The Union Game - Interativa escrita por Lervitrín8


Capítulo 6
O Labirinto, por Ava Skynder


Notas iniciais do capítulo

Sugestões, críticas, pfff.



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Eu, Murilo e Sarah fomos acordados logo cedo, pelo nosso responsável, Rysru. Confesso que pra mim foi bastante difícil levantar da cama. Eu estava com frio, a cama e as cobertas macias imploravam para eu ficar mais tempo junto delas. Quando me levantei, Murilo já estava pronto, e vestia nosso traje de jogo preto. Sarah estava no banheiro. Me dirigi ao outro, com o intuito de não atrasar nossa equipe para o café matinal.

Sai do banheiro um pouco depois que Sarah e ficamos os três sentados na cama, esperando que Rysru viesse nos buscar. Nossos daemons que dormiram num quarto instalado junto ao nosso, vieram para cima da cama também. Lupus, meu lobo, logo se aconchegou ao meu lado.

– Estou nervosa. – Sarah se demonstrava bastante preocupada com o início dos jogos. Na verdade, todos estavam, inclusive eu que fui treinada durante toda a minha vida para isso.

– Sabes que estamos juntas nessa, não sabe Sarah? – estendi minha mão para tocar a dela, oferecendo apoio. Ela apenas assentiu com a cabeça.

– Será que posso estar junto nessa com vocês? – Murilo questionou, rindo. Ele sabia a resposta. Sarah que estava entre nós dois estendeu a mão para ele.

– Claro que sim, Mu! – ela respondeu.

– Me parece que Rysru está demorando demais. – Odiava ter que esperar. Preferia acabar logo com essa situação a ficar em banho-maria.

– Bom dia competidores! – a voz de Yanuk saiu pelo sistema de som instalado no quarto, e pelo jeito, os outros competidores também estavam o escutando. – Percebo que todos já estão devidamente prontos para darmos início aos jogos. Gostaria de lembrá-los que somente um de vocês sairá como vencedor desta edição, assim, é bom descruzar as mãos, pois estes que estão do seu lado, não são seus companheiros. – Era bem possível que ele estivesse falando aquilo para nós três, já que estávamos de mãos dadas. Bom, talvez outros competidores estivessem da mesma forma, mas era impossível vê-los. Continuamos de mãos dadas da mesma forma, sem se importar com o que Yanuk mencionou.

– Agora, uma surpresinha para vocês! – quando Yanuk terminou sua frase, três portais apareceram no nosso quarto. Em cima de cada um deles estavam os nossos nomes. Os portais possuíam uma moldura preta e não era possível dizer o que estava do outro lado, a luz era intensa e impedia. – Cada um de vocês, junto com seus daemons irão se dirigir ao seu respectivo portal, ao meu sinal. Desejo-lhes um ótimo jogo. Por favor, podem ir.

Eu sentia que Lupus estava mais nervoso do que eu. Para falar a verdade, eu estava curiosa. Curiosa para sentir como é estar lá, competindo pela própria vida. Curiosa para saber qual tipo de campo nós enfrentaremos. Curiosa para saber se estarei, de início, junto aos meus ex-continentais, ou rodeada pelos meus adversários. Caminhei tranquilamente em direção ao meu portal, Lupus seguia ao meu lado, no mesmo passo que eu. A luz foi atingindo meu corpo e meus olhos. Os fechei, seguindo em frente.

A brisa tocou meu corpo e eu abri meus olhos. Definitivamente, estávamos em um Campo totalmente projetado. De onde eu estava (no topo de um cânion com formato de círculo) era possível ver que lá em baixo, no centro havia um imenso labirinto. Olhei para os lados e vi meus dois “aliados” (se é que posso chamá-los assim) próximos a mim. Os demais competidores também estavam no topo do cânion, porém, com certa distância de nós. Eu podia ver alguns já em atividade, correndo montanha abaixo. Pude reconhecer alguns deles, como Caio, a minha dupla nas provas, Annie, e um pouco mais a frente de todos, a menina do ornitorrinco, Anna. No momento, estava confuso do porquê descer a montanha, e de imediato tive a resposta. No centro do labirinto havia um local que continha alimentos, armas, e demais objetos que seriam importantes durante a permanência aqui. Descer era importante para a nossa sobrevivência.

