-Ei! Pontas! Temos que resolver isso! A culpa do Duque sei lá das quantas estar a solta, é nossa! – Sirius exclamou quando estavam indo na direção do salão.

-Ei! Será que o Aluado vai ficar bem? – Tiago perguntou preocupado, sabia que seu amigo estaria na casa dos gritos como lobisomem.

-Claro que sim! Nas lendas geralmente os Vampiros são amigos dos lobisomens não é? – Sirius falou pouco confiante.

-Na verdade, nas lendas Lobisomens e Vampiros são inimigos mortais – Tiago respondeu sombrio sentindo um medo enorme passar por sua espinha.

-Vamos! Temos que avisar ele! – Sirius exclamou se transformando em um grande cachorro preto.

-Vamos! – Tiago concordou e se transformou em um cervo.

Os dois passaram pelos corredores rapidamente conseguiram passar pela porta antes que a professora Sprout a fechasse, correram pelos jardins agora congelados e com uma densa névoa dificultando a visão.

Chegaram até o Salgueiro lutador e viram que ele ainda estava parado, “Aluado acabou de entrar” Tiago pensou e praticamente voou para dentro da passagem.

Chegaram dentro da sala  cheia de madeiras na janelas e com algumas poltronas quebradas ou rasgadas, na mais inteira um garoto magro de cabelos lisos curtos estava sentando, estava pálido e com alguns arranhados no rosto.

-Aluado!  - Sirius e Tiago gritaram juntos depois que voltaram a sua forma humana.

-O que vocês estão fazendo aqui!? Está quase na hora da Lua cheia! – O garoto falou exasperado.

-Você não sabe! Nós sem querer libertamos um vampiro sanguinário, que estava preso na torre da Grifinória desde a criação da escola! Você tem que voltar para o castelo! – Tiago explicou rapidamente.

-Você quer dizer que tem um vampiro, com sede de vingança a solta pela escola!? – Lupin perguntou incrédulo.

-Se você for ver por este lado... Mas tem um problema maior!- Sirius exclamou.

-O que, Almofadinhas? – Tiago perguntou.

-A proteção no castelo! Estamos presos pelo lado de fora! E a Lua vai aparecer em poucos minutos! Teremos que ficar como animais – Ele explicou.

Os três ficaram brancos, Tiago e Sirius voltaram a se transformais nos animais e  ficaram esperando a Lua sair para Lupin se transformar em lobisomem, eles sabiam que o amigo iria querer caça-los como animais, já que Lobisomens perdem toda a noção quando se transformam, mas os dois tinham um plano de como sobreviverem a pelo menos esta noite sem serem atacados pelo seu melhor amigo, nem por um vampiro vingativo.

Lupim começou a se contorcer, sua pele ficou escura e coberta de pêlos marrons, sua cara começou  a se esticar até formar um focinho, suas pernas e braços viraram patas de lobo e logo ele havia virado um lobisomem. Ele virou rosnando para os dois e começou a ficar em posição de ataque.

O cervo e o cachorro se encararam um momento e começaram a correr pelo corredor que levava pela saída pularam para fora do buraco e o Salgueiro lutador começou a tentar ataca-los. Desviaram habilmente dos galhos e correram na direção da Floresta Proibida.

Passaram pelas clareiras de árvores mais jovens, com Lupin ao seu encalço, foram adentrando deliberadamente mais e mais na floresta, as árvores já cobriam completamente o céu, quando viram uma árvore que no meio das raízes havia um espaço perfeito para os dois se esconderem.

Pularam dentro do buraco e se esconderam enquanto o lobisomem ficava rondando em volta da árvore.

-Acho que o conde não irá entrar nesta floresta, não tão fundo, e enquanto o Aluado estiver nos “esperando” ele também ficará a salvo – Tiago cochichou para Sirius depois que os dois voltaram ao normal.

