Our Little Secret escrita por Gabi Sampaio


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Hey, leitores! Mais um capítulo fresquinho para vocês. Me desculpem pela demora, mas como vocês bem sabem o Nyah! saiu do ar e isso só piorou minha demora. Então venho me desculpar pela minha preguiça ambulante e me comprometer e a escrever mais rápido.
Bom, dia 11 desse mês, OLS completou 1 ano e para não apenas comemorar esse um ano mas também a chegada de OLS aos 200 comentários, tenho uma surpresa para vocês.
Repararam na novíssima capa feita pela linda da Ana Cláudia? Então, edição especial. Vocês poderão escolher qual capa preferem essa nova ou a antiga. Além disso, se quiserem , posso escrever uma nova sinopse em comemoração. Ai fica a escolha de vocês.
Mais uma coisinha: se quiserem, podem enviar seus desenhos ou qualquer coisa sobre a história que quiserem, vou me sentir muito honrada. Fiquem a vontade!
Leitores fantasmas apareçam!
E boa leitura!



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Harry’s P.O.V

O inferno não é como as pessoas pensam. Ou imaginam. Ou dizem.

Durante todo o caminho, instalou-se um silêncio desconfortável. Mason mexia os pés e batucava os dedos na janela, em sinal de nervosismo. Eu olhava para baixo. Não sabia o que pensar. Era muito para processar.

Uma guerra que podia interferir o mundo todo estava prestes a eclodir. No meio dela, encontrava-se eu e minha família. O pior, eu e meu irmão erámos a causa dela. Estávamos pondo pessoas em perigo. Eu me perguntava constantemente se não era melhor que nós morrêssemos.

– Não, não é. – Patch respondeu em voz alta.

– Como faz isso? Como não consigo nem sentir sua presença? – Ele riu pelo nariz. Eu apenas bufei.

– Prática, meu caro. Apenas prática. – Ele voltou a olhar sério para a estrada.

– Eu senti Castiel quando ele tentou invadir minha mente, mas você... eu não sinto. – Uma ruga se formou na testa de Patch. Percebi rapidamente que uma também em mim. Odiava parecer-me tanto com ele.

– Talvez, só talvez, seja por ser meu filho. A genética pode permitir que eu tenha livre arbítrio sobre você. – O que? Ele não havia dito aquilo. Mason se remexeu desconfortável no banco de trás. Ele sabia que aquilo não era bom.

– Quer dizer o que? Que manda em mim? Que pode abrir meu cérebro quando quiser? Minha mente não é um cômodo onde você pode abrir quando quiser só porque tem a maldita chave. – Patch segurou o volante com mais força. Freou bruscamente o carro. O jipe deu um pulo. Os dedos dele ainda apertavam o volante e estavam começando a tomar um tom vermelho.

– Porque toda essa revolta comigo? Eu simplesmente posso entrar em sua mente, Harry. É natural como respirar. Seus pensamentos vem como uma lufada de vento em minha cara. Não é uma questão de escolha. Apenas posso ouvir seus pensamentos, como também posso os do seu irmão. – Ele respirou fundo e me encarou como se lesse minha alma. – Mas não está assim porque eu acabei de ler sua mente, isso foi só uma gota d’água. - Ele ficou em silêncio para que eu me pronunciasse.

–Sabe o que podiam ter evitado? Era só terem se precavido. Merda, vocês não conhecem algo chamado camisinha? Sei que seu plano de vida não era ter filhos, Patch. Nunca parei para pensar mas somos apenas um erro na vida de vocês. Não deveríamos ter nascido. Foi um acidente , não foi? Se descuidaram porque não acreditavam que poderia acontecer e quando descobriram não tiveram coragem de parar. Eu não entendo porquê. Nunca foi um pai mesmo. – O rosto de Patch assumiu um tom vermelho. Reconheci na hora. Raiva. Mason nos encarava com olhos arregalados.

–Mas que merda. – Pude ouvir meu irmão pronunciar baixinho. – Puta merda! Isso não vai terminar bem.

