(Narrando: Elena)

Faz acho que 2 horas que estou trancada nesse quarto escuro, chorando com a escuridão. Damon praticamente me implorava para que eu abrisse a porta e que pudéssemos conversar, mas como eu posso conversar com ele? Como eu vou olhar para a cara dele agora? Faz menos de dois dias que eu sonhei com ele de um jeito que eu não poderia sonhar, e faz mais de 2 horas que eu me lembrei dos momentos da minha vida em que eu passei com ele! Dos momentos que eu o chamava de papai! Como que ele pode me pedir para conversar com ele depois de tudo que ele me contou! Eu estava pensando no meio de choros desesperados. A minha vida inteira foi uma mentira! Todas as vezes que eu chamei Miranda e Grayson de pais! Quando eu chamei o Damon de pai! Como ele pode me enganar desse jeito! Faz um tempo que Damon estava sem falar nada, me perguntei se ele ainda estava ali! Mas eu sabia que ele estava. Eu conseguia escutar algumas vezes ele soluçar, de choro. Eu conseguia ver a sombra dele pela porta. Ele esta sentado em frente a porta, escorado nela, as vezes ele pedia para que eu abrisse a porta, mas eu o ignorava. Só de pensar que uma vez da minha vida eu falei pro Damon Eu te amo papai! Eu sei que ele não é mau pai de sangue, mas é como se eu tivesse acabado de me lembrar de alguém importante de minha vida, de minha família. Eu sei também que agora nesse exato momento, eu não me sinto como se fosse uma filha dele, e eu sei que ele também não me enxerga mais desse jeito, como uma filha. Quando criança, eu me lembro de ter um brilho nos olhos dele cada vez que ele me chamava de filha, sabe aquele brilho de gostar de ser pai, eu vejo que agora ele não possui mais esse brilho. Acho que ele me desconsiderou de ser sua filha no momento em que me viu na escola, no primeiro dia de aula. Quando ele se apresentou pra mim como apenas meu professor de história, depois eu descubro que ele é o melhor amigo do meu tio, e depois eu descubro que ele é, ou já foi meu pai, em uma época de minha vida.

-Elena... Por favor, abre a porta... Eu preciso ver você. Todos esses anos que eu fiquei sem te ver foram o maior sofrimento que eu já tive em toda a minha vida!

Falou no meio de soluços, ele também estava chorando. O meu choro era fraco e minhas lagrimas ainda desciam sobre minhas bochechas e paravam em meu vestido, o que me vez lembrar que eu ainda estou usando o vestido que a Caroline me emprestou, e isso também me fez lembrar que logo, a Caroline vai saber de todos os momentos que se passar em minha vida. Assim como Jenna e Ric vão descobrir, como será que a Jenna vai levar essa história depois de saber que eu nunca fui parente de sangue dela? Por que de Grayson eu sou, na verdade, Grayson sempre foi o meu tio, e todas as vezes que ele me falava do irmão dele referindo ele com tio Jonh e não como seu pai, Jonh, me dava um nó na garganta, saber que o cara que eu pensei que fosse meu pai de verdade praticamente minha vida inteira, olhava na minha cara e mentia para mim. E eu me sinto da mesma forma com o Damon agora, me dói no coração saber que Damon e muitas pessoas que eu amo mentiram tanto pra mim.

-Elena abre a porta, eu te imploro!

Fala Damon com a voz meio manhosa.

-Eu abro se você me responder uma pergunta.

Falei com a voz tremula do outro lado da porta.

-E qual pergunta seria?

-Você ainda me considera como uma filha?

Perguntei com um pouco de medo da resposta.

-Na verdade, eu deixei de considerar você como uma filha no momento em que eu te vi na escola, no primeiro dia de aula. Quando eu te vi, uma mulher já forte e amadurecida, e não aquela garotinha pequena de antes. Eu senti alguma coisa, uma alegria em te reencontrar, mas não te olhei mais da mesma forma depois daquele dia. Eu não me sentia mais seu pai, eu me sentia como se você fosse apenas uma adolescente linda e encantadora á qual um dia eu te considerei parte de minha família. Eu nunca me senti como um pai pra você, eu só me sentia como um protetor.

-Então por que você dizia pra mim que você era meu pai?

