Rachel

Eu esperava que realmente estivesse com sorte hoje, e que achar um taxista que falasse inglês tão rápido não fosse, na verdade, azar.

Ainda eram sete e meia da amanha e eu já estava no taxi a pelo menos uma hora.

O lugar ficava cada vez mais deserto quando o taxi parou.

Sinceramente não era o que eu esperava.

A casa era grande. E definitivamente não tinha ninguém vigiando ela. E isso era muito estranho.

Assim que eu não consegui mais ver o taxi peguei a arma na cintura e entrei na casa sem fazer barulho.

Respirei fundo. Isso tava muito fácil.

Procurei por toda a casa. Completamente vazia. Ou quase isso.

A casa era bem arrumada, então não poderia estar abandonada. Foi o que pensei ate subir as escadas e me deparar com um corredor que um dia deveria ter sido branco, mas a sujeira nas paredes o deixava praticamente preto.

Abri a primeira porta. Nada.

Abri a segunda. Nada.

Quando abri a terceira, esperava encontrar mais um quarto vazio. Errado.

E foi ai que a coisa mudou completamente de rumo.

No canto do quarto tinha uma cama, logo abaixo de uma janela, e eu percebi alguma coisa se mexendo em cima dela.

Me aproximei um pouco e me surpreendi ao ver a criança enrolada apenas em um pedaço de pano fino – se é que aquilo podia ser chamado de pano.

Os olhos da garotinha que chorava descontroladamente pararam em mim e eu respirei fundo. Olhei em volta, para o restante vazio do quarto, e coloquei a arma em cima da cama.

No segundo em que eu me inclinei para pegar a criança no colo ouvi um barulho e me virei. Não tinha ninguém.

Voltei a olhar para a criança, com a intenção de pegar ela e a minha arma o mais rápido possível e sair dali.

Menos de um segundo depois algo atingiu minha cabeça e tudo ficou escuro.

Kurt

– O celular dela ficou. – eu respirei fundo olhando para o Will e o Mario na minha frente – Desculpa.

– Você não podia ter feito nada Kurt. – o Will tentou me acalmar.

– Você sabe o endereço? – Mario perguntou.

– Eu anotei no celular. – disse pegando o aparelho – Aqui.

– Vamos pra lá.

– E logo de preferência. – Will murmurou – estou com um péssimo pressentimento.

E ele não era o único.