POV Sophie

– Olha a garrafa d’água! Cinco dólares cada! Olha a garrafa d’água! - Um tio berrava.

– Olha a rosquinha! Olha a rosquinha! Tem bolacha também! - Outro tio berrava.

– Não acredito que tem gente querendo farofar aqui. - Falei sentada na barraca com as pernas na calçada. Simon estava em pé na minha frente.

– Você que quis vim. Agora não reclama. - Ele falou.

– Ah meu Deus! Chuva! - Alguém berrou. Eu o Simon nos encolhemos na barraca e ele fechou o zíper.

– Simon, eu também preciso de espaço.

– Já viu o meu tamanho em relação ao seu?

– Só não me encolhe. E tira a cara daí! - Ele estava com a cabeça quase nos meus peitos.

– São bonitos.

– Bonito vai ser minha mão na sua cara!

– Eu sou seu namorado!

– E daí? - Ele sentou do meu lado. Quer dizer, quase em cima de mim. - Espero que a chuva não demore pra passar.

– Nem eu. A barraca é pequena pra nós dois. - Simon passou um braço pelos meus ombros e beijou minha bochecha. - Mereço um beijo?

– Pelo o que?

– Eu sou um bom namorado.

– Posso falar que é sim. - Ele me beijou. - O povo das outras barracas vão ver. - Disse quando ele me largou.

– Ninguém vai ver. E é só um beijo. - Ele me beijou de novo. - Eu te amo.

– Claro que me ama. Você me levou no Holy Light. E também te amo.

– Claro que me ama. Você tá acampando comigo. - Ri dando outro selinho nele.

(…)

– ABRIU! ABRIU A BILHETERIA! - Acordei com alguém berrando. Dormi sentada. Minha bunda tá doendo demais! Simon levantou e saiu correndo pra fora da barraca do jeito que estava. Sem blusa e descalço. Saí da barraca e comecei a juntar as nossas coisas. Dez minutos depois, ele aparece com um sorriso de orelha a orelha.

– Consegui!

– Ainda bem. Eu ia te matar se você não conseguisse.

– Cara… Eu vou ver a final da liga de basquete! - Revirei os olhos.

– Agora a gente pode ir embora?

– Pode. - Ele me respondeu ainda sorrindo. Colocamos as coisas no banco traseiro do carro do pai dele e entramos. Quando chegamos em casa, só nos despedimos e eu fui quase correndo pro meu quarto. Me taquei na cama do jeito que estava.

Acordei com uma mão na minha bunda. Abri os olhos.

– Ela acordou, neném! - Era a voz da minha mãe. Cocei um olho.

– Já tá acordado, Logan? - Perguntei. Ele bateu na minha bunda de novo. - Safado! - Me virei, ficando de barriga pra cima e minha mãe colocou-o em cima de mim. - E como foi a festa ontem?

– Chata. Seu pai fez um discurso horroroso.

– Ainda bem que eu não tava lá. Não tava afim de pagar mico. Que horas são? Meio dia?

– Quase três da tarde. - Sentei na cama e segurei o Logan.

– Vou tomar banho e já to descendo. - Minha mãe beijou minha testa.

– Tudo bem. - Beijei o rosto do Logan, coloquei-o deitado na cama e fui pro banheiro.

POV Jenny

Logo depois da Sophie entrar no banho, ouvi o telefone tocar. Jason tinha ido pra loja de esportes, já que a consulta com o médico da Candice é hoje.

Quando cheguei no primeiro degrau, o telefone parou de tocar. Nossa, que legal hein, amigo. Logan bateu em um seio meu.

– Isso dói, sabia?! - Ele resmungou. - Tá. Já sei que você tá com fome. Pelo amor de Deus… Você só come! Ninguém aqui come desse jeito. Pra quem você puxou? - Fui pra cozinha, coloquei ele no carrinho e comecei a preparar a mamadeira. O telefone começou a tocar de novo. - Que é? - Atendi.

– Jenny! Pelo amor de Deus! Eu vou morrer!

– Charles?

– Eu vou ter um troço!

– O que aconteceu? Alguém morreu?!

– ELA VAI ENTRAR EM TRABALHO DE PARTO! - Ele berrou no meu ouvido!

– Fica calmo. Não precisa desse estresse todo.

– Era só uma consulta. Uma consulta!

– Fica calmo. Vai dar tudo certo. Ela já entrou na cirurgia?

– Tá no quarto pra ver a dilatação.

– Onde tu tá?

– Eu… To na emergência.

– Você passou mal? - Perguntei rindo.

– Não ri não, minha filha! Teu marido ficou pior que eu! E… Eu to no soro. Minha pressão baixou. - Revirei os olhos.

– Só vou dar de mamar pro Logan e já vou pra aí. Em que hospital é?

– O perto do restaurante da sua mãe. Não lembro o nome.

– Tá. Já to chegando.

– Não mente pra mim. Você ainda tá de pijama.

– Cala a boca, Charles. To tentando ajudar. Tchau.