9 meses... Que tenso...

Lucy P.O.V

Lá estava eu, calmamente tomando chá, apreciando o sabor adocicado enquanto encarava minha melancia- ops, quero dizer, barriga de nove meses. 

Medo? Não, não tinha. Sabia que uma hora isso iria acontecer. E me preparei mentalmente pra isso. Nervosismo? Talvez. Sempre há a possibilidade de ter algo de errado, mas tentava manter esses pensamentos longe de mim. 

Natsu saiu em missão de novo... Não foi algo muito bom. Já estou com nove meses, e se de repente eu sentir as contrações? 

Bem, tem tanto problema. Estarei sempre aqui na guilda, como Natsu disse. Pois, se isso acontecer, pelo menos terão pessoas pra me ajudar. - lá em casa tem os empregados, mas eles não ficam lá todo dia - Só de pensar que as criaturinhas dentro de mim iriam sair... Argh! Me deixa ansiosa!

Levy e Juvia também estão grávidas.-ri- A guilda logo logo estará cheia de crianças. Juvia cisma que o filho dela será menina, e até que seria bom, já que já tem o Graphel e sempre quis um casal. Levy também acha que será menina. Será que vai ser igual o Gajeel? Seria tão esquisito. Eu fico feliz, pelo menos minha filha terá amiguinhas.

— É ótimo, não? - perguntou Macarov-san , sentado no balcão ao meu lado. O mestre costumava ficar muito ali, observando o movimento da Fairy Tail. Ele tem estado mais sorridente desde que a Mayu-chan nasceu. 

— O que, mestre? - perguntei sem estender.

— É ótimo ver como a guilda cresceu. Estão todos mais felizes depois que comecei a ter "netos" e uma bisneta. Do mesmo jeito que era, quando Natsu e os outros eram crianças. - vi um sorriso sincero em seu rosto. Eu realmente sentia uma felicidade maior na guilda. Acreditam que até o Nab escolheu um missão?

— Sim, é verdade. - sorri. - crianças transmitem uma felicidade única, e inexplicável.

Subitamente, os portões foram quebrados por ninguém mais, ninguém menos que: Natsu, Sting e Rogue. Atrás deles vieram os exceeds. Sting e Rogue estavam na Fairy Tail temporariamente, já que a Sabertooth teve que passar por grandes reformas, por motivos que, nem Sting nem Rogue, quiseram explicar direito. Mas ninguém os pressionou, obviamente. 

— Cheguei! - gritou meu marido chegando perto de mim, soltando fogo pela boca. - Nada ainda? - perguntou olhando atentamente para minha barriga, como se quisesse decifrar um enigma. 

— Ainda não... Daqui a pouco chego nos dez meses. Estou começando a ficar preocupada. - suspirei

— Oe!! Crianças!!! Nasçam logo!! Eu quero treinar vocês!!! - ele gritou no meu umbigo. Eu balancei a cabeça negativamente, com uma enorme gota na cabeça.

— Oe Natsu, isso não vai funcionar. - disse Happy, batendo a pata de leve nele. 

— Érr... Natsu, como é que eles vão ouvir? Acha que dá pra falar com seus filhos via umbigo? - perguntei. 

— Lucy tem razão, Natsu! - Happy concordou, e logo estranhei. - você tem que falar perto de onde eles vão sair, e não é aí... - ele deu um sorriso pervertido. - é pela...-

Dei-lhe um chute violento, antes que ele terminasse. 

— Não custa tentar, né?  - Natsu me olhou com uma cara pervertida, mas apenas meu olhar irritado o fez entender. 

Do nada, comecei a sentir algo parecido com uma cólica, que ia e vinha. A cada vez que voltava, vinha mais forte, então rapidamente entendi o que estava acontecendo. 

— Natsu... Natsu...! - tentei gritar, já que ele estava do outro lado conversando com Jellal e Gray, mas estava com tanta dor que nem conseguia falar direito, mas fui salva por Wendy, que foi a única que estava por perto e rapidamente sacou o que estava acontecendo. 

