- Meu Deus! Jason! - A vadia disse toda animada. Que é? Vai querer dar pra ele agora? Ele ficou olhando pra ela por um tempo até que reconheceu.

- Sarah! - Nossa, tá animadinho né. - Quanto tempo!

- Pois é. Você ainda era virgem. - Ela disse rindo.

- Haha. - Deixei sair uma risadinha totalmente irônica e ela me olhou pela primeira vez. Depois, olhou de volta pro Jason. Olhou não, ela mediu o idiota!

- O tempo foi totalmente generoso com você. - Pronto, o ego dele já é inflado. Agora então... Pigarreei.

- Ah, você lembra da Jenny né? - Jason perguntou pra ela.

- Claro que lembro. Impossível esquecer! Nunca na minha vida vou ver alguém com uma bunda tão gorda que nem a dela. - Vaca.

- E nunca na minha vida vou ver alguém tão vadia que nem você. - Ela parou de rir e ficou me encarando.

- Jenny, pelo amor de Deus, olha o barraco. - Jason disse e fingi que não escutei.

- Sinceramente, Jenny, achei que você já tinha superado o fato de eu ser ex do seu, agora, marido.

- Eu nunca me importei por você ser ex do Jason, e sim porque você sempre deu em cima dele.

- Eu? - Ela riu. - Você é louca.

- E você mais louca ainda por vir aqui! Alias, veio fazer o que aqui?

- Falar com vocês.

- Ou encher o saco? - Ela bufou, se aproximou de mim com as mãos na cintura e falou:

- Não tenho mais saco pra aguentar suas crises de ciúmes. - Olhei pra vadia de cima a baixo. Ela tá pensando que me intimida só por ser mais alta que eu. To rindo.

- Eu não tenho ciúme. Só não quero uma vaca perto do meu marido!

- Jenny, pelo amor de Deus... - Fingi não ouvir de novo. Ela ficou quieta e eu olhei pro Jason. Ele já era branco, agora parecia um papel. Ia perguntar se a pressão dele baixou quando senti algo gelado na minha cabeça. Vaca! Quem ela tá pensando que é pra jogar o suco em mim?! Levantei e dei um tapa na cara dela!

- Olha aqui, sua... - Ela começou dizendo e vindo pra cima de mim, mas alguém interrompeu.

- Chega! - O cara que eu já tinha até esquecido da existência berrou. - Vamos, Sarah. - Ela respirou fundo, empinou o nariz e eles foram pagar a conta. Metida do cacete.

- Vamos, Jenny. - Jason disse me puxando pelo braço. - Depois a gente acerta com a sua mãe. - Entramos no carro e ele estava puto. Eu estava quieta no meu canto. Ninguém mandou ela vim me incomodar.

Chegamos em casa e ainda não tinha falado nada. Jason estacionou o carro na garagem e me deixou pra trás. Bufei. Agora a culpa é minha.

Saí do carro e entrei em casa. Resolvi passar no quarto da Sophie pra ver se ela já tinha chego. Quando entrei, ela já estava de pijama e deitada na cama. Jurava que ela já estava dormindo até ouvir uma fungada.

- Sophie? - Chamei. Se ela não respondesse, já sabia que queria ficar sozinha.

- Que é? - Me aproximei.

- Brigou com o Lucas de novo? - Ela se sentou na cama.

- O que aconteceu com você?! - Ela perguntou com os olhos arregalados.

- Isso não interessa agora. Vocês brigaram? - Ela fungou de novo.

- Pior.

- Terminaram?!

- Não! - Ela suspirou. - Simon tentou me beijar. - Eu ouvi direito ou já to na fase da surdez?

- Não, espera...

- É, mãe. Você e o pai estavam certos. E hoje ele tentou me beijar! A menina deu um bolo nele. Até aí suave. O problema foi ele querer me beijar! - Ela disse e voltou a chorar.

- Ele conseguiu?

- Mãe!

- Sim ou não?

- Lógico que não né!

- Pelo menos não chegou no ato final. - Ela me olhou brava. - Acredite, seria muito pior. Vocês conversaram depois disso?

- Óbvio que não. Peguei o ônibus e vim pra casa.

- Amanhã liga pra ele e vocês conversam.

- Eu não quero falar com ele!

- Vocês são amigos! Vão deixar de se falar por isso?

- Mãe, o assunto não é tão simples.

- Mas também não é tão complicado. - Ela deitou de novo. - Vai ligar pra ele?

- Vou. - Ela disse com a metade do rosto coberto. Dei um beijo na testa dela e fui tirar a meleca do meu cabelo e da minha roupa.

(...)

Senti a cama mexer quando o Jason se deitou, mas não me virei. Percebi pela sua respiração que ele passou o tronco por cima de mim pra ver se eu estava dormindo. Não me movi. Ele virou pro outro lado e por lá ficou. Me sentei bufando.

- Vai ficar puto pra sempre agora?

- Não era eu que estava fingindo que dormia.

- O que eu fiz agora?

- Além da vergonha do restaurante? Nada.

- Vergonha?! Você viu o que ela fez?! Em nenhum momento eu elevei a minha voz! Jason, ela atacou uma jarra em mim!

- E você provocou, Jenny.

- Sempre é assim. É só ela aparecer que a gente briga! E o pior: ela é sempre a dona da razão!

- Olha o que você fala pra ela!

- Ela se joga pra cima de você!

- Ela só foi conversar! Jenny, a Sarah tá casada. E alias, ele estava lá!

- Bocó do jeito que é, certeza que é corno manso. - Ele riu.

- Encontrei ela depois de quanto tempo mesmo? Acho que quase 10 anos, Jenny. Não tem necessidade disso.

- Não interessa!

- Você é linda bravinha. Dá vontade de te morder. - Revirei os olhos.

- Para de falar merda.

- Vai ficar brava só porque eu acho que você agiu como uma adolescente? - Levantei puxando o cobertor e pegando meu travesseiro. - Onde você vai?

- Dormir em um lugar que me estresse menos! - Berrei já da porta. Ia dormir no quarto de hóspedes.

- Jenny! Ah, qual é, Jenny! Volta aqui! - Escutei ele gritar já na porta e me virei. - Eu te amo! - Mandei o dedo do meio pra ele e entrei no quarto. Hoje o dia foi uma bosta de elefante. Pior que isso, não dá.