Continuamos caminhando em direção a casa de Jake, era um caminho nostálgico, que me trazia a sensação da infância novamente, de quando eu explorava com Jake a vizinhança, e agora aqui estava eu novamente, mas acompanhada de Will. Chegamos em frente a casa de Jake, agora era um pouco diferente de como eu me recordava, algumas reformas haviam sido feitas, a pintura que antes era amarela, agora era creme, o cercado foi trocado por um novo, e o carro estacionado também era outro, mas havia algo que continuava lá, um pequeno balanço, pendurado em uma arvore, ah... Eu me lembro de que adorava brincar ali! Will pigarreou e me dei conta de que estava simplesmente parada sem fazer nada, abri a pequena cerca e entrei, Will me acompanhava, cheguei à porta da frente e toquei a campainha. Aguardamos alguns instantes e então alguém destrancou a porta, era a Sra. Adams, mãe de Jake.

–-- Boa Tarde. --- Cumprimentou ela um pouco surpresa, ela me olhou um pouco confusa.

–-- Boa tarde! --- Respondemos Will e eu.

–-- Oh... --- Falou ela ainda me observando. --- Susan? É você minha querida?!

–-- Sim. --- Respondi com um sorriso simpático.

–-- Que prazer em revê-la, entre! --- Disse a Sra. Adams me abraçando e abrindo a porta mais para que Will e eu pudéssemos entrar.

Seu nome era Mary, tinha por volta de quarenta anos, as rugas já começavam a aparecer eu seu rosto, seu cabelo era castanho e estava preso, usava um vestido, ela era uma típica dona de casa, com a simpatia estampada no sorriso.

–-- O prazer é meu! --- Continuei. --- Este é Will, um amigo meu. Viemos ver Jake, ele está?

Will a cumprimentou, com a dose certa de charme para cativar qualquer pessoa.

–-- Sim, está no quarto dele, deve estar com os benditos fones de ouvido dele, sempre ouvindo música. --- Ela ainda continuava me olhando, via que estava feliz em me rever, mas meio hesitante, provavelmente por causa da cor do meu cabelo, ela só podia estar pensando que eu havia me tornado uma adolescente rebelde. --- Vou chamá-lo, podem sentar-se no sofá.

Assentimos e ambos sentamos no sofá, Mary subiu as escadas para chamar Jake. Enquanto isso aguardávamos sentados, em silêncio, eu estava um pouco tensa, pois não sabia como iria falar com Jake sobre a missão. Então como um flash de luz brilhante Jake desceu as escadas, vinha com um headphone pendurado em seu pescoço.

–-- Hey Susan! --- Cumprimentou ele. --- E hey... Will?

Will assentiu e o cumprimentou de volta.

–-- O que os trazem a minha residência... Juntos? --- Perguntou Jake.

Susan trocou o peso do corpo de um pé para outro, podia ver que Mary ainda estava na cozinha, no cômodo ao lado, pois a porta estava aberta. Ela pigarreou e sinalizou para saírem para a fora.

–-- Oh, claro. Assuntos particulares. --- Deduziu Jake. --- Mãe estou indo dar uma volta com Susan e Will, volto logo.

Sra. Adams concordou da cozinha e juntos nós três fomos para fora, enquanto andávamos em direção a praça ali perto respirei fundo e quando ia começar a falar Will já começou por mim.

–-- Precisamos da sua ajuda...

Jake abriu um sorriso e olhou para mim com as sobrancelhas erguidas, eu sabia o significado daquele sorriso, era convencimento, ele tinha percebido que Will não havia gostado muito dele, então estava um pouco surpreso dele próprio pedir ajuda. Infelizmente, Will havia percebido esse mesmo olhar.

–-- Ajuda de seu pai. --- Corrigiu ele.

–-- Mas pra chegar a ele, precisam de mim. Então a ajuda continua sendo minha. --- Jake respondeu em certo tom de desafio.

Eu não podia deixar esses dois discutirem essa questão.

–-- Enfim, estamos em uma missão e precisamos que você entre em contato com seu pai, pois precisamos de uma... Carona. --- Falei logo de uma vez.

Jake parou.

–-- Uou, uou. Estão em uma missão?

Will e eu nos entreolhamos.

–-- Sim. --- Respondemos.

–-- E o que seria essa missão?

–-- Confidencial. --- Respondeu Will.

Jake assoviou.

–-- Parece que alguém aqui quer minha ajuda, mas parece que está sendo obrigado a fazer isso. --- Rebateu Jake.

–-- Eu quero ajuda do seu pai, consegue entender?! --- Disse Will começando a ficar impaciente.

Jake riu, ele estava claramente se divertindo com o mau humor de Will.

–-- Mas volto a dizer que precisa de mim para isso, Jake Adams. --- Respondeu Jake cruzando os braços e parando.

–-- Ok, já chega! --- Interrompi os dois. --- Will, precisamos da ajuda de Jake, e Jake não iremos falar sobre o que é a missão! Agora podem, por favor, pararem com essas trocas de indiretas! --- Falei impaciente.

Os dois pararam e ficaram me encarando.

–-- Como quiser. Suh. --- Jake disse, e posso ter certeza de que ele falou dando uma ênfase proposital no “Suh”, fazendo Will respirar fundo e se controlar mentalmente. --- Bom, logo será o por do sol, provavelmente meu pai deverá estar dirigindo seu carro sol, dando espaço para a lua. Então, não poderemos falar com ele em qualquer lugar, precisamos ir para a montanha mais próxima, quanto mais alto melhor.

–-- Mas, como vamos chegar á essa montanha? --- Perguntei.

–-- Bom, o problema é exatamente como escalar a montanha tão rápido. --- Falou Jake.

Will ficou pensativo, então estalou os dedos.

–-- Tive uma ideia! Bom... Acho que todos aqui conhecem a história do João e o Pé de Feijão, certo?

Ele abriu um meio sorriso empolgado e meio lunático, pelos deuses... Só podia ter pensando em uma ideia, íamos subir até o topo da montanha por meio de uma planta.