A garota cai de joelhos, aos prantos. Por que ele havia feito aquilo? Por que havia destruído o coração dela como se o mesmo não fosse nada? Ela sentia ódio. Ódio e tristeza. Se sentia uma idiota por ter se apaixonado por aquele baka. Que coisa rídicula!

- Odeio filmezinhos românticos. - murmurei, desligando a TV.

- Caramba, Rin. - disse Kaya, que estava jogada em meu sofá. Kaya era uma velha amiga, da última cidade que meus pais me mandaram. Ela era mais velha que eu por 5 anos, e parecia que era eu a garota responsável. Kaya está com sérios problemas financeiros, por isso ela pediu, ou melhor, implorou, para que pudesse passar um pequeno período de tempo no meu apartamento. Ela vai para a festa das gêmeas comigo, já que odeia ficar sozinha em um apartamento “assustador”. – Eu senti a dor da menina. Tipo, o amor que foi uma mentira... Mesmo que romance seja chato pra caramba, eu gostei.

- Ah vá, Kaya! – exclamei. – Esses romancezinhos só servem para-

- Cadê a comida nessa casa? – perguntou uma voz, que vinha do corredor da cozinha.

Wait.

Só estava eu e Kaya na casa.

Ah meu Deus...

- L-L-Ladrão...? – murmurou Kaya, agarrando as próprias pernas. Pela primeira vez na vida, vi Kaya com medo.

- Shhh... Cadê meu taco de beisebol? – perguntei, baixinho.

- Ali – Kaya apontou para o lado do armário. Ali estava o taco de beisebol de ferro que Naru me deu no caso de um ladrão invadir o meu apartamento.

Sinceramente? Eu estava feliz em usar aquele taco. Sempre quis usá-lo contra alguém.

Peguei o taco e, silenciosamente, fui até o corredor da cozinha. Encostei-me à parede e fiquei observando qualquer sinal de vida. Ouvi o barulho de pratos se quebrando. O filho da mãe do ladrão só apareceu pra destruir a minha casa? Ah, mas ele vai ver o que é bom. Ó se vai. Silenciosamente, deslizei pela parede até chegar à porta da cozinha. Fiquei atenta à qualquer barulho. Novamente, pratos se quebrando. Se esse filho da mãe quebrar o prato com a cara do Robert Downey Jr, eu estrangulo ele com um fio de náilon.

- Mas que saco! – ouvi alguém dizer. – Você sabe que invadir a casa dos outros é crime!

- Caramba! O que deu em você? Pirou? Cadê aquele cara que estava doidinho para invadir a casa da Kaya? Hein? Cadê? – perguntou outra voz. Essa era mais... Familiar...

- Sabe que a Kaya vai fazer aquele escândalo quando souber. E, além disso, você já não veio aqui? – perguntou a primeira voz.

Hm? A segunda voz já veio aqui...?

- Não cheguei a entrar, idiota. Só vim até a porta. – replicou a segunda voz.

- Você veio deixar a sua namorada aqui, não é? – a primeira voz estava cheia de sarcasmo.

- E-e-ela n-n-não é-é-é m-m-minha n-n-namorada! – gaguejou a segunda. Até que a segunda voz ficava bonitinha gaguejando... Pare com isso, Sakurami! É um ladrão na sua casa, baka!

- Ah, não. Não é. Você deixou claro que ela era linda e que era a garota mais inteligente que você já conheceu.

- P-p-pare com i-i-isso!

- Ei. Sabe que essa pode ser a casa dela, não é?

- Não é a casa dela. É a casa da Kaya. Tenho certeza. Kid me disse que era aqui.

Kid? Por que raios o namorado de Sakki falou para dois ladrões sobre a minha casa?

- Não confio naquele simétrico de merda. – disse a primeira voz.

- Era nele ou na Sakki. E a Sakki com certeza não iria falar.

- Eu nem sabia que ela conhecia Kaya.

- Aquela garota é estranha.

- Muito estranha. Enfim... Cadê a comida? Pensei que íamos jogar ela na Kaya e sair correndo.

- Você pergunta logo pra mim?

- Hm... O quê que você tá procurando, cara?

- NÃO ACREDITO NO QUE VOCÊ ACABOU DE FALAR, BLACK!