– Harry, - Ele se calou por um tempo e pude ver, pela primeira vez, emoções nos olhos negros. Havia ali dor. E um claro pedido de desculpas. Por tudo. – Sinto muito por não ter sido um pai presente. Nem o pai que vocês mereciam. A verdade é que estávamos tão preocupados em mantê-los seguros que não nos demos conta de que éramos ausente. Só começamos a perceber isso quando Mason começou com a babaquice. – Mason riu alto do banco de trás. -Vocês clamavam por atenção. – Ele se virou para Mason. – Claro que do modo errado. Mas clamavam. Também não agimos certo na maioria das vezes. Posso não ser humano, Harry, mas também cometo erros. Sinto que falhei com vocês. Não pude evitar o nascimento de vocês. Como poderia? São meus filhos! Eu os amo, mesmo que não diga ou demonstre suficientemente. Vocês são uma parte de mim e toda noite, eu sinto uma dor tremenda por não ter sido tudo o que vocês mereciam. Espero que um dia possam me perdoar.

– Mas é claro que perdoamos! Não é , Harry? – Mason olhou para mim esperando por uma resposta. Acenei em afirmativa e dei um sorriso fraco. Senti um embrulho no estômago.

Patch voltou a dirigir e eu voltei a pensar. Esperava sinceramente que ele não continuasse lendo meus pensamentos. Era desagradável saber que alguém encontrava-se dentro de sua cabeça.

“Eu já entendi, Harry” Mentalmente, a voz de Patch ecoava na minha cabeça. “Vou tentar ao máximo não ler seus pensamentos. Desculpe.”

Abaixei a cabeça e encostei-me na porta do carro. Eu me sentia um estúpido. A verdade é que eu não sentia rancor de Patch, só as vezes, mas isso era natural. Mason sentia constantemente. Eu também podia sentir. Ele tinha razão. Eu não estava chateado com ele, apenas com raiva. Não dele. Só com raiva.

Patch mantinha um sorriso no rosto. Era óbvio que ele ouvia meus pensamentos. Suspirei pesadamente e voltei a fingir que observava a paisagem. As cores passavam rápidas demais para poder processar pelo que tínhamos acabado de passar. O ponteiro do carro estava constante entre 120 e 150 quilômetros por hora. Ele era louco. Eu torcia para que não houvesse um policial por perto. Patch deu uma gargalhada ao meu lado. Ele era um idiota.

Mas apesar de tudo, não era exatamente dele que eu sentia raiva. Odiava os arcanjos por terem permitido isso. Eles nem sequer sonharam com a possibilidade de uma coisa dessas acontecer e voilà eu e Mason no mundo. A verdade é que eu sentia raiva de mim mesmo por tudo que acontecia. Ninguém tinha culpa. Muito menos eu e Mason. Apenas devíamos lutar por nossas vidas e pela de quem amávamos.

Afinal, a maioria dos homens importantes haviam lutado por isso, não é mesmo? A história estava cheia deles. Eu não estava apenas lutando pela minha vida. Estava lutando por liberdade. Uma liberdade que eu não podia ter porque não estavam prontos para alguém como eu.

– Aonde estamos indo, afinal? – Mason se pronunciou. – Está demorando bastante, não acha? – Patch afirmou com a cabeça.

– Morar longe tem uma dessas desvantagens. – Ele olhou para frente em sinal de concentração ao caminho. – Não vai demorar muito. – Isso me fez pensar em algo.

– Vamos atrás de anjos caídos? – Patch acenou em afirmativa. – Que estão presos no inferno? – Ele acenou novamente. – A questão aqui é : como entramos no inferno? Quer dizer, isso se tiver uma porta de entrada. – Patch sorriu de forma maquiavélica.

– Estava esperando que algum dos dois me perguntasse isso. Não é bem uma porta. O termo portas do inferno é um pouco simbólico, mas existe de fato uma entrada que também serve como saída. Ela se encontra mais perto do que imaginam. – Encarei o local enquanto Patch estacionava o carro.

– Bolsa do Diabo? Aquele local que a mamãe nos contou? – Mason interrogou.

– Sim. A entrada passa pela Bolsa do Diabo, mas necessariamente por baixo dela. A verdade é que havia duas entradas. Uma era no Delphic e a outra aqui. Quando minha casa no Delphic foi queimada, a entrada também foi danificada. Não podendo e havendo um grande risco ao usá-la. Agora a única entrada e saída é por aqui.

– É por isso que antigamente os anjos caídos se concentravam no Delphic? – Perguntei. Patch assentiu.

