Marlyn acordou com o tique taque de um relógio. Nunca conseguia dormim com o som desses malditos marcadores de hora. Eram pelo menos seis horas da manhã. Percy dormia com o travesseiro molhado de baba e falava enquanto dormia,Tyson fazia um barulho que lembrava uma buzina de navio, e sim, ela acordou com o barulho do relógio.

Ela pegou sua espada e sentou-se no beliche, e,apesar das letras fora de foco e da dislexia,conseguiu ler Titã, como Percy havia dito

"O que isso significa?" Tinha dito Percy. Ela realmente nao tinha idéia. Por um momento começou a refletir, Percy tentara ajuda-lá, ele escondeu a espada em seu chalé para que ninguém pensasse que ela era... Ela também não sabia sobre o que poderiam desconfiar dela. No dia anterior, Percy disse algo sobre uma guerra contra os titãs. Talvez fosse disso que desconfiassem dela, que ela pudesse ser uma rival, uma inimiga talvez, mas de qualquer jeito isso nao poderia mudar seu "cheiro" sentido pelos homens-bode, ou sua percepção por Quíron, então... O que a tornava diferente?

Afastou esses pensamentos.

Ela sabia que o café da manhã era servido apenas às oito horas, por isso foi até o arsenal , deixando a espada no chalé.

Quando lá chegou, havia uma garota analisando os planos de batalha, tinha cabelos louros encaracolados e um forte bronzeado. Ela a ouviu chegar e revirou os olhos tempestuosos para Marlyn.

– Ah, a garota da caravela-disse a memina de olhos tempestuosos-Qual é mesmo o seu nome.... Mary...

– Marlyn

– Prazer. Sou Annabeth.

Apertaram as mãos de um modo comum. Marlyn lembrou-se de Percy falar sobre Annabeth. Ela olhou a garota de olhos tempestuosos e disse:

–Ahn... Você é filha de Atena?

–Sim. E você é filha de...

–Não sei ao certo...-respondeu- Mas preciso da sua ajuda.

–Pode falar.

–O que você sabe sobre titãs?

Annabeth fechou o rosto, será que ela desconfiava de Marlyn? Não sabia, mas e se mostrasse a ela a espada, talvez pudesse a ajudar!

– Olhe, eu sou nova com essas coisas deDeuses Gregos e mitologia e as únicas coisas que aprendi foram com Percy e eu queria te mostrar uma coisa mais tarde... Talvez você me ajude a entender !

– Bem se você andou adquirindo conhecimento com Percy, sua situação está péssima. Vou te ajudar, mas prometa que não vai mentir para mim, jure pelo rio estige.

Percy havia dito a ela sobre aqueles juramentos, se os traísse coisas piores que a própria morte esperariam por você. Mesmo ciente da responsabilidade, Marlyn disse:

–Juro pelo rio estige.

Annabeth lançou-lhe um sorriso meio malicioso. E falou:

–Muito bem. Começaremos após o café da manhã e lembre-se do juramento.

–Certo. Disse Marlyn e voltou para o chalé de Poseidon.

Quando chegou lá, Percy e o ciclope estavam acordados. Ela lhes deu bom dia e eles retribuíram sonolentos.

–Conversei sobre a questão com Annabeth. E ela vai me ajudar!

–Que ótimo, ninguém melhor para ajudar nessas coisas do que Annabeth- disse Percy bocejando- mas, ela não pediu nada a você? Apenas aceitou?

–Bem-disse Marlyn distribuindo o peso de um pé para o outro-Ela me pediu para jurar pelo rio estige que não menteria para ela, não foi uma coisa difícil, tento ao máximo não esconder nada das pessoas.

–E o que você esconde?

– Bem no acampamento, literalmente nada. Mas lá fora, fingia para as pessoas que eu não via coisas malucas. As pessoas são cruéis com quem elas acham diferentes, nunca tive amigos por causa disso, eu era uma garota perturbada que não sabia se o pai estava morto, tentava esconder ao máximo, mas sempre que via monstros eu gritava, fazendo me acharem mais estranha, até que eu encontrei Joshua, ele foi o único amigo que eu tive além de você, apenas por ver as mesmas coisas que eu.

Ficaram em silêncio por um tempo e depois seguiram para o café da manhã.

Após isso, Annabeth veio falar com Marlyn.

–O que eu preciso ver agora?

As duas caminharam para o chalé 3. Marlyn desembrulhou sua espada dos lençóis e a mostrou para Annabeth mostrando-lhe as letras gregas mal focadas.

–Me ajude a entender por que está escrito isso.-Disse Marlyn

Annabeth depois de alguns segundos pareceu ter conseguido ler a palavra, e disse incrédula:

–Provavelmente não é nada bom.

E Annabeth percebeu que Marlyn não era uma traidora, mas talvez outro tipo de semideusa de acordo com sua hipótese.