I'm With You escrita por CammisM


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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E todos os Weasley pareciam tão estranhos e distantes que, por mais de uma vez, teve até um certo receio de chegar perto deles. 

As aulas tinham voltando a menos de algumas horas e não tinha visto, se quer uma única vez, os melhores amigos ou ela. Albus Severus não havia nem mesmo dado as caras na estação de trem ou na locomotiva escarlate enquanto seguiam o percurso até o castelo milenar. 

Os rumores que corriam e chegaram ao seu ouvido era que, todos os Weasley, sem exceção de nenhum - o que incluía até mesmo a insuportável Molly II que sempre pareceu renegar o sangue e até mesmo os primos, se sentindo superior demais para se envolver com eles - estavam fechados na última cabine do último vagão e não deixavam ninguém entrar. 

Aquilo era, no mínimo, estranho. 

Enquanto caminhava pelos corredores gélidos no final da manhã, prestava atenção em tudo ao seu redor, em busca de alguém com cabelos ruivos ou da loira que, sem dúvida nenhuma, não passava despercebida a lugar algum. 

Quando estava prestes a entrar na sala de poções na esperança de encontrar Dominique ou Lucy para perguntar-lhes o que estava acontecendo, encontrou uma cabeça ruiva no final do corretor. 

Rapidamente tratou de ir atrás dele. Por mais que não gostasse muito do caçula Weasley, talvez ele pudesse lhe dar alguma resposta ou lhe dizer o paradeiro de algum outro familiar. 

"Hei Weasley" Chamou assim que se aproximou do menino. 

O quintanista ergueu os olhos azuis escuros que hoje estavam mais opacos do que ele se lembrava de alguma vez ter visto. As expressões que sempre se fechavam ao ver o Slytherin hoje só aparentavam um cansaço e uma tristeza que ele jamais tinha visto. 

Ergueu as sobrancelhas loiras, enquanto observava o pequeno ruivo a sua frente. Hugo soltou um suspiro cansaço, passando as mãos sobre os cabelos lisos e bagunçados. 

"Se está atrás de Rose, sugiro que pergunte a outra pessoa. Não a vejo desde ontem, quando desembarcamos. Acho que nem mesmo Dominique a viu, na verdade." Disse rapidamente. 

Oras, desde quando Hugo não sabia do paradeiro de Rose? Ele sempre parecia ser o mais informado do meio de todos os outros desligados. 

"Aconteceu alguma coisa? Quero dizer, não os vejo em lugar algum. Você é o primeiro que eu encontro." 

Hugo deu de ombros e, mais uma vez, suspirou. Só então balançou a cabeça em uma negação rápida. 

"Rose lhe conta, quando encontra-la. Olha, não vou muito com a sua cara, mas sugiro que vá atrás dela. De todos, ela está pior e precisando de você, por mais que eu odeie admitir isso." Completou a frase em um sussurro baixo, antes de dar as costas e caminhar até uma das salas no final do corretor. 

Se, em um momento ele estava desconfiado, agora estava preocupado com o que teria acontecido. 

Passou a mão pelos cabelos loiros, enquanto pensava onde Rose poderia ter se metido. Não precisou mais do que dois segundos para chegar a conclusão e correr pelo corredor. 

Por que não pensou nisso antes?

Afastando-se da aglomeração de estudantes que conversavam animados, subiu as escadas de dois em dois degraus, na intenção de chegar mais rápido ao seu destino. 

Ofegante, empurrou a porta que lhe impedia a passagem, antes de colocar a cabeça para dentro. 

E ali, sentada com a cabeça apoiada dos joelhos e os cabelos ruivos balançados nas costas, enquanto o vento gelado banhava-lhe o rosto, estava Rose. 

Soltou um suspiro aliviado e não pôde deixar de admira-la. Parecia ainda mais linda do que da última vez que a viu, algumas semanas atrás, antes de sumir sem dar um único aviso prévio. 

Se aproximou lentamente da menina e, só então, percebeu que o pequeno corpo tremia. Levou alguns instantes para perceber que não era um tremor de frio, como suspeitou no primeiro momento, mas sim de choro. Entre as mãos finas e brancas, estava uma foto mexendo-se. 

Reconheceu rapidamente a garotinha sem os dois dentes da frente que ria, enquanto uma ruiva mais velha enchia o rosto da menina de beijos. Era Rose, provavelmente com seus sete ou oito anos de idade e a mulher, Molly Weasley. 

Scorpius mordeu o lábio inferior, na imaginando que o teria acontecido e desejou que seu pensamento fosse apenas equivocado. Lembra-se muito bem o quanto a namorada era apegada à avó paterna. 

Retirou o sobretudo com o brasão da casa das serpentes e abaixou ao lado da menina, colocando-o sobre os ombros. 

Rose deu um pequeno pulo de susto, antes de erguer os olhos azuis claros que estava completamente avermelhados, assim como a ponta do nariz delicados e, as bochechas, pareciam ainda mais coradas, deixando completamente desaparecidas as sardas que ele sabia que existiam ali. 

"Scorpius, que susto!" Ela disse, passando a mão sobre os olhos rapidamente e respirando fundo, como se tentasse disfarçar. 

Merda. Merda. Merda. Então seu pensamento estava certo. Alguma coisa tinha acontecido com Molly. 

"Como me encontrou aqui?" 

"Era meio obvio, não acha? Te conheço melhor do que todos, Weasley." Respondeu com um meio sorriso, enquanto envolvia o braço direito em torno da namorada e a trazia para perto de si. "Vai me dizer o que aconteceu?"