– Será que tem como fazermos uma estratégia? – perguntei aos dois ao meu lado.

– Vocês acham que lá de baixo é possível ver um de nós aqui de cima? – Murilo sugeriu. Acho que ele tem algum plano. Lupus uivava com frequência, ele estava incomodado por as outras equipes já estarem em movimento, e nós, aqui pensando.

– Você acha que um de nós deve ficar para orientar os que estão lá embaixo? – questionei ao rapaz.

– Sim, seria muito mais fácil, olhar pra cima e alguém dizer a direção. – ele argumentou.

– O labirinto é tão grande, a distância, a altura... Estou insegura – Sarah disse baixinho, e pela primeira vez na minha vida, vi um tigre todo encolhido, com medo.

– Porque Sarah não fica aqui em cima, creio que é mais seguro, até porque acho que todos os competidores desceram. – Murilo novamente fez outra sugestão.

– Sim, por mim tudo bem, nós descemos e pegamos o que for possível, depois retornamos aqui pra cima. – completei.

– Você acha que consegue esperar sozinha, Sarah? – Murilo questionou, pegando nas mãos da garota.

– Eu prefiro ficar aqui com Rendw. – Ela falou.

– Perfeito, estamos indo então, estamos atrasados. Cuide-se! – disse, pegando nas mãos de Murilo e o puxando para descermos o cânion.

A descida era difícil, Lupus e Spyke, o gato de Murilo, nos acompanhavam com agilidade, e muitas vezes, até seguiam na nossa frente. Os dois se derem muito bem, assim como eu e Murilo.

– Nossa, isso cansa! – Murilo comentou, enquanto continuava a descer.

– Quer parar para descansar? – questionei. Já estávamos há cerca de 20 minutos descendo a todo vapor. Eu me sentia preparada para aquela situação, mas, como não sabia o que Murilo passou para chegar até aqui, estava consciente que talvez eu tivesse mais resistência que ele.

– Não, nós precisamos continuar!

Não demorou muito mais para chegar-mos ao pé da montanha, em uma das entradas do labirinto. Olhei pra cima e consegui visualizar com nitidez Sarah, lá no alto. Bom, era um pontinho preto, mas consegui visualiza-la acenando para nós. Cerca de três metros da entrada da entrada para o labirinto, havia um objeto horrível, que até Lupus se arrepiou. Eu e Murilo entramos juntos no labirinto. Lupus e Spyke nos seguiam, calmamente. Logo na entrada do labirinto havia uma faca e um facão, peguei o item menor, deixando o outro para Murilo. O labirinto mudava de consistência com freqüência, passando de folhagens à madeira, plástico bolha a concreto... Infinitos tipos de materiais. A vantagem do plástico bolha era a visibilidade. No entanto, esse foi o tipo de material que menos ficou.

– Não escuto barulho nenhum. – falei para Murilo.

– O que é muito estranho, já que os outros também vieram pra cá. – ele me respondeu.

– Sim... – olhei para cima, para ver o que Sarah nos indicava – Olhe Mu, ela está dizendo para irmos para a direita.

Caminhamos um pouco, sempre desconfiados.

– Veja Ava, o labirinto agora é feito de barra de chocolate gigante. – não respondi, achei estranho. Murilo estendeu a mão, provavelmente para provar um pouco

– Não prove Murilo. Sabe-se lá o que pode ter nisso aí. – disse com frieza.

– Você tem razão... Só estou, com fome.

– Eu também, mas agüente um pouco mais.

Um barulho alto rompeu nossa conversa, um grito forte, porém, distante. Olhei para cima na expectativa que Sarah nos mostrasse o que estava se passando, se estávamos próximos a algum tipo de ameaça, porém, o labirinto ficou coberto com o mesmo material de suas paredes, como se fosse um teto.

