You Will Fall In Love escrita por lsf


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, esta é a minha primeira história de Fairy Tail, e também minha primeira história Mirza e Lucy x Erza, então resolvi escrever isso depois de uma ideia mirabolante surgir na minha cabeça.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/364793/chapter/1

Com toda certeza, não era um colégio grande. Era uma das escolas mais privilegiadas de todo o país. Dividido em dois prédios e uma quadra; um de dois andares, com cerca de vinte salas. As salas eram grandes, mas não haviam muitos alunos naquela escola. O outro prédio era bem maior, mesmo sendo de apenas um andar, mal dava para se ver o seu final, devido a sua extensão. Não ficava longe do prédio principal, mas não era muito perto. Haviam cem quartos, cinquenta de cada lado do prédio, tendo apenas um corredor de cada lado.

E ainda assim, ali estava ela, paralisada com toda a beleza daquele lugar. Haviam árvores espalhadas por todo o câmpus, e ele era de um estilo meio antigo, de instigar o olhar. Ela estava parada na frente do grande letreiro que dizia “Fairy Tail”, ao lado de um símbolo que ela acredita que seja uma fada, correspondia ao símbolo que ficava no lado esquerdo de sua camisa, seu mais novo uniforme. Então ela abaixou os olhos por um momento e ouviu passos, olhou para frente e viu uma garota, talvez um ou dois anos mais velha que ela, possuidora de um cabelo vermelho incrivelmente grande, um corpo com toda certeza de dar inveja e com um blazer vermelho e uma saia branca com a volta em vermelho se aproximar.


“A senhorita deve ser Lucy Heartfilia.” – A garota falou e a loira acenou com a cabeça. Balançava nervosamente o molho de chaves que carregava como lembrança de casa. “Sou Erza Scarlet. Vim te levar para conhecer o câmpus e os aposentos. Por favor, siga-me.” – Erza disse e então saiu um pouco à frente da menina mais nova. Ela apresentou onde ficavam os dormitórios, mostrou cada sala e explicou como funcionavam os banheiros. Deu-lhe também um mapa, para caso se perdesse. Entregou-lhe o número do seu telefone, para caso precisasse e estava levando-a até o dormitório. Lucy não conseguiu pensar em nada. Após observar o movimento dos quadris de Erza quando ela saíra mais a frente no primeiro momento, não conseguiu se concentrar. Prestou atenção na íris da garota, no movimento da sua boca, no quão perfeita ela era. E provavelmente teria que usar aquele mapa mais tarde. Ah, como aproveitaria daquele número de telefone escrito em uma letra caprichada.



“Erza-san?” – A loira perguntou, tímida.



“Sim?”



“Será que você poderia... Me ajudar com a escola? Estou entrando um pouco depois do pessoal, então estou precisando de ajuda.”



“Claro, Lucy-kun, mas você não acharia melhor alguém do seu ano te ajudar?”



“É que eu não conheço mais ninguém.”



“Bem, vou ajudar-lhe. Mas dê uma volta no câmpus, acho que você pode conhecer muita gente interessante.” – E assim, ela apontou uma porta, com o número 37 colado em adesivo, e Lucy entendeu que aquele era seu dormitório. Abriu a porta e foi agradecer o passeio, mas Erza havia sido chamada por um garoto de cabelos azuis que possuía uma estranha tatuagem no rosto. Ela foi até ele e eles saíram andando. Lucy entrou no quarto e estranhou tamanha força que usou para bater na parede. Não fazia ideia do por que, mas não havia gostado daquele rapaz.