"Como se você já não tivesse deduzido sozinho. Seu olhar te entrega, Malfoy." Ela lhe deu um sorriso tristonho. "Te conheço melhor do que todos." Engrossou um pouco a voz, de modo que pudesse imita-lo. 

Ele soltou uma risada baixa, dando de ombros. 

"É um modo de desabafar, me contando o que aconteceu. A propósito, fiquei preocupado quanto sumiu. Não faça mais isso, sim?"

Rose revirou os olhos claros, fungando. 

"Desculpe papai." Soltou irônica. "Foi difícil e eu meio que não queria falar com ninguém. Sabe como eu detesto quando as pessoas me olham com pena"

"Como se eu fosse fazer isso." Ele bufou. "Agora, vai me contar?"

"Tenho escolhas? Vai ficar me enchendo até lhe dizer" Suspiro baixo, fazendo-o sorrir ainda mais. 

Delicada como sempre. 

"Foi na penúltima semana de férias. Ela já estava internada, lembra? Seu pai quem tentou salva-la, imaginei que ele teria te contado afinal." 

Scorpius ergueu as sobrancelhas claras. 

"Não, ele não me contou nada"

"Eu o pedi que não fizesse. Mas imaginei que contaria, de qualquer forma, meu sogro é um homem de palavra." Ela sorriu um pouco. "Foi tudo muito rápido.  Num dia ela estava conosco e, no dia seguinte, minha mãe e tia Fleur estavam atrás das coisas para o funeral. Eu queria você comigo, mas precisava estar com o meu pai. E..." A ruiva respirou fundo, completamente em vão. Rapidamente as lágrimas voltaram a escorrer pelas bochechas coradas. Scorpius a apertou ainda mais, como se fosse um modo de lhe dar apoio. 

Na verdade, ele não sabia direito o que fazer. 

"Eu sinto falta dela. É horrível pensar que não vou mais ouvir a voz dela, a risada dela. Entrei na'Toca antes de voltar as aulas e fiquei esperando ela descer as escadas correndo, já me apertando, enchendo de beijos e perguntado se estava com fome. Fiquei sentada no sofá, olhando para a escada até Dominique me tirar de lá." Ela soltou um soluço baixo. "Eu ia no hospital no dia em que ela se foi. Estava preparando uma torta de abóbora para ela, do jeito que me ensinou quando meu pai entrou na cozinha, ele estava lá com o tio Bill. Mamãe disse à tia Ginny que ele ficou traumatizado." 

Ela respirou fundo. Scorpius rapidamente virou o corpo de Rose com uma facilidade incrível, colocando-a sentada em suas pernas e a abraçou forte, em uma tentativa de acalma-la assim como sua mãe costumava fazer quando ele era pequeno. 

Não soube ao certo quanto tempo passou com ela naquela posição. Só parou de embala-la em seus braços quando viu que finalmente tinha parado de chorar. Depositou um longo beijo no topo da cabeça da ruiva e, quando ela se afastou, secou as lágrimas de suas bochechas molhadas e deu-lhe um beijo sobre as sardas. 

Ela sorriu um pouco, passando a mão sobre o rosto do loiro que fechou os olhos perante ao toque. Sentia mais falta de Rose do que gostava de confessar. 

E pensar que levou tanto tempo para admitir que era apaixonado por ela e decidir arrumar o relacionamento confuso dos dois, pedindo-a em namoro, na frente de toda a escola, depois de uma partida de quadribol, contra Gryffindor. 

"Não gosto de te ver assim." Ele sussurrou baixo, assim que abriu os olhos novamente. 

Azul no cinza. 

"Vou melhorar." Respondeu no mesmo tom, descendo os dedos das bochechas, seguindo um caminho até o pescoço. 

"Vai mesmo e eu vou te ajudar" Levantou-se do chão, puxando-a consigo. "Já que matamos as primeiras aulas, acho que não tem problema sumir pelo resto do dia." Sorriu um pouco, envolvendo os braços na cintura da ruiva. 

"E o que você tem em mente?" Ergueu as sobrancelhas ruivas, enquanto ele dava de ombros. 

"Não sei ainda, mas vou pensar em alguma coisa." Aproximou-se ainda mais dela. 

Subiu uma das mãos até o queixo delicado da menina, erguendo o olhar para ele. Abaixou o rosto, antes de abrir um meio sorriso e tomar os lábios dela com os seus. 

Em um beijo calmo demais para os padrões deles, cheio de saudades. Movimentavam no mesmo ritmo e, quando o ar lhes foi necessário, puxou o lábio inferior da namorada e lhe deu um selinho, afastando-se dela. 

"Vem, vamos arrumar o que fazer."


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Notas finais do capítulo

Sim sim, essa é bem diferente de todas as outras. É fofinha de tudo enquanto as outras bem... É rs.
Anyway, perdi minha avó no final de semana e, como uma autora, tudo me serve se inspiração. Infelizmente, chorar não me tras ela de volta então o jeito é escrever sobre. Só para avisar, quem quiser, me avisa que eu escrevo sobre o pedido de namoro do Scorpius para a Rose. Imaginei ele todo na minha cabeça e ficou fofo rs. Se quiserem eu escrevo. E sim, eu vou escrever uma oneshot sobre o relacionamento da Rose com a Molly. Tentei escrever essa assim, mas não deu muito certo. É muito recente.
Anyway, comentários e recomendações são super bem vindos, como sempre.
E, para quem não leu ainda, tenho mais outras oneshots dos dois. Passa lá e comenta :3
Kiss e até a próxima!