-Não sei, acho que uma floresta não é nada para ele! E se o Vampiro sentir que tem um Lobisomem e dois humanos aqui? – Sirius perguntou temendo a resposta.

-Aí, estaremos encrencados... Muito encrencados – Tiago respondeu sério.

Auuuuuuuuuuuu! Rrrrrrrr – Lupin uivou e começou a rosnar para algo que os dois não conseguiam ver.

-Ei! O que o Aluado quer atacar? – sussurrou Sirius.

-Eu não sei! Não dá para ver! Mas ele não ta rosnando pra nós mais – Tiago respondeu no mesmo tom – é para algo do outro lado, mas o Aluado ta na minha frente não dá para ver!

-Será que é o Vampiro? – Sirius falou se mexendo para ver se via algo.

-Não sei, vamos sair sem fazer barulho e ver o que é – Tiago decidiu, estava com medo, mas a curiosidade era maior.

Saíram lentamente da clareira transformados nos animais, estavam andando pelas sombras, até que chegaram numa parte em que podiam ver com clareza tanto Lupin quanto a criatura a qual ele rosnava. Era um vulto preto, que se misturava com as sombras, não dava para definir o tamanho ou a forma exata, mas a única coisa que conseguiam ver eram os olhos vermelho-sangue brilhantes e o brilho de suas presas afiadas.

O sangue dos garotos gelou, presas, olhos vermelhos, nenhum animal que conheciam tinha essa característica, a névoa ao redor de Lupin e da criatura ficava mais densa a cada minuto, parecia que ambos ignoravam os dois animagos.

Quando a névoa parou de se concentrar a imagem dos dois monstros estava desfocada, parecia que estavam vendo através de uma folha de papel de seda, só conseguiam distinguir o vermelho dos olhos do vampiro e o marrom do pelo do amigo.

Dava para ouvir os rosnados de ambos, o chão parecia tremer, logo viram um partir para cima do outro o som do choque foi um baque que fez o chão vibrar, não dava para ver os movimentos de cada um claramente, mas a impressão era que ambos tentaram morder os pescoço do outro e o lobisomem usava as garras para defender dos ataques do vampiro.

A névoa começou a ganhar uma cor rosada, que ficava cada vez mais forte e espalhava o cheiro de sangue pela floresta. Os garotos estavam começando a se sentirem enjoados com o cheiro, mas o que os irritava mais era que a cor avermelhada da névoa piorava a visão da luta.

Os monstros continuavam a se atacar mais fervorosamente, quando, em um movimento estranho ambos foram jogados para lados opostos e a névoa se dispersou pela floresta.

Eles se levantaram e se encararam, Lupin estava com o ombro sangrando e com um arranhado em diagonal de fora a fora no seu rosto, o vampiro estava com um pedaço da pele do pescoço arrancada e com vários arranhados pelo corpo. Ambos monstros levantaram a cabeça, olharam para os animagos e se prepararam para ataca-los.

Os dois saíram correndo e foram perseguidos pelas criaturas, estavam correndo o máximo que suas patas de animal permitiam, mas os monstros eram mais rápidos e estavam quase os alcançando.

Corriam pelas árvores, passando por baixo de raízes, desviando, chegaram a se separar uma hora, mas quando se encontraram novamente os monstros ainda estavam na sua cola.

Conseguiam ver uma claridade, o dia estava amanhecendo, a única chance deles era sair da floresta na hora que o sol tiver nascido completamente e escondido a Lua.

Apressaram o passo, árvores ficaram mais jovens e os espaços entre elas maiores, a velocidade dos monstros estava diminuindo,  avistaram a saída a chegaram até lá correndo na direção do castelo, mas pararam no meio do caminho para ver se o plano surtira algum efeito.

Viram Lupin, já normal caído desmaiado no chão e o vulto negro do vampiro voar para o alto da torre da Grifinória.

Voltaram ao normal e foram até o amigo, o pegaram e levaram para o castelo.