“Aposto que você já conheceu a Titânia.” – Ela ouviu uma voz conhecida e se virou, percebendo que não estava sozinha no quarto. Então ela parou para notar; o quarto não era muito luxuoso. Havia um beliche que se encaixavam perfeitamente no lugar onde estava, pois havia uma parede exatamente nos pés e ali era um guarda-roupa de tamanho médio, embutido na parede. A frente desse guarda roupa havia outro guarda roupa, do mesmo tamanho, mas ao invés de ter uma cama ao lado do mesmo, havia uma escrivaninha e ao lado desta, um frigobar com um armário em cima. O corredor entre as duas paredes era mediano, era um espaço suficiente para que duas pessoas coexistissem ali. No final do corredor, havia uma janela com cortinas brancas.



“Quase duzentas pessoas nesse colégio e me colocam no mesmo dormitório que você, Cana. Não sei se é sorte ou azar.” – Ela riu, indo abraçar a amiga. Você vê, Cana e Lucy eram amigas de muito tempo, a primeira sendo filha de Gildarts Clive, um empresário tão famoso quanto o pai de Lucy, Jude Heartfilia. Na verdade, Jude colocou a filha nessa escola justamente pela recomendação de Gildarts, falando como Cana estava mais disposta e um monte de elogios à sua querida filha que já estava naquele lugar há um ano.



“Sorte, com certeza sorte, Lucy-chan.” – Cana disse, retribuindo o abraço. “Eu não acredito que você já está caidinha pela queridinha da Erza, Lucy. Esperava mais de você.” – Cana riu, tomando um gole de alguma bebida que tinha na mão.



“E-eu o quê? Não, não, não, não, você entendeu tudo errado. Erza-san só me apresentou a escola, ok? Não foi nada de mais.” – Lucy disse, embora seu rosto entregasse o que havia sentido.



“Por favor, Lucy, vá vender essa carinha de santa para quem não te conheça. Sei muito bem que você gosta de meninas e... Digamos que a Erza seja uma menina que atraia bastante atenção.”



“Não vai adiantar nada lutar contra, né?” – Cana negou e então Lucy sentou na cama, Cana acenou e disse que daria uma volta e a loira deitou-se e pegou no sono. Não sabia quanto tempo dormiu, mas acordou quando ouviu batidas na porta. Cogitou a possibilidade de Cana ter perdido a chave, mas não achou que a morena tivesse trancado a porta. Abriu a porta sonolenta e espantou-se ao ver uma ruiva parada na sua porta com uma mochila.



“Lucy-chan? Você se importaria se eu posasse aqui? Cana e Mira estão querendo posar juntas para fofocar e eu não gosto muito disso, então geralmente venho dormir aqui, mas é que agora você está aqui e...” – Erza fez uma pausa, não sabendo mais o que dizer para a loira. Coçou a nuca e fechou os olhos, dando um sorriso torto, esperando que Lucy a aceitasse – realmente não queria passar a noite com aquelas duas. Lucy nunca agradeceu tão fortemente por alguém ter fechado os olhos, pois se a ruiva visse o quão rudemente ela havia corado depois daquele sorriso, tudo estaria perdido.



“Claro, Erza-san. Entre.” – Ela assentiu, abrindo um pouco mais a porta e deixando a ruiva entrar.



“Me chame apenas de Erza, por favor.”



–------------------------------------------------------------------------------------------



“E é assim, Lucy, que funciona a geometria espacial.” – Erza disse, apontando para o caderno e sorrindo.



“Acho que entendi um pouco melhor, muito obrigada, Erza!” – Lucy disse, dando um sorriso agradecido. “Er-san, posso te fazer uma pergunta pessoal?”



“Claro.”



“Aquele garoto é algo seu?”



“Quem? O Jellal?” – A ruiva perguntou e a loira tratou de assentir com veemência. “Ah, ele não é nada meu.” – Embora houvesse convicção na voz da moça, Lucy pode vê-la corar de leve. Sentiu seu coração apertar, mas achou melhor não falar mais nada. Viu que escurecia e que nuvens pretas apareciam no céu e ela se lembrou do quanto detestava raios.