-Eu não queria dizer pra você que seu pai havia morrido ou que ele havia desaparecido. Não queria que você pensasse que não tinha mais ninguém da sua família pra cuidar de você. Então eu decidi inventar a história de que eu era seu pai. Agora que eu já respondia as suas perguntas, que foram duas. Você pode abrir a porta?

Pergunta Damon, eu me levanto do chão com um pouco de dificuldade e abro a porta. Assim que eu abri a porta vi Damon parado na minha frente com os olhos vermelho, no mínimo de tanto chorar.

-Olha Elena, eu sei que fui idiota e imbecil com tudo que eu fiz pra você, mas... Por favor, me perdoa?!

Olhei em seus olhos azuis que pareciam um diamante de tão perfeitos que eles eram, me perdi completamente neles por uns 4 segundos, mas depois acordei e vi que em seus olhos também tinham sinceridade. Ele estava esperando uma resposta da pergunta. E agora, será que eu o perdoou, ou não? Perdoa ele de uma vez! Fala Kath. Olho para ele com uma cara de quem vai se arrepender de fazer isso.

-Está bem, eu te perdeu!

Ele olha pra mim com um brilho enorme no rosto.

-Ótimo, agora eu tenho que te informar... Bom, o Mason me ligou, e disse que já contou tudo pra Jenna, Ric e pra Caroline.

-E como eles reagiram?

Pergunto com medo da resposta

-No começo, quase surtaram, mas agora os três aceitaram ajudar a despistar do Connor.

Senti-me aliviada com a resposta.

-Me explica melhor como funciona essa coisa de você e o quinteto fantástico, contra o cara da máfia.

Perguntei com ironia, e Damon da uma risadinha.

-Oque você quer saber?

-Me fala sobre eles, os seus amigos, quem são eles?

-É o Mason a Rose, Andie e a Sage.

Fala Damon.

-Só isso?

-Nos já fomos em mais uma vez, era eu o Mason a Rose, Andie, Sage, Pearl, Logan, Shane e Galen. Éramos chamados como o conselho contra Connor.

-Muito criativo.

Falei com ironia.

-Mas Pearl, Logan, Shane e Galen foram assassinados tentando matar o Connor.

-O Connor sabe sobre vocês?

-Não, se se soube já teria matado todos nos.

-O que Connor fez pra eles?

-O mesmo que ele fez pra mim e pra Jonh, ele fez um trato praticamente impossível de ser realizado, e depois mata alguém importante pra nos.

-E por que ele ainda não matou os outros?

-Connor é ambicioso, ele só mata quem está na sua mira de morte, enquanto ele não te matar, ele não mata mais ninguém.

-Anh.

Falo com cara de quem entendeu

-Mais alguma pergunta?

Balanço minha cabeça negativamente.

-Ótimo então vista isso, você ainda tá com a roupa da festa.

Damon joga uma sacola com uma roupa que não é minha.

-Você comprou?

-Não, Rose comprou, ela trousse aqui enquanto você estava trancada naquele quarto.

-Tá, mas eu não vou me trocar na sua frente né!

Falo sem paciência

-Por mais que eu adoraria ver isso, você vai se trocar no seu quarto, vem comigo, eu vou te mostrar.

Damon subiu as escadas, e eu o segui, quando chegamos ao segundo andar, Damon estava encostado do lado de uma porta e indicou pra que eu entra-se nela.

-Esta do jeito que você tinha deixado aos 7 anos.

O quarto era ótimo, azul e branco. Lembranças invadiram minha mente, eu consegui me lembrar de algumas senas com o Damon e eu nesse quarto quando eu era criança.

(Quarto da Lena: www.portaldecoracao.com.br/decoracao/upload/noticia/decoracao-teen_600-03.jpg)

-Esta ótima, obrigada.

-Eu vou ficar lá em baixo, se quiser tomar um banho.

Damon fechou a porta e saiu. Um banho seria bom agora.

(...)

Depois de ter tomado um banho bem refrescante, eu coloquei minha roupa.

(Roupa da Lena: www.polyvore.com/lena-8/set?id=89301462)

Depois de pronta, me olhei no espelho, essa tal de Rose tem um bom gosto mesmo. Deitei em minha cama para pensar por um tempo em tudo que havia acontecido em minha vida, e acabei pegando no sono.