     Ri ironicamente.

- Impressão minha ou a falta de sexo está mexendo com seu psicológico a ponto de você achar que eu quero fazer sexo com você? - com passos lentos mas determinados, fui me aproximando dela.

- Diga logo o que você quer, Jasper. - seu sorriso foi sumindo, dando espaço para um olhar sério, quase que enraivecido.

- Rosalie, eu não sou tão bobo quanto você pensa... - encostei descaradamente meu corpo ao lado de suas pernas e mais do que isso... apoiei minhas mãos em seu quadril. - Eu sei que você ainda gosta do Edward. E sei que você ainda o quer. Não sei se você sabe, mas eu posso te ajudar, de uma forma.

- Pode? - ela arqueou a sobrancelha. - Como? - Bingo! Sabia que ela ia direto no assunto. Eu realmente estava gostando do rumo que nossa conversa ia ter.

- Hummmmmm... Você gosta do Edward e não está gostando nada de vê-lo com Bella. Já eu, gosto da Bella e não estou gostando nada de vê-la ao lado de Edward. E eu estou disposto a fazer qualquer coisa para separa-los e creio eu que você também está. Me corrija se eu estiver errado. - aproximei insinuosamente meu rosto do dela, deixando nossos rostos a míseros centimetros de distancia.

 - Quê? Jasper, não sei do que você está falando. Eu, hein! - deu de ombros, fingindo não se importar e logo empinou o nariz.

- Rosalie, você é muito esperta. Mas não tanto quanto eu. Podemos ser parceiros em várias coisas. - subi minhas mãos curiosamente quentes em suas coxas e percebi várias vezes Rosalie olhando de canto de olho o percurso que minhas mãos tomavam. - Você pode se unir a mim. E juntos poderemos acabar com esse casalzinho de merda. - apertei suas coxas. - Você só precisa fazer as coisas que eu mandar. Podemos jogar sujo ou podemos jogar limpo. Ou então, podemos fazer os dois, o que eu prefiro. - finalizei todo meu texto com um sorriso de canto.

     Ela permaneceu calada pelo que eu acho, uns trinta segundos. Engoli em seco. Ela não podia nem sequer pensar em me dizer não. Eu precisava do apoio dela. No fundo eu sabia que talvez ela também precisasse de mim, da minha ajuda para separar Bella de Edward. Rosalie semicerrou os olhos. Eu estava atento a qualquer mudança na expressão de seu rosto. Até mais do que isso. Eu estava tentando imaginar o que passava em sua mente através de suas feições. Percebi ela dar de ombros algumas vezes, obviamente matutando e pensando em que parte do que eu havia dito faria algum efeito ou beneficio a ela.

- Eu aceito. - ela disse, sua voz quase que impulsiva. - Com uma condição... - ergueu seu dedo indicador perante minha face assim que eu abri um sorriso satisfeito. - Quero que você me dê a certeza de que nosso plano vai dar certo e eles não vão conseguir a reconciliação nunca.

- Prometo que nossas tentativas não vão ser frustradas. Prometo que todas vão ser certeiras. - garanti-lhe.

- Espero. - ela puxou a gola da minha camisa, aproximando meu rosto do dela de uma forma tão... estranhamente dominante que meu nariz roçou a maçã de seu rosto.

     Encarei-lhe por alguns segundos. Via em seu olhar o que havia visto no meu atualmente, sempre que olhava-me no espelho: puro ódio e sede de vingança! Seus dedos quase que, lentamente, foram soltando minha camisa até que por fim, não restava nenhum dedo ali que me impedisse de sair de perto dela.

- O que eu preciso fazer? - perguntou, enquanto me empurrava um pouco para que pudesse descer da cômoda.

     Esperei em silêncio até que ela arrumasse alguns amassos visíveis em sua saia e virasse de frente para mim.

- Vamos começar com algo bem simples. - sorri maliciosamente, enquanto dava alguns passos em sua direção, diminuindo pouco a pouco a distancia entre nós. - Reconquiste a amizade dele. É... Finja não se importar com o fato de ele ter dado um fora em você. Faça ele confiar em você de tal maneira a ponto de contar segredos para você. Enquanto isso, eu estarei aqui, fazendo o possivel para que ele e Bella tenham algumas brigas. Pode ser fácil isso. Até porque Bella está lá em casa. Poderia ser estranho se por acaso, eu fosse pedindo a cada dia que estivesse em sua mente voltar para casa, que ela ficasse? Creio que não. Quero ficar ao lado deles dois, acompanhando de perto as mudanças. Com essa sua amizade com Edward, tenho certeza que Bella se sentirá insegura, até porque nós dois vamos dar motivos para ela ficar insegura. Se insinue para ele e deixe-me ficar só no papel de dizer a Bella que sua amizade com Edward é meio suspeita. Quando ela já estiver cheia disso, vamos começar a dar sinais, deixar mais real as duvidas dela. Estou falando de você chegar algum dia lá em casa chorando, pedindo a ajuda dele e aproveitar toda a bondade que ele irá lhe oferecer. E depois, o terceiro plano e creio eu, o fatal, pelo menos por enquanto. Mas disso falaremos depois, depende de como irá se desenvolver e o resultado de cada ação nossa. Se for favorável, continuamos. Se não for, mudaremos de estratégia.