“Bom, eu vou tomar um banho.” – Lucy disse, querendo fugir daquele assunto. Erza assentiu e pediu-lhe que a esperasse. Ambas juntaram uma muda de roupa e uma toalha e foram em direção ao banheiro. Era um banheiro grande, tinha cerca de quinze chuveiros, separados por paredes e cortinas de plástico. A ruiva chegou ao banheiro e fez a coisa mais normal do mundo: tirou as roupas.



“Lucy? Lucy, você está bem? – Erza se aproximou, fazendo seu corpo chegar mais perto da loira, colocando a mão na testa da mesma. “Você está quente.” – Falou, preocupada. “Depois dessa visão, é claro que eu estou quente.” – Lucy pensou, mas se limitou a balançar a cabeça e explicar que um banho frio ajudaria.



–------------------------------------------------------------------------------------------


Já se passavam das onze horas quando a ruiva estava em seu pijama azul claro com pequenas espadas, deitada na cama que pertencia à Cana. Olhava para o teto, entediada, ouvindo a chuva cair e o barulho de trovões. Até que notou um ruído, acordando-a daquele sonho tão puro. Não, não era exatamente um ruído. Era um choramingo, um choro baixo. Praticamente pulou da cama e fitou Lucy, que estava enrolada no cobertor de uma forma que não dava pra ver seu rosto. Chegou perto dela, sentou-se na cama e tocou-a com carinho. A loira quase pulou de medo – não a ouvira descendo. Erza viu seus olhos inchados e sentiu seu coração apertar. Levantou o edredom e deitou de lado, virada para a loira. Posicionou-se com o braço direito embaixo da cabeça da outra menina e o braço esquerdo em suas costas, trazendo seu corpo para mais perto do dela. Lucy podia sentir o cheiro de Erza e ouvir seu coração batendo. Estava incrivelmente calmo. A ruiva sentia a loira acalmar-se, mesmo com os trovões ainda fazendo barulho, e até mesmo dormir. Então, fechou seus olhos e não esperou mais.


Lucy acordou assustada. A última coisa da qual se lembrava era de ter dormido nos braços da ruiva. Afastou-se um pouco e observou-a dormir tão pacificamente, mesmo com o barulho da multidão de adolescentes lá fora. Percebeu a maçaneta virando e instintivamente levou um susto, não sabia que alguém iria visita-las. Ouviu uma risada conhecida e suspirou de alívio. Mas esta entrara com uma menina que ela não conhecia.


“Vamos, Mira, vou pegar o caderno que faltou e...” – Ao terminar de abrir a porta, Cana olhou para a cama e não conseguiu terminar a frase. Seu olhar era surpreso, mas também havia uma espécie de pena nele.



“Erza...” – Ao ouvir o sussurro da albina, a ruiva acordou instantaneamente. Percebeu as lágrimas no rosto de Mira, que saíra correndo, e levantou-se, lançando um olhar de desculpas para as meninas no quarto e saiu correndo atrás de sua menina.



Ao perceber o olhar mais do que confuso no rosto de Lucy, Cana suspirou. Não era para aquilo ter acontecido.



“Ok, Lucy, acho que deveria ter te contado mais sobre a Erza. Bom, para um começo, ela e a Mira são namoradas.” – Lucy arregalou os olhos. “A história delas é bem bonita. Mira agora é uma terceiranista, sendo quase um ano mais velha que a ruiva. Quando Erza entrou aqui, ela e Mira não se davam bem, já estavam no mesmo quarto e Mira tinha o apelido de Demônio da Fairy Tail, pois sempre aprontou muito e Erza é conhecida como Titânia, que significa Rainha das Fadas, pois ela ficou muito conhecida desde que entrou aqui e todos gostam muito dela, ela até mesmo ganhou a eleição do Grêmio Estudantil no primeiro ano, e é um ato que poucos conseguem. Bom, ela e Mira foram forçadas a parar de brigar, depois que ambas foram parar tantas vezes na diretoria que foram ameaçadas de expulsão e como os quartos não têm lugares vazios, não poderiam se mudar. Então elas pararam de se falar e criaram horários para que não fossem a ficar no quarto ao mesmo tempo enquanto nenhuma das duas estava dormindo. Se evitavam o máximo possível, até que Erza percebeu que não era o que ela queria. Ela queria mesmo era ficar com a Mira e correu atrás, mas a albina também percebera que sua cor favorita era escarlate. Daí elas ficaram juntas, começaram a namorar e estão aí até hoje.” – Lucy estava boquiaberta.