- Ué? E o que foi que eu falei?

- Meu Deus... – murmurou a segunda voz, decepcionada. – Olha, achei a comida. Primeira parte do plano completa com sucesso.

- Para de ser gay, Evans. – murmurou a primeira voz.

- Vou fingir que não ouvi.

Evans? Esse sobrenome me parece familiar...

- RISA-CHAAAAAN – ouvi uma voz gritar.

Bem, para vocês entenderem, meu era pra ser Sakurami Risako. Sim. Risako. Mas minha mãe convenceu meu pai a optar por Rin. Deste então, só existe uma pessoa no mundo que me chama de “Risa-chan”. E eu tenho certeza que é o meu...

- RISA-CHAAAAAAAN! – gritou papai de novo. – RISA-CHAAAAAAN!

Mas o que raios o papai tá fazendo aqui? Ele não estava na Grécia? Trabalhando com os gregos, sobre aquelas coisas esquisitas financeiras?

Larguei o taco de beisebol no chão. FALA SÉRIO, PAI! AGORA QUE EU ESTAVA COMEÇANDO A JUNTAR AS PEÇAS!

- RISA-CHAAAAAA-

- JÁ OUVI, PAI! – gritei.

Que porcaria. Logo hoje?

- O que é que o senhor está fazendo aqui? – perguntei, fitando meu pai.

- Vim visita-la! – disse, com sua voz rouca. Não é que eu não goste do meu pai. Ele só é muito... Superprotetor. Me pergunto até hoje como Naru se casou. Ele dizia que odiava o Gil, dizendo que ele era baka demais para a Naruzinha. É. Papai chama Naru de “Naruzinha”. – Sua amiga me recebeu. Ela disse que vocês não estão sozinhas e...

- CARAMBA! VIU O QUE VOCÊ VEZ, BLACK?! DERRUBOU A PORCARIA DA FOTO DO ROBERT DOWNEY JR! – ouvi um grito, da cozinha.

- O QUÊ?! – Bem... Vamos dizer que eu cheguei na voadora. Nem me pergunte como eu sai da casa de estar, e acabei aparatando na cozinha. Nem vi quem eram os ladrões. Cheguei chutando todo mundo, no maior Sanji Style.- MORRA! MORRA! MORRA!

- A Rin-chan realmente está começando a ficar de TPM... – murmurou Kaya.

- E-e-e-essa é-é-é a-a-a s-s-sua n-n-namorada, S-S-Soul? – perguntou o Ladrão 1. Olhei para baixo e vi que eu estava chutando...

- SOUL?! – Sim. O Sr. Evans estava lá. E eu estava chutando ele e Black★Star. Mas... POR QUE ELES INVADIRAM A MINHA CASA?

Parei de chutá-los.

- GOMENASAAAAAI, SOUUUL-KUUUUUN! – eu disse, abraçando-o aos prantos. – EU PENSEI QUE FOSSE UM LADRÃÃÃÃO!

- C-C-Calma...

- GOMEEEEEEEEEEN!!

- Calma, Rin.

- EU SOU TÃO BAKA! NÃO ME PERDOE, SOUL-KUUUUUUUN!!

- SE ACALME, RIN! – ele gritou, me calando com a mão. – E pare de chorar. Você é bonita demais pra ficar chorando.

Espera aí. Como foi que eu não corei?

- Que cantada fraca... – murmurei, abraçando-o novamente e mais forte.

- É. Mas funcionou. – disse, com um sorriso malicioso.

Ouvi um pigarro. Oh, no. No. No.

- Errr... Soul-kun, esse é o meu... – pigarreei. – Pai. Pai, esse é o Soul. Ele é meu...

- Namorado. – disse Black★Star.

- NÃO SE META! – gritou Kaya, chutando a cara de Black.

- Amigo. - dissemos eu e Soul em uníssono.

- O lance de vocês já tá sério, hein? Apresentando pro pai...

- CALA A BOCA, BLACK★STAR!

De repente, meu pai ficou frente à frente com Soul. Seu olhar não era nada gentil ou bondoso.

- Qual é o seu nome? Inteiro.

- Gaaah... Soul Eater Evans. – Soul respondeu, apavorado.

- Idade? O que quer com a minha filha?

