Filha De Hécate escrita por AnnaBraciforte


Capítulo 3
Gato com asas e mamãe tímida.


Notas iniciais do capítulo

Eu dividi essa parte da história em dois capítulos só para não ficar comprida demais.



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Acordei assustada, os gritos dentro do chalé estavam ficando cada vez mais altos. Sentei encostando-me na parede, eu tinha dormido com as roupas do dia anterior.

Do outro lado, Claire estava de bermuda preta e uma camiseta laranja. Jonas com uma calça jeans rasgada e também com o uniforme. Eles disputavam Whip.

– Me dá, eu preciso dar a poção para ele. – dizia Jonas

– Não, é meu. Meu pai me deu. Ele não pode ter asas, assim vai fugir.

– Parem. – Gritei. Eles pararam, soltaram o gato que entrou em baixo de um dos beliches. – Não estão vendo que o gato não gosta de ser puxado de um lado pro outro? Cadê o Lou?

– Ele foi pra uma reunião. –Disse o garoto.

Desci as escadas do beliche – Jonas, o gato é da Claire. Se bem que um gato com asas seria bem legal. Só deixem Whip em paz, ok. Claire, onde tem um banheiro? Preciso tomar uma ducha. ­– Na cama de baixo eu vasculhei minha mochila procurando roupas, só encontrei roupas intimas e shorts e calcas. Ela percebeu o que eu procurava.

– Seu uniforme está aqui. – Me entregou uma camiseta laranja escrito acampamento meio-sangue. – Eu te acompanho, e quanto a você –Virou-se para Jonas – Nem pense em tocar um dedo no meu Whip, entendeu?

– Tá, eu vou escalar então.

Coloquei o uniforme na minha mochila e a joguei em meus ombros. Saímos os três do chalé, Jonas disse até logo e correu para aquela parede enorme. Claire ia me explicando como tudo funcionava por ali. Disse que temos várias atividades no acampamento, como: aulas sobre monstros, captura de bandeira, canoagem, parede de escalada, muito treino, etc. Contou-me que os chalés dos deuses menores só foram construídos recentemente, por que antes só existiam os dos doze deuses olimpianos. Disse também, que dois não são usados: o de Hera por ela ser a deusa do casamento e o de Ártemis, pois ela jurou ser donzela para sempre, no entanto ela tem um grupo de caçadoras que vem de vez em quando e fica em seu chalé.

Chegamos a uma construção de mármore branco, o banheiro feminino, com vasos sanitários de um lado e chuveiros do outro, tomei um banho rápido, lavei meu cabelo, e não tirei meu colar algo me dizia para ficar com ele. Troquei-me. Coloquei a camiseta laranja e o meu short preferido, um roxo rasgado. Olhei meu reflexo no espelho, meus olhos estavam ainda mais violetas, quase artificiais, mas todos sabem que não são. Meus cabelos estavam molhados e eu sabia que iam armar. Fiz uma trança de raiz, fazendo com que caísse até o meio das minhas costas, mas deixei a minha longa franja solta. Gosto quando tenho uma parte solta no meu cabelo.

– Então, irmã. O que você sabe sobre nossa mãe?

– Não muito, – Disse Claire encostando-se na pia – Ela não se envolve muito nas histórias. Só uma vez ajuda Deméter a encontrar Perséfone no mundo inferior, servindo de guia. Fora isso, eu não sei muita coisa.

– Entendo. Ela tem três símbolos não é?

– Sim, a chave, por ser ela carcereira do Mundo Inferior; um chicote, que revela o seu lado punitivo e de condutora das almas; e o punhal, símbolo de seu poder espiritual. Ela sempre é relacionada ao numero três, como os três estágios da vida humana.

– Você – me contive, e se ela nunca tivesse falado com nossa mãe, nem a visto. Continuo – você já a viu?

– Nossa mãe? Não, nunca. Mas levando em conta que todos no chalé são parecidos, acho que dá para imaginá-la.

Concordo, todos temos um mesmo tom de pele branca (apesar de eu ser um pouco morena por causa do sol), o corpo nem tão magro, nem tão gordo. Mãos ossudas e dedos finos. Um rosto redondo, sobrancelhas pouco arqueadas, o nariz proporcional, lábios levemente carnudos e vermelhos, os cabelos escuros. Os olhos deles são de cores estranhas, mas o meu não passa de um castanho comum.

– Vamos. – Ela me arrastou porta afora – Quíron pediu que você fosse falar com ele. Mais tarde vou te levar para escolher sua arma.

Ela me deixou em frente a... Como ela chamou mesmo? Casa grande. Quíron estava em sua cadeira de rodas a minha espera. Meu colar queimava mais do que nunca.

– Que bom que veio – Ele olhou para o meu colar – Esse colar... Eu o conheço, posso ver?

Será que confio totalmente em Quíron a ponto de lhe dar o colar que ganhei há tanto tempo? Não, não totalmente. Não é culpa dele, mas confiança a gente conquista.

– Sabe o que acontece é que quando me afasto do colar coisas ruins acontecem.

– Hérmia, sente-se. – Sentei-me ao seu lado em uma mesa bagunçada. Ele continuou – Acho que você não sabe o que é esse colar.

Ele disse as palavras “o que” como se fosse algo perigoso.

– Eu só sei que ganhei esse colar, e meu pai me disse pra não ficar sem ele.

– Ninguém aqui vai machucá-la Hérmia, por favor. Deixe me ver esse colar.

– Eu... – o que eu vou dizer? Olha eu não vou te entregar porque não confio em você e esse colar me protege. Eu nunca seria capaz de falar algo assim. – Se... eu perder esse colar, não sei o que será de mim.

Retirei o colar e o entreguei para Quíron que parecia fascinado.

– Com mesmo material, as mesmas cores, mas sempre com formas diferentes.

– Quíron o que...

– Esse é o colar de Harmonia, forjado por Hefesto.


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Notas finais do capítulo

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