Rachel

Todo o caminho de volta o pessoal veio cochichando alguma coisa e sempre que eu olhava, eles tentavam disfarçar. Eu nunca me importei muito com essas coisas, mas o fato de a Quinn parecer ser o centro da conversa me deixou curiosa.

Assim que chegamos em casa o pessoal nos desejou boa noite e subiram para os quartos, e eu posso jurar que ouvi a Britt desejando boa sorte para a Quinn.

- O que ta acontecendo? – perguntei.

- Nada. – a Quinn respondeu.

- Ótimo então. – falei e subi para o quarto respirando fundo. O que estava acontecendo afinal?

Eu fui ate a sacada e fiquei encarando o céu por alguns minutos, ate a Quinn entrar.

- Ta tudo bem Rach? – ela perguntou.

- Porque não estaria?

- Não sei. Você parece que ta... brava. – eu não respondi – O que foi que eu fiz?

- Eu ainda to tentando descobrir. – disse ainda sem olhar para ela.

- Não fica assim. – ela disse depois de me abraçar por trás e eu me virei de frente para ela.

- E como você quer que eu fique?

- Feliz. Eu quero lembrar desse momento e ver você com um sorriso no rosto. – eu a encarei, confusa. Ela sorriu e me virou para a rua de novo, e voltou a me abraçar – Lembra quando a gente era pequena e ficava aqui, sempre no mesmo horário, para ver quem via a primeira estrela da noite primeiro para fazer um pedido?

- Claro que lembro. – eu respondi rindo – Nós sempre acabávamos esquecendo das estrelas e ficávamos conversando, até percebermos que o céu já estava cheio delas. Eu devia ter uns três anos na época.

- Todos achavam estranho que nós duas nos entendêssemos tão bem. Achavam que você deveria ser mais próxima da Britt, por causa da idade.

- Principalmente sua mãe.

- Verdade. Mas estavam errados, porque sempre fomos eu e você. E eu quero ter certeza de que sempre seremos. – ela se afastou um pouco de mim e eu me virei para ela – Rach... – ela começou e respirou fundo.

- Aconteceu alguma coisa Quinn?

- Rach, eu lembro do dia que eu te vi pela primeira vez. Eu tinha três anos e tava brincando com o Sam na frente de casa, quando o seu pai chegou com você no colo. Minha mãe já tinha prometido que ia ajudar ele a criar você, por causa do que tinha acontecido com a sua mãe. Eu corri e pedi para pro seu pai me deixar te ver. Quando te olhei eu sorri e você abriu os olhos, sorrindo também. – eu a encarei, tentando entender porque ela estava me falando isso – A partir daquele dia nós fomos nos aproximando cada vez mais. Desde que você nasceu. Sempre estávamos juntas. No meio de uma dessas nossas brincadeiras com as estrelas, eu lembro de pedir que eu fosse eternamente feliz. Eu sei, isso é estranho para uma criança de seis anos. – ela disse e riu baixo – Em fim, naquele dia eu não sabia que a minha felicidade estava sentada do meu lado. – ela colocou um joelho no chão e tirou alguma coisa do bolso. O que ela estava fazendo? – Rach, eu não sou perfeita, mas me sinto uma pessoa melhor quando estou com você. – ela abriu a tampa da caixa de alguma joalheria e eu paralisei – Rachel Berry, aceita casar comigo?

- Quinn... eu... eu não sei o que dizer. – gaguejei.

- É só dizer sim ou não.

Eu fiquei olhando para a Quinn ajoelhada na minha frente e para o anel na sua mão por alguns segundos antes de respirar fundo e responder.