Caio E Fernanda. escrita por Vanessa Carvalho


Capítulo 6
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Agora algumas músicas que me ajudaram a escrever o Capítulo:

1) Pink - Is this thing on?
2) Ana Carolina - Confesso.
3) Leoni - 50 receitas
4) Leo Jaime - Fórmula do amor
5) Pink - The great escape.

À medida que eu for escrevendo, colocarei mais músicas.



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Fernanda acordou lentamente naquele sábado. Era a primeira noite tranquila de sono em semanas. Detestava admitir, mas Caio estava fazendo um bem enorme para ela. Ficou enrolando na cama sorrindo lembrando a conversa na madrugada.

Ainda era cedo demais para o encontro com Cristina, então resolveu tomar banho, tomar café e sair um pouco para ir ao shopping. Ficou passeando pelos corredores entrando em lojas de artigos eletrônicos e coisas assim. Detestava perder tempo comprando roupas, então quando entrava nessas lojas, já havia algo em mente. Dificilmente comprava coisas da moda. Mantinha um estilo clássico casual, mas adorava olhar sapatarias e óticas. Possuía uma coleção de óculos escuros de fazer inveja a qualquer um.

Perto do horário marcado, saiu do shopping e seguiu para o restaurante. Giovanni´s era uma cantina italiana que ficava próxima a cada dela. Vivia comendo quase todos os finais de semana lá e o dono era muito seu amigo.

- Olá, seu Giovanni, como o senhor está?

- Bem, menina Fernanda, eu estou muito bem e você? Nunca mais apareceu por aqui.

- Eu sei, estou ocupada no trabalho, isso tem me atrapalhado o final de semana, mas hoje arrumei um tempo para vir.

- Sua mesa de sempre?

- Ah sim, mas desta vez, ponha para dois, por favor.

- Namorado?

- Han? Não, não, uma amiga minha. – Fernanda respondeu com um pouco de rubor no rosto.

- Menina, você é muito linda, deveria ter um namorado. – Falou seu Giovanni se afastando depois de arrumar a mesa para ela.

Fernanda sabia que ele estava certo. Há algum tempo não possuía ninguém em sua vida de forma séria e comprometida. Ela estava começando a ficar cansada de estar sempre sozinha. Por isso mesmo se afogava em trabalho, para esquecer que passava as noites sem ninguém.

Estava tirando esses pensamentos da cabeça quando viu Cristina entrando. Há tempos as duas eram amigas. Estudaram juntas durante quatro anos no colégio. Depois, Fernanda foi estudar direito e Cristina jornalismo, mas nunca perderam o contato. Foi madrinha de seu casamento e de seu filho.

A amiga, apesar de terem a mesma idade, já possuía o peso de ser mãe e ter uma família. Secretamente, Fernanda invejava isso. Mas o que ela poderia fazer? Adorava a amiga e sempre ficava feliz ao ver que ela estava se dando bem no trabalho.

- Meu Deus, isso... Isso não mudou nada. – Falou Cristina sorrindo dando um forte abraço em Fernanda.

- Não mesmo. Como você está?

- Com saudades. E com raiva de você. Você sumiu.

- Cris eu...

- Tem trabalhado demais. Menina você precisa parar um pouco.

- Menina Cristina. Que bom lhe rever. Como está o ragazzo?

- Está bem, seu Giovanni, danado, mas bem.

- Fiquem à vontade filhas. Mais tarde venho anotar o pedido de vocês.

De longe, os seguranças de Caio observavam a alegria de Fernanda e a toda hora deixavam o patrão a par do que estava acontecendo. Da cadeia Caio não poderia fazer muita coisa, mas ficava mais tranquilo sabendo que sua menina estava segura. Pelo menos por hora.

Fernanda e Cristina ficaram algum tempo conversando sobre amenidades. Há mais de três meses que não se viam, nem conversavam. Cristina contou que seu filho estava no primeiro ano fundamental. E era um dos melhores da sua turma. A professora vivia elogiando o desempenho dele.

Fernanda ficou muito orgulhosa de saber que seu afilhado estava indo bem no colégio, não duvidava que ele seguiria os passos da mãe ou do pai no jornalismo. Falou que ela e seu marido tiveram um tempo de crise, precisaram ficar afastados, mas logo tudo se resolveu. Fernanda quase chora com a história. Aparentemente, Jorge estava tendo um caso, coisa rápida, com uma assistente do jornal, mas nunca pensara em abandonar a família. Esse não era um assunto muito confortável para Fernanda, mas mesmo assim continuou ouvindo.

Deu todo o apoio para a amiga, que corajosamente, preferiu acreditar no marido que se separar. Claro que Jorge a amava muito, era apenas uma crise de meia idade que ele estava passando. Os dois conversaram e ele decidiu em acabar com tudo.