– Era uma forma de escapatória , além do mais alguns anjos caídos tentavam libertar outros ou até mesmo impedir que alguns saíssem de lá. Sabe como é, né? Umas rivalidades aqui, umas alianças aqui. Cada um tinha um motivo pra estar ali. – Ele falou casualmente como se fosse a coisa mais normal do mundo.

– Então devemos supor que haverá vários anjos caídos por aqui? – Mason perguntou, olhando desconfiado para a boate com o som alto.

– Sim, alguns. Mas não acredito que sejam muitos. A maioria foi morta na última batalha, os que foram espertos suficientes para fugir não devem conter um número grande, nossa maior esperança está nos que estão lá embaixo.

– Mas como vamos garantir que esses anjos não irão nos trair? E mesmo que nos ajudem , como vamos garantir que depois não irão se voltar contra nós? E ainda prometemos aos nefilins que eles não seriam mais possuídos, acha que conseguiremos convencê-los a tudo isso? – Patch deixou um suspiro longo e alto escapar dos lábios.

– Não vai ser fácil. Mas pelo menos com um anjo caído nós temos que sair daqui. – Patch começou a massagear as têmporas do rosto em sinal de frustração. É , não seria nada fácil.

– Patch. – Mason o chamou, fazendo com que a atenção fosse voltada para ele. – A mãe da Emily está ai , não é? – Os olhos de Patch arregalaram com a pergunta. – Ela está , não é mesmo? – Patch afirmou com a cabeça derrotado. – Vamos oferecer esse acordo a ela?

– Definitivamente não. Mandei ela pra esse lugar porque ela infernizava minha vida e a de sua mãe. Trazê-la de volta vai ser como estar no inferno. Vocês não vão olhá-la. Não vão tocá-la. Não vão ouvi-la. Estão me entendendo? – Acenamos em afirmativa. – Dabria é traiçoeira e pode enganar a mente de vocês. – Assentimos pela segunda vez.

Patch saiu do jipe e fez um sinal para que o seguíssemos. Andamos um pouco e a cada passo o barulho ensurdecedor da boate piorava mais. Como alguém aguentava aquilo?

A porta do estabelecimento estava mal pintada e várias rachaduras podiam ser vistas de longe. Eu não confiaria muito naquele lugar, mas parecia que as pessoas não se preocupavam já que o local encontrava-se cheio.

Uma banda qualquer tocava um rock pesado enquanto o público dançava loucamente devido a intoxicação das possíveis drogas que haviam consumido. Um deles estava tão alterado que estava gritando ver unicórnios cor de rosa.

Patch nos guiou até a parte mais vazia do local. Um grupo de caras com caras nada amigáveis estava lá. Eles acompanhavam nossos movimentos. Claramente, estávamos sendo observados.

Não sei se Patch percebeu ou não, mas se percebeu não pareceu se incomodar. Eles nos conduziu até uma espécie de buraco no meio da boate. Era visível como ninguém percebia aquele lugar. Na escuridão, parecia mais uma das paredes pintadas de preto.

Entramos naquele local estranho que por dentro mais parecia um labirinto, mas Patch parecia saber exatamente por onde ir. Entrou na primeira direita, logo depois seguiu nas duas esquerdas seguintes para ir para a quarta direita de novo.

A visão era definitivamente... estranha.

O inferno não é como as pessoas pensam. Ou imaginam. Ou dizem. É pior. Muito pior.

A primeira coisa que você ouve são os gritos. Por todos os lados. Agoniados. Sofridos. Sentir aquilo é como sentir a dor que a pessoa estivesse sentindo. Mason parecia não estar aguentando e quase caiu durante o percurso. Eu e Patch tivemos que segurá-lo para que ele não tombasse no chão.

O local era repugnante. Mais parecido com uma caverna. Aquele local fechado começava a me dar a sensação de sufocamento. O ar era pesado e rarefeito. O cheiro de mofo estava presente. Acho que também tinha cheiro de enxofre e... carvão? Um pouco de fumaça podia ser vista ao longe. Eu não queria pensar no que estavam queimando, apesar de já imaginar.

Patch nos conduziu até um túnel mais afastado. Enquanto andávamos, as criaturas que circulavam por ali não parecia se preocupar conosco. Digo criaturas pois não acredito que alguém ali estivesse vivo ou fosse de fato humano. Preferi não pensar no assunto e continuar andando.

