Quinn

Corri na frente do outros sem nem ao menos pensar.

Pra mim essa matemática era simples: Rachel longe de mim mais barulhos de tiros, é igual a ela em perigo.

E eu não pensava assim por ser paranóica. Mas quando se tratava da Rach, isso era mais do que lógico.

Cheguei em frente à porta do quarto em que a Santana estava hospedada e travei.

- Ai meu Deus. – murmurei e corri até a Rachel, que estava encostada na parede respirando fundo, com a Santana abaixada ao seu lado – Rach, o que aconteceu?

- Cadê o Kurt? – ela murmurou apertando o ombro, que sangrava.

- Aqui. – Kurt disse se abaixando ao meu lado – Isso vai precisar de anestesia. Vamos pro medico.

- Liga pro pai. – ela disse para Santana enquanto levantava – Só esta doendo um pouco Kurt. Não foi nada de mais.

Ela andou ate um ponto do quarto e encarou o chão, só então reparei que tinha alguém ali.

- Por quê? – ela murmurou.

- Desculpe. – uma voz fraca respondeu – Pela nossa filha. Por tudo.

- Eu... – a Rach soluçou – Eu te...

- Eu escolhi chegarmos aqui. Não se culpe. – eu ouvi um suspiro – Sinto muito.

Me aproximei da Rach e a abracei antes de olhar para a pessoa no chão.

O corpo do Brody já estava sem vida, e os dois furos no peito mostravam claramente como ele havia morrido.

- Eu o matei. – ela murmurou.

Rachel

Eu nunca tinha matado ninguém antes, e a sensação era horrível.

Depois que meu pai e meu tio chegaram, eu fui para o hospital tirar a bala do ombro, que, depois que a adrenalina passou, começou a doer.

Ninguém me culpava por ter feito aquela escolha. Era ele, ou eu e a Santana. Nem mesmo os pais dele me recriminavam. Mas isso não diminuiu a minha culpa.

Sue foi interrogada e pressa. Eu não vi nenhum dos dois acontecer, mas meu tio me garantiu que daria um jeito para que eu falasse com ela depois.

Eu só não conseguiria fazer aquilo naquele momento, mas eu precisava disso tanto quanto precisava ver sua reação quando soubesse que o filho estava morto. Não me pergunte por que, mas eu sentia que precisava.

Não consegui ir até o velório do Brody.

De algum modo, eu sabia que precisava. Mesmo se eu tentasse negar, ele era o pai da minha filha. A filha que ele matou sem saber que era dele. Mas eu não consegui.

Faz três dias que ele morreu. Que o peso da culpa te ter tirado sua vida me atormentava. E dois que ele havia sido enterrado.

Agora eu estou me perguntando por que fiz tanta questão de vir aqui antes de falar com meu tio.

Respirei fundo e dei as costas ao tumulo dele.

Não importa o que ele tenha feito, a culpa por ter matado ele era muita.

- Sinto muito Brody. – disse me afastando – Espero que você me perdoe.

Virei e encarei a flor que eu tinha acabado de por ali.

- Adeus. – murmurei e sai dali, sentindo a brisa leve bater no meu rosto por um instante.

Era como se ele disse-se que me perdoava.