– Mu, a gente não consegue mais ver a Sarah, que droga!

– O que achas que devemos fazer? – ele questionou. Lupus uivou olhando para cima, e pude perceber que o teto se transformou em plástico bolha, e embora com a visão desfocada, consegui notar que Sarah não estava sozinha.

– Murilo, tem alguém com a Sarah!

Foi instintivo, ambos saímos correndo, tentando lembrar o caminho de volta para podermos retornar ao cânion.

– Não Ava, você fica. Você tenta encontrar os objetos e comidas para nós. Quando conseguir, você volta para cima. Qualquer coisa, eu tento localizá-la e venho ao seu encontro... Não sei, não podemos ir os dois atrás da Sarah.

– Tudo bem, eu fico. Vá com cuidado! – eu estava com receio do que poderia ter acontecido a nossa companheira. Não tinha medo de ficar só no labirinto. Na verdade estava bem acompanhada de um lobo. Murilo saiu correndo, enquanto eu fiquei olhando-o por alguns segundo, até ele virar à esquerda. Dei a volta e comecei a caminhar, quando escutei passos correndo atrás de mim. Me virei automaticamente.

– Só voltei pra te dar um abraço. – Murilo explicou, ofegante.

– Isso não é uma despedida, Mu. – argumentei, crendo fielmente em minhas palavras.

– Eu sei disso! – ele me abraçou forte, e eu lhe dei um beijo em seu rosto, e ele então partiu sem dizer mais nada.

Comecei a correr enquanto Lupus me seguia com agilidade. Tentei utilizar minha percepção e a memória fotográfica, de quando estava ainda no cânion. Continuava com minha faca na mão.

– Sinto que estamos próximos, sinto o cheiro de comida se aproximando, Ava – Lupus me falou em pensamento, enquanto continuávamos correndo agilmente.

– Isso Lupus, vá na frente e fareje o local! – eu respondi, em pensamento.

Ainda corremos por uns cinco minutos, Lupus me guiava e corria numa velocidade em que eu podia acompanhar. Me sentia um pouco cansada, mas a vontade de chegar era mais forte. Até o momento em que me deparei com todas aquelas coisas. Era nítido que alguém já tinha chego ao grandioso banquete de alimentos, armas e demais objetos. Caminhei em direção à comida, enquanto Lupus parou um pouco para respirar.

De canto de olho percebi uma movimentação. Vi um ornitorrinco se aproximar para golpear com suas ferozes e mortais garras as costas de Lupus. De imediato corri em direção a Lupus, enquanto ele me olhava sem entender. Me lancei no ar, contra o ornitorrinco. Eu não tinha intenção de machucar ninguém, não agora, mas naquele momento, ou eu e Lupus sobrevivíamos, ou Anna e Veronika nos destruiriam. Ergui minha faca contra o peito de Veronika, estendendo meus braços o máximo possível, e então cravei a faca com toda minha força. Caímos ambas no chão, Lupus logo estava em próximo de nós, destroçando o pescoço do ornitorrinco. Vi Anna sair de trás de uma mesa, cambaleando, sufocante.

Anna puxava o ar com dificuldade e foi ficando vermelha à medida que os segundos passavam. Caiu de joelhos no chão e foi se arrastando para perto de mim, com a intenção de pedir ajuda, talvez. Vi Veronika desaparecer, e nesse momento, eu sabia que a vida de Anna deixara de existir. Anna ficou imóvel no chão. O solo se abriu em torno de Anna e ela foi “engolida” por ele. De imediato ouvi um estouro vindo de cima, e a foto de Anna e Veronika apareceu projetada grandiosamente no céu do Campo, e, logo em seguida, após alguns segundos, apareceu a de Sarah e Rendw.


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Notas finais do capítulo

Espero que a morte não seja um empecilho para continuarem lendo a fan. hahahaha.
Eu, particularmente, acho que esse é o melhor capítulo até agora.
Essa semana sai mais um, DE CERTEZA, até porque já está pronto! *---*'