— Natsu-san! Lucy vai ter os bebês! - gritou para alertá-lo.

Ele correu e me pegou no colo e me levou a um dos quartos da guilda. Lá estava apenas eu, Natsu e Wendy. Ela me dizia para respirar e tentar me acalmar, e sinceramente, não estava funcionando muito bem.

— Wendy! A Lucy ta quase chorando! Faz alguma coisa! - ele gritou desesperado.

— Se acalme, por favor. - ela pediu. Wendy olhou para mim atentamente, como se estivesse checando algo. Wendy me perguntou algo que, sinceramente, nem prestei atenção no que era. Apenas disse que sim. 

Acompanhei com os olhos o que a mesma fazia, e ela tirou minha saia, e depois minha calcinha. Não liguei muito para o fato de estar nua. Naquele momento só queria que aquela dor parasse, e que meus anjos nascessem logo.

 - Lucy-san... Não se assuste. - ela c-colocou a mão em m-minha... Ahh vocês sabem! Eu também já sabia que ela teria que fazer isso, li em um livro. - realmente... Está na hora.

— A bolsa estorou. - gritei desesperada. Natsu estava quase desmaiando. Ele pegou minha mão, com um olhar compreensivo. Wendy pegou um lençol e me cobriu, comecei a fazer pressão para eles saírem. Natsu estava suado, percebi que também estava muito nervoso pois sua mão tremia.

Nunca na minha vida eu havia visto o Natsu daquele jeito.

— Mais força! Mais força! Eu já consigo ver o primeiro! - fiz mais um pouco de pressão e logo um choro de bebê invadiu o local. O bebê estava todo sujo, e Wendy cortou o cordão umbilical.  Natsu o pegou no colo, ainda estava doendo, mas pude perceber que o primeiro era um menino antes dele embrulhar num pano. Logo senti outro bebê sair de mim, agora tinha certeza de que era a menina, e que aquela dor insuportável iria passar.

Wendy pegou no colo a menina, e a enrolou num pano amarelo. Natsu trouxe o menino, cujo nome seria Nathan, até perto de mim, e Wendy fez o mesmo com Nayla. Nathan era a cópia de Natsu, não era nem um pouco parecido comigo. Não me importei com isso, ele era lindo! Já Nayla era um pouco parecida comigo, seus olhos eram achocolates iguais aos meus, sua pele era um pouco mais clara que a de seu irmão gêmeos, mas seus cabelos eram idênticos aos de Natsu.

Depois de amamentar os dois, um num seio esquerdo, e o outro no direito, pois nem um dos dois teve paciência pra esperar, eu fui ao hospital, precisava ficar lá no máximo dois semanas, mas seria fácil. Iria passar rápido.

(...)

Os dias foram passando e logo eu estava em casa com os meus dois gêmeos lindos. Meu marido estava babando pelos dois. Coitados...

Me direcionei ao quarto dos dois, que era uma porta ao lado da outra. Coloquei minha menina no berço, e Natsu colocou Nathan no outro. Ambos muito cansados.

Fomos praticamente nos arrastando até o nosso quarto, e nos jogamos na cama, suspirando.

Olhamos um pro outro, eu olhando nos seus olhos, e ele olhando os meus. Demos aquele sorriso típico de Natsu Dragneel. Nós dois estávamos muito felizes, realizamos mais um de nossos desejos, ter filhos.

— Finalmente... - falou com um tom de voz cansado. 

— Finalmente... - repeti. Ele se aproximou de mim, e me beijou levemente. Quando a coisa estava começando a esquentar...

Um deles começou a chorar... -suspira-

— Pois é... Parece que nossa missão começa aqui. - comentei ainda sorrindo.

— É... E teremos muito trabalho ainda. Afinal, somos pais agora. - Nastu concordou. 

— Certo. Mas vá logo, um de seus filho tá chorando. Ande, papa. - brinquei. 

— Ta bom, mama. - ele saiu, me deixando lá pensando.

Como é que será a partir de agora, que temos duas crianças pra cuidar?

Que missão difícil...