- Mas não foi para escutar meus problemas que você me ligou.

- Não, na verdade, não. – Fernanda estava tentando encontrar uma forma de tocar no assunto com ela.

- Eu sei que é sobre o deputado, Fernanda.

- Então... Peguei o caso e...

- Você é a advogada do suspeito e esta convencida de que ele é inocente.

- Como...? – Parou a pergunta quando viu o olhar de Cristina para ela. – É... Mas olhe, leia isso. Aqui diz, claramente, que quem matou o deputado foi alguém de no máximo 1,70m e canhota, Cristina. O Caio não é nem uma coisa, nem outra.

- Desde quando você fica íntima de seus clientes assim?

- Eu sempre os chamo pelo primeiro nome, Cris.

- Eu sei, mas a forma como você falou o nome dele foi diferente.

- Deixe de coisa, então, você sabe alguma coisa?

- Bem... Saber eu sei, mas...

- Mas?

- Escute Fernanda, isso não pode sair daqui, entendeu?

- Sim, claro que sim.

- Então, eu acabei descobrindo que o deputado gostava muito de pular a cerca. A mulher dele entrou até com um pedido de divórcio há alguns anos, mas estranhamente, depois de um mês ela desistiu. Ninguém soube o motivo de ela ter desistido, mas acredita-se que ele ofereceu uma quantia enorme para que ela desistisse do divórcio.

- Ué, mas que escândalo ela poderia causar? Seria apenas mais um divórcio em meio a tantos outros.

- É porque ele não queria que a mulher dele colocasse o namorado dele na mídia. – Cristina falou em um tom mais baixo. Fernanda, que estava tomando um gole de refrigerante quase engasga.

- NAMORADO?

- Xiu, fale baixo, droga.

- Desculpe. Então é verdade mesmo?

- Bom, é o que sempre se falou que ele era como Renato Russo.

- Renato Russo?

- Alô... Gostava de meninos e meninas.

- Ah – Fernanda começou a rir.

De longe os seguranças comem tranquilos invisíveis aos olhos de Fernanda. A cada hora eles reportavam a Caio o que estava acontecendo. Avisaram que ela estava almoçando com uma amiga. Caio ficou nervoso tanto por Fernanda quando por saber que esse almoço era para falar sobre o caso dele.

Cristina contando tudo que sabia para ela. Disse que o deputado estava tendo um caso com um rapaz muito mais novo que ele, e que há algum tempo eles estavam tendo problemas. Aparentemente o deputado não se aceitava homossexual e estava numa relação violenta e à base de muita droga.

Fernanda escutava e ia anotando tudo de mais importante. A mistura de violência e droga nunca dava muito certo. Nos tempos que estavam vivendo, de caça às bruxas aos homossexuais seria um prato cheio para os jornalistas famintos por um bom escândalo. Infelizmente, Fernanda não poderia fazer muita coisa, precisava encontrar quem havia matado o deputado, e precisava o mais rápido possível.

- Cris, você sabe que eu...

- Por isso mesmo que eu deixei o Jorginho na casa da mamãe e falei ao Jorge que hoje à noite iremos te acompanhar até a boate que o deputado frequentava.

- Oi?

- E eu não quero ouvir um “não” como resposta. Também quero saber de toda a verdade e se isso ainda ajudar um inocente, melhor. Mas, por que, então seu cliente se envolveu nessa confusão?

- Se lembra da notícia de que o deputado havia discutido com um poderoso empresário?

- Lembro claro fui eu... É ELE? Mas ele é um tesão.

- Cristina... – Falou Fernanda rindo envergonhada.

- Ah, qual é? Eu sou casada, tenho filho, estou com uma barriguinha, mas não estou morta, oras. O cara pode até não ter do tipo galã da novela das oito, mas é um tesão. Tem porte de homem.

- Bem, nisso você tem razão.

- Vocês já...

- CRISTINA!

- Desculpe. Eu só estava curiosa. Nós vamos até a boate e você não vai me impedir.

- Tudo bem.

- Te pegamos às nove.

Terminaram o almoço. Cristina ainda tentou tirar de Fernanda tudo o que ela pensava sobre Caio, mas em vão. Ela estava determinada em guardar as impressões que tinha de Caio apenas pra ela. Logo Cristina desistiu e voltou a falar do filho.

Ao chegar em casa, depois das duas da tarde, Fernanda ainda olhou os e-mails. Respondeu um de seu pai. E foi dormir um pouco. À noite seria longa e ela precisava estar descansada para poder descobrir qualquer coisa para tirar Caio de lá.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Divulguem, comentem, favoritem, agradeceria ;)



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