- Q-quinze. Errr... Eu quero... C-casar c-com e-ela. NO FUTURO. N-no f-futuro d-distante.

Espera aí.

Ele disse...

Ele disse que...

... Quer casar comigo no futuro?

ESSE MENINO É DOIDO?!

- VOCÊ PIROU, EVANS?! – perguntei, aos gritos.

- N-não! E-eu e-estou f-falando sério! V-v-você q-q-quer... – ele pigarreou. – Sakurami Rin, você quer se casar comigo no futuro?

♥♥♥ Ponto de Vista de Yukari ♥♥♥

- Sério que isso é necessário, nee-chan? – perguntei à Yukami.

Eu já estava desistindo dessa festa. Primeiramente que a Yukami convidou todo mundo da escola para a festa, inclusive o Law-kun. Segundamente que a Rin pediu para vir com uma amiga dela, que, com toda certeza, deve ser uma retardada tipo a Maria. Terceiramente, eu estava vestida do pior jeito possível: De Lolita. Sim. Lolita. Yukami inventou de a festa ser à fantasia. Eu estava vestida de Sweet Lolita; Um vestido rosa cheio de babados brancos e rosa-bebês, uma tiara também de babados rosa, sapatilhas brancas, meias-calças também brancas. O vestido era cheio de lacinhos rosa-pink. Yukami vestia uma Lolita Gótica, que era um vestido roxo, com detalhes em azul e branco. Meia-calças diferentes, sapatilhas roxas, correntes, asas roxas e uma cartolinha também roxa. Eu usava o cabelo solto, enquanto Yukami os deixava em caudas gêmeas.

- Sim! Rin me ligou agora. Ela vai se atrasar. – disse Yukami, com o telefone na mão.

- E as outras?

- Já, já estão vindo. Yume teve problemas com o cosplay de Hatsune Miku dela. A Hatsume também já está chegando.

- Que bom...

- O que foi, nee-chan? Você anda estranha ultimamente...

- Não é nada, não!

Ouvi o telefone tocar. Atendi.

- Alô?

- YUUUUKAAAAAAARIII-CHAAAAAAAAAN! – as vozes do outro lado da linha, que pertenciam à Maria e Miyumi, gritaram, fazendo com que eu afasta-se o telefone um pouco.

- F-f-falem m-mais b-b-baixo.

- A MIYUMI-CHAN PASSOU NO EXAME NACIONAL DE ESCOLARIA! – gritou Maria, que provavelmente deveria estar pulando no outro lado da linha.

- Sério? Legal. Por quanto ela passou? – perguntei. O mínimo para se passar era 100%

- 178%!! – gritou Miyumi, do outro lado da linha.

- WHAAAAAAT?! – perguntamos juntas eu e Yukami.

- Sério! 178%!

Notas acima de 150% significavam que o aluno era genial e que poderia passar para a Universidade de Harvard. Miyumi? Em Harvard? ‘Tá brincando comigo?

- Que incrível, Miyu-chin! – disse Yukami.

- Sim! Estou muito feliz!

- NÓS JÁ ESTAMOS CHEGANDO AÍ! – ouvimos a voz de Shiori gritar.

- HAI! E ESPERO QUE NÃO TENHA NINGUÉM VESTIDA DE COELHO AÍ, VIU?! – gritou a voz de Rami.

- NEM DE MEGURINE LUKA! – gritou a voz de Maria.

- MUITO MENOS DE IA! – gritou Miyumi.

- E NEM DE GATA! – gritou Shiori.

- Sim, sim. Ninguém está vestido de Coelha, nem de Luka, nem de IA, e nem de Gata. – ri.

- Yooo, gemini-chans! – ouvi Yume dizer. Ela estava vestida de Hatsune Miku, o que era beeeeeem estranho. Ao seu lado, estava o magricela do seu “quase-namorado” Monkey D. Luffy. Ele não vestia nenhuma fantasia, estava apenas com uma bermuda jeans, uma camisa vermelha e um chapéu de palha.

- Yo, Yume-chi! – disse Yukami. – Como vão as coisas?

- Ótimas!

- Yukari-chan? – ouvi alguém me chamar.

Oh não.

Ele não.

Por que, Yukami?

E lá estava L. Ele ansiava em falar comigo... Sobre aquilo.