Patch’s POV

Alguns meses depois...

Acordei em uma manhã de sábado com um movimento brusco ao meu lado. Abri os olhos lentamente e olhei para a mulher ao meu lado. Ela me encarava com um sorriso travesso mas cheio de amor.

–Eu disse que sua cama era gostosa. – Ela riu ao se lembrar do acontecimento.

– Só a cama? – Uma sensação de dèjá vu tomou conta de mim e eu não pude evitar rir.

– Os lençóis e o travesseiro também! – Ela deu uma risada gostosa. Logo depois olhou pra mim séria. – Mas o dono é muito, muito mais.

Não tinha como não evitar sorrir. Puxei-a para um abraço e senti seus lábios percorrerem meu pescoço. Era engraçado pensar em tudo que havia acontecido ao longo da nossa história e como certos desejos foram mudados por causa de um único sentimento : amor.

Em toda minha existência, não poderia imaginar que a vida poderia ser tão boa, que poderiam acontecer coisas tão boas a alguém como eu. Mas valia a pena, cada dor, cada sofrimento, se no final eu fosse ter aquilo. Valeria a pena sentir a dor de tirarem minhas asas mil vezes, se no final Nora ficasse comigo.

Ainda era um pouco estranho ser um “coroa”, não que eu tivesse perdido minha beleza. Eu, obviamente, ainda era muito boa pinta mas era estranho me olhar no espelho e ver alguns cabelos brancos. Nora, no entanto, continuava linda, mesmo com algumas rugas de expressão começando a nascer em seu rosto.

Demoramos um pouco para descer e tomar café pois nossa presença na cama estava deliciosamente prazerosa, mas infelizmente, tivemos que levantar. Hoje seria um dia muito importante. O ensino médio tinha chegado ao fim e Harry iria finalmente se formar. Para completar, Mason e Emily conseguiram uma “folga” e iriam na formatura.

Harry não demorou muito a chegar esbaforido e ansioso, queria nossa ajuda para se arrumar e veio com Blythe para irmos todos juntos.

Nora havia optado por um vestido longo simples porém justo na cor violeta e estava linda. Dona Blythe estava muito elegante com seu vestido turquesa bordado. Eu, bem, eu estava sendo eu com a roupa mais próxima de um smoking, enquanto segurava o paletó. Harry demorou séculos para se arrumar e tivemos que chamá-lo com urgência. Ele se vestia de forma muito parecida comigo, a única diferença é que usava o paletó ao invés de segurá-lo.

Depois de muita espera finalmente saímos de casa e nos dirigimos pra escola de ColdWater. O ginásio estava lotado de pais e formandos e eu me lembrei de quantas memórias eu e Nora tivemos por ali.

Harry foi logo se encontrar com Marie, que estava muito bonita em seu vestido tomara que caia rosa bebê. Eles estavam muito bem e até começaram a namorar, o que foi algo muito bom para ambos.

Não demorou muito para que pedissem para se organizar para a formatura começar. Harry e Marie foram se sentar nas primeiras cadeiras pois ela faria o discurso da classe. Eu, Nora e Blythe nos sentamos nos locais designados para os pais e guardamos dois lugares para Mason e Emily.

A diretora falou o quanto estava orgulhosa de toda a turma e todo aquele blá blá blá que ninguém quer saber. Finalmente, ela chamou Marie para fazer o discurso, que subiu um pouco nervosa e se posicionou para começar:

– Quando pensamos em ensino médio, muitos pensam em loucuras, aventuras e muita pegação. Bom, para alguns foi realmente isso. – Algumas pessoas riram. – Para outros, o ensino médio é algo sério no qual o esforço os levará para uma boa faculdade. Seja como for, vamos olhar para essa época de nossas vidas com felicidade e nostalgia. Eu, particularmente posso dizer que foi uma mistura dos dois, pois além dos estudos, também me meti em umas encrencas de outro mundo. – Ela riu enquanto olhava para Harry. – Aqui também é o lugar onde nos conhecemos, crescemos e aprendemos mais sobre nós mesmos. Onde nos apaixonamos, fazemos amizades e algumas inimizades. Nós seguramos bastante responsabilidades em nossas mãos quando pedem pra escolhermos nosso futuro mas independente do que vamos escolher ou dos caminhos que vamos seguir, saibam que são especiais e fizeram parte desta história de alguma forma. Obrigada por tudo.

Neste momento, todos os formandos jogaram suas capelas de formatura para o alto e foi uma confusão bem engraçada. Logo depois, foi a hora de chamarem os formandos para pegarem seus diplomas.

Quando chamaram o nome do Harry, do meu Harry, um orgulho imenso bateu no meu peito e fizemos uma festa. Gritamos loucamente e batemos palma como se não houvesse amanhã.

– LINDO. SÓ NÃO É MAIS LINDO DO QUE EU. - Ouvimos Mason gritar ao nosso lado. Harry riu ao olhar e ver o irmão o aplaudindo e seguiu comemorando.

Abraçamos Mason, que se vestia como o perfeito anjo da guarda rebelde e logo depois falamos com Emily que estava vestido com um vestido angelicalmente dourado.

Assim que a formatura acabou, Harry e Marie se juntaram a nós e saímos para comemorar. Foi uma noite esplêndida ao lado de pessoas importantes e que faziam da minha vida um pouquinho mais feliz.

Mason e Emily teriam que voltar pra suas tarefas angelicais e Harry e Marie iriam viajar pra Inglaterra, pois tinham conseguido ser aceitos em Oxford. Harry havia decidido cursar literatura (pois sua vida dava uma história e tanto) e Marie optou por jornalismo.

Fomos todos juntos levar os dois no aeroporto e nos despedir. Emily deu um longo abraço na tia enquanto nós falavamos com Harry.

– Filho, vê se você se cuida e não se meta em confusão, ouviu? - Disse Nora já quase a beira das lágrimas.

– Confusão? Por favor. Sou um anjo. - Disse Harry brincando enquanto a abraçava.

– Eu diria pra você pegar muitas garotas mas você está em um relacionamento, o que torna tudo sem graça. Porra, Harry! - Eu disse rindo enquanto o abraçava. - Mas sério, boa sorte lá.

– Obrigado, Patch.

Mason e Emily o abraçaram juntos, desejaram tudo de bom e disseram que ficariam de olho nele.

Logo depois, chamaram o vôo e Harry e Marie sorriram uma última vez para nós e foram atrás de suas aventuras em outro continente. Por sua vez, Mason e Emily tornaram a fazer sua viagem aos céus e desapareceram após aquele clarão que os teletransportavam.

Após deixar Blythe em sua casa, voltamos para nossa e ficamos sentados no sofá. Nora subiu, trocou de roupa e vestiu uma de minhas camisas.

– Parece que somos só eu e você de novo, Patch. - Ela sorriu pra mim de forma tristonha. Eu a abracei.

– Pois é.

– Eu te amo.

– Eu te amo mais, Nora.

– Eu também amo usar sua camisa.

– E eu amo tirá-la de você.

E foi o que eu fiz.