Patch havia nos dito que não iríamos libertar ninguém naquele dia. Apenas ofereceríamos o acordo e depois alguém voltaria para libertá-los. Eu esperava que esse “alguém” não precisasse ser eu.

O caminho era sinuoso. Cheio de pedregulhos e falhas. Nada demais, mas incomodava a sola dos pés.

Assim que meus olhos se acostumaram com a escuridão pude ver a primeira pessoa que se encontrava em uma cela. Sim. Ela estava presa. Acorrentada. Sangue seco manchava suas mãos. Parecia que as correntes apertavam bastante.

– Olá. – Patch pronunciou as palavras. Os olhos da mulher se voltaram para nós. Seu rosto estava uma mistura de sujeira e machucados. Seus cabelos castanhos, sem vida. Ela estava acabada. – Meu nome é Patch. – Ela sorriu.

– Eu sei quem você é. Me chamo Daisy. O que você quer? – Ela sibilou.

– Ora, porque acha que quero algo? – Patch começou calmamente. – Bom, sem rodeios. Eu tiro você daí... – Ela levantou os olhos com esperança. – Se fizer algo por nós. – Ela mostrou os dentes.

– E o que seria?

– Bom, primeiro, teria que entrar em uma luta conosco contra os arcanjos. – Ela arqueou as sobrancelhas. – Sei que tem alguns assuntos pendentes. Segundo, teria que prometer não nos trair.

– Não confia em mim? – Ela sorriu doce.

– É claro que não. Terceiro, teria que jurar nunca mais tentar possuir nefilins.

– Por que eu o faria? – Ela nos olhou indignada.

– Porque quer sair daqui. E sem nós, demorará muito mais tempo, se é que um dia sairá daí. Não acha muito melhor trocar uma coisa ínfima como essa por sua liberdade? – Ela pareceu pensar por um momento.

– Tudo bem. Tudo bem. Eu aceito.

Patch fez um movimento, abriu a cela e entrou. Pegou uma faca e cortou a mão da garota. O sangue cor de vinho escorria lentamente.

– Jure que não irá nos trair, que irá lutar conosco na batalha contra os arcanjos e que nunca mais irá possuir nenhum nefilim.

– Eu, Daisy, juro pelo meu sangue, que não irei trair Patch Cipriano e irei lutar ao lado dele na batalha contra os arcanjos. Juro que... – ela deu uma pausa. – que nunca mais possuirei nenhum nefilim.

Patch selou as mãos da garota as dele. O juramento de sangue estava feito.

– Voltaremos para buscá-la no dia da batalha, Daisy. – Patch disse e nos encaminhou até o próximo anjo.

As conversas eram quase sempre as mesmas. Patch oferecia o acordo. Alguns aceitavam, outros não. Haviam alguns que de tão desesperados para sair dali, nem esperavam Patch dizer nada, já aceitavam de cara. No final, tínhamos conseguido 20 “sim” e 7 “não”.

– É, acho que conseguimos mais do que esperávamos. – Mal Mason se pronunciou e ouvimos uma voz distante.

– Oh visitantes. – Era uma voz doce e meiga. Envolvente. Patch arregalou os olhos e tentou agir tarde demais, Mason já estava parado em frente a cela da mulher. – Olá querido.

– Oi. – Mason parecia vidrado. Isso não me parecia bom.

– Oh Patch. É você, mesmo? Quanto tempo não é mesmo? – Ela dizia em tom irônico.

– Olá Dabria. Tchau Dabria. Vamos embora. – Patch fez menção de se movimentar pra irmos embora, eu quase o acompanhei mas percebi que Mason continuava imóvel.

–Qual seu nome meu caro rapaz?

– Mason. Mason Cipriano. – Ele respondia prontamente. Sem nem pensar. Parei ao seu lado e reparei na mulher. Ela tinha cabelos loiros, quase brancos. Uma pele pálida igual porcelana. Olhos verdes cristalinos. Parecia uma boneca, a única coisa assombrosa nela é que em volta das orbes verdes , seus olhos eram negros. Isso era um pouco assustador. Ok, talvez muito assustador.

– Mason. – Me pronunciei. – Temos que ir embora.

– Oh mas quem é você, meu caro? – Ela voltou o olhar para mim. Um frio na espinha percorreu meu corpo, me fazendo tremer. Definitivamente era assustador. Além de parecer que ela via como eu morreria.

