Traumas Do Passado escrita por DarkReader15


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Coloquei um pequeno extra de como estão as coisas no mundo de Harry. Espero que gostem.



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Harry tinha que admitir, era como estar em casa.

Parece que não importa de que mundo venha... Guerras são guerras afinal.

Harry não gosta de matar. Não se confunda. Durante a batalha final em seu mundo, ele apenas matou uma única pessoa: Voldemort

E mesmo tendo matado, nunca conseguiu usar um Avada ou um Crucio corretamente. Hermione disse que o complexo de herói dele era grande demais para deixa-lo fazer algo tão definitivo com alguém.

Enfim, isso não o impediria de lutar essa guerra. Aquele sentimento de vazio foi preenchido com pura adrenalina. Ele não matava os Comensais, apenas os deixava inconscientes e tentava liberar os nascidos-trouxas o mais rápido possível.

Mas as coisas iam mudar. Afinal, o destino é uma merda.

–//-

Anos em batalhas o deixaram meio frio. E em sua defesa, ele tinha muitas coisas na cabeça naquele momento. Quando Tiago viu Harry, seu suposto filho de outro universo, digamos apenas que ele não conseguiu ver alguém que lutava do seu lado no momento.

Em meio ao caos que estava à batalha, Tiago também notou uma das pessoas que estavam no topo de sua lista negra: Fenrir Greyback.

A mesma aparência canina que o deixava doente. A mesma pessoa que arruinou a vida de um dos seus melhores amigos e que acabou com o restante anos depois.

Quando Greyback mordeu Remus, retirou a felicidade do próprio. Mas quando ele o matou... Retirou um pedaço da vida de Tiago.

E quando notou Greyback em uma das salas da Academia cercando uma criança, Tiago não pensou duas vezes.

“Vamos ver se o garoto é tão bom quando dizem”

_Locomotor Harry Potter! – disse, enquanto apontava a varinha para o garoto. E como uma cartada final, apontou a varinha para a sala onde Greyback “cassava”.

–//-

Harry lutava contra um Comensal qualquer. Ele nem conseguia reconhece-lo, já que nesse mundo aparentemente os Comensais não retiram as mascaras. Mas, para sua surpresa, sentiu seu corpo flutuar e ser impulsionado a metros de distancia. Sentiu suas costas batendo duramente contra uma parede, sua cabeça pareceu girar e afundar. Soltou a varinha instintivamente, não aguentando nem o peso dela em suas mãos. Quando o seu corpo finalmente escorregou pela parede e tocou ao chão sentiu alguém observando sua desgraça.

Ele não conseguia abrir os olhos, sua cabeça latejava tanto! A adrenalina já presente em suas veias dobrou-se, praticamente cantando em seus ouvidos.

_Tiago Potter... Que honra! Queria botar minhas mãos em você desde que cortei a garganta de seu amiguinho!

Harry sentia reconhecer essa voz. Rouca, soando como um latido. A respiração era como um rosnado, subindo pela garganta. Ainda lutando para abrir os olhos e parar as voltas que sua cabeça parecia dar quando sentiu longas unhas percorrendo seu rosto. Um bafo podre atingiu seus sentidos quando o estranho praticamente bufou em sua cara.

_É a hora do jantar...

“ok, cérebro. Essa e uma boa hora para voltar a funcionar!”

Quando sentiu as grandes unhas passando asperamente por sua garganta, rasgando-a o suficiente para arrancar sangue abriu os olhos e rolou, simultaneamente para longe. Procurou pela varinha e a achou jogada em um dos cantos da sala, distante dele.

_Você quer brincar? Vamos brincar!- E com um rugido, agachou-se como um cachorro de caça e se jogou contra o Harry.

Por instinto, Harry se jogou de costas para traz. A gravidade foi sua melhor amiga naquele momento, fechando os olhos e pedindo para que, caso houvesse um Deus em algum lugar, ele o protegesse. Pegou a primeira coisa que sentiu no chão e colocou em frente ao peito.

Ele sentiu um peso morto em cima dele e uma ultima baforada de mal hálito em frente ao rosto quando o homem-lobo parou de se mover.

Abrindo os olhos, procurou entender o que aconteceu.