- Podemos começar amanhã. Deixe os pombinhos felizes hoje. Estou começando a entender onde você quer chegar com isso tudo e se for pra fazer, quero fazer pra valer, sem deixar rastros. Sabe, como você mesmo disse, eu sou bem esperta. - semicerrei os olhos enquanto escutava pacientemente Rosalie terminar de falar. - Ligue para minha casa sempre que precisar, Jasper.

- Deixe comigo. Bem, agora já vou. Não quero mais perder meu tempo aqui, sendo que já sabemos o que vamos precisar fazer. - virei as costas para Rosalie e sai andando em direção a porta.

 

[Edward Cullen, pov.]

- ... Os termos Renascença ou Renascimento passaram a ser utilizados a partir do século XV para designar o retorno da cultura aos padrões clássicos. Tal movimento se iniciou com os estudos dos cânones artísticos da antiguidade clássica. O estudo da cultura clássica já constituía elemento de erudição entre os mais cultos homens da Idade Média e até entre a classe sacerdotal. Por exemplo, as figuras mitológicas pagãs eram utilizadas como elemento estético para finalidades morais e filosóficas. - e quando dei por mim, essa voz que falava foi se aproximando até eu perceber dois pares de sapatos pisarem o chão proximo a minha carteira. - Será que nosso amigo, Edward Cullen pode fazer um resumo oral do Renascimento?

     Com preguiça, levantei meu rosto que antes estava debruçado sobre a mesa e encarei com olhos semicerrados o professor me olhar extremamente irritado. Continuei em silêncio, mas atrevido o suficiente para continuar olhando-o.

- Não sabe responder, Sr. Cullen? - ele insistiu.

- Não.

- Olhe todos vocês aqui. - ele ergueu os braços a altura de seu rosto. - É este cara que vocês tem como exemplo? É este mesmo, que nem sequer sabe falar de Renascimento? - ironizou.

- Acho que é bem melhor ter como exemplo alguém que não estuda Renascimento e tem uma visão mais ampliada do mundo lá fora e decididamente não liga para egocentrismo do que alguém que estuda Renascimento, é complexado e adora desmoralizar os outros só pra tentar não se sentir tão insignificante. - respondi sarcasticamente sem nem desviar meus olhos dos dele por menor que fosse o segundo.

     Não tenho certeza, mas acho que ouvi algumas vaias irônicas destinadas ao professor.

- Voltando ao assunto que estavamos falando, ...

     Minha mente rapidamente foi deixando de lado a voz do professor e se focando mais em tudo que havia acontecido hoje desde que acordara até minha conversa séria com Esme e Carlisle. Sinceramente, eu não estava ligando muito para tudo o que eles haviam falado. A única coisa que estava me amedrontando um pouco era o medo que eu tinha acompanhado do arrepio a cada vez que eu pensava na hipótese de Bella descobrir tudo sobre o acidente dela. Eu não queria perdê-la, mas eu sabia que alguma hora ela teria que saber toda a verdade. Dias ruins viriam, disso eu sabia! Estava óbvio demais. Jasper não iria descansar enquanto não me separasse de Bella. Eu só precisava agora de alguns dias para raciocinar direito e escolher que decisão tomar, mesmo que o final fosse o mesmo: Bella descobrindo tudo. Apertei com força meu punho. Que ódio eu sentia agora de mim! Se eu pudesse voltar no tempo eu teria feito tudo diferente. Mas já era tarde demais...

     O sinal finalmente tocou. Tornei a debruçar minha cabeça na mesa.

- Afaste-se de Bella antes que as coisas piorem, Edward. Ou você conta toda a verdade pra ela e espera pacientemente ela te perdoar, esperando mesmo o tempo que for ou então você se afasta de vez, sem nenhuma tentativa, caso você sinta medo da reação dela. - Esme olhou para mim, aquele olhar de pura pena... Aquele olhar do tipo: “Onde foi que eu errei na educação de Edward?”.

     Apertei os olhos, tentando esquecer essa lembrança de hoje cedo. Esme estava certa, eu precisava tomar logo minha decisão. Esconder só iria machucar mais ainda Bella.

     Minha cabeça martelava dizendo que a hora estava chegando e que eu precisava me acostumar com o fato de que eu  iria perde-la.

 

[Bella Swan, pov.]

     Minha cabeça ia estourar. De uma hora pra outra, todos estavam virando as costas pra mim e quem eu mais precisava não estava lá... Edward. Esperei os quatro longos horários passarem até a hora do sinal bater e eu finalmente encontrar com ele no refeitório. E quando finalmente chegou, Edward não estava lá. Olhava impaciente, por diversas vezes na direção da porta, esperando que ele aparecesse por lá. E nada... Os minutos iam passando, estava cada vez mais perto do nosso horário de almoço acabar e Edward não aparecia.