“Mas ela ficou sem roupa na minha frente e ela se deitou comigo para me acalmar e...” – Lucy replicou.



“Lucy,” – Cana a interrompeu. “Erza só tem olhos para a Mira, o que faz que ela seja extremamente inocente em relação aos outros. Eu não te culpo por se apaixonar por ela. Muitos fazem isso, e ela trata todos da mesma forma: com educação e simpatia, pois essa é a Erza. A Erza pelo qual todos vão se apaixonar.”



–------------------------------------------------------------------------------------------



Erza entrou no quarto correndo. Não achava realmente que Mira estaria ali, mas como perdera a albina de vista, não custava procurar. Depois de varrer o quarto com o olhar, saiu correndo para o lugar em que Mira sempre ia quando queria ficar sozinha: uma cerejeira que ficava passando o muro, numa colina a mais ou menos duzentos metros dali. Saiu em disparada, mantendo o ritmo mais forte que conseguia aguentar. Chegando mais perto, viu Mira sentada na sombra da árvore, ouviu-a soluçar.



“Saia daqui, Erza! Você é a última pessoa que eu quero ver agora.” – Ela disse, mal olhando para trás. Não precisava olhar para trás para sentir o cheiro da pessoa que mais amava no mundo.



“Mira, me escuta, não aconteceu nada, eu juro. A garota só estava com medo dos relâmpagos.” – Erza disse, se acocando ao lado de Mira e colocando a mão em seu ombro, apenas para essa ser tirada rudemente de lá.



“Ah, claro, e aí a sua solução era dormir com ela. Parabéns, Erza, agora você pode dormir com ela o quanto quiser, porque comigo não dorme mais!” – Mira disse, virando o rosto totalmente para Erza. Só de ver aqueles olhos tão azuis machucados, os olhos de Erza se encheram de lágrimas.



“Você é meu amor, Mira. Meu primeiro, meu único e meu último. Eu não pensei, faria com qualquer amigo meu sem pensar, mas eu não posso te perder. Não posso perder o seu bom dia, o dormir apertada numa caminha só pra sentir o cheiro do seu cabelo, sentir seus braços em volta de mim. Eu te amo, minha pequena. Você é meu Demônio.” – Erza disse, e abraçou a albina, que chorou mais e tentou tirá-la de perto, mas sem sucesso, pois a ruiva insistiu em segurá-la com toda a força que possuía. Mira parou de resistir e abraçou-a de volta com força, derrubando-a no chão e caindo por cima dela. Erza corou de leve, ainda não se acostumara tendo alguém com tal beleza para si. Segurou o corpo de Mira mais próximo – se é que era possível.



“Nunca mais faça isso.”



“Você sabe que não aconteceu nada e que não foi de propósito.” – Ela respondeu, cética.



“Eu te amo, minha Titânia.” – Falou Mira, tendo o pescoço puxado pela mão esquerda de Erza e tendo um beijo roubado. E ali estavam elas, sendo imperfeitas como sempre, deitadas na grama, sem nem perceber o dia bonito que estava no resto do mundo, pois o que estava na frente de cada uma delas era mais bonito do que qualquer outra coisa.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu gostei de escrevê-la! Acho que o final foi um pouco surpreendente, até para mim, pois não era minha primeira intenção, mas acho que ficou bom.


Críticas construtivas são sempre bem-vindas, mandem reviews :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "You Will Fall In Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.