O objeto que ele tinha pego para proteção e posto frente ao peito era um pedaço de madeira, de mais ou menos 25 cm com a ponta semi-afiada, provavelmente um dos restos do que era a mesa de algum professor. Quando o homem-lobo se jogou para cima dele esperava encontrar a carne macia e rasga-la, mas a estaca acertou um dos pontos vitais: seu coração. A gravidade e a força com que ele se jogou foram amigas de Harry nesse momento. Fizeram com que a estaca perfurasse a pele e tirasse o sopro da vida. Harry havia matado.

Com a forma que o homem-lobo caiu, o rosto dele e de Harry ficaram frente a frente.

“Eu o conheço... Ele é Fenrir Greyback!”

E empurrando o corpo de cima dele, sem nem se preocupar de puxar a estaca, Harry só pode pensar: “Meus amigos estavam certos. Eu tenho uma maldita sorte!”

–/-

Ele tinha posto seu filho em perigo.

Lilian não podia acreditar. Ela viu seu marido jogar o seu filho a metros de distancia direto para Fenrir Greyback! Quando tentou correr a traz de seu bebe, Tiago, para piorar a situação, a impediu!

Após chegar em casa, não parou nem para ajudar os feridos. Era hora de mostrar a mãe-monstra.

_Mas o que você acha que estava fazendo Tiago?! Você sabe o que o Harry significa para o mundo. Você sabe o que ele significa pra mim!

_Ele não e nosso filho, Lilian. Já discutimos essa porra de assunto antes!

_Mas claramente não discutimos o suficiente! – Ela enfiou o polegar em seu peito, olhou nos seus olhos e praticamente berrou – Se você estragar essa nova chance que Deus nos deu, eu juro Tiago, que nunca mais olho na sua cara!

Os olhos de Tiago pareciam estar em chamas de ódio. Ela não entendia? Ele não precisava de alguém gritando no seu ouvido nem de alguém que o acusasse! Ele sabia que tinha feito algo errado! Mas ninguém o dava espaço para pensar, para respirar. Ele precisava digerir a informação! Por isso não pensou no seu relacionamento quando disse algo que ia trazer uma mancha negra do seu casamento direto do passado:

_É mesmo? E o que vai fazer? Voltar para os braços de Snape? Deixar ele te tocar, coisa que você mal me deixa fazer? Vai pegar esse falso Harry e ser feliz para sempre ao lado desse traidor?

Para Lilian, isso foi um tapa da cara. Ficou catatônica, vendo um flash back em sua mente enquanto Tiago se virava e subia para seu quarto.

Há alguns anos o relacionamento dela com Tiago não poderia ser pior. Os dois não se olhavam, não se tocavam e nem trocavam qualquer palavra. Apenas conviviam. O fato de terem perdido o primeiro filho ainda os perturbava e o casal não conseguia mais conversar. Os dois carregava um sentimento de culpa e de rancor tão grande que quando trocavam olhares, parecia que um flash back do momento marcante passava em suas mentes. Automaticamente, como autodefesa, eles pararem de se olhar ou conversar.

Um dia, enquanto estavam deitados na cama, cada um virado para seu lado e o silencio perturbador praticamente os sufocando, Lilian sentiu o corpo de Tiago virar em sua direção, a mão descansar em seus seios levemente e apertar. Continuou parada, mas já prevendo onde isso ia dar. Tiago então começou a distribuir pequenos beijos em seu pescoço.

Honestamente, ela não estava a fim. Mas mesmo assim virou e compartilhou com Tiago um beijo seco, sem nenhum valor sentimental. Tiago rolou para cima dela, pressionando seu corpo com o dela, uma mão percorrendo seu corpo, pousando na barriga, na bainha de sua blusa.

E de repente ela sentiu o medo, a dor, o desespero de perder um filho novamente. Ela pode praticamente ouvir o ultimo grito de Harry. Em pânico ela empurrou Tiago longe.

O mesmo só a olhou por alguns instantes, ela devolveu o olhar ofegante, tentando passar a mensagem do que estava sentindo, tentando fazer com que ele a entendesse. Ele apenas grunhiu e virou para o outro lado da cama, puxando as cobertas e encerrando de vez o assunto, como se o mesmo nunca tivesse acontecido.

Meses se passaram com a mesma rotina: nenhum contato entre os dois. Tiago não voltou a tentar encostar nela e preferiu começar a dormir em um dos quartos de hospedes da casa.