– Ele é meu irmão. Harry. – Mason respondeu. Seus olhos estavam vidrados na mulher. Tentei mexer as mãos em frente ao seu rosto mas não pareceu funcionar. Eu tinha que descobrir um jeito de tirá-lo daquele transe.

– Estranho. – Ela continuava com o olhar sobre mim. – Meu feitiço não cai sobre você. Além de eu sentir que não gosta de mim.

– E eu não gosto. – Respondi curto e grosso. Ela deu uma risada alta.

– Tem muito de sua mãe, posso ver. – Ela piscou inocente. – Mas seu irmão aqui é mais vulnerável. Ah, ele está apaixonadinho pela minha filha. Que coincidência, não é mesmo? – Ela riu mais uma vez. – Ah como seria bom se alguém pudesse me tirar daqui.

–Eu posso. – Mason respondeu sem pensar.

– Não pode não. – O puxei para longe dali, mas fui atingido por um soco no rosto. Que maravilha.

Segurei os golpes que Mason dava. E tentei um modo de pará-lo sem machucá-lo. Era quase impossível do jeito que ele me atacava. Onde estava Patch nos momentos que a gente mais precisa?

No fim das contas, tive que bater a cabeça de Mason para deixá-lo desacordado. Dabria me fitava com um olhar sibilante.

– Posso não controlar você, mas vejo seu destino. Vai ter uma morte lenta e dolorosa. Sabe quando? Nessa batalha que virá. Não apenas você, toda sua família e os que mais você ama. – Ela jogou seu veneno pra cima de mim.

– Eu faço meu próprio destino. – Coloquei Mason nas costas e sai a procura de Patch. Ele não se encontrava em lugar nenhum.

Nem mesmo na entrada para onde os anjos caídos se encontravam. Decidi continuar e conhecendo Patch como conhecia sabia que ele já deveria estar no jipe a nossa espera.

Andar de volta pelo inferno era angustiante e várias vezes foi difícil respirar, principalmente com Mason nas costas. As criaturas passavam nos encarando, mas felizmente não tentavam fazer nada.

Cheguei o mais rápido que pude ao labirinto e tentei me relembrar quais caminhos Patch havia percorrido. Esquerda ou direita? Esquerda, direita... não. Não era isso. Direita, esquerda... esquerda, direita.

Quando finalmente cheguei a caverna na bolsa do diabo, decidi acordar Mason. Não sabia que tipo de reação aqueles anjos caídos teriam se me vissem carregando ele nas costas. Preferi não arriscar.

–Mason. – O cutuquei. Sem resultados. – Mason, acorda. – Empurreis seus ombros e nada. – Mason , acorda. – Falei um pouco mais alto. Nada mais uma vez. Decidi tomar atitudes drásticas. Dei alguns tabefes em seu rosto e finalmente ele acordou.

– O que? Harry? Mas... – Ele tinha um olhar assustado.

– Calma. Vamos sair do inferno e entrar no bolsa do diabo, preciso de você acordado e aparentemente bem.

– Cadê Patch?

– Acho que já está no jipe. Não tenho certeza.

– O que houve?

– Você ficou hipnotizado por aquela louca e quando tentei te tirar de lá você começou a me bater. Tive que bater em sua cabeça e te trazer desacordado.

– Obrigado. Eu acho. – Ele parecia confuso.

– Depois, pode me contar o que ela te mostrou.

– Como sabe que...? – Dei de ombros.

– Intuição, acho.

Ele se ajeitou e saímos em direção ao bolsa do diabo normalmente, como se nada tivesse acontecido. Os olhares dos anjos caídos continuavam nada amigáveis e percebi que eles começavam a se levantar para nos seguir.

Mason viu a mesma coisa e saímos disparado da boate em direção ao jipe, onde Patch encontrava-se impaciente.

– Achei que nunca sairiam de lá. – Eu iria começar a falar porque dele ter nos abandonado sozinhos lá dentro quando Mason arregalou os olhos e gritou.

– ACELERA O CARRO. VAI, VAI, VAI.

Patch enfiou o pé no acelerador sem pensar duas vezes e pra quem visse um vulto negro na escuridão, era apenas nós correndo de volta pra casa.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de me dizer qual capa preferem e se querem uma nova sinopse. Aceito qualquer coisa que quiserem mandar para mim sobre a história.
Não esqueçam dos comentários! Até a próxima.



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