Rachel

- Kurt, eu só vou ate a casa do Johnson. – eu já estava cansada dessa discussão.

- E eu vou com você. E nem tente continuar discutindo Barbra. – respirei fundo e peguei uma das minhas armas – Rach, ta certo, eu fico, mas abaixa isso.

- Idiota. – eu revirei os olhos – Você ainda sabe como usar uma dessas não sabe?

- Não tem como esquecer. – ele pegou a arma da minha mão e respirou fundo – Você realmente acha que vai ser perigoso não é?

- Tenho quase certeza.

- Tudo bem. Vamos.

Entramos no taxi menos de dez minutos depois. O caminho até a casa do Johnson duraria em media meia hora.

Enquanto olhava pela janela, eu prometi a mim mesma que voltaria ali um dia. Voltaria simplesmente para curtir um pouco.

De repente uma cena me chamou a atenção. Uma mulher brincava com uma menininha em uma praça. Um segundo depois um homem se aproximou das duas, beijou a mulher e pegou a criança no colo. Os três sorriam e eu senti o peito apertar.

O carro voltou a andar e só então percebi que estávamos parados.

- O que foi Rach?

- Nada. – sussurrei.

Alguns minutos depois paramos em frente a uma casa. O Kurt pagou o taxista e nós descemos.

- Tem alguma coisa errada. – eu disse me aproximando da porta.

- Vai bater? – o Kurt perguntou.

- Acho melhor. – minha mão mal encostou na porta e ela se abriu.

- Já eu acho que não vai precisar. – Kurt sorriu.

Eu olhei a fechadura e respirei fundo.

- A ultima pessoa a entrar aqui não foi convidada.

A sala estava inteira, mas, entrando na casa, pude ver que era o único cômodo.

- Não vamos encontrar nada aqui. – eu disse depois de quase duas horas procurando por algo que pudesse nos ajudar. Que pudesse me ajudar.

- Acho que você ta certa.

Estávamos refazendo o caminho para a porta quando eu parei.

- O que foi Rach?

- A gente mexeu em tudo, menos aqui na sala.

Depois de alguns minutos procurando eu olhei para o Kurt sentado no sofá me encarando.

- Não vai me ajudar?

- Não. Vou ficar aqui sentado. Vou ligar pro taxista e esperar por ele assistindo televisão. – ele disse pegando o controle da TV.

- Você tem problema?

- Olha Rachel, a gente não vai achar nada aqui ta legal? – ele ligou a televisão – Hei! DVD. Me gusta disso.

- Kurt, por favor, fale a minha língua! Você ta passando tempo de mais com a Santana.

- Chata. – ele revirou os olhos e deu play no DVD.

Eu respirei fundo e voltei a procurar por alguma coisa na sala.

- Rachel, acho melhor você ver isso aqui. – o Kurt disse e eu vi ele voltando o vídeo.

- O que foi? – perguntei sentando.

Ele deu play e eu paralisei por um segundo.

- É a Sue. – sussurrei.

- Ola Johnson. Se você ta assistindo esse vídeo provavelmente não tem consideração pela sua esposa. – a Sue dizia sorrindo – Que coisa feia. Ela sumiu e você vai assistir TV. Bom, pelo menos você vai poder encontrar ela não é mesmo? E sua filha também, se a garotinha já tiver nascido. É uma garota não? Deduzi pelo quarto. Eu usei sua câmera e seu computador para fazer esse vídeo. Espero que não se importe. – ela deu um sorriso debochado – Pois bem. Eu deixei anotado o endereço de onde estamos. Encontre e venha buscá-las. Só uma dica. Não vá muito longe. Mas também nem precisa chegar muito perto de mim. – ela piscou e a imagem na tela sumiu.

- Certo. Vamos procurar esse endereço. – eu disse.

- Procurar? – o Kurt riu.

- E você, por acaso, sabe onde ele esta?

Kurt foi ate a mesa de centro, tirou as coisas de cima e a virou de ponta cabeça.

- Mas que droga você ta fazendo?

- Facilitando sua vida. – ele apontou a mesa e eu me aproximei.

- Como você sabia? – eu perguntei, encarando o endereço escrito na madeira.

- Simples. Ela disse para não ir muito longe. Então, obviamente estava na sala. Ela também disse que não precisava chegar muito perto dela. Ela estava na TV. Não precisávamos chegar perto da TV. O controle remoto serve para que não precisemos chegar perto da televisão, mas é também pequeno demais para se colocar um endereço. Mas a mesa na qual ele estava não.

- E você pensou em tudo isso em apenas alguns segundos? – ele deu de ombros – Não sei quem é você, mas, por favor, devolva o K assim que a gente voltar para a casa.

- Tonta. – ele revirou os olhos enquanto eu ria.

- Certo. – eu disse enquanto anotava o endereço – Vamos para o hotel. Já chamou um taxi?

- Vou fazer isso. – ele respondeu pegando o celular.

Depois de anotar o endereço, peguei o DVD respirei fundo.

- Vai levar? – o Kurt perguntou.

- Vou. – respondi – Acho que ainda consigo tirar mais alguma coisa daqui.