Ela às vezes podia ouvi-lo chorar. Ela o ouvia murmurar pelos cantos: “eu não fui capaz”. Ela o via olhar para a porta do quanto que pertencia ao Harry durante horas e sair de casa logo depois segurando os soluços.

Mas ele não sabia lidar com a dor dela e nem ela conseguia lidar com a dor dele.

Um dia uma visita inesperada veio: Severus Snape.

Ela tinha brigado com ele quando pequena quando o mesmo a chamou de sangue-ruim. Mas quando ele bateu em sua porta com uma mensagem de Dumbledore e ela olhou em seus olhos sentiu o Sev de sua infância que a olhava como se ela realmente valesse algo.

Depois desse dia Severus veio uma vez por semana, depois todos os dias, sempre que Tiago não estava em casa.

Ela sentia nele o que precisava no momento: carinho, compreensão. Tiago estava quebrado assim como ela e não conseguia mais dá-la essa coisas.

Em uma tarde, ela e Severus estava sentados lado a lado, tomando chá e conversando baixinho, quase que um sussurro. Severus a olhava tão profundamente e ela devolvia o olhar, tentando falar com ele, mostrar pra ele o que sentia.

Severus Snape então começou algo que sempre sonhou. Abaixando levemente a cabeça tocou os lábios de Lilian com os seus.

Para ele foi como mágica. Para ela foi como o vácuo.

Eles trocaram caricias, sentiram cada toque intensamente. Ali mesmo se amaram momentaneamente. Os toques de Severus a fizeram finalmente parar de sentir-se tão impotente.

Quando já estava de noite e ela se viu deitada nua e abraçada com quem era seu melhor amigo no meio do chão da cozinha só pode chorar.

E foi essa cena que Tiago Potter encontrou quando voltou para casa.

–/-

Harry sentia seu corpo doer. Essa coisa de se jogar pelos cantos e matar lobisomens não fazia bem para a coluna.

Já na segurança de “seu” quarto dividido com Ron, tentou entender como ele havia parado naquela sala com Fenrir.

“Eu sou um assassino” pensou, passando as mãos pelos cabelos.

Ele sempre pensou diferente de Dumbledore. Na mente dele, os fins nunca justificarão os meios e ele não conseguia ver o mundo como o tabuleiro de xadrez que a mente de Dumbledore montou.

Fenrir Greyback era um monstro, não importa em qual mundo. O que ele já fez em tantas crianças... O que ele já fez a Remus Lupin nos dois mundos... Mas ele também era humano.

Harry sentiu seu coração pesar. A vida é tão especial, é pura magica. Não cabe aos outros decidir tira-la. Mas agora aconteceu, ele já tinha feito. Era hora de seguir em frente.

Olhando para o lado viu Ron olhando para o teto, seu único olho fixo.

_ O que esta de errado, companheiro? – Harry perguntou, virando-se para Ron.

_ Não é da sua conta- Ron respondeu sem nem se preocupar de olhar pra ele.

“Tinha me esquecido de que aqui ele só me vê como uma arma” ele pensou, tristemente.

Mal sabia ele que a mente de Ron estava preenchida com memorias de uma menina de cabelos castanhos cacheados e olhos de guerreira.

–/-

EXTRA- MUNDO 1 (Hermione PDV)

Mas qual era o problema dele? Como Harry Potter conseguia sumir assim, sem deixar pistas?

Quando recebi uma chamada de Andromeda Tonks reclamando que Harry não atendeu a porta quando a mesma foi deixar Teddy com ele, apenas virei para o Flú e fui a casa dele para encontrar um lugar bagunçado e nenhuma pista daquela bunda branquela.

Tipo, serio! Como ele consegue?

Peguei meu celular do meu bolso e liguei para o meu namorado

_Hermioneeeeee? – Berrou.

Tanto tempo e ele ainda não sabe falar em um telefone sem berrar como uma gralha. Eu o amo, mas as vezes ele é tão estupido!

_ Para de gritar, Ron! É melhor voltar com a adrenalina para o seu sangue. Temos outra aventura.

_O que Harry fez dessa vez? – Disse ele normalmente enquanto suspirava

Olhando em volta para a casa destruída enquanto tentava entender exatamente o que tinha acontecido ali respondi:

_É exatamente isso que quero saber.


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Notas finais do capítulo

Acho que esse é o maior capítulo que já escrevi! kkk
Peço que comentem... A opinião de vocês me faz continuar