- Procurando alguém? - uma voz sussurrou em meu ouvido, provocando-me arrepios. Era ele. Meu Edward. Um sorriso ecoou de seus lábios.

     Virei-me bruscamente na direção dele.

- Edward... - falei, logo encostando nossas bocas uma na outra.

- Bella... - ele disse num grunhido, pressionando seus lábios nos meus e distanciando-os segundos depois. - Eu andei pensando. Talvez aqui não seja um bom lugar e nem um bom momento, mas eu quero fazer isso antes que alguém queira passar na minha frente.

- Hã? - perguntei, sem entender nada.

     Edward se distanciou um pouco de mim, olhando em volta com um sorriso estampado no rosto.

- Galera... Peço a atenção de vocês aqui agora. - ele deu um sorriso de canto... aquele sorriso. Todos pararam de fazer o que estavam fazendo e viraram-se para ver o que Edward estava prestes a fazer. - Só uns minutos que eu peço. Nada além disso. Eu quero dar um comunicado a vocês.

     Olhei ao redor, assustada e ao mesmo tempo com medo do que ele iria falar.

- Eu demorei tanto tempo fazendo as mesmas coisas erradas que eu estava costumado a fazer. Acho até que cheguei a fazer todas essas coisas só por fazer, pra quebrar a rotina, porque antes nada tinha sentido. E de uma hora pra outra, não sei explicar como e nem porquê, tudo começou a fazer sentido. Sabem quando chega aquela que faz você querer fazer as coisas diferentes e tentar ser alguém melhor? Aquela pessoa que te faz sentir especial e achar que pode ser melhor. Pode parecer besteira, mas estar apaixonado por alguém, estar ao lado de alguém e precisar desse alguém como um coração precisa de uma batida, é a melhor sensação que alguém pode ter. Bella me fez ver o mundo de outra forma, de uma forma que até então, eu pensava que não existia ou talvez não achava que essa forma poderia se adequar a mim. Eu nunca quis ser tão só de alguém como eu quero ser pra ela. Eu nunca quis “o cara perfeito”, como eu estou querendo ser agora. Bella me fez mudar, me fez querer ser mais responsável. - cada palavra que ele ia falando, me fazia ficar tão assustada quanto todos ali, ou até mais que todos, afinal, ele estava falando tudo aquilo pra mim. - Bella... - ele olhou na minha direção e ergueu a mão, para que eu viesse perto dele. - Vem aqui, por favor.

     Ainda assustada, caminhei, com minhas pernas e mãos um pouco tremulas. Meu Deus, o que ele estava pretendendo fazer? Parei ainda um pouco longe dele, mas proxima de sua mão. Ele transpassou seus braços na minha cintura e me puxou delicadamente para junto de si.

- Bella, é dificil dizer isso. Mas tudo que você me faz sentir é novo. Você me faz te amar e te odiar tão fácil. Na realidade, você me faz sentir várias coisas de uma hora pra outra. Eu não entendo isso. É novo demais para mim. E eu nunca senti ciúmes de ninguém, nunca precisei tanto de alguém como eu preciso de você. - ele voltou a olhar para todos. - Eu quero dizer agora. Que a partir de hoje, ela é minha dona. A mulher da minha vida. - ele olhou pra mim, sorrindo agora. - Quer ser minha namorada, Isabella Swan?

     De canto de olho, extremamente envergonhada pude notar a reação de todos. Algumas meninas maravilhadas com toda aquela declaração e inclusive, até algumas limpando algumas lagrimas de emoção; Outras já deixavam estampado na cara que estavam com raiva porque ainda achavam que poderiam ter chances com ele; Outras até saíram do refeitório, aderindo adjetivos a mim não tão... legais; Os homens, por sua vez... Alguns mantinham suas poses de machões e sorriam ironicamente achando tudo aquilo uma bobagem. Outros, românticos por sinal, apoiavam e olhavam firmemente em nossa direção, dando apoio. Outros... talvez não tão homens - gays - choravam inconsolavelmente enquanto olhavam aquela cena. Talvez achando que eles deviam estar ouvindo tudo aquilo e não eu.

- Bella? - Edward insistiu.

- Aceita, Bella. - ouvi por diversas vezes pessoas sussurrando essa mesma frase para mim.

- Edward... - sussurrei assim que ele me puxou para um abraço -, você é louco. - sussurrei para ele.

- Aceita, minha Bella.

- É claro que eu aceito, Edward.

     Sem que eu pudesse dizer mais nada, ele me beijou. 

 

[link_seguro: http://tinyurl.com/ycnck7x /música indicando fim do capitulo.]


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Notas finais do capítulo

( to be continued.
 
Eu esperei minha inspiração chegar. Preferi assim do que ficar postando sem gostar do capitulo ou achar que não passei o que eu queria passar. Obrigada a todos que me esperaram. Obrigada mesmo. Love Ya! ♥_♥
22/02 - "dia em que algo começou a fazer sentido para mim". Amanhã faz um mês (yn) 
semana que vem apago as reviews antigas para poder receber as